SETEMBRO 2024
BUT PRESS 36
Como de hábito separamos 10 temas
da maior importância, e que se traduzem em lições e aprendizados para todos
nós.
E no final e sempre, a lição do
mês de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER.
O PRIMEIRO ASSUNTO DE HOJE, É,
1 – HÁ VIDA DEPOIS DA MORTE?
No
analógico, na tal da vida real com o coração batendo e o pulmão aspirando e
expirando, não. Ao menos por enquanto.
Mas
no digital, e para muitas pessoas como celebridades, por exemplo, a vida segue
ao menos por mais alguns anos.
E
assim, e nesses casos, as pessoas tomam conhecimento de informações que podem
causar muita emoção para o bem ou para o mal. Profundas e deliciosas surpresas
e revelações positivas, outras, nem tanto, algumas tremendas decepções.
Nelson
Rodrigues, um dos maiores cronistas do cotidiano de todos os tempos em nosso
país, e notável frasista, dizia, “Se as pessoas conhecessem as intimidades uma
das outras provavelmente ninguém mais se cumprimentaria”…
No
Brasil não temos ainda nenhuma legislação ou regra cuidando do tema, mas em
países como Espanha e Alemanha a chamada “herança digital” já foi devidamente
regulada. E por essa legislação, os herdeiros têm direito ao acesso às contas
dos mortos incluindo todas as conversas. Não existe nenhum tipo de sigilo sobre
a correspondência digital.
Muitos
perfis de celebridades continuam gerando posts e manifestações pela devoção de
seus fãs e seguidores. Perfis no Instagram de artistas recentemente falecidos
seguem com comentários diários de seus fãs e seguidores seguem ativos como se
estivessem ainda vivos. Passados os meses, a partir do terceiro ano as
manifestações ingressam em forte e irreversível declínio.
Por
enquanto a situação é essa. A sobrevida no digital após a morte está
diretamente relacionada ao grau de conhecimento e seguidores que uma
celebridade ou personalidade tinha. Já os demais mortais resistem poucos dias,
e, depois, mergulham irreversivelmente no esquecimento, ou, positivamente, no
merecido descanso.
2 – BRASIL, O MELHOR LABORATÓRIO DE
INOVAÇÃO PARA O WHATSAPP
Não
chega a ser recorrente, mas, não é incomum, e pela natureza e espontaneidade
dos brasileiros, que muitas empresas não apenas testem inovações por aqui antes
de generalizar para outros mercados, como, e principalmente, observando a
maneira e comportamento de como nós, brasileiros, vamos interagindo com as
novidades, descubram verdadeiros e consistentes ensinamentos, que se convertem
rapidamente em partes integrantes do produto, e, muitas vezes, verdadeiras
minas de ouro.
Semanas
atrás, e em entrevista ao MEIO E MENSAGEM, GUILHERME HORN, que hoje comanda o
WHATSAPP na América Latina, e com carreira mais que consistente no mercado
financeiro e no ambiente digital, investidor em startups, ou seja, com um
lastro de experiências e realizações únicos, de certa forma reiterou a
importância do Brasil, para o crescimento e desenvolvimento e multiplicação de
muitas novidades.
Logo
na abertura de sua entrevista GUILHERME HORN fala sobre nós, brasileiros, e as
especificidades únicas de como somos e nos relacionamos:
“Apesar
de haver outros países que têm quantidade maior de usuários, como Índia e
Indonésia, em termos percentuais, comparado com a população, a penetração do
WHATSAPP no país é realmente incrível se compararmos, repito, o número de
usuários com a população.
O
segundo ponto é o número de usuário versus usuários ativos. Isso é da maior
importância porque a maioria das empresas digitais fica tentando converter os
usuários em usuários ativos. No nosso caso, a maioria dos usuários são ativos e
heavy users. Ninguém usa o whatsapp uma vez por semana, e sim, várias vezes ao
longo do dia.
