Diário de um Consultor de Empresas – 29, 30, 31/03 e 01/04/2024
Dos publieditoriais, mais conhecidos como matérias pagas, aos BRANDED CONTENT.
Diário de um Consultor de Empresas – 28/03/2024
Prisão perpétua, em muitos países do mundo, e “saidinhas”, no Brasil
Março 2024
BUT PRESS 30
Março 2024
Como de
hábito separamos 10 temas da maior importância, e que se traduzem em lições e
aprendizados para todos nós.
E no final
e sempre, a lição do mês de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER.
O PRIMEIRO
ASSUNTO DE HOJE, É,
1 – DENOMINAÇÕES
INADEQUADAS
Empresas e
seus profissionais de marketing e branding jamais poderiam se esquecer, ao
batizarem um serviço, que uma das maiores virtudes de uma denominação é
conseguir passar exatamente de que serviço se trata. Graus básicos e essenciais,
entendimento e compreensão.
Às vezes, a
denominação original corresponde ao propósito específico de um serviço no
momento de sua criação.
Mas, com o
passar do tempo, esse serviço multiplica-se em mais serviços, aumenta sua abrangência,
e como mantém sua denominação original, cria na cabeça das pessoas um processo
esquizofrênico.
Pegando
carona em suas raízes, o banco digital do MERCADO LIVRE – originalmente uma
simples plataforma de pagamentos – denominou-se MERCADO PAGO.
Uma escolha mais ou menos óbvia para quem trabalhava no MARKETPLACE.
Na cabeça
dessas pessoas, e como clientes, imediatamente vão associar MERCADO PAGO a
MERCADO LIVRE.
Mas, e como
era mais que óbvio, também, isso não aconteceu. E até hoje, parcela expressiva
dos clientes do gigante dos marketplaces em nosso país, desconhecem que o
MERCADO PAGO é o banco do MERCADO LIVRE.
Assim, meses
atrás, e através da comunicação, mas mantendo a denominação, procurou passar
para as pessoas que o MERCADO PAGO, muito especialmente para seus clientes, que
o MERCADO PAGO é o BANCO DO MERCADO LIVRE.
Respeitamos
a decisão. Mas faltou coragem e determinação para tomar a decisão mais que
necessária, e que em algum momento terão que fazer.
A
denominação MERCADO PAGO remete a outra coisa. Não traduz e jamais traduzirá de
que serviço se trata.
Assim, tudo
o que deveriam fazer é uma correção de verdade e mudado de denominação.
Mas…
2 – EMPRESAS INQUEBRÁVEIS
E de
repente, o mundo vive décadas de calmaria, e as pessoas vão se esquecendo que
não existe, repito, não existe EMPRESA INQUEBRÁVEL.
Sim, todas
são QUEBRÁVEIS, e isso acontece sempre que decisões erradas são adotadas de
forma recorrente até que, o que era aparente e supostamente inquebrável,
quebra.
Portanto e
sempre, todo cuidado é pouco, muito especialmente quando vamos escolher a
instituição financeira que vai cuidar e guardar nossas poupanças e economia.
Semanas
atrás, o supostamente inquebrável CREDIT SUISSE – isso mesmo, um banco
legendário – precisou de poucos dias para arrebentar de forma monumental,
exigindo a rápida movimentação da SUÍÇA para conter uma crise de dimensões
inimagináveis.
Em poucas
horas e com o apoio do governo, o CREDIT SUISSE foi comprado pelo grupo UBS,
sendo essa operação de emergência e socorro tratada pelo presidente daquele
país, ALAIN BERSET, como, “um grande passo para a estabilidade das finanças
internacionais”.
E pensar
que durante décadas a grande maioria das pessoas acreditava que jamais um banco
suíço quebraria.
QUEBROU!
3 – AIR
FRYER EFFECTS
E aí nasceram
as panelas,
as
frigideiras,
a
revolucionária panela de pressão,
as pessoas
iam aprendendo a usar,
e a forma
de fazer os mesmos pratos de sempre com mais qualidade e praticidade.
Em menos de
duas décadas foram ganhando vida, conhecimento e aprendizado pela prática, as
chamadas AIR FRYERS, talvez a mais radical das novidades nas cozinhas do mundo,
depois das panelas de pressão,
dos
microondas,
e das
máquinas de café.
Patenteadas
há pouco mais de uma década, chega ao mercado em 2010 num lançamento da
PHILIPS, na Alemanha.
