Julho 2021
BUT
– BUSINESS TRENDS
04/2021
– JUL2021.
Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos,
registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de
pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing,
a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia
da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do
maior dos mestres, PETER FERDINAND DRUCKER.
1
– FINALMENTE, A RIACHUELO
De todos os grandes varejos do País, um dos que andava mais
silencioso era a RIACHUELO.
Mas, agora, FLÁVIO ROCHA decidiu falar, e apresentar a visão
estratégica de sua empresa.
Vamos procurar sintetizar o posicionamento da RIACHUELO daqui para
frente, e que, em nosso entendimento, é de grande relevância e maior
consistência.
– A RIACHUELO caminha na direção de converter-se em poderoso
MARKETPLACE tematizado, ou especializado. No território da moda, complementos e
derivativos.
Ao contrário de muitos dos players do varejo que se posicionam
como um MARKETPLACE genérico, e que se posicionam frontalmente combatendo a
AMAZON, MERCADO LIVRE, LUIZA, AMERICANAS, dentre outros.
Assim traduzido nas palavras de FLÁVIO ROCHA, em entrevista à MÔNICA SCARAMUZZO de VALOR: “A pandemia precipitou a consolidação do setor e do novo papel do varejo. Mas a gente acredita num ecossistema temático, não generalista… e o setor de moda é FIGITAL, uma combinação entre o analógico/físico, e o digital…”.
Preparando-se para eventuais fusões e aquisições – comenta-se
muito no mercado do interesse da RIACHUELO pela C&A – à venda há 3 anos – e
também pela MARISA.
Nesse sentido, acaba de criar uma área de fusões e aquisições…
Mas FLÁVIO diz que algumas providências precedem em importância:
“Queremos neste momento concentrar nossa expansão em logística e
distribuição para poder avançar no digital e crescer como marketplace
tematizado”.
Até o final deste ano a RIACHUELO MARKETPLACE já deverá contar com
mais de 200 “sellers”.
Segundo FLÁVIO, “Mais adiante o cliente não vai ter 300
aplicativos no celular… terá no máximo um ou dois e é esse espaço que pretendemos
dominar…
Temos uma área de TI com 700 colaboradores e o nosso marketplace
está sendo desenvolvido internamente…”.
No ano passado, 2020, o ano da pandemia, a RIACHUELO encerrou com
uma receita de R$6,2 bi, uma queda de 20% sobre 2019, e um prejuízo de R$27
milhões…
Ou seja, amigos, e diferente de outros players que querem
conquistar o mundo, vendendo de roupas a sapatos, e passando por chuchu,
goiaba, berinjela e tomate, e ainda móveis, computadores e automóveis, o MARKETPLACE da
RIACHUELO quer concentrar-se em moda e tudo o que gravita ao redor e decorre
de…
É a melhor decisão.
2
– CAVALERA, A PRIMEIRA DE MUITAS
A situação de grande parte das chamadas médias empresas
brasileiras é de imensa dificuldade.
Começa com a chamada década perdida, a última, de 2011 a 2020, onde a economia do Brasil, em termos reais, voltou para trás.
Nosso país amanheceu no dia 1º de janeiro de 2021, o primeiro da
nova década, muito menor do que foi dormir no dia 31 de dezembro de 2010.
Em termos reais. Em toda a década, um crescimento pífio na casa
dos 1%.
E assim, quase todas as empresas, muito especialmente as ligadas
às atividades onde sempre é possível para seus clientes adiarem compras, como é
o caso da moda, ingressaram no ano de 2020, o último da década perdida, mais
que debilitadas, e não aguentaram o tranco. Técnica e financeiramente estão
derretendo.
Se faltava um exemplo mais que emblemático, o da CAVALERA, que
acaba de ingressar com pedido de recuperação judicial.
A CAVALERA é uma empresa relativamente jovem, nasceu no ano de
1995, em decorrência da sociedade de um empresário da moda e político, ALBERTO
HIAR, mais conhecido como TURCO LOCO, e um dos irmãos fundadores do
conjunto SEPULTURA, IGOR CAVALERA.
