Faltava um exemplo. Faltava um exemplo definitivo e arrebatador de um grande salto só possível através da inteligência artificial. Agora não falta mais. De alguma forma, a canção imortalizada pelo Roupa Nova, de autoria de Luiz Otavio de Mello Carvalho, Ney Antonio D´Azambuja Ramos, e Paulo Sergio Valle, nos alertava sobre isso, Lembram…
“A vida tem sons que pra gente ouvir precisa aprender a começar de novo é como tocar o mesmo violão e nele compor uma nova canção…ou, a vida tem sons que pra gente ouvir precisa entender que um amor de verdade é feito canção…”.
Mas, faltava o exemplo, a documentação, e isso aconteceu no terrível ano da pandemia, no dia 25 de novembro de 2021, com o espetacular documentário, marco definitivo do antes e do depois, The Beatles: Get Back. Obra monumental de Peter Jackson, que decidiu enfrentar e superar o desafio, resgatando um momento único da vida dos Beatles, mediante utilização de doses substanciais e generosas de Inteligência Artificial. E, em meio a tanto sofrimento e tristeza, um bálsamo aos nossos olhos, ouvidos, coração.
Poderíamos seguir neste comentário detalhando que tudo começa quando um maluco chamado Michael Lindsay-Hogg decidiu guardar e preservar todo o material de quase 10 horas captado no ano de 1969, para um suposto documentário Let It Be, que seria protagonizado pelos Beatles. Estava tudo lá, guardado, intacto, mas faltava submeter todo esse material, vídeo e sons, a tecnologia e suas conquistas, a inteligência artificial.
A mesma que possibilitou no início deste século o decifrar-se de um dos maiores mistérios da humanidade. O Genoma Humano, e de todas as demais espécies, de como somos feitos! E daí nasceu a mais revolucionária de todas as medicinas, ainda engatinhando, a medicina corretiva…
O material era, ao mesmo tempo, irretocável e caótico. Não querendo perder nada, pela premonição que teve que talvez fosse aquele encontro o último de Paul, John, George, e Ringo, espalhou microfones e captou todos os sons possíveis e imagináveis.
E aí, e para não nos alongarmos muito mesmo porque é difícil de explicar e quase impossível de compreender, recorrendo a TI e a LM – Learn Machine, resgataram, descobriram e revelaram um conteúdo inédito e absolutamente desconhecido pelos seres humanos, incluindo todos os milhões de admiradores dos Beatles. Curto e grosso. As sensações que Get Back nos transmitem até hoje, quase dois anos depois, são únicas e absolutamente impossíveis de serem sentidas pelos recursos até então existentes.
Para as pessoas que nos perguntam qual a mágica do Get Back, que fascina e ensandece tanto as pessoas. E que, sem terem consciência, sem saberem, passam a sentir. Sensações absolutamente novas, mais de 50 anos depois. E todas, sem exceção, em maiores ou menores graus, e sem conseguirem explicar, terminam a série de episódios num estado de contentamento, de emoção, de euforia, inimagináveis.
Talvez, e tentando explicar o inexplicável, como se todos nós, e aproveitando o título que Beatriz Vaccari, do Canaltech, deu a sua crítica do documentário, como se todos nós, de repente, encontrássemos circunstancialmente uma carta de amor de oito horas de duração, que se encontrava guardada em um cofre, esperando pela chegada da inteligência artificial para que pudéssemos abri-la e lê-la, por completo.
Tudo bem, esqueçam quererem entender como é e funciona a inteligência artificial, assim como não sabemos como funcionam infinitos objetos, produtos, sistemas. Vamos apenas e tão somente desfrutarmos de seus espetaculares serviços e conquistas. Como, por exemplo, Get Back.
E nos deixar levar nos sons, que a vida tem, ouvindo ao fundo, “She loves you, ye, ye, ye”, ou, “Imagine all the people, living life in peace… And the world will be as one…”.
Em meio à tempestade, resgatamos nossos sonhos… Nos devolveram a um mundo de onde viemos. Já era tempo.