Afasia invade e prevalece no ambiente corporativo

E aí veio a notícia do afastamento do ator Bruce Willis das filmagens e por tempo indeterminado. Em coletiva de imprensa a família do ator, hoje com 68 anos de idade, informou ter Bruce optado por uma pausa em sua carreira, em decorrência de Afasia – transtorno de linguagem decorrente de uma lesão cerebral que pode acometer adultos e idosos.

Imediatamente, as pessoas começaram a associar o que acontece neste momento com o ator, com o que vem acontecendo com parcela expressiva de empresas, da virada do milênio para cá. Uma espécie de Afasia Corporativa.

Em termos gerais, existem dois grandes grupos de manifestações de Afasia. A de Recepção, e a de Expressão. Na primeira, Recepção – também conhecida como sensorial, fluente ou de Wernicke –, os pacientes – pessoas e empresas – são incapazes de reconhecer símbolos auditivos, visuais ou táteis. No segundo grupo, expressão, manifestam-se dificuldades de expressar o que supostamente se está sentindo ou pretendo dizer.

Sob um outro ângulo, e no correr dos anos, uma nova classificação da Afasia foi se estabelecendo, e por tipos. Grosso modo, 3.

Afasia de Wernicke – a tal da fala desembestada, fluente, também conhecida como Logorréia, onde quem ouve não entende nada, nada faz sentido, ainda que o emissor da mensagem acredite estar falando exatamente o que pretende dizer e preservando a entonação adequada. Muitas vezes junta duas palavras verdadeiras, mas que, conjuntamente, não querem dizer absolutamente nada.

Afasia de Broca – as vítimas deste tipo preservam a capacidade de compreender, mas têm dificuldades ou perdem a capacidade de falar por total falta de palavras. Muitas vezes recorrem a um aforisma, provérbio, citação, utilizados totalmente fora do contexto.

Afasia Global – quando tudo bate no zero – perda total da capacidade de fala, compreensão, leitura e escrita. Nos últimos 20 anos, é o que mais se observa no ambiente corporativo.

Por uma espécie de AVC Corporativo, decorrente ou causado pelo Tsunami Tecnológico, as empresas perderam, por completo ou parcialmente, a capacidade de compreensão e entendimento.

E à medida que o tempo passa, e não conseguem reconectar-se com a realidade, vão perdendo, também, a capacidade de expressão…

A diferença entre a Afasia de pessoas, e a Corporativa, de empresas, é que o tratamento de pessoas passa por terapia, e no formato individual. Já nas empresas, o tratamento passa por Consultoria, envolve todo o corpo dirigente e as pessoas sob comando, e implica na capacidade da empresa de consultoria responsável, duas conquistas simultâneas.

Conseguir que a empresa recupere sua capacidade de compreensão, resgatando seu capital de conhecimento, de um lado, e, simultaneamente, e mediante processo de mentoria permanente, e através de seus principais executivos, consiga-se induzir uma nova cultura na empresa, compatível com as novas realidades de mercado, e olhando em direção ao futuro, desprendendo-se de um passado que perdeu a razão de ser.

É isso, amigos. Nunca se testemunhou, em toda a história do mundo corporativo, da administração e dos negócios, um momento de tantos desafios e dificuldades, de empresas tão perdidas, como o que hoje vivemos.

No último filme protagonizado por Bruce Willis, The White Elephant, atores que contracenaram com ele, testemunharam que era recorrente a confusão mental que revelava de rotina dizendo coisas como,

“Eu sei porque você está aqui, mas não tenho a menor ideia o que Eu estou fazendo aqui…”.

Rigorosamente o mesmo que parcela expressiva de empresas hoje, em todo mundo, não dizem, mas comportam-se dessa maneira. Sem ter a menor ideia do que e por que estão fazendo…

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