E
por que é tão popular no Brasil? Existem várias razões, mas, uma delas é que a
nossa cultura é muito conversacional. Brasileiros adoram conversar. Se você
para em uma fila, fica amigo da pessoa da fila. Você entra em uma farmácia,
começa a conversar, pedir recomendação de remédios. Já nos Estados Unidos, e se
você vai numa farmácia não tem ninguém para atender, nem no caixa. Então é
natural que as pessoas gostem de conversar durante o processo de compra, de
tirar dúvida, de perguntar, mesmo. Isso explica muito o sucesso do WHATSAPP no
BRASIL…”.
É
isso aí, amigos. O aplicativo é fantástico, mas, nenhum outro caiu tanto no
agrado dos brasileiros em geral, e por nossas características e componentes
comportamentais quanto o WHATSAPP…
3 – CENSO DO IBGE LEMBRA VINICIUS DE
MORAES
Os
primeiros números do censo do IBGE, com uma queda mais que surpreendente e
consistente da população e do número de filhos por casais remete a uma
deliciosa poesia de VINICIUS DE MORAES.
MARCUS
VINICIUS DA CRUZ DE MELO MORAES, 19 de outubro de 1913, cidade do RIO DE
JANEIRO. Formado em direito, embaixador, notável poeta e compositor, pai de
muitos filhos, num determinado momento colocou o dilema em que muitas vezes
jovens casais se deparam, e optam por apostar em que tudo vai dar certo. Ou
optavam, agora, e pelos números do censo, parece que estão reconsiderando…
Em
seu POEMA ENJOADINHO, VINICIUS coloca o dilema de ter-se ou não se ter filhos,
muitos filhos…
“Filhos…
Filhos? / Melhor não tê-los! / Mas se não os temos / Como sabê-los? / Se não os
temos / Que de consulta /
Quanto silêncio / Como os queremos!
Banho de mar / Diz que é um porrete… / Cônjuge voa / Transpõe o espaço /
Engole água / Fica salgada / Se iodifica
Depois, que boa / Que morenaço / Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa / A aporrinhação: / Cocô está branco / Cocô está preto
Bebe amoníaco / Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los / Noites de insônia / Cãs prematuras
Prantos convulsos / Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo / Melhor não tê-los… / Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber / Que macieza
Nos seus cabelos / Que cheiro morno / Na sua carne / Que gosto doce / Na sua
boca!
Chupam gilete / Bebem xampu
Ateiam fogo / No quarteirão
Porém, que coisa / Que coisa louca / Que coisa linda
Que os filhos são!”
Depois
desse lindo e antológico poema, agora a realidade.
A
decisão dos jovens casais de tê-los, mas, comedidamente.
Conclusão,
e pelos primeiros números do Censo, ao invés dos 207,8 milhões previstos, hoje
somos 203,2 milhões. A taxa média de crescimento anual que já vinha despencando
nas últimas décadas, despencou de vez para 0,52%, a menor desde o primeiro
Censo de 1872.
Poucos
anos atrás, 60 anos, a taxa de filhos por mulher em nosso país era de 6,28. Há
10 anos, 1,90. Agora, 0,52%.
Comentando
o texto em entrevista ao ESTADÃO, ROBERTO OLINTO, pesquisador do IBRE, FGV, e
ex-presidente do IBGE, disse, “A urbanização, o trabalho, o estresse, a
escassez de escolas públicas, o alto custo das escolas privadas, todo esse
fenômeno leva a uma redução da população. Os casais começam a não ter mais
capacidade ou mesmo vontade de ter filhos…”.
Independentemente
de qualquer outra consideração, análise, comentários, sentimentos, a única
certeza que todos temos é que daqui para frente, e à medida que os anos passam,
o BRASIL vai envelhecendo com sua população. E qualquer planejamento
estratégico de todas as empresas precisam levar esse novo comportamento em
conta.
Brasil,
um país jovem, foi ficando pelo caminho, e deixando de aproveitar todas as oportunidades
do chamado BÔNUS DEMOGRÁFICO. Infelizmente, perdemos mais uma.
