A lógica é mais ou menos a seguinte, “quer apostar?”
Lógica essa suportando e atrás de infinitos e novos formatos de “investimentos”. Tipo, “quer apostar que não vou morrer tão cedo…”.
Essa era uma das apostas que prevaleceu há 30 anos quando o coquetel para AIDS não era uma realidade, e quem contraia o vírus estava condenado à morte. Dias, meses, poucos anos, mas, iria morrer pela doença.
Hoje, como é do conhecimento de todos, não existem mais produtos, e sim os serviços que os produtos prestam. Empresas podem comprar os direitos ou titularidade desses produtos com os serviços que prestam como forma de investimento.
E assim, esses produtos com os serviços que prestam, podem ser oferecidos mediante assinatura para terceiros e gerar renda. E os proprietários dos produtos com serviços que geram renda podem emitir títulos e revender a terceiros… É o novo mundo nascendo, a SAAS − Sociedade As A Service decolando.
Lembrando, hoje algumas pessoas ainda se assustam com a venda/assinatura de direitos, mas sempre é oportuno lembrar que três décadas atrás investidores compravam apólices de seguros de vida dos doentes de AIDS, antes do coquetel salvador, e na medida que em meses ou um ou dois anos iriam morrer, enquanto os doentes acreditavam que fossem viver um pouco mais e queriam, quem diria, aproveitar em vida, o pagamento antecipado do seguro de suas mortes…
Mais recentemente, surgiram as apostas ou investimentos sobre propriedades intelectuais, pessoas passando, mediante compra, a deter o direito sobre determinadas obras, e agora, as apostas ou investimentos vão se voltando para a música.
Uma pessoa, além de ter, ouvir, gostar e cantar a música pode, se quiser, ainda comprar uma parte ou a totalidade de seus direitos autorais, na expectativa de bons rendimentos por um longo tempo. Dentre as novas empresas que atuam nesse novo território destaque para a Hurst Capital. Emite e vende cédulas bancárias, CCBs, cujo resultado está vinculado à performance das músicas.
Hoje a Hurst já coloca à disposição dos investidores um repertório com mais de 20 mil músicas. Os investidores, através da Hurst, compram os direitos autorais e passam a receber os royalties ou dividendos que antes eram creditados aos autores.
Desde o lançamento dessa modalidade de investimento, a Hurst capitou mais de R$10 milhões em 28 operações diferentes, e acena com um rendimento anual médio da ordem de 16,30%.
Meses atrás, nos Estados Unidos, Bob Dylan decidiu desfazer-se de todos os seus direitos autorais encontrando um investidor que pagou US$300 milhões pela totalidade de sua obra.
Assim e agora, todos se acostumando ao Admirável Novo Mundo onde, e finalmente, as pessoas constatam o que anunciou Levitt há mais de 60 anos.
Não existem produtos. Apenas os serviços que os produtos prestam… Acessíveis mediante assinaturas, de um lado, e passíveis de se converterem em lastros para os investimentos de pessoas que buscam renda.