Faleceu no último dia 15 de janeiro de 2024, por falência generalizada dos órgãos, um dos campeões de sucesso do mercado financeiro de décadas atrás. Ele, o mais que querido DOC. Queridinho das empresas e das pessoas.

Morreu mais ignorado que o Faquir de Kafka, sem nenhuma chance de ressuscitação.

Quase chegou aos 40 anos. Mas, desde a virada do milênio vinha revelando debilidades, assim mesmo ganhou alguma sobrevida, mas não resistiu aos ventos da modernidade, e, despediu-se quase que a mingua e no abandono. Mais um dos milhares das vítimas do tsunami tecnológico.

Criado no ano de 1985 foi uma revolução. Permitia, finalmente, a realização de transferências entre contas bancárias. Eliminava a necessidade do tal de depósito em cheque. Aliás, e por falar em cheque…

Junto com o DOC, e no mesmo caixão por questão de economia, segue a TEC – Transferência Especial de Crédito – utilizada pelas empresas para o pagamento de salários e benefícios.

Terminado o necrológio, modesto diante dos serviços prestados, em seu lugar ele, todo modernoso e ao invés de um C no final, um X, transmitindo velocidade e modernidade, o PIX. Ainda em 2023, primeiro semestre, revelava alguns sinais de vida: foram realizados 18,3 milhões de operações de DOC… mas, e no mesmo período, 17,6 bilhões de PIX… Dispensam-se comentários.

É isso, amigos. Trata-se da maior crise estrutural da história da economia e dos negócios de todos os tempos. Esqueça as crises conjunturais. São simples resfriados, que podem, no máximo, em poucos casos, virar pneumonia.

O mundo velho está em seus estertores. E todas as empresas que não tiverem essa consciência e não tomarem as providências no mais que devido tempo terão o mesmo destino do… DOC. Que parte, e não deixa nenhuma saudades… Somos ingratos, interesseiros, oportunistas, aproveitadores…?

Lembram o que um dia nos ensinou, em 1960, o saudoso Theodore Levitt com seu artigo monumental, Marketing Myopia? Que, “não compramos produtos, compramos os serviços que os produtos prestam…”. E no dia seguinte que um novo produto preste melhor o serviço trocamos no ato.

Assim somos nós, os Humanos, não desumanos… Queremos sempre, e para sempre, e desde que acessível, e apenas, o melhor…

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  • Apenas como ilustração: tenho dois clientes que pagam em cheque. Um tem 92 anos e outro 84. Se eu recusar ele não usa mais a nossa loja. Temos uma cliente que só sabe passar DOC. Ela tem 90 anos. Agora não sei como vai pagar. rsrsrs
    Estou guardando cheques para o museu particular dos meus netos.

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