Que ao
menos isso sirva de alerta e incentivo para que aceleremos o processo de
construção de um NOVO E MODERNO BRASIL. Um BRASIL tecnológico, e onde o ESTADO
BRASILEIRO não ultrapasse nunca mais 20% do PIB – hoje 43% -, e mais adiante,
como os países e condomínios bem administrados, não mais que 10%.
4 – FINALMENTE, MERCADO LIVRE
Demorou,
mas, e institucionalmente, o maior marketplace da América Latina posiciona-se.
Finalmente, o MERCADO LIVRE, mais que transcender e exalar consistência e
poder, que já vinha demonstrando por todas as suas conquistas, conversar de
igual para igual, com indisfarçável e assumida competência e autoridade, com
todos os demais integrantes do comércio do país.
Numa
mensagem com duplo sentido e significado, encapando com 4 páginas FOLHA e ESTADÃO,
hasteia e acena uma BANDEIRA BRANCA.
Tudo
leva a crer, para seus principais concorrentes, muito especialmente as grandes
organizações de varejo, e, no duplo significado, para vencedores e perdedores
das últimas eleições.
Diz,
“DAR
AS MÃOS NÃO SIGNIFICA TORCER O BRAÇO. É HORA DA GENTE REAPRENDER A CONVERSAR.”
E conclui,
“Apertar
as mãos, fechar um negócio, chegar a um acordo. Mais do que ninguém, a gente
acredita na força que surge quando estamos de mãos dadas. Já passou da hora de
voltarmos a dialogar. Isso mesmo, dialogar. Mesmo que lá no fundo a gente não
concorde. Sabemos que algumas coisas são inegociáveis, as todas as outras podem
ser conversadas. Dá pra pensar diferente sem ofender ninguém. Podemos não
concordar em nada. E tá tudo bem. Mas se a gente concorda em se respeitar, o
melhor tá chegando”.
E
assina, MERCADO LIVRE, O MELHOR TÁ CHEGANDO.
Seria
esse, a partir de agora, o novo POSITIONING STATEMENT do MERCADO LIVRE?
Enfim
um bom anúncio institucional de oportunidade. O cheguei, depois de anos, de um
mais que poderoso e espetacular e referência em seu território MERCADO LIVRE.
Quem
diria, e para surpresa de muitos, uma manifestação empresarial e única num país
em crise permanente nos últimos 50, 60 anos, a Argentina, e que começa há mais
de duas décadas, 24 anos, 1999, na STANFORD UNIVERSITY, e sob a liderança de MARCOS
GALPERIN. Hoje, marketplace líder na região, presente em 18 países, e
referência de plataforma, tecnologia superior, qualidade de serviços, e
inovação.
Começa
como site de leilões, na sequência vem o MERCADO PAGO, mais adiante o MERCADO
ENVIOS, em síntese, um dos melhores exemplos na região e no mundo de num antigo
ensinamento, e que diz,
“Não
sabendo que era impossível foi lá e fez…”.
5 – SÍNTESE DO APRENDIZADO
Depois
de mais de um ano com o crescimento exponencial do trabalho a distância, já e
possível fazer-se uma primeira síntese:
A
– O trabalho presencial é o ideal, desde que possível.
B
– A vantagem indiscutível do trabalho presencial desaparece quando as distâncias
de ida e volta debilitam o desempenho das pessoas, e o cansaço atenua e
enrijece as relações humanas.
C
– A decisão que deve prevalecer sempre, negócio por negócio, empresa por
empresa, é a que se traduza e resulta numa melhor prestação de serviços na
manifestação definitiva e suprema dos clientes.
Isso
posto, e considerando-se que ingressamos de forma definitiva e irreversível na
SEKS – SHARING ECONOMY & KNOWLEDGE SOCIETY, onde o capital é o conhecimento
que cada um de nós e em conjunto temos, e a forma de trabalhar é por parcerias,
com o fim da quase totalidade dos empregos, no cômputo de todas as prestações
de serviços, em parte ou full time, a prestação desses serviços a distância
tende a prevalecer.
É
isso, goste ou não se goste. Questão de viabilidade humana e econômica.