Anos depois, IGOR deixou a empresa, mas a denominação seguiu
devido a seu grande sucesso, e a qualidade e consistência na narrativa contida
e imaginada pelas pessoas no código CAVALERA.
No correr de seus 25 anos a marca contou com algumas das melhores
revelações de fashion designers.
Nos dados oficiais atualizados pela empresa no WIKIPEDIA, última
atualização, refere-se a uma produção de 500 mil peças ano, 20 lojas próprias,
dezenas de franquias, e presença em 800 pontos de vendas multimarcas em todo o
Brasil.
E aí veio a pandemia, e o que estava ruim rapidamente mergulhou no
pior.
A começar pelo fechamento da mais que emblemática loja da CAVALERA, na rua BEST – BRAND EXPERIENCE STREET – OSCAR FREIRE, a rua das FLAGSHIPS das principais marcas, muito especialmente no território da moda.
E, agora, a notícia da recuperação judicial. Decorrente da crise
da economia brasileira em toda a década passada, acrescida por uma briga no
controle e comando de uma empresa familiar.
Ainda 10 anos atrás, e falando à imprensa, o cofundador da
CAVALERA, ALBERTO HIAR – o TURCO LOUCO – ex-deputado estadual pelo PSDB de São Paulo,
explicava uma das razões do sucesso da marca:
“A CAVALERA se reinventa quatro vezes por ano, a cada estação”.
E sempre recorria a manifestações inovadoras e emblemáticas como
lançamento de coleções no RIO TIETE, na GALERIA DO ROCK com a presença de PAULO
MIKLOS, mais MUSEU DO IPIRANGA, MINHOCÃO e muito mais.
Na recuperação judicial ora em curso, e que envolve as empresas K2
Comércio, K2 Consultoria, JIB e FAZ, a presença dos mesmos controladores, família
HIAR.
No pedido de recuperação a confissão de R$ 34 milhões em empréstimos e financiamentos, e segundo pessoas próximas da empresa, com dívidas fiscais superiores a R$ 60 milhões.
De uma receita líquida no ano de 2018 de R$ 40 milhões, para pouco
mais de R$ 20 milhões em 2020, e um prejuízo de R$ 36 milhões apenas no ano de
2018…
E ainda, a informação de que “as divergências entre as sócias
VALERIA e JOANA HIAR em relação ao comando da empresa e nos últimos 10 anos, trouxe
instabilidade à gestão”.
No processo, a informação, “ O conflito de aproximadamente 10 anos
influenciou de forma negativa a atividade das empresas…”.
De certa forma essa situação, em maiores ou menores proporções, é
muito semelhante a de milhares de empresas, e, em especial, às ligadas à moda e
à beleza.
Que vieram sobrevivendo e rolando dívidas durante toda a década, e
quando acreditavam estar próximas da salvação, viram a situação piorar com a
paralização da economia em função da pandemia.
Todas as pessoas que, por alguma razão, deixaram de passar pelas
principais ruas dos jardins nos últimos 2 anos, quando retornarem nos próximos
meses não reconhecerão.
Na LORENA, OSCAR FREIRE, HADDOCK LOBO, BELA CINTRA, AUGUSTA,
dezenas de lojas fechadas, e lojas franco-atiradoras, que as pessoas jamais
imaginaram encontrar um dia naquela região.
Algumas empresas e lojas mais consistentes aproveitam o momento e
a oportunidade, e passam a figurar com suas marcas na BEST – BRAND EXPERIENCE
STREET – , a OSCAR FREIRE, como fez A GRANADO, que passou a ocupar um ótimo
ponto comercial na OSCAR FREIRE, com a GRANADO no térreo, e sua outra marca,
PHEBO, no piso superior.
Mas a pandemia deixa, por muitos anos, quem sabe para sempre, uma
marca definitiva dos estragos em muitos setores de atividade. No caso do
comércio, na OSCAR FREIRE e ruas vizinhas, talvez, uma das mais duras marcas
dessa devastação.
E que tem no fechamento da loja da CAVALERA, e de outras grandes
lojas e marcas também, um triste exemplo.
TNG, LE POSTICHE e outras redes médias de varejo também recorreram
ao instituto da Recuperação Judicial.
3
– QUANDO OS INVESTIDORES ENJOARÃO?
Talvez, com um dos mais infelizes “namings” de todos os tempos,
que remete ao ruim e negativo, e que mais adiante predispõe e recomenda aos que
acreditaram como se sentir, e por decorrência, rejeitarem, saltarem fora, o
fato é que o brechó online,
ENJOEI, sabe-se lá por quais razões e motivos, conseguiu convencer
gestores de fundos a aportar recursos.
E não foram poucos.
Em oferta encerrada numa sexta-feira, 9 de dezembro de 2020, o
ENJOEI informou ter captado R$ 986,7 milhões com a venda de 96,3 milhões de
ações por R$ 10,25 a ação…
Corta para o primeiro balanço do ENJOEI após a abertura de
capital.
No ano anterior à abertura, 2019, o prejuízo foi de R$ 20,7
milhões. No primeiro balanço depois da abertura, o prejuízo aumentou em quase
50%: 31,1 milhões.
Fatos como esse nos lembram da explicação que os supostamente
entendidos costumavam dar para os que iam ao cinema ver algum filme da NOUVELLE
VAGUE e não entendiam absolutamente nada.
Com um olhar de fastio e desprezo, os tais dos entendidos apenas
diziam, “não é para entender, é para sentir”.
Os que vêm investindo nas tais das novas empresas produtos da
tecnologia encontram-se em situações semelhantes.
Investindo às cegas, e acreditando na visão de seus gestores de
investimentos. Talvez um dia descubram que seus gestores de investimentos eram
míopes…
4
– OS GRANDES LÍDERES, A NOVA ECONOMIA E VIDA PESSOAL
Antes de qualquer outra manifestação, pouco provável que pessoas
que mergulharam tão fundo em busca da realização empresarial, tivessem
conseguido dividir com igual sensibilidade seu tempo com a família.
E assim, quando damos uma conferida ainda que superficial na vida
pessoal de alguns dos grandes líderes da atualidade, a vida pessoal não necessariamente
é um oceano azul, tranquilo e calmo.
Talvez, a última das ilusões ou esperanças fosse BILL GATES, que
dividia uma fundação com sua mulher MELINDA, – FUNDAÇÃO BILL E MELINDA GATES –, mas que neste ano acabaram separando-se.
Assim, e apenas a título de curiosidade e conhecendo um pouco mais
alguns de nossos benchmarks e referências no plano empresarial do mundo
moderno, vamos começar pelo talvez mais audacioso e criativo dentre todos.
– ELON MUSK, sul-africano,
fundador, CEO e CTO da TESLA MOTORS, NEURALINK, SOLARCITY, SPACE X dentre
outras, nascido na cidade de PRETÓRIA, 28 de junho de 1971, caminhando para
disparar como o homem mais rico do mundo. Filho de ERROL e MAYE MUSK, foi
casado com JUSTINE MUSK – 2000 a 2008, TALULAH RILEY – 2010 a 2012, com que
voltou a se casar e se separar, 2013 a 2016.
Neste momento encontra-se casado, como define sua relação, com a
cantora canadense GRIMES, e com quem tem um filho, X AE A-12: (ex – exe – ei –
twelve) – significado, X (matemática), AE amor, inteligência, A12 – ARCANJO
12…
Recentemente revelou ter a SÍNDROME DE ASPERGER.
Foi no programa SATURDAY NIGHT LIVE, em que desempenhou o papel de
apresentador, e, disse, “Estou fazendo história esta noite como a primeira
pessoa com ASPERGER a apresentar o SATURDAY NIGHT LIVE…”.
Síndrome de ASPERGER, ou autismo, pessoas com dificuldade de
interpretar a linguagem verbal e não verbal, precisando de mais tempo para
processar informações.
Talvez, seu autismo, seja o gatilho de sua infinita
criatividade… Existem algumas equipes de cientistas, neste momento e em
diferentes lugares do mundo, pesquisando sobre essa possibilidade.
– JEFF BEZOS, o todo poderoso da AMAZON, BLUE ORIGIN, THE
WASHINGTON POST,
da cidade de ALBUQUERQUE, NOVO MÉXICO, 1964, até dias atrás casado
com sua parceira e sócia MACKENZIE BEZOS, de quem se separou no ano de 2019 e
retomou seu nome de solteira, SCOTT.
Hoje vive com LAUREN SANCHEZ, jornalista, e MACKENZIE casou-se com
DAN JEWETT, professor de química com quem os filhos dela e de JEFF estudaram.
Jeff e Mackenzie têm 4 filhos. 3 biológicos, e a mais nova, adotada
na China.
– RICHARD BRANSON – de Blackheath,
Londres, 1950, mais velho de três filhos, gago, e em quem os pais não apostavam nada.
Já colocou em pé mais de 300 negócios, todos com o naming VIRGIN.
Primeiro casamento KRISTEN TOMASSI, de 1972 a 1979, e, segundo, JOAN
TEMPLEMAN, de 1989 até hoje. Dois filhos, uma mulher HOLLY, e um homem, SAM. Junto com JOAN
tiveram uma filha chamada Clara e que morreu com dias.
– BILL GATES, Microsoft, WILLIAM HENRY GATES III, 1955, até dias
atrás casado com MELINDA, com quem segue no comando de uma fundação de
benemerência. Permaneceram casados de 1994 a 2021, e têm 3 filhos, RORY,
JENNIFER e PHOEBE…
Como aconteceu nas últimas semanas a separação, ainda muitas
histórias, e por mais algum tempo, permanecerão em segredo.
– TIM COOK – 1960, CEO da APPLE, e sucessor de STEVE JOBS, jamais
abriu mão de sua privacidade, e solitário convicto, mas, no dia 29 de outubro
de 2014 assumiu sua homossexualidade em uma matéria na BLOOMBERG BUSINESSWEEK.
Escreveu, “Eu tenho orgulho de ser gay e eu considero que ser gay
é um dos maiores dons que Deus me deu…”.
– SATYA NADELLA, hoje o número 1 da Microsoft, agosto de 1967, indiano de Hyderabad, na Telangana, casado com ANUPAMA desde 1992. 3 filhos, ZAIN, DIVYA e TARA NADELLA.
– MARK ZUCKERBERG – de 1984, WHITE PLAINS, condado de WESTCHESTER,
estado de Nova Iorque, filho de KRISTEN, psiquiatra, e, EDWARD,
dentista.
Casado com PRISCILA CHAN, 2012.
É isso, amigos, procuramos construir um miniperfil de 7 dos 20
mais importantes empresários que comandam a NOVA ECONOMIA do lado de cá do
mundo, e de quem espera-se as maiores e melhores contribuições na
construção do Admirável Mundo Novo.
É o que testemunharemos nos próximos anos, e no correr desta e da
próxima década.
5
– MANCHETE DE MATÉRIA DA FOLHA: “POR JOVENS, VINHO NACIONAL VESTE ROUPA NOVA”.
E no texto a explicação.
“Startups e vinícolas tradicionais apostam em latas, caixas e
linguagem moderna para mudar a imagem da bebida”.
Nós, consultores da MADIA afirmamos, PERDA DE TEMPO TOTAL.
VINHO é em garrafa de vidro e ponto. O resto é derivativo pífio,
gambiarra medíocre, bobagem desprezível.
Matéria assinada pela jornalista FLÁVIA PINHO que rendeu-se aos
argumentos dos que brincam de fazer vinhos e abre sua matéria afirmando: “Quem
encara os vinhos em lata ou em caixa bag-in-box como modismo passageiro precisa
urgentemente rever o conceito. A tendência que começou pela mão das
novidadeiras startups e já está consolidada no exterior, começa a ser adotada
por tradicionais vinícolas brasileiras – e promete ter vindo para ficar…”.
Começa que essas trágicas novidades não têm absolutamente nada a ver com as startups. São tentativas e ações de mais de 50 anos.
Por outro lado, e ingressando no mérito, vinho que não seja em
garrafa de vidro, com rolha de cortiça, e todos os demais fundamentos que
caracterizam a bebida é qualquer outra coisa menos vinho: refrigerante,
refresco, sangria, tubaína…
Vocês da Madia entendem de vinho? Não, não entendemos.
Quem entende são, e dentre outros, nossos amigos e integrantes da
Academia Brasileira de Marketing, BONI e MILTON ASSUMPÇÃO.
Mas, e para não perder muito tempo discutindo essa brincadeira de
péssimo gosto – deveriam batizar essas coisas com outra denominação menos
vinho. Vamos nos ater a um dos pequenos detalhes que fazem grande diferença.
A ROLHA.
Segundo uma das publicações especializadas em vinho, a revista ADEGA,
“Boas rolhas são insubstituíveis. Nos espumantes, por exemplo, podem durar por
décadas preservando o vinho estável e, principalmente, tendo a elasticidade
necessária para serem colocadas numa máquina e empurradas para dentro do
gargalo e imediatamente se ajustarem e ele não deixando nenhum espaço livre…”.
E o saca-rolhas e as rolhas são apenas uns dos itens que fazem do
vinho, vinho!
Isso posto, sentimos muito, por jovens, ou demais pessoas, vinho
que é vinho de verdade veste-se e abriga-se em garrafas de vidro, com rolha de
cortiça, rótulo de qualidade, narrativa tangível, e jamais tem vergonha de sua
cor, e se esconde atrás de cartonados ou latas.
Beber vinho em lata, ignorando taças adequadas, é pior e mais
ofensivo, para os verdadeiros produtores, que xingar a mãe…
6
– INVESTIMENTOS ONDE O RISCO NÃO É O DE APENAS GANHAR POUCO. É DE AINDA TER QUE
TODO MÊS PAGAR O RATEIO DAS DESPESAS
A expectativa não era de ganhos espetaculares, como se pode ter
quando se especula com commodities ou ações, mas nem também de ganhos mínimos
como na Poupança.
A ideia ou perspectiva era de ganhos razoáveis com pouco risco.
Mas veio a pandemia, e o mínimo de risco virou risco total na
medida em que não existe rendimento, e sim, despesas mensais rateadas. Essa a
situação de momento da maioria dos empreendimentos mais conhecidos como
condo-hotéis.
Onde as pessoas são donas de uma unidade ou quarto para hóspedes
dos hotéis, e confiam o hotel todo à gestão de uma administradora.
No Brasil, e dentre as maiores, o GRUPO ACCOR, e a ATLANTICA.
Sintetizando a situação. Esses condo-hotéis, para ameaçarem dar
algum resultado a ser dividido entre os proprietários das unidades, precisam
ter, no mínimo, uma ocupação de 40%.
Durante alguns meses da pandemia a ocupação foi ZERO, e nos
últimos meses, 20%.
Ou seja, chega no fim do mês as receitas são insuficientes para
cobrir as despesas, e assim, os proprietários das unidades são convocados para
cobrirem o rombo.
Ao invés de uma renda mensal, passaram a ter mais uma despesa
mensal.
Os mais machucados e sem ter de onde tirar dinheiro na medida em
que investir em condo-hotéis era o único investimento que possuem, saem no
desespero colocando à venda suas unidades.
E assim, com uma avalanche de ofertas, o preço de uma unidade que
dois anos atrás rondava entre R$ 300 e R$ 400 mil, hoje está na faixa dos R$ 30
a R$ 40 mil…
Em, entrevista para JULIANA
SCHINCARIOL, do jornal VALOR, um investidor declarou,
“Estou há quatro anos sem nenhum rendimento. Não consigo trocar um
quarto por um carrinho de pipoca…”.
Para quem sofre ou é claustrofóbico, definitivamente não se
recomenda investir em condo-hotel. Vai morrer no desespero…
7
– ADEUS, FORD!
No dia 24 de abril de 1919, a FORD recebeu autorização para iniciar suas operações em São Paulo, Brasil. O dinheiro para começar, US$ 25 mil, veio da unidade da empresa na Argentina, onde se instalara anos antes.
No exato momento em que comemorava 100 anos da efeméride, a FORD
tocou o primeiro sinal. Vendeu sua fábrica de São Bernardo do Campo e tentava,
inutilmente, resistir, numa ação lancinante de reinvenção, com mudanças
sensíveis em sua linha de produto.
Não foi suficiente. Jogou a toalha. No dia 11 de janeiro de 2021,
com quase 102 anos, a FORD anunciou que estava despedindo-se do Brasil.
A chamada década mais que perdida, a pior das últimas 20, a de
2011/2020, foi devastadora para a FORD, outras montadoras, e infinitas
empresas.
Uma década em que, e em números reais, o Brasil regrediu, voltou
para trás. Agora, e num trabalho da agência REUTERS, os números da despedida.
Nos últimos 8 anos, e em cada carro que vendeu, a FORD perdeu R$
10 mil, ou quase, US$ 2 mil.
Na década, as perdas acumuladas foram em torno de US$ 10 bi ou R$
61 bi.
E agora, e no fechamento de tudo, na melancólica, trágica e brutal
despedida, mais US$ 4,1 bi de indenizações e prejuízos, para honrar seus
compromissos e sair dignamente, mais ou menos um desembolso de R$ 22 bi.
Não há vencedores em finais de casamentos. Na vida, e nos
negócios. Ainda que tenham durado mais de 100 anos.
8
– AMOR PELA CIDADE
No ano de 1954, com alguns amigos de faculdade, o designer MILTON
GLASER fundou o PUSH PIN STUDIOS, uma espécie de fortaleza assumidamente
influenciada por toda a história visual da humanidade.
Já em 1967, criou, para o hoje octogenário BOB DYLAN, o pôster
histórico de sua coletânea de hits.
Em 1968, – o ano em que o mundo velho começa a despedir-se –, cria
a revista da cidade, em que se espelharam centenas de revistas de cidades pelo
mundo, a NEW YORK MAGAZINE.
GLASER nasceu no BRONX, recebeu a MEDALHA NACIONAL DAS ARTES das
mãos de BARACK OBAMA, e morreu no dia 26 de junho de 2020, no mesmo dia em que
nasceu, de derrame cerebral, aos 91 anos de idade.
Mas sua obra maior, talvez, e que segue mais viva do que nunca, a
conotação de amor que emprestou à cidade, quando criou a monumental logomarca I
LOVE NEW YORK, Um I, mais um coração vermelho, mais NYC, no ano de 1977, quando
a cidade enfrentava sua maior crise: decadência, violência, insegurança, e
tentando trazer de volta os turistas.
De certa forma a semente multiplicou-se e assim, bilionários
apaixonados, procuram sempre oportunidade para investir e valorizar a
ilha/cidade.
Um ano antes da pandemia, num dos maiores investimentos de todos
os tempos, foi inaugurado o projeto HUDSON YARDS, um investimento de US$25
bilhões, hotéis, edifícios, shopping centers, tendo como centro o THE VESSEL,
uma torre de observação no formato de vaso voltado para o céu com milhares de
degraus.
Agora, numa sexta-feira, dia 21 de maio, um novo empreendimento
foi aberto ao público, também bancado por um bilionário apaixonado pela cidade.
LITTLE ISLAND, um novo parque flutuante sobre o RIO HUDSON,
ancorado em 132 enormes tulipas de concreto, com caminhos, flores, anfiteatro,
vista deslumbrante, espaços para os que visitam ou moram na cidade tomar sol e
fazer piqueniques, outra criação do arquiteto inglês THOMAS HEATHERWICK, o mesmo que
criou o complexo HUDSON YARDS.
Ou seja, amigos, a sementinha plantada por MILTON GLASER, I LOVE
NEW YORK, frutificou.
Mais que plantada, e de certa forma traduzida porque anos antes
muitos americanos já manifestavam seu amor pela cidade, com obras monumentais
como o ROCKEFELLER CENTER, O CHRYSLER BUILDING, o EMPIRE STATE BUILDING, e
muitas outras mais.
9
– PREMONIÇÃO
Se dentre as empresas e empresários de sucesso da atualidade
existe algum e alguma que já nasceu olhando para frente, pensando e realizando
o futuro, essa empresa é a POLISHOP e esse empresário é o JOÃO APPOLINÁRIO.
Em entrevista histórica e onde resgata os primeiros 21 anos de uma
empresa que já nasceu no futuro, realizada pela jornalista JANAINA LANGSDORFF, JOÃO
APPOLINÁRIO sintetiza da seguinte maneira:
“A POLISHOP nasceu em 1999 já digital, com e-commerce e televisão,
apoiados pelo call center e compras realizadas através do e-commerce. Desde o
primeiro dia, nosso entendimento era o de que o futuro do varejo traduzia-se em
atender o cliente onde estivesse – digital, analógico, ou qualquer canal
possível. Lançamos os canais digitais em 2001 e simultaneamente a catálogos e
revista. No ano de 2003, inauguramos as duas primeiras lojas e começamos o
canal de televisão porque entendíamos que a nossa mídia era importante.
Começamos simultaneamente com um primeiro estúdio junto ao escritório. Enfim, a
POLISHOP nasceu com o posicionamento da multicanalidade…”.
APPOLINÁRIO fala do erro generalizado que vem acontecendo com a
maior parte das empresas do e-commerce: “O e-commerce vem tomando um caminho
errado no mundo inteiro. Deveria ser uma plataforma de serviços e comodidade
para a pessoa que ou não vai à loja, ou, se vai, quer chegar informada, muito
especialmente nas lojas onde acontece o autoatendimento. O que constatamos hoje
é que o caminho escolhido foi exatamente o oposto. Ao invés de oferecer
comodidade, optou pela destruição de valor e só chama a atenção pela concessão
de descontos. Não sei por quanto tempo mais essa prática é sustentável. Em
síntese, hoje assistimos um festival de aquisições e, com raríssimas exceções,
as empresas perdem dinheiro no e-commerce…”.
A POLISHOP E A PANDEMIA
Dentre as diferentes revisões que a POLISHOP precisou fazer e
adotar durante a pandemia, talvez a mais difícil tenha sido proceder a LOGÍSTICA
REVERSA dos estoques.
Diz, APPOLINÁRIO: “Com as lojas fechadas, tivemos de fazer a
logística reversa, das lojas para nosso centro de distribuição, pois 60% de
nosso estoque estava nas lojas físicas. Estamos presentes em todo o Brasil, e
todas as nossas 268 lojas fecharam. Mais do que isso, todas não podiam
funcionar aos sábados e domingos, nossos principais dias de vendas…”.
Essa é a POLISHOP, esse é APPOLINÁRIO, a empresa e o brasileiro
que intuíram como seria o comércio muito antes que todos os demais. Uma
referência mundial.
10
– NÔMADES DIGITAIS
E aí, existia uma correlação absoluta e completa entre moradia e
trabalho.
As pessoas, mais de 90% delas, trabalhavam na cidade onde moravam.
Alguns prestadores de serviços, no entanto, mesmo antes da internet e do
digital, prestavam serviços para empresas de todo o país, e muitos, de todo o
mundo.
Na medida em que o digital foi avançando, essa possibilidade
cresceu, e assim, e por exemplo, boa parte dos contribuintes americanos confiam
a especialistas na Índia a realização de seus impostos de renda, assim como
muitos estudantes americanos têm aula particular com professores indianos, e a
distância.
Muitas empresas de tecnologia no Brasil trabalham com
programadores na Índia.
De qualquer maneira, isso aconteceu num primeiro momento do
digital, e com a chegada da internet.
De 10 anos para cá a consciência da mobilidade foi crescendo, os
gadgets aperfeiçoando-se, as conexões melhorando, e assim, milhares de jovens
profissionais decidiram, além da mochila, colocarem um notebook a tiracolo e
partirem pelo mundo sem deixar de prestar serviços a empresas.
São os chamados NÔMADES DIGITAIS, que vêm crescendo de forma
acelerada nos últimos anos, fazendo com que alguns países, e principalmente
cidades que sempre atraíram muitos turistas, desenvolvam programas especiais
voltados para eles, nômades digitais.
Neste ano, e pegando carona na forte atração que exerce em todas
as pessoas de todo o mundo, o RIO DE JANEIRO coloca em andamento um plano de
posicionar-se como o principal polo para os nômades digitais de todo Brasil, e
se possível, da América Latina.
Em entrevista ao O GLOBO, a presidente da RIOTUR, DANIELA MAIA,
disse que a cidade está se preparando para oferecer a infraestrutura básica a
um nômade digital, e que passa também pelo envolvimento da hotelaria, bares e
restaurantes.
A ideia, segundo DANIELA, é primeiro atrair quem está em São
Paulo, Belo Horizonte, ou outras cidades do País, trancadas num apartamento,
para vir trabalhar no RIO por um ou dois meses… O passo seguinte, atrair o
estrangeiro…”.
Tem tudo para dar certo.
Vai dar certo!
DRUCKER’S MONTHLY
Reservamos todo o final do BUT para alguma lição de nosso adorado
mestre e mentor PETER DRUCKER.
Em todos os seus livros – quase 40 – nosso adorado mestre e mentor
em algum momento trata de um dos temas recorrentes de sua vida e lições. Trata
da INOVAÇÃO.
Assim, e para esta edição, separamos e depois juntamos seis desses
momentos, e que, de certa forma, constituem uma espécie de hexágono de ouro
sobre a INOVAÇÃO, segundo PETER FERDINAND DRUCKER, o criador da administração
moderna e de sua ideologia, o marketing.
VAMOS AOS SEIS:
1 – “Resultados decorrem do
aproveitamento de oportunidades e não da solução de problemas. Solução de
problemas apenas restaura a normalidade. Oportunidades significam explorar
novos caminhos.”
2 – “Todas as inovações eficazes
são absurdamente simples. O maior elogio que uma inovação pode receber é alguém
comentar tratar-se do óbvio. E, completar, dizendo, ‘por que não pensei nisso
antes?’”.
3 – “Há anos leio os discursos dos
que ganham o Prêmio Nobel. Quase sempre dizem, “o que me levou ao trabalho que me
possibilitou essa conquista foi uma observação ao acaso feita por um professor
que me disse ‘por que você não tenta algo em que os resultados realmente façam
a diferença?’”.
4 – “Uma empresa só inovou de
verdade quando o cliente reconheceu, valorizou e se dispôs a pagar por isso.”
5 – “A inovação sempre significa
um risco. Mas, ir ao supermercado de carro para comprar pão também é arriscado.”
6 – “Qualquer atividade econômica
é de alto risco. Não inovar e tentar preservar o passado é muito mais arriscado
do que construir o futuro.”
Sintetizando as seis lições de ouro de nosso adorado mestre, absolutamente impossível sobreviver e prosperar sem perseguir obstinada e diuturnamente a inovação.
Fazer-se hoje, da mesma forma, com
os mesmos gestos e palavras, com semelhante emoção, o mesmo que se fez ontem, e
anteontem, e nos dias anteriores, é cometer suicídio homeopaticamente…
TODOS INOVANDO, SEMPRE! Até
agosto!