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Marketing Best, ganha o Marketing Best

Conheci Armando Ferrentini através de outro querido e saudoso amigo, Oswaldo Assef. Armando cuidava da área comercial do Diário Popular, publicava toda semana o Asterisco, com todas as novidades e acontecimentos da publicidade brasileira, e queria começar uma coluna sobre Marketing. Num almoço no Baiuca da Pça Roosevelt. Topei o convite, e em agosto de 1971 publicava meu primeiro artigo. Passaram-se 53 anos, mais de 2.500 artigos, no processo de construir e disseminar o MEQ – Marketing de Excepcional Qualidade. E assim seguiremos até quando a vida nos permitir. Corta para os anos 1980. Armando presidia a ADVB e a seu convite eu era o comandante do Top de Marketing. O primeiro prêmio de Marketing do Brasil. Um prêmio da melhor qualidade, mas comportado demais pelos tempos que vinham pela frente, e pela celebração e vida que é o Marketing. Cerimônia de gala, jantar no Monte Líbano, homens de smoking e mulheres de longo, discursos, e sem a apresentação dos “cases” vencedores. Armando deixa a presidência da ADVB e fomos conversar. Para o fortalecimento do Top de Marketing nada melhor que ganhar um concorrente. Mais informal, mais festeiro, mais inclusivo, com todo o respeito e homenagens ao pioneiro, ao Top de Marketing. E assim aconteceu. Mais que cerimônias, festas de entrega dos prêmios, celebrações! Inicialmente no Maksoud, com organização do Pedro Natal, e nas primeiras, show com o Sargentelli e suas mulatas. O Marketing Best, desde o primeiro dia, revelava uma força que jamais imaginávamos quando de sua concepção. E assim, decolou com tudo, e passou a protagonizar a Grande Festa dos meses de dezembro da cidade de São Paulo. Uma celebração ao desempenho de empresas que adotaram e praticavam o marketing segundo os ensinamentos de seu criador, Peter Ferdinand Drucker. Como uma ideologia. “A ideologia da Administração Moderna”. Empresas nascidas e administradas de fora para dentro. Sob a ótica do cliente, sob a ótica do mercado. Agora o Marketing Best acaba de completar 36 anos, tendo contribuído de forma espetacular e única para a formação e qualificação de dezenas de milhares de jovens brasileiros. Terminadas as solenidades de entrega dos prêmios aos “cases” vencedores, era imediatamente colocado à disposição de todas as faculdades e demais instituições de ensino de nosso país. Em algumas instituições passou a existir a cadeira Marketing Best. Depois de uma pausa pela pandemia, o Marketing Best retornou em 2023, e acaba de divulgar seus resultados. E na emoção do retorno e da energia que revela ter, seus criadores e organizadores, Armando e Tiago Ferrentini, e Francisco e Fabio Madia, constataram ser, o Marketing Best, muito maior do que e apenas uma premiação de “cases”, por mais vitorioso e bem-sucedido que tenha avançado até aqui. E assim, e a partir de agora, e parte integrante da ABRAMARK – Academia Brasileira de Marketing, contando com a participação nas indicações e escolhas, e até 2028, de 50 Acadêmicos, 500 integrantes do Hall da Fama, e 5000 Abramembers – apoiadores do Marketing e da ABRAMARK –, passa a coletar, analisar, premiar e distinguir as melhores manifestações e desempenhos de um MBEQ – Marketing Brasileiro de Excepcional Qualidade – “cases”, empresários, profissionais, prestadores de serviços, e, marcas -, e um pouco mais adiante, com um grande evento anual celebrando, repito, a Ideologia da Administração Moderna, o Marketing, segundo seu criador, Peter Ferdinand Drucker. Assim, estamos em festa e celebrando. Finalmente, o Marketing Best faz-se merecedor do Marketing Best.
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O problema é que derrete, ou, o desafiador negócio de sorvetes no Brasil

