É rara a semana em que não ocorra um cyberattack. Tendo no seu comando e operação profissionais altamente qualificados e do mal. Isso mesmo, bandidos.
A primeira sensação e reação da sociedade é que se trata de ladrões oportunistas. Exagerando, “ladrões de galinha” de ontem, mais preparados e competentes, que dão golpes, machucam as finanças das empresas e das pessoas, e fica por isso mesmo.
Não fica, são assassinos sanguinários e desprezíveis. Não dirigem sua sanha criminosa a uma ou outra pessoa, atacam e devastam centenas, milhares, de pessoas, de uma única vez. Não pescam com singelas varas de pescar. Pescam com redes monumentais…
Meses atrás o banco de dados atacado por esses bandidos foi o do Grupo Fleury. Tiraram o Fleury do ar, roubaram dados de milhares de clientes, criptografaram a quase totalidade, e passaram a exigir criptomoedas para liberarem esses dados e informações.
Enquanto isso acontecia, causaram a morte de algumas pessoas… Pela inacessibilidade aos dados… Não se tratavam dos dados da torcida de um clube que pura e simplesmente deixava de comprar ingressos por um determinado tempo. Eram dados sobre pessoas, sobre a saúde das pessoas, sobre milhões de exames médicos, e que, seguramente, provocaram, de forma direta ou indireta, muitas mortes. Assim, são assassinos.
No desespero o Fleury teve que contratar de emergência as melhores empresas disponíveis no mercado como PwC, Accenture, Proteus, dentre outras, tentando superar a crise o mais rápido possível.
Até quando a sociedade continuará tratando esses assassinos em massa e recorrentes em crimes civis, comuns, coloquiais?
Mais que na hora de uma reação global, sob o comando e patrocínio da ONU, para darmos início a maior caça dos bandidos digitais e sanguinários que hoje nos tiram a tranquilidade e o prazer de utilizarmos os fantásticos recursos do Admirável Mundo Novo em processo de construção.
De certa forma, pouco mais de 20 anos depois de que tudo começou, vivemos tempos semelhantes aos dos piratas que saqueavam os navios e dos bandidos que assaltavam as diligências. Bandidos que assumiam riscos para cometerem seus crimes.
Hoje, os bandidos da deep web e do digital, trabalham de suas casas, confortavelmente, provocando o pânico e o desespero em milhões de pessoas…
Mais que na hora de uma reação total e poderosa da sociedade. Mas que na hora de condenar a todos eles, e a no mínimo, prisão perpétua…