E
institucionalizadas no Brasil pela comunicação intensa e intermitente de seu
principal disseminador, a POLISHOP…
As
literalmente FRITADEIRAS A AR – são traduzidas, reposicionadas e entendidas no
Brasil como as fritadeiras que dispensam o óleo…
E com a
chegada, compra, aprendizados de uso, e muito mais, OS EFEITOS da chegada da
AIR FRYER não param de se suceder.
E dentre
outras redescobertas, a partir de sua chegada, a multiplicação na venda de
batatas pronta para aproveitar ao máximo as virtudes e competências das AIR FRYERS.
Antes da
chegada das AFs a necessidade já existia e alguns gigantes até hoje prevalecem
no território das batatas prontas para a “fritura” como a gigante McCain que e
neste momento investe US$150 milhões numa nova fábrica na capital desse tipo de
produto, a cidade de ARAXÁ, e onde cresce e prospera outras das grandes
empresas desse território, a BEM BRASIL, da família ROCHETO, e que diz possuir
47% do mercado nacional desse tipo de batatas.
Todos os
produtores do território da batata seguem mais que otimistas, referenciando-se
no que acontece em outros países e continentes, como por exemplo, na Europa,
onde o consumo per capta passa dos 15 Kg, e no Brasil ainda não chega nos 4,0
Kg.
E assim, e
uma vez mais, um novo produto muda de forma radical os hábitos de consumo e
alimentação das pessoas.
O Brasil,
por exemplo,
década de
1950,
nunca mais
foi o mesmo com o advento dos liquidificadores, e da mais que tradicional e
legendária ESCOLINHA WALITA, a grande atração de cada ano de algumas das
principais cidades do país. Ensinava como usar o liquidificador…
4 –
RESSUSCITAÇÃO DE MARCAS
Esse é um
belíssimo desafio. É possível ressuscitar-se, voltar a dar vida, a uma marca
que permaneceu ausente por um determinado tempo?
Impossível,
claro que não é, muito especialmente se foi uma marca de grande presença, e se
as pessoas que se relacionavam com essa marca ou não morreram, ou não mudaram
radicalmente de visão e perspectiva.
Sempre
lembrando, a marca é uma propriedade de empresas, produtos e pessoas, mas
habita a cabeça e o coração de seus seguidores e admiradores e clientes. Seres
humanos vivos, em permanente mudança, e assim conhecer-se sua percepção e
reconhecimento atual é da maior importância.
Durante
anos MODESS foi, talvez, o melhor amigo dos dias mais ruins de todos os meses
das mulheres brasileiras de classes A, B, e um pouquinho da C. As mais pobres
jamais tiveram acesso a MODESS ou qualquer outro absorvente. Recorriam ao velho
e bom paninho.
E um dia a
JOHNSON & JOHNSON, dona da marca MODESS, num processo de revisão de
categoria colocou MODESS no banco, e escalou para ocupar esse e todos os demais
espaços outras marcas. E deu certo.
E, sabe-se
lá por quais razões, cochilou e não renovou seus direitos sobre MODESS, e, em
tese, espertamente, a EVER GREEN, empresa brasileira, foi lá, conseguiu o
registro, e meses atrás trouxe MODESS de volta ao mercado.
Explicando
sua estratégia à MARCIA DE CHIARA do ESTADÃO, AMAURI HONG, CEO da EVER GREEN
declarou, “O recall de MODESS é impressionante, existe uma lembrança afetiva
muito forte entre as mulheres com mais de 30 anos…”.
Não é
suficiente… avós não menstruam, de um lado, e as jovens provavelmente ou não
conhecem MODESS, ou devem olhar para marca com pouca curiosidade, e, quem sabe,
indiferença.
A EVER
GREEN espera que a ressuscitação de MODESS, agora sob nova propriedade e
fabricação, represente inicialmente uma receita inicial/ano de R$100 milhões.
Impossível
não é, mas são mínimas as possibilidades.
5 –
PERPLEXIDADE
O mundo
sabia e teve todos os sinais e indicativos que deveria se preparar para a maior
dentre todas as disfunções. A tal da
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ilimitada.
De certa
forma, em dois livros do mais que visionário e brilhante JEREMY RIFKIN, essa
advertência foi feita.
