No ano de 1954, com alguns amigos de faculdade, o designer Milton Glaser fundou o Push Pin Studios, uma espécie de fortaleza reveladora e redentora da história do design, assumidamente influenciada por toda a história visual da humanidade.

Já em 1967, criou, para o hoje octogenário Bob Dylan, o pôster histórico de sua coletânea de hits.

Em 1968, o ano onde inicia-se a inflexão da história da humanidade, cria a revista da cidade, em que espelharam-se centenas de revistas de cidades pelo mundo, a New York Magazine.

Glaser nasceu no Bronx, recebeu a Medalha Nacional das Artes das mãos de Barack Obama, e morreu no dia 26 de junho de 2020, no mesmo dia em que nasceu, de derrame cerebral, aos 91 anos de idade.

Mas sua obra maior, talvez, e que segue mais viva do que nunca, a conotação de amor que emprestou à cidade, quando criou a monumental logomarca I Love New York. Um I mais um coração vermelho, mais NYC, no ano de 1977, quando a cidade enfrentava sua maior crise: decadência, violência, insegurança, e tentando trazer de volta os turistas.

De certa forma a semente multiplicou-se e assim, bilionários apaixonados, procuram sempre oportunidade para investir e valorizar a ilha/cidade.

Um ano antes da pandemia, num dos maiores investimentos de todos os tempos, foi inaugurado o projeto Hudson Yards, um investimento de US$ 25 bilhões, hotéis, edifícios, shopping centers, tendo como centro o The Vessel, uma torre de observação no formato de vaso voltado para o céu com milhares de degraus.

No ano passado, na sexta-feira, dia 21 de maio, um novo empreendimento foi aberto ao público, também bancado por um bilionário apaixonado pela cidade.

Little Island, um novo parque flutuante sobre o Rio Hudson, ancorado em 132 enormes tulipas de concreto, com caminhos, flores, anfiteatro, vista deslumbrante, espaços para os que visitam ou moram na cidade tomar sol e fazer piqueniques, outra criação do arquiteto inglês Thomas Heatherwick, o mesmo que criou o complexo Hudson Yards.

Ou seja, amigos, a sementinha plantada por Milton Glaser, I Love New York, floresceu e frutificou. Mais que plantada, e de certa forma traduzida porque anos antes muitos americanos já manifestavam seu amor pela cidade, com obras monumentais como o Rockefeller Center, o Chrysler Building, o The Impire State Building, e muitas outras mais. E no final do ano passado, a inauguração do mais moderno e instigante observatório da “Cidade Que Nunca Dorme”, da cidade como disse e compôs Billy Joel, NY State Of Mind…

Talvez, sem medo de errar, hoje pudéssemos afirmar que Nova York é a cidade mais amada de todo o mundo. Coberta de razões e merecimentos.

E tudo isso sintetizado magistralmente, na criação antológica de Milton Glaser. Yes, I, You,We, Us, They, Love NYC…

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