Esse é um provérbio grego e que traduz uma verdade definitiva de muitas situações em nossas vidas. E é preciso ter grandeza de espírito para aceitar e se conformar com essa verdade. Plantar sempre, o que jamais colheremos. Mas nossos descendentes se fartarão.
De certa forma, e mesmo num curtíssimo período, isso é o que vem acontecendo com a mais importante plataforma de comunicação do Brasil ‒ ainda, a Globo.
Desde meado da década passada, a que acabou de terminar, a Globo deu início a um processo de reinvenção. E, de certa forma, no ano de 2018 terminou a primeira etapa, com a definição dos grandes traços dessa reinvenção, e que foi apresentada ao público como “uma só Globo”.
Parcela expressiva das pessoas que participaram da definição desse novo posicionamento, e do repensar a Globo, já não fazem parte mais do capital humano da Globo. Foram dispensadas. Mais ou menos como no provérbio grego, “quem planta tâmaras não colhe tâmaras”.
Segundo consta, uma tamareira só começa a produzir frutos depois de 100 anos, e assim que planta não vive nem para colher e muito menos para comer. Mesmo num prazo curtíssimo é o que acabou acontecendo com parcela expressiva dos profissionais que participaram do planejamento e início da execução da nova Globo, ou da uma só Globo.
Semanas atrás, uma grande parte do processo foi declarada encerrada, e o fecho de tudo uma Nova Marca. Segundo as pessoas que hoje comandam o Grupo, e os irmãos Marinho, acionistas, “uma marca mais leve, acessível, próxima”.
Essa nova marca, segundo o “release” distribuído pela Globo, tem seis valores básicos: brasilidade, proximidade, diversidade, comunidade, liberdade, e, criatividade.
Um festival de generalidades que, de verdade, jamais traduzirão o verdadeiro sentido e entendimento do que é valor. Ou, de como se define e constrói os valores de uma empresa.
Enfim, amigos, aconteceu. Como tudo e todos são mortais, o grande ciclo de ouro da então Rede Globo de Televisão, começou a encerrar-se no início da década de 2020, e tem seu ponto final colocado agora, década de 2021, 10 anos depois.
A Globo, na tentativa da sobrevivência, deu um mega reset. Mas, e não necessariamente, todos os resets dão certo. Talvez, nem mesmo, façam sentido… Às vezes, com relativa frequência, alguns resets antecipam o respiro final… Vamos continuar acompanhando e procurando sempre tirar importantes e decisivas lições e aprendizados para nossos negócios, e até mesmo para nossas vidas.
Nenhuma outra instituição impactou e mudou tanto, a história de nosso país, para melhor, como a Rede Globo de Televisão.
Muito especialmente quando a responsabilidade por seu conteúdo levava a assinatura do José Bonifácio de Oliveira Sobrinho. O Boni.
Desde que saiu, a Globo foi deixando sua alma pelo caminho.