E em dois
livros que foram publicados há mais de 20 anos, um e quase 10, outro –
respectivamente O FIM DOS EMPREGOS e SOCIEDADE COM CUSTO MARGINAL ZERO –. Mas,
muitas vezes uma ficha demora para cair, e finalmente despencou agora na frente
de todos com o chatGPT e irmãos.
Tendo a
possibilidade de testar o aplicativo, as pessoas gelaram. Caíram em total
perplexidade. Enquanto e simultaneamente, milhares de empresas pelo mundo, em
especial as da nova economia incluindo as BIG TECHS, deram início ao processo
de CORTES DESMESURADOS, CRESCENTES E INFINDÁVEIS DE EMPREGADOS.
E aí bateu
o pânico, fazendo com que semanas atrás empresários, intelectuais, cientistas,
assinassem uma primeira carta pedindo, AI STOP. Pedindo um tempo para medidas
urgentes procurando conter a devastação decorrente da Inteligência Artificial.
A carta
veio a público no portal futureoflife.org, e foi assinada por uma série de
celebridades, como ELON MUSK, YUVAL NOAH HARARI, STEVE WOZNIAK, EMAD MOSTAQUE,
dentre outros…
O tom do
manifesto, como não poderia deixar de ser, é de tirar o sono da maioria das
pessoas, tipo, criamos um monstro e não sabemos o que fazer com ele antes que
nos devore a todos…
Em seu
texto, diz,
“Devemos
permitir que as máquinas inundem nossos canais de informação com propaganda e
mentira? Devemos automatizar todos os trabalhos incluindo os gratificantes?
Devemos
arriscar perder o controle de nossa civilização? Decisões como essas não
deveriam ser delegadas a líderes de tecnologia não eleitos…”.
A gota d´água
para bater o desespero foi o fato de a MICROSOFT disponibilizar em seu programa
universal praticamente presente em parcelas substanciais dos computadores em
todo o mundo, o chatGPT, e do qual e no qual é a principal investidora, ou
seja, arma pesada na mão das mesmas pessoas – nós – que inundam o mundo e as
redes sociais com bilhões de bobagens.
Por
enquanto é isso.
Depois do
COVID-19, e agora, sem qualquer vacina a vista, o chatGPT e seus similares
invadem nossas praias, cidades, corações e mentes…
6 – E A
GLOBO, COMO ANDA A GLOBO, OU, VER TV, E VER NA TV
Durante décadas
víamos na TV. Girávamos o botãozinho, ou acionávamos o remoto e saímos em busca
dos canais. Depois veio o cabo, o streaming, a internet, e agora não VEMOS MAIS
TV, APENAS VEMOS NA TV.
No tempo em
que VIAMOS TV, a GLOBO reinou de forma brilhante e esplendorosa durante 4
décadas. Da 4ª em diante a concorrência não das demais emissoras, mas de novas
alternativas não mais para VER TV, mas para VER NA TV foram se multiplicando, e
hoje, nós todos, proprietários de uma SMART TV – que bom que as TVS ficaram
inteligentes –, passamos a deter além da propriedade, a posse e o uso do
aparelho que compramos. E o mundo escancara-se em nossas novas telas.
E o que
aconteceu com a líder absoluta e imbatível GLOBO diante de tudo isso, e além da
concorrência ter se multiplicado ao infinito? Segue firme e forte na liderança.
Primeiro,
vamos nos situar no que é a GLOBO hoje, nas palavras de MANZAR FERES, diretora
de negócios integrados, e falando a JANAINA LANGSDORFF do PROPMARK:
“O processo
de transformação começou com o projeto UMA SÓ GLOBO, que uniu TV GLOBO,
GLOBOSAT, GLOBO.com, GLOBO PLAY, e, SOM LIVRE em uma única empresa. Novas
formas de produzir e distribuir conteúdo com potencial de convergência entre os
meios consumidos pelas pessoas diariamente, serviços digitais para o público e
soluções publicitárias para o mercado dão continuidade ao plano… Estamos na
TV ABERTA, TV POR ASSINATURA (com mais de 20 canais) e STREAMING (GLOBOPLAY).
No ambiente digital reúne G1, gshow, ge, globo.com, Receitas.com, Cartola, e,
Podcasts…. assim, e além do profundo conhecimento dos brasileiros, esse
ecossistema é o que nos torna únicos…”.
