Na Veja de meses atrás, páginas amarelas, uma longa entrevista com Claudia Woods, 45 anos, nascida em São Paulo, mas que morou 10 anos nos Estados Unidos, e hoje comanda o Uber no Brasil.

Claudia falou sobre tudo. E só não respondeu a pergunta que todos esperavam que Veja fizesse, porque Veja, sabe-se lá por quais razões, não fez.

Dentre outras preciosas informações decorrentes da experiência do Uber em nosso país, Claudia disse:

  • Sobre o impacto da pandemia nos negócios do Uber:

Uma redução de 80% no total das viagens;

  • Sobre as pessoas que estão retornando a uma situação de quase normalidade:

Os jovens, entre 18 a 34 anos, são os que mais se movimentam num cenário de reabertura – restaurantes, casa de amigos, academia.

  • Sobre o Brasil comparado a outros países:

Pela dimensão continental, e milhares de cidades, um comportamento não linear. Quase que um comportamento específico em cada local.

  • Sobre home office e o Uber:

Hoje o Uber vem sendo muito mais utilizado para atividades ligadas ao lazer e a diversão. 68% das pessoas que saem de casa e consideram a possibilidade de beber deixam seus carros nas garagens.

  • Sobre mais entregas:

Grande crescimento nos serviços de compras e entregas. E viagens compartilhadas praticamente caíram a zero e levarão mais tempo para alguma recuperação.

E a pergunta que não foi feita, e portanto não pode ser respondida, é, “Por mais quanto tempo o Uber permanecerá vivo vendo os prejuízos acumularem-se de forma exponencial e no correr de toda uma década?”.

Apenas no ano de 2019, o prejuízo foi de US$ 8,5 bilhões. Em 2018, o prejuízo foi de US$ 1,8 bi. Em 2017, US$ 2,2 bi… E em 2020, surpresa, US$ 6,7 bi de prejuízos…

Será que mudaram os critérios do que é hoje, nestes tempos loucos de disrupção e startups, uma empresa saudável. E ganhar dinheiro virou bobagem…?

Todos se perguntam por quantos anos mais o Uber resistirá. Tecnicamente, e a luz de hoje, o Uber faliu! Mas, a vida tem nos ensinado que quanto maior o tamanho do desafio, mais difícil enfrentá-lo. Assumir a realidade e estancar a sangria.

Assim, os mesmos investidores que injetaram bilhões no Uber, e agora tentando evitar perder tudo, dispõe-se a investir um pouco mais. E fingem que acreditam…

E tudo o que sobra é o bordão, “não pergunte por que as pessoas são assim; são assim, mesmo”.

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