Quando bate o desespero, todos saem desembestados e perdidos fazendo tudo pela vida e pelo mundo. Um misto de histeria, esquizofrenia, desespero, angústia de ver um suposto cavalo passar selado e não aproveitar a oportunidade.

Pior ainda, e se tiverem montado o cavalo, ver o cavalo ou parar, ou sair totalmente do controle… Não fazer absolutamente nada definitivamente não é a melhor solução, mas, fazer qualquer coisa, ou a primeira que passar pela frente, só para demonstrar que não se encontra parado, é a pior dentre todas as decisões.

E assim, todos os dias, jornais repletos de notícias de empresas e todos os portes fazendo tudo.

Tiramos uma fotografia do jornal Valor numa quarta-feira. E o que encontro lá? O GPA – Grupo Pão de Açúcar, do grupo francês Casino, criando uma operação logística para vender serviços a terceiros.

O Fleury noticia sua decisão de prestar serviços para todas as pessoas que não possuem convênio médico. Mediante assinatura mensal, com valores entre R$ 29,90 e R$ 59,90, os assinantes de um aplicativo batizado de Saúde ID, tem direito a uma consulta e retorno por mês, e 14 exames no laboratório a+.

Enquanto isso, na área do marketing e da comunicação, e no desespero com o fim das agências de propaganda tradicionais, o grupo WPP, que possui em seu portfólio algumas das agências mais legendárias da história da propaganda, compra uma empresa de software, de Belo Horizonte, a DTI, e aí gera uma megaconfusão na cabeça de seus clientes com essa mistureba absurda de serviços, ambições e propósito.

Trouxemos apenas três exemplos, mas, todos os dias, dezenas de empresas manifestam sintomas de grave depressão, e ao invés de pararem para respirar e refletir, saem desembestadas na prática de sandices, alucinações e outras patologias… Durante e, muito provavelmente, assim seguirão no pós-pandemia…

Definitivamente, na mais otimista das hipóteses, 50% dessas decisões serão fracassos monumentais.

Mas somos mais realistas, ou pessimistas, se preferirem. Apenas um em cada 10 dessas decisões e negócios faz algum sentido. E não existe nenhuma perspectiva dessa alucinação acabar tão cedo.

Assim, é muito provável que retornemos a esse assunto mais vezes no correr dos próximos meses. Se essa ”pandemia de piração decorrente” agravar-se, quem sabe, todos os dias…

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