Tudo bem,
muitos poderão seguir empolgados, mas, os mais críticos e céticos, perguntando,
WHERE IS THE BEEF, ou, ONDE ESTÃO OS RESULTADOS…
No ano de
2022, fechados o balanço e consolidados os números, a GCP – GLOBO COMUNICAÇÃO E
PARTICIPAÇÕES, terminou o ano com um LUCRO LÍQUIDO de R$1,253 bi, após um
prejuízo de R$173 milhões em 2021.
Receitas
totais de vendas de R$15,1 bi, com um salto de 33% especificamente nas receitas
decorrentes do ambiente digital.
No ano
passado, repetiu a performance e dispõe de um caixa, segundo declarou seu
presidente PAULO MARINHO, da ordem de R$14,2 bi.
Ou seja, e
concluindo, e salvo acidentes de percurso ou tropeços de última hora, pode se
afirmar que a GLOBO já superou com relativa tranquilidade os momentos mais
difíceis da transição.
Diferente
do que segue acontecendo com outras empresas desse e de outros territórios,
onde o futuro continua sendo uma mega interrogação, a GLOBO pode afirmar que
está com os dois pés solidamente fincados no ADMIRÁVEL MUNDO NOVO.
7 – O
QUE PRETENDEM FAZER OS NOVOS MÉDICOS
Um dia, por
razões que a própria razão além de desconhecer – se conhecesse ignoraria –, o
Brasil sai desembestado multiplicando os cursos de direito.
De duas,
originalmente, 1827, a FACULDADE DE DIREITO DE OLINDA e a do LARGO SÃO
FRANCISCO, a da USP, hoje o Brasil tem mais faculdades de direito do que
saúvas.
E, lembram,
ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil e é o que vem
acontecendo. Viramos o país onde tudo é judicializado, até bom dia. No final do
ano de 2022, o Brasil registrava 1,3 milhão de advogados inscritos na OAB. Sem
contar as centenas de milhares de bacharéis que optaram em parar no diploma e
não fizeram o exame da ordem.
Hoje o
Brasil tem um advogado para cada 164 brasileiros, de longe, a maior
concentração do mundo. E dos 380 cursos de direito de 1999, hoje são quase
2.000. No último dado disponível, o BRASIL, sozinho, tinha mais faculdades de
direito do que todos os demais países do mundo somados.
Agora a
iogurteria, boliche, paleteria da vez, são as faculdades de medicina.
Todas as
instituições de ensino disputando a tapa as faculdades/vagas existentes, e
pressionando o MEC para a concessão de novas faculdades.
Nas últimas
compras de vagas realizadas – já que durante cinco anos estava proibida a
abertura de novas faculdades – a medida para uma instituição comprar a outra
era o valor de cada vaga. R$10 milhões por vaga.
Mas, em
tese, e a partir de agora as possibilidades de novas concessões pelo MEC estão
escancaradas e a pressão é total.
Durante os
cinco anos de proibição, e mediante ordem judicial algumas instituições
passaram a oferecer o curso de medicina, e/ou novas vagas, e os processos
aguardando aprovação totalizam o número de 225, o que representaria a abertura
de 20 mil novas vagas, um aumento de quase 50% nas 42 mil vagas hoje
existentes.
A pergunta
que todos deveriam fazer, mas não fazem, é quais as perspectivas dos médicos a
partir de 2030, já tendo a saúde incorporado todos os avanços e conquistas
decorrentes do tsunami tecnológico, e com o nascimento de duas novas medicinas:
a CORRETIVA, e a PREDITIVA?
Mais ou
menos como acontece quase tudo neste Brasil velho. Seguimos decidindo com os
olhos grudados no retrovisor e ignorando, por falta de sensibilidade, por
desconhecimento, ou burrice mesmo, o que será a medicina como um todo, já no
final desta década. E o que essas fornadas de novos médicos irão fazer…???
Assim, e em
outras proporções, a medicina no Brasil estava se convertendo no novo direito.
E quando se formam profissionais em excesso dentro de uma mesma especialização,
e como todos comem, dormem, consomem, têm família, gastam, precisam ter alguma
renda, e aí, como acontece hoje com os advogados de porta de cadeia, aeroporto,
salão de festas, velório, e tudo mais, assistiremos perplexos, mas não por
falta de avisos, a invasão dos médicos.
Hoje o
valor médio da mensalidade nas faculdades de medicina é de R$9 mil. Em 10 anos,
menos de R$3 mil, e sobrarão vagas…
8 –
ATACAREJO É UM TÉDIO. QUANDO A ECONOMIA DO PAÍS MELHORAR,
RETORNARÁ
A MEDIOCRIDADE
Nos últimos
anos temos testemunhado o apogeu, clímax, e elogios desmesurados a uma
aberração, um pequeno grande monstro, batizado de ATACAREJO.
Uma
excrecência.
O pior
lugar para se fazer compras. Claro, nós, cidadãos, que compramos para nosso
consumo e nossas casas. Já para os comerciantes e ambulantes em geral, talvez,
faça algum sentido.
O modelo
ATACAREJO repete, em outras proporções, o sucesso dos HIPERMERCADOS, nos anos
que antecederam o PLANO REAL, e num momento onde a inflação não parava de
crescer. O CARREFOUR de hoje, por exemplo, cresceu e prosperou nesse momento.
Nos dias em
que as pessoas recebiam o pagamento corriam para comprar e se sujeitavam a
tudo, entrando e ficando em filas monumentais nos HIPERMERCADOS da época, e
onde prevalecia, repito, o CARREFOUR.
Esse tempo,
por enquanto, e felizmente, ficou para trás.
Mas se o
atual governo depois do primeiro ano continuar fazendo o que fez até agora –
NADA – e com projetos medíocres e reciclados de fracassos do passado,
governando com os olhos grudados no retrovisor, seguiremos correndo elevadíssimos
riscos da inflação retornar com tudo. E, talvez e quem sabe, dando uma
sobrevida pros deploráveis ATACAREJOS.
Independente
do comentário específico que acabamos de fazer sobre essa praga de péssimo
gosto chamada ATACAREJO, as mudanças em como a família brasileira se abastece
todos os meses para suas necessidades de alimentação, higiene, limpeza, seguem
em processo de intensa mudança.
E assim,
ainda levaremos mais alguns anos para termos definido quais são esses novos
hábitos e comportamentos.
Por
enquanto, tudo o que se sabe é que parte das compras que hoje são realizadas
presencialmente passarão a ser realizadas a distância.
Quem sabe,
em algum momento mais adiante, a maior parte.
9 – AU
e DU – Antes e depois do UBER
Sim,
o negócio de entregas sempre existiu, mas, a chegada do UBER ao Brasil é um
marco divisório.
Mesmo tendo
como origem o transporte de pessoas, mas, gradativamente passou a fazer
serviços de entrega, institucionalizando um novo elo na cadeia de valor.
E isso
aconteceu no ano de 2014 e a partir da cidade do RIO DE JANEIRO.
Um pouco
antes, em 2011, 4 sócios na cidade de São Paulo criavam o DISK COOK, que
recebeu investimentos em 2013 da MOVILLE, unificou a denominação para iFOOD, e
desde 2022 seu controle acionário pertence a MOVILLE sob o comando de FABRICIO
BLOISI.
Assim, UBER
e iFOOD os dois grandes nomes do negócio de transportes – de alimentos, e de
pessoas.
Voltando ao
UBER, que de certa forma converteu-se em designação genérica de um determinado
tipo de serviço, e seu modelo legal também se converteu em designação legal de
um certo tipo de negócio – UBERIZAÇÃO – e as demais empresas desse território,
acabam de ter uma primeira e mais completa fotografia do setor revelada pelo
CEBRAP – CENTRO BRASILEIRO DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO, a partir dos dados
fornecidos pelas principais empresas do setor.
Os números
traduzem a seguinte realidade:
– Hoje 1,6
milhões de pessoas vivem ou complementam a renda como motoristas ou
entregadores de aplicativos. Segundo o levantamento, são 1,274 milhão de
motoristas e 385,7 mil entregadores, portanto, mais de 1,5 milhão de pessoas.
Trabalham
na média 4,2 dias por semana os motoristas, e 3,3 dias os apenas entregadores.
Não
obstante todas as matérias publicadas nos últimos meses relatando a insatisfação
de motoristas e entregadores, a maior parte deles disse que pretende seguir no
negócio de entregas…
Dos
motoristas, 63% trabalham exclusivamente com os aplicativos, e 37% complementam
a renda com os aplicativos. Trabalham de 22 a 31 horas semanais, ganham com o
trabalho entre 3 a 6 salários mínimos, e os que performam melhor retiram em
média R$ 4,7 mil/mês, já descontados custos de combustível e manutenção.
A decisão
de migrarem para o UBER e demais empresas, para quase 50% dos motoristas, é a que
se encontravam desempregados…
É
isso, mais um balanço do novo elo da cadeia de valor dos serviços de entrega…
10 –
MUDANÇAS, NAS PREFERÊNCIAS
Com
todo orgulho, pompa e circunstância, a HEINZ publicou uma página de publicidade
no ESTADÃO, comemorando a vitória de sua MAIONESE, no TESTE A CEGA que o
caderno PALADAR do jornal faz com frequência.
E é
verdade, superou aquela que foi durante décadas a rainha das maioneses, a HELLMANN’S.
Ou seja, HEINZ jamais teve o que quer fosse a ver com maioneses. HEINZ é a
marca mundialmente consagrada de KETCHUP, a inventora do KETCHUP há mais de 100
anos.
No entanto,
no mesmo TESTE À CEGA do caderno PALADAR, quando o produto testado foi o
KETCHUP, a grande vencedora foi uma marca que nasceu no varejo, a QUALITÁ, e a
inventora do KETCHUP, a HEINZ, sinônimo de KETCHUP, chegou na terceira
colocação.
Curto e grosso, esqueçam os TESTE À CEGAS para aferir A MELHOR MARCA de determinada categoria.
Os testes à
cegas servem exclusivamente para medidas de qualidade, no sentimento dos
pesquisados, do produto em si. Cor, sabor, consistência, e tudo mais. E isso é
muito importante, mas não, o mais importante.
E agora, a lição de nosso
adorado mestre e mentor PETER DRUCKER desta edição de MARÇO/2024.
Hoje, nosso adorado mestre e
mentor PETER DRUCKER, refere-se ao nascimento
da ADMINISTRAÇÃO e o quanto impactou, espetacularmente, o desenvolvimento da
humanidade.
E ainda
sobre a condição essencial para que se revele eficaz, em sua prática.
Disse DRUCKER,
“Raramente,
na história da humanidade, uma instituição surgiu tão rapidamente ou causou um
impacto tão profundo como a administração.
Em menos de
150 anos, a gestão transformou a estrutura social e econômica dos países do
primeiro mundo.
Criou uma
economia global e estabeleceu novas regras para os países que participariam
dessa economia em condições de igualdade.
Mas não há
dúvida de que o desafio fundamental da administração permanece o mesmo: tornar
as pessoas capazes de apresentar um desempenho de qualidade face a desafios, objetivos
e valores comuns, proporcionando-lhes a estrutura correta, treinamento e
desenvolvimento contínuos de que necessitam para desempenhar suas funções e
reagir às mudanças”.
Celebremos,
pois, o advento da administração, talvez, e sob a ótica social, uma das mais
importantes conquistas de todos os tempos.
Marcas em risco
Arezzo e Grupo Soma, decidiram somar-se. Tudo de bom?! Do lado da Arezzo marcas como Schutz, Anacapri, Carol Bassi e Reserva. Do lado do Soma, Animale, Farm, Dzarm e Hering. Segundo os dados disponíveis, a nova empresa nasceu com um faturamento de R$11,7 bi.
Sinto dizer, nosso sentimento, consultores do MadiaMundoMarketing não é dos melhores. Praticamente impossível preservar e fazer crescer ainda mais MARCAS que deixam de ter um território específico e próprio, e passam a viver num coletivo, num espaço comum, por maiores que sejam os cuidados e providências. Nas primeiras horas o mercado reagiu positivamente, as ações das duas empresas subiram mais de 10%… Do ponto de vista financeiro, e no curto prazo um sucesso. Já no tocante ao Branding, riscos gigantescos e desproporcionais.
Praticamente impossível conseguir oferecer, a cada uma das marcas, um cantinho, território, espaço específico, com todos os cuidados necessários, para, e no mínimo, preservá-las. Já vimos esse filme e o final é triste.
Como um dia nos ensinou o arquiteto Ludwig Mies van der Rohe, “God is in the details”, ou, “Dieu est dans les détails, ou, no português, mesmo, “Deus está nos detalhes”, assim como a virtude, a sensibilidade, o respeito, o domínio, a gestão… Branding é ouriversaria. Bijoux de marque, ou, branded jewelery… O que uma Reserva, por exemplo, e depois de uma trajetória irretocável, vai fazer agora? Assim como uma Farm, ou a centenária Hering?
Já a Boeing…
Poucas vezes em toda a história da administração moderna e dos negócios assistimos uma Crise Cultural das dimensões que hoje vive a Boeing.