6 – O DIA EM QUE O FUTURO CHEGOU
Foi
na quinta-feira, 10 de agosto de 2023, que uma das mais emblemáticas cidades do
mundo, onde TONY BENNETT cantava ter deixado o coração – I LEFT MY HEART INSAN
FRANCISCO – que o tão anunciado futuro chegou.
O
dos táxis autônomos, sem motorista. Que já rodavam provisoriamente e dentro de
condições específicas, e foram, finalmente regulados por uma agência estadual
da Califórnia. Pela regulação, duas empresas, a WAYMO que pertence a ALPHABET
(GOOGLE), e a CRUISE (da General Motors), estão definitivamente autorizadas
para o transporte de passageiros, 24 horas por dia, na cidade, com seus carros
autônomos – sem motorista.
O
futuro chegou e é hoje. As empresas podem prestar serviços de táxis autônomos –
sem motorista – em toda a cidade de San Francisco, 24 X 24.
As
duas empresas vinham operando com uma permissão restrita e limitada para o
chamado período de testes e comprovações para até 500 carros.
Falta,
agora, e apenas, as duas empresas, manifestarem-se quando seus TÁXIS AUTÔNOMOS
– sem motoristas – entram em operação regular.
Na
regulação um tratamento diferente para as duas empresas.
Os
táxis autônomos da WAYMO podem dirigir à velocidade de até 105 KM por hora e em
condições climáticas adversas, enquanto os de CRUISE a até no máximo 56 KM hora
e só em condições normais de tempo.
O
futuro chegou, e começou na quinta, 10 de agosto de 2023, onde TONY BENNETT, e
milhões de pessoas encantaram-se e deixaram seus corações em SAN FRANCISCO.
TONY BENNETT que partiu no dia 21 de julho de 2023, sem ter utilizado uma única
vez os TÁXIS AUTÔNOMOS agora permitidos.
Onde
pequenos carros no teleférico, e segundo a música que cantava, na adorada
cidade, onde sempre pretendia estar… “To be Where little cable cars climb
halfway to the stars…”
7 – COM JUSTO E MERECIDO ORGULHO
Somente
daqui a uns 10 anos, quando fizermos um balanço tranquilo e maduro desta década
que estamos vivendo, poderemos dizer dentre as dezenas das chamadas FINTECHS,
ou, NOVOS BANCOS, ou NOVAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, as que verdadeiramente,
como diz o RATINHO, “TINHAM CAFÉ NO BULE” – eram rentáveis, possuíam uma massa
consistente de clientes, revelaram-se e demonstraram-se lucrativas, paravam em
pé.
Muito
provavelmente, e encabeçando a lista, teremos o NUBANK.
O
banco que adotou como estratégia um atalho, esquecendo-se da avenida principal,
e surpreendeu a todos os demais concorrentes. O atalho de um cartão, que se
diferenciava mais pela cor, do que pelos serviços. Um banco de cartão roxo!
Meses
atrás, e comemorando seus primeiros 10 anos de vida, registrava números que se
não chegam a ser exuberantes, abrem um fantástico horizonte pela frente.
Nos
primeiros nove anos era cobrado por todos, inclusive por nós, consultores da
MADIA, sobre o famoso slogan da rede de lanchonetes WENDYS, “Where is the
beef?” Onde está o lucro. E de 4 semanas para cá, navega num oceano azul.
Quatro semestre consecutivo no azul e crescente.
No
segundo trimestre de 2023 registrou uma receita recorde, já é, 10 anos depois,
a 4ª maior instituição financeira do país em número de clientes, e muitas outras
conquistas mais.
Perfeito!
Temos um dos novos bancos que está chegando lá. Agora aguarda-se por quantos
mais conseguirão provar e demonstrar capacidade de sobreviverem e prosperarem?
8 – MILAGRES SÃO RAROS, MAS, ÀS VEZES
ACONTECEM
Pandemia
não trouxe apenas, triste e cruelmente muitas mortes e sequelas, acelerou e
maturou condições ambientais mínimas necessárias para mudanças definitivas.
E,
dentre outras novidades, o que parecia na teoria impossível.
Às
vezes, algumas vezes, a distância física considerado os prós e contra é melhor
que a proximidade.
Mais
que comentado e decantado, hoje o trabalho a distância é melhor que o
presencial em parcela expressiva de situações.
Não
é melhor em si. É melhor se considerarmos as duas horas para ir e duas pra
voltar que as pessoas precisavam antes da pandemia pra chegar ao lugar de
trabalho. Chegavam esbaforida.
10
anos antes uma empresa aérea decidiu colocar 50% de suas atendentes trabalhando
de suas casas, e 50% na empresa. Claro, no chamado telemarketing.
Depois
de 6 meses pesquisou e os atendimentos feitos a partir da casa das atendentes,
era significativamente melhor avaliado do que os feitos na sede da empresa, de
profissionais extenuados e instáveis em decorrência dos desafios que enfrentaram
no trajeto casa e trabalho.
E
outra grande e positiva surpresa aconteceu nas até então famigeradas – pelo que
aconteceu – reuniões de condomínio. Baixaria total, as vezes vias de fato, e
inimizade definitiva de famílias que moravam lado a lado.
E
com a pandemia, solução, REUNIÕES de Condomínio A DISTÂNCIA, ou, ASSEMBLEIAS
DIGITAIS.
De
cara, comparecimento 100% maior do que nas reuniões presenciais. E segundo e
maior benefício, convencidas pelas práticas das primeiras reuniões que a
tecnologia impunha que todos calassem a boca enquanto o vizinho falava, a
pressão diminuiu, pessoas passaram a respirar antes de falar, o mínimo de
respeito foi resgatado, e até mesmo antigas amizades reconstruídas.
Em
BRANDING CONTENT no ESTADÃO, a RS SERVIÇOS, disse, “De tanto sucesso que fez ao
longo da pandemia, revolucionando a gestão condominial, a assembleia digital
virou lei, em um fenômeno social incrível, em que primeiro testa-se uma
hipótese, dá certo, cai no gosto popular, e, depois, vira lei…”.
Assim,
e como nos ensina a vida, a melhor prática e experiência, muitas vezes, menos
que as pessoas, desencontros, brigas e inimizades, brotam de ambientes e
espaços inadequados, de formatos tóxicos, de hora e local.
Reuniões
no início das noites, com pessoas cansadas, reuniões presenciais. Corpo a
corpo. Onde e diante de qualquer divergência, os impropérios brotam das bocas,
e algumas vezes, acabam em porradaria.
Isso
posto, a pandemia foi e seguirá sendo para muitos, carregados de sequelas, um
horror. Mas nos impôs disciplina, nos ensinou a respirar antes de atirar
pedras, e até mesmo, resgatar velhas e boas amizades.
As
ASSEMBLEIAS DIGITAIS estão trazendo de volta velhas e boas amizades. Já era
tempo.
9 – ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Promovido
pelo ESTADÃO, e pelo LIDE, realizou-se em São Paulo o fórum SEMINÁRIO REAL
ESTATE.
Em
sua matéria sobre o evento o Estadão diz e conclui, dentre outras coisas, que,
–
“O início do ciclo de queda da taxa Selic deve ter um impacto positivo no
mercado…”;
–
“O prefeito da cidade garantiu que as pessoas sabem que podem investir aqui…
o novo Plano Diretor garante e atrai investimentos…”;
–
João Doria, presidente do LIDE, disse que o novo PLANO DIRETOR foi iniciado em
sua gestão como prefeito e está aprimorado: “interpreta a cidade como pode e
deve ser daqui a 30 anos”;
–
A única reclamação dos presentes em relação ao Ministério Público que causa
prejuízo com suas decisões de paralisar obras…
Isso
posto, parece que daqui para frente só correr pra torcida e comemorar. Esqueceram-se
da crise estrutural.
Que
independente do Plano Diretor e suas virtudes, das mazelas com o Ministério
Público, com a queda de juros lenta e gradual, existe uma crise estrutural de
dimensões jamais vistas nas últimas décadas para dizer o mínimo.
E
que o mercado imobiliário de hoje não tem mais nada a ver com o de ontem, e
sobre o qual esses agentes econômicos aparentemente tanto comemoram.
Grosso
modo todos os imóveis tem dois tipos de compradores ou usuários. Pessoas
físicas e jurídicas. E por diferentes razões, e esses dois compradores
impulsionados pela pandemia, e com as facilidades e possibilidades da
tecnologia, decidiram mudar radicalmente seus comportamentos, hábitos e
práticas de onde pretendem morar, e onde pretendem trabalhar.
E
não vimos isso em nenhuma das conclusões apresentadas.
Assim,
e como nos ensinou JOSÉ SARAMAGO, em sua obra monumental, ENSAIO SOBRE A
CEGUEIRA, “a pior cegueira é a mental, que faz com que não reconheçamos o que
temos pela frente…” ou, sobre outra ótica, “É que vocês não sabem, não o
podem saber, o que é ter olhos num mundo de cegos” …
10 – DA SÉRIE JEAN COCTEAU: “Como não
sabia que era impossível foi lá e fez”
PAULO
ROGÉRIO MOREIRA DA SILVA era pegador de bolas numa quadra de tênis da região
rica da cidade de São Paulo, depois empacotador em supermercado, e ainda,
Bacharel em direito.
Fez
estágio em escritório de advocacia e não deu certo. Depois de fracassar no
supermercado atuou como frila em eventos, ajudando na limpeza. E nos finais de
semana fazia bico numa pizzaria lavando pratos. Enquanto cursava a faculdade
apaixonou-se, e levou sua mulher para morar com ele, mais a sogra e o cunhado.
Em Capão Redondo. O cunhado era pizzaiolo desde os 13 anos de idade. Conversa
vai, conversa vem com o cunhado, VALBER DE ARAÚJO SILVA tomou conhecimento de
um petisco que VALBER fazia nas horas vagas de pizzaiolo para comer. Uma pizza
individual em formato cilíndrico, e que, imediatamente, e após a primeira
mordida, PAULO – o PAULINHO – batizou de PIZZA CREK… pizza com trilha
sonora…
Corta
para 19 de agosto de 2023, página A26 ESTADÃO, matéria assinada por FELIPE
SIQUEIRA: “REDE DE PIZZARIAS SAI DE PARAISÓPOLIS PARA OS EUA…”.
É
isso, amigos. Hoje, 15 anos depois, e com o investidor e advogado MARCOS DE
CARVALHO PAGLIARO a PIZZA CREK é uma rede com 87 unidades no Brasil, mais duas
nos Estados Unidos, e mais 15 em processo de abertura. R$113 milhões de
faturamento em 2022, e R$125 milhões em 2023. Vendendo pizzas individuais, em
dezenas de sabores, no formato cilíndrico, por, na média, R$18 reais a unidade.
Como
um dia nos ensinou JEAN COCTEAU, “Como não sabia que era impossível foi lá e
fez…”.
No
caso, toda uma família mais um advogado investidor, “foram lá e seguem
fazendo…”.
E
agora, a lição de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER desta edição de
SET/2024.
Hoje, nosso mestre comenta sobre o
TESTE DO ESPELHO a que nós todos nos deveríamos submeter, a cada novo dia, e
antes de saírmos de casa…
Reflete e ensina DRUCKER,
“Todos, no processo de
autogerenciamento, terão de se perguntar quais são os seus valores.
Chamo esse momento ou obrigação de
TESTE DO ESPELHO.
Nos primeiros anos do século
passado, o diplomata mais respeitado de todas as grandes potências era o
embaixador alemão em Londres.
Estava claramente destinado a
grandes funções, quando de repente, no ano de 1906, para a surpresa de todos
renunciou. Fora escolhido para organizar um jantar em honra de EDUARDO VII. O
rei era um notório mulherengo e deixou bastante claro o tipo de jantar que
queria. O embaixador alemão manifestou-se no ato: “Recuso-me a ver um cafetão
no espelho quando for me barbear de manhã”. Todos deveriam sempre se perguntar
que pessoa gostariam de ver no espelho no dia seguinte”.