Por razões que a própria razão desconhece o Estadão, Caderno Paladar, decidiu aferir e eleger a melhor casquinha de sorvete da cidade de São Paulo. Recrutou, supostamente, os maiores entendidos em casquinhas de sorvete da cidade – nunca soubemos de algum MBA em casquinha de sorvete ‒ e foi atrás das casquinhas de 10 sorveterias diferentes.
E no final, mais que eleger a melhor, linchou a que no entendimento do seleto júri foi, de longe, a pior (porque é industrial). Comparou 9 casquinhas artesanais com uma industrializada para concluir que a industrializada era um lixo.
Exatamente aquela que é utilizada pela sorveteria, ou gelateria, que revolucionou o negócio de sorvete de qualidade no país, em poucos anos, a Bacio di Latte.
Ou seja, critério zero, e remetendo a desconfiança de coisa plantada, na medida em que se compara 9 iguais e um desigual.
Isso posto, e de acordo com a conclusão da patética e ridícula pesquisa de Paladar/Estadão, se você escolhe sorvete pela casquinha, nunca mais compre os da Bacio di Latte.
Agora, se você escolhe pelo sorvete… Nessas horas, prevalece o ensinamento do mais que saudoso Nelson Rodrigues,
“Existem situações em que até os idiotas perdem a modéstia…”; ou, “O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota”.
E Nelson Rodrigues foi poupado ‒ que bom! – da avalanche de bilhões de idiotas que hoje destilam sabedoria, várias vezes por dia, nas redes sociais…