Como diz a música gravada originalmente por Orlando Silva, e depois por João Gilberto, de autoria de Marino Pinto e Zé da Zilda, “Aos pés da Santa Cruz, você se ajoelhou, em nome de Jesus um grande amor jurou…” e foi o que fez a Boeing. Após a queda de dois Boeings 737 Max com centenas de mortos, e se ver obrigada a determinar às empresas aéreas clientes que mantivessem os aviões que compraram estacionados sem dar um pio e nem imaginar bater as asas, a Boeing prometeu que se emendaria e nunca mais submeteria seus queridos clientes a uma vergonha dessa dimensão, e prejuízos que certamente levaria muitas a falência.
Juramento falso. Voltou a fazer o mesmo, e os compradores do novíssimo e supostamente a prova de todas as lambanças, Boeing 737 Max 9, todos, semanas atrás, foram obrigados a deixar seus pássaros estacionados, aguardando por uma solução. E que veio semanas depois, mas, com restrições!!! Socorro!
A marca Boeing, nos últimos 6 anos, mergulhou de cabeça e segue perdendo sustentação. Desde a queda de 2 737 Max em 2018, e agora com os 170 737 Max 9 permanecendo muitos dias estacionados e a espera de inspeção. A credibilidade da Boeing se não chegou a zero está muito próxima de. E quando sabem que o voo é num Boeing as pessoas não conseguem sorrir.
A Boeing, vive hoje a pior das crises que pode acometer qualquer empresa. Perdeu, o pouco que tinha de uma Cultura de Qualidade. A primeira vítima do 737 Max 9, a Alaska Airlines, que viu a porta de um de seus aviões despencar em pleno voo, e depois que a NBC noticiou ter a empresa encontrado muitos parafusos soltos em toda a frota de 737 Max 9, manifestou-se na pessoa de seu CEO, Ben Minicucci, “Minha pergunta para a Boeing é, o que pretendem fazer internamente para melhorar seus programas de qualidade?…”. E muitas empresas que compraram o Max 10, que por sinal está com seu cronograma de fabricação e entrega atrasado, reconsideram a decisão.
E pensar que um dia, quando pretendíamos elogiar uma pessoa, ou um produto, dizíamos, ”É um Boeing…”.
Pets, segredo do sucesso, ou, tem empresas que realizam uma venda e comemoram, e outras, poucas, que começam a construir um negócio…
Dentre as empresas do território dos Pets, empresas que comercializam produtos e serviços para diferentes tipos de animais, com forte concentração em cães, e, depois gatos, a Cobasi sempre foi a mais conhecida e respeitada; mas, de 10 anos para cá, e comendo por fora, a Petz descontou a distância, e converteu-se, agora, na referência em seu território de atuação.
Muitos se perguntam, como conseguiu essa proeza? Pela adoção das ferramentas do ambiente digital?
A resposta é sim, parcialmente, mas só conseguiu acelerar, exponenciar, e avançar no mercado, porque se preparou antes, pelo que fez, antes da dose substancial de tecnologia que agora vem injetando no negócio.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, ao jornalista Fernando Murad, Sérgio Zimerman, fundador e CEO da Petz, revelou…
“A Petz tem uma história diferente. Muitas empresas começam a ter acesso a dados quando vão, também, para o online. Nossa história é diferente. Há 20 anos, quando começamos, e éramos apenas um pequeno Pet Shop, desde o primeiro dia, tínhamos a disciplina de cadastrar todos os clientes. Já em nossa primeira loja, os clientes cadastrados tinham o benefício de um desconto de 3% em suas compras. Em 2008 lançamos o “Programa Vale a Pena ser Fiel”, de certa forma, um programa de Cashback, que para parcela expressiva de empresas é como se fosse uma novidade.
…Hoje, anos depois, 80% de todos os nossos clientes estão identificados e se identificam em nossas lojas. E com o online chegamos a 100%. Assim, sempre tivemos acesso a uma base de dados.
…Mas, e melhorando sempre, meses atrás lançamos o Programa Minhas Ofertas. Minhas, de cada cliente. O grau máximo em termos de customização. Cada cliente recebe ofertas de acordo com o Pet que tem, devidamente considerando seu comportamento de compras. Em síntese, ter começado assim hoje nos possibilita ter quase dois milhões de transações mensais com identificação superior a 80% de nossos clientes…”.
10! Um exemplo a ser considerado e refletido por todos. Tem empresas que realizam uma venda e se dão por satisfeitas. Tem empresa que realizam uma venda e começam a construir um negócio.
Essa, a história da empresa líder no trade do Pet Market do Brasil.
Talvez, a maior das bilionárias brasileiras, mega empreendora, referência global: Cristina Junqueira
Seguramente, e na última década, Cristina é, de longe, um dos melhores exemplos de empresários de sucesso. Em verdade, a partir desta década, na medida em que o IPO de sua empresa, o Nubank, foi um sucesso absoluto, e, em paralelo, e simultaneamente, revela-se, também, uma mais que amorosa e dedicada mãe de família.
De Ribeirão Preto, SP, setembro de 1982, foi pequena para o Rio de Janeiro onde estudou no Santo Inácio, e veio fazer faculdade na USP, engenharia de produção. Durante um curto período de tempo trabalhou com Luiza Trajano, no LuizaCred, antiga operação de financiamentos do Magazine Luiza. Com MBA em business pela Northwestern University – Kellogg School Of Management, voltou ao Brasil indo trabalhar no Itaú, e próxima de completar 30 anos juntou-se a dois sócios na montagem do Nubank. Desistiu do Itaú porque seus superiores a consideravam chata, provocativa, questionadora…
De certa forma, e em sua entrevista para o jornal Valor, ao jornalista Álvaro Campos, Cristina refere-se a sua passagem no Itaú quando diz, “Ninguém tem o poder de te humilhar se você não se sentir assim…”. Em verdade, parafraseando uma declaração de Eleanor Roosevelt, primeira dama dos Estados Unidos, entre 1933 e 1945 que dizia, “Ninguém pode fazer com que você se sinta inferior sem o seu consentimento”.
Separamos para nosso melhor conhecimento sobre uma das mais importantes empreendedoras de nosso país, quatro de suas manifestações na entrevista.
Sobre atitude a tomar em relação ao machismo, Cristina disse… “Vivi em ambientes machistas em minha época de banco, mas não deixei isso me afetar. Sempre tive uma visão objetiva dessas situações. Se a regra era essa, ou você fazia o que era exigido, ou, ia embora. Por muito tempo fiz, mas, depois, fui embora e abri minha própria empresa. Não adianta falar que não é justo e ficar esperando virar justo…”.
Como é a presença da mulher no Nubank – “Nossos números nunca foram ruins. Sempre tivemos mais de 40% da equipe formada por mulheres. Hoje temos 45% de mulheres que ocupam 43% dos cargos de liderança”.
Como conciliar trabalho e família – “É preciso ter muita clareza sobre quais são suas prioridades. Eu e meu marido sempre fizemos tudo em casa e só fomos contratar uma babá agora que a terceira filha nasceu. Para algumas mulheres a família pode não ser prioridade. Repito, o importante é ter clareza das prioridades e ser consistente em relação a isso…”.
Sobre a queda nas ações do Nubank depois do IPO… “O preço das ações vai ser o que for. Só vou prestar atenção a isso no longo prazo, daqui a cinco anos… Não vejo quando sobe, não vejo quando cai… Nosso foco é no longo prazo, repito. Minha cabeça está focada no cliente e no que precisa ser feito no negócio…”.
E no final da entrevista Cristina Junqueira fala sobre sua visão de o Nubank ter agências, e onde discorda um pouco de seu sócio e CEO do banco, David Vélez…
“Quando Vélez afirmou que um dia poderíamos abrir agências, estava dizendo que o que o cliente precisar, e valorizar, nós vamos fazer… A Amazon abriu lojas físicas, mas, agora, começou a fechar. Nós podemos testar, se todas as evidências apontarem nessa direção. Porém sou mais cética que o Vélez nesse entendimento. Por exemplo, um dos argumentos mais comuns nesse tema diz respeito aos idosos. No entanto, já ouvi de muitos de nossos clientes que apresentaram o Nubank para suas mães ouviram delas a pergunta se o aplicativo fora feito para elas de tão fácil e simples de usar… De verdade, o que as pessoas querem é não ter dor de cabeça… só diante de algum problema que vão lá para esganar o gerente… Não estamos no business de gerar problemas… A propósito, quem quer sair de casa para ir a uma agência bancária…?”.
Essa, Ela, Cristina Junqueira, CEO do Nubank.
Diário de um Consultor de Empresas – 26/03/2024
PAULO GUEDES DEIXOU SAUDADES. Quem sabe, o melhor e mais qualificado Ministro da Economia que nosso país já teve.