Nas últimas décadas muitas das grandes corporações já tentaram. E quase todas quebraram a cara. Desde uma campeã em distribuição como uma Philip Morris que foi dona durante anos da Kibon e depois vendeu para a Unilever, até uma Nestlé que vai, volta, gira, e permanece no mesmo lugar. “Brasileiro não gosta de sorvete” … Adora!”, ou, “o clima no Brasil é adverso aos sorvetes” … Muito pelo contrário… E qual o desafio, qual o maior desafio…? Que todos os 5.565 municípios do país têm 1,2,3 ou 19 fabricantes artesanais, mais os industriais e locais, muitos no território da informalidade, e aí chega a grande indústria e vê seu negócio de sorvetes, se não derretendo, deixando de corresponder a uma longa distância a expectativa de resultados. Dentre todas as marcas de sucesso nesse território em nosso país, a grande vencedora foi a Kibon. Marca que chegou ao Brasil em decorrência da ameaça de guerra entre China e Japão, e que fez com que a U.S.Harkson desembarcasse de Xangai no Rio de Janeiro, 1941, e num dos primeiros finais de semana depois de sua chegada alcançou a espetacular cifra de 3 milhões de picolés vendidos. Já em 1942 circulavam no Rio os primeiros carrinhos amarelos, que gradativamente foram invadindo as principais cidades do Brasil. Em 1960 é vendida para a General Foods, em 1985 para a Philip Morris, e em 1997 a Unilever compra a empresa por quase US$1 bi – US$930 milhões. E desde então, teve bons e maus momentos, de verdade jamais conseguiu realizar os ambiciosos planos que tinha, e agora e finalmente, anuncia estar separando seus negócios de sorvetes, decide juntar, reestruturar, reposicionar, e tentar dar um sentido a seu business de sorvetes… E que no meio do caminho incluiu a aquisição global de uma marca com personalidade exclusiva e específica, quase de nicho, a Ben & Jerry’s, e a confusão generalizou-se, incluindo embates na justiça. A declaração oficial da Unilever, revela que a empresa pretende economizar €800 milhões nos próximos 3 anos, dentre outras medidas com a demissão de 7,5 mil empregados em toda a operação, separando a operação de sorvetes de todos os demais negócios da empresa, e, não disseram, mas, mais que evidente, preparando-se para uma eventual e provável venda… Nas justificativas, que não justificam porque a empresa mais que sabia das especificidades do negócio de sorvetes, é que, “O sorvete tem particularidades, como uma logística mais complexa e ação no ponto de venda, dada a necessidade de refrigeração…” Socorro! É patético, décadas depois, uma empresa da dimensão e competência da Unilever apresentar essa justificativa… Ou seja, amigos, mais uma grande corporação fracassa no desafiador negócio de sorvetes. A pergunta que fica, é, quando a Nestlé seguirá o mesmo caminho na totalidade da operação. A propósito e lembrando, em 2019 a Nestlé vendeu sua divisão de sorvetes nos Estados Unidos… E no Brasil, hoje integra uma joint venture com a R&R, realizada desde 2016, criando uma nova empresa, a Froneri, presente em 20 países e especializada em sorvetes. Além das marcas de sorvetes da Nestlé, também cuida das marcas da Mondelez e da Fini. Ou seja, independente dos desafios exclusivos do Brasil, o maior de todas as milhares de fábricas locais, as movimentações de Unilever e Nestlé são mais que conclusivas e definitivas. O negócio de sorvete precisa ser tocado a parte. Caso contrário… como o sorvete… derrete…
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Voltz, exemplo de inovação

Nada melhor que dar exemplos de inovação próximos de todos nós. Como o da Voltz, montadora brasileira de motos elétricas. A primeira manifestação de inovação foi desmembrar a bateria da moto. Os proprietários, ou, assinantes dos serviços, têm acesso a carcaça, ao corpo das motos. E vão retirar a bateria num dos postos conveniados. Quando a carga termina passam pelo posto e realizam a troca. Com isso, o custo cai substancialmente pela socialização ou compartilhamento de baterias, e de quebra todas as facilidades de não ter que esperar para serem recarregadas. Outro grande desafio era o de roubos, e assim a Voltz decidiu criar as Motos Inteligentes. Motos controladas a distância mediante GPS que possibilita o monitoramento dando acesso a localização e dados de funcionamento. Caso o usuário revele-se inadimplente, é possível desativar a moto a distância. Dentre as empresas novas de todos os setores de atividade, a Voltz pontifica como uma inspiradora referência, como um benchmark de excepcional qualidade, no quesito… inovação!
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Bolinho de feijoada

Depois do Bauru, do pão de queijo, nasceu uma nova preciosidade dentre os principais hábitos de alimentação dos brasileiros. O bolinho de feijoada. O que é a inovação? É juntar, somar, dividir, multiplicar, o que já existe, de uma forma nova e inusitada. Não é, definitivamente, criar do zero. Assim, e depois de quatro ou cinco décadas, pode estar nascendo uma revolucionária inovação no território da culinária brasileira, o bolinho de feijoada. Lá atrás, um dia, e ao entrar no Ponto Chic no Largo Paissandu, na cidade de São Paulo, e pedir o sanduíche que queria, Casimiro Pinto Neto, filho da querida amiga Leonilda Pinto, da minha cidade de Bauru, descreveu como queria o sanduíche que o cozinheiro fizesse. O amigo dele que vinha atrás e perguntado o que queria disse, “esse aí do Bauru”, como era chamado o Casimiro. Bingo, uma epifania! Nascia ali o sanduíche hoje mais vendido em todo o mundo, embora vendido exclusivamