Autor: Francisco Madia

Negócio

Cruzou a linha

Se os números de três das principais organizações de varejo do país são uma amostra mais que significativa da realidade, a realidade do comércio em nosso país é outra. As vendas no digital suplantaram as vendas no analógico. Os Bricks, gradativamente foram perdendo a importância, e abrindo espaço para os Clicks. Muitos dizem que as lojas continuam sendo da maior importância para algumas vendas, mas, e principalmente, como ponto de entrega do que foi comprado pelo digital, assim como resolver pequenos problemas. Mas para isso essas chamadas Novas Lojas, ou Terminais de Entrega, não precisam mais nem serem lojas, e muito menos pagarem por espaços privilegiados arcando com os valores inerentes aos chamados Pontos Comerciais. Não precisam ficar na avenida, podem instalar-se nas ruas de trás… Daniele Madureira da Folha foi atrás e consolidou os números. E o atravessar da linha está mais que constatado. Nos últimos meses as vendas no digital bateram com folga as realizadas nas lojas. Na Americanas as vendas pela internet alcançaram 76%; Luiza 71%, e VIA (Bahia + Ponto Frio) 59%. Por decorrência, no ano de 2021 a Luiza investiu R$222 milhões em 182 novas lojas, e R$790,2 milhões em tecnologia. A VIA R$223 milhões para abrir 101 novas lojas, mas, R$601 milhões em tecnologia. Curto e Grosso, a linha divisória foi atravessada e vai ficando para trás. Até o final desta década assistiremos a decadência irreversível das chamadas ruas de comércio, e o fechamento de milhares de lojas por todo o Brasil. Como de certa forma já aconteceu com os dois quarteirões da rua da Consolação antes de chegar na Avenida Paulista… Lembram do slogan da velha e boa transportadora e que era, “O mundo gira e a Lusitana roda”. É mais ou menos por aí. O mundo gira e os que almejam sobreviver que tratem de girar junto. Mas não é fácil…
Negócio

Bruxas e fantasmas

Brasil, um país único. Abarrotado de Bruxas e Fantasmas. Como assim, você nunca viu? Eu também nunca vi, mas a absurda realidade brasileira, mas que sugere e dá indícios inequívocos de suas existências. Mais ou menos confirmando o provérbio que diz, “Yo no creo em brujas, pero que las hay las hay”. Em verdade, originário da Galiza, e onde e no original seria, “Eu non creo nas meigas, mais habelas hainas…”. Assim é nosso país. O que obriga muitas vezes as pessoas e empresas tomarem cautela e protegerem-se daquilo que ainda não existe, mesmo porque em nosso país até o que não existe, assombra. Assim, e antecipando-se ao governo, legislativo, justiça e outras instituições, as empresas já pedem a seus escritórios de advocacia em todos os novos contratos de qualquer ordem pra já ir colocando cláusulas que as protejam das decorrências do Metaverso a caminho. Isso mesmo, o criado por Mark Zuckerberg que dia a dia vai se adensando, ao menos no plano dos comentários. Ou seja, a versão Metaverso Brasil já nascerá abarrotada de juridiquês… O que faz com que os escritórios sorriam e ganhem mais alguns e muitos cobres pelos prováveis e eventuais fantasmas e bruxas. Coisas de um país de gatos escaldados que têm medo de água fria, e sobre o qual o ex-ministro Malan teria dito, “o país onde o futuro é duvidoso e o passado incerto…”. E o presente, concluo, talvez…
1
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 04/09/2024

O prevalecimento da moeda TEMPO e a invenção das DARK KITCHENS.
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 03/09/2024

Qual o sentido de uma nova linha de METRÔ numa realidade completamente nova e diferente?
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 31/08, 01 e 02/09/2024

Mais alguns meses e um novo Imposto. Para o tratamento dos Bets Dependentes…
1
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 30/08/2024

Carro Popular! Brasil, o país das bizarrices…
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 29/08/2024

Voltar a dar vida a uma MARCA é um dos maiores desafios do marketing…
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 28/08/2024

As surpresas dos “BLIND TESTS”.
Negócio

Uma entrevista instigante e devastadora

Meses atrás, Fernando Zancan, presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, concedeu entrevista a Lana Pinheiro, da revista Dinheiro, e entortou a cabeça de muitos… De quase todos. Manifestou-se de forma definitiva e taxativa, “A solução para as questões climáticas não é acabar com os combustíveis fósseis, e sim, descarbonizar sua produção…”. Segundo Fernando, “Estamos sofrendo um escrutínio global por uma confusão de conceitos. Dentro do necessário processo de descarbonização da economia, há um entendimento errado de que é preciso acabar com o combustível fóssil. Pregam o fim da fonte, e não a solução do problema decorrente da emissão dos gases estufa. Os fósseis representam 80% da matriz energética mundial e, pela representatividade, viraram alvo. Assim, repito, a solução para as questões climáticas não é descarbonizar a cadeia. Temos de capturar CO2, armazená-lo ou dar outra destinação, planejando uma transição energética de um modelo de alto para o de baixo carbono sem destruir valor econômico nem social…”. Pouco provável, diante da altura e intensidade que alcançou a discussão, que agora a outra parte consiga ouvir as ponderações da Associação Brasileira do Carvão Mineral.
2
Negócio

Esqueceram–se do colchão

Há anos, quase 30, que o mundo sabia que mergulharia numa crise de dimensões monumentais. O fim dos empregos, e um intervalo entre 10 e 20 anos até reacomodar ou redirecionar milhões de pessoas. Prepará-los para migrarem de empregados para profissionais empreendedores. Com uma perspectiva e futuro muito melhor do que foi até ontem, mas com muita dor e sofrimento no intervalo. Assim, o mundo que já deveria ter se preparado para esse momento, construindo um colchão social para amparar essas pessoas – muito especialmente os jovens saindo da adolescência em direção a um mercado de trabalho que não existe mais. Meses atrás, Ronaldo Lemos, advogado e colunista de tecnologia na Folha, palestrante, com uma das melhores séries de TV sobre o admirável mundo novo em processo de construção – Expresso Futuro – trata do assunto relatando o que vem acontecendo em outros países, muito especialmente na China. Segundo Ronaldo, a geração que chamamos aqui de Geração Nem Nem – nem estuda, nem trabalha – no Brasil o dobro dos demais países desenvolvidos – 36% dos jovens entre 18 e 24 anos, ganham diferentes denominações em outros países. Na China, um contingente gigantesco de jovens entre 18 a 30 anos que integram a chamada geração Tang Ping – “Permanecer Deitado” – não fazer absolutamente nada, e deixar o tempo passar. E a caminho uma nova geração batizada de Bai Lan – “Deixar Apodrecer”. Uma geração que além de jogar a toalha quer que tudo se “ferre” para não dizer “se foda”. Parcela expressiva dessas pessoas passam seus dias mergulhados nas redes sociais. Segundo Ronaldo, em pesquisa recente realizada nos Estados Unidos com pessoas entre 23 e 38 anos, a constatação de que 22% dos entrevistados dizem não ter amigos; Nenhum! Solidão total e absoluta. E ainda, na China, uma outra denominação para essa geração, “Geração Morango” – jovens que pretendem ganhar a vida como influenciadores, mas que, e a semelhança dos morangos, são de uma inconsistência e fragilidade absolutas. É isso, amigos. Há duas décadas no mínimo se sabe que os empregos estavam terminando. Agora, com raríssimas exceções terminaram.  E nós, mundo, não criamos um colchão social para realizar a travessia de forma mais tranquila e segura. Infelizmente, a agressividade e violência deveria subir o tom de forma significativa. Talvez a principal característica da segunda metade desta década. Ninguém pode alegar que não sabia, e muito menos que fomos pegos de surpresa. Uma crise social e monumental anunciada com muitos anos de antecedência…