É rara a semana que uma plataforma de comunicação – jornais, revistas, sites de notícias – não traga mais e muitas novidades sobre o crescimento acelerado da ansiedade em todas as pessoas, muito especialmente nas crianças.
No final de semana do natal, dentre outros, o Estadão colocou em manchete de capa, “Caso de ansiedade em crianças e jovens crescem 465% em São Paulo. Em números absolutos, e de acordo com a Secretaria da Saúde, dos 2.607 casos de 2015 para 14.748 em 2023.
Segundo Fausto Flor Carvalho, presidente do Departamento de Saúde Escola da Sociedade de Pediatria de SP, “Estamos em um mundo adoecido em que, muitas vezes, pais ou mães estão ansiosos ou depressivos. Com isso, há uma certa mudança de comportamento das crianças…”.
É isso. Essa é a nova realidade. De certa forma, tudo isso remete ao ensinamento de Peter Ferdinand Drucker, no livro antológico escrito entre 1968/1969, “Uma Era de Descontinuidades”.
No prólogo, na abertura do livro, Drucker fecha o diagnóstico do que viria pela frente, e sentenciava,
“Atualmente nos defrontamos com uma época de descontinuidades na economia e na tecnologia mundial. Também poderíamos conseguir transformá-la numa época de grande crescimento econômico. Mas o certo até agora é que será um período de mudanças na tecnologia, e na política econômica, nas estruturas industriais e na teoria econômica, no conhecimento necessário a administração e ao governo e nos problemas econômicos. Enquanto estivemos ocupados no acabamento do grande edifício econômico do século XX, seus fundamentos modificaram-se sob nossos pés…”.
E assim, nasceram pais inseguros, e crianças ansiosas…
Apenas isso. Pais criados e aquietados com “pacifiers!” – chupetas, e crianças acalmadas com smartphones…