Aplicativos têm vida própria…

Assim como os filhos, depois que crescem, decolam, e revelam-se, os novos aplicativos vão ganhando forma e dimensão quase sempre nada a ver com suas razões e motivos iniciais. Adaptando o que dizia Joelmir Beting, na prática, e pela prática, outros desígnios se revelam…

Tudo o que Jeff Bezos queria com sua Amazon era vender livros pela internet. Passou uma semana viajando de carro com sua esposa na época, Mackenzie, planejando. Ela na direção, ele no note. O que aconteceu com o passar dos anos todos sabemos. E hoje é uma megacorporação que, além dos livros, converteu-se num dos maiores marketplaces do mundo, e desfruta de uma posição e participação de mercado invejável nas chamadas “nuvens”.

Quando Mark Zuckberg e seus amigos de universidade decolaram com o “Feice” tudo o que queriam era merecer a adesão de universitários. Jamais imaginou alcançar, como tem hoje, quase 3 bilhões de contas ativas, incluindo as 109 milhões só no Brasil. E já acelerado para integrar o “Feice”, Insta, Zap, mais outras novidades, na Meta.

Lembram então do LinkedIn? Que chegou para arrumar emprego para as pessoas, e para as empresas lançarem profissionais? E do TikTok que era só para as tais dancinhas…?

Ou seja, mais que demonstrado que no admirável mundo novo, onde pontificam verdadeiras e novas empresas, sempre se sabe por onde começa, mas, jamais quando e como termina, e se ainda prossegue mais adiante.

Portanto, tudo o que se disser e prever sobre o Threads é precário, ou válido por meses.

Assim como sempre aconteceu com nossas vidas, temos a obrigação, dever e necessidade de rabiscar um plano minimamente consistente, mas, o que vai acontecer mesmo, a resposta encontra-se na música cantada por Doris Day no filme “O Homem que sabia demais”, vencedor do Oscar de 1957, e de autoria de Jay Livingston e Ray Evans; lembra?

“Que sera, sera / Whatever will be, will be / The future’s not ours to see / Que sera, sera / What will be, will be…!

Sempre foi assim, muitos podem estar querendo perguntar.

Não, definitivamente não. Nos últimos 500 anos dos negócios, depois do Renascimento, com um mundo definido e amadurecendo, a previsibilidade era total.

Muito especialmente quando vivíamos 40 anos, estudávamos até os 20, gastávamos tudo nos 20 anos seguintes, e, partíamos… Hoje não mais e tão cedo não será.

Enquanto a disrupção não concluir seu curso ─ sabe-se lá quando isso vai acontecer ─, tudo o que se pode fazer é definir um planejamento pelos próximos três a cinco anos no máximo.

E, depois, bem depois e depois, e aí prevalece o ensinamento de Gasset adaptado às empresas, “cada negócio é cada negócio, mais todas as circunstâncias de cada um deles…”.

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