A premonição de Caetano mais que confirmada

Inspirado nos escritos dos muros da cidade de Paris, onde no mês de maio de 1968 os estudantes percorriam a Champs-Élysées bradando por liberdade, Caetano Veloso ingressa no palco do Festival da Canção daquele mesmo ano, em companhia dos Mutantes, e cantando, É Proibido Proibir… De alguma maneira, um exercício premonitório do que acontece hoje. E de uma forma mais radical.

Não é que é proibido proibir. É impossível proibir, por mais que os alucinados e carcomidos ministros do Supremo tentem. O tsunami tecnológico, pela disrupção estrutural, e colocando tudo a baixo muito especialmente as proibições, zerou tudo, e agora, tudo pode e muito mais.

E se alguém se incomodar que tente, de alguma forma, provar, demonstrar, e fazer prevalecer o entendimento que algumas proibições sobrevivem. Uma coisa é o que dizem as leis, regulamentos, decisões; outra coisa é a prática, a realidade, o fato em si. Joelmir estava certo, “na prática a teoria é outra”.

Até anos atrás, meses atrás, dias atrás, ainda comentávamos sobre a proibição dos jogos de azar. A eventual volta dos cassinos. E, enquanto isso, e através da disrupção, toda uma mega indústria de “games”, exercitados e praticados todos os dias por vovós e vovôs, mais pais e mães, mais filhos, mais netos, e que em determinado momento insinuava a venda de alguma coisa, a possibilidade de algum tipo de aposta, não sem sair de casa, sem sair da cadeira… e resgatando para os jogos duas ou três gerações já consideradas perdidas, e preparando todas as novas gerações para a volta acelerada da jogatina.

Pra que a volta dos cassinos, se podemos jogar direto da cama, do vaso, ou do sofá? Pra que comprar em lojas de rua se em minutos o que queremos chega em nossas casas?

É isso, amigos. Não é que e apenas o tal do Jogo Voltou! O Jogo de Apostas, ou de Azar, como aprendemos com nossos avós, estão de volta e mais exuberantes do que nunca. Começamos, nesse retorno, pelos Games, e nos descobrimos, agora, no negócio das Bets. Só mudou o “sexo”.

E essa reflexão, com poucas ou quase nenhuma diferença, vale para todas as demais atividades e negócios. Se quando Caetano bradou “É Proibido Proibir”, não era bem assim, agora é. Estamos, todos, mergulhados até o último fio de cabelo, na maior crise estrutural da história da humanidade.

Uma crise total, silenciosa, e que remete ao slogan da Persico Pizzamiglio, lembram, “você não nos vê, mas, estamos aí…”.

Sim, o mundo, se não é, está líquido. Sabe-se lá até quando…

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One thought

  • Madia,
    Cada vez mais nojo dessa corja de aproveitadores da imbecilidade de muitos e (eventualmente) da boa fé de alguns poucos.
    Como dizia Nossa Santa Rita de Sampa: Não acredito em nada, até duvido da fé.

    Abraços

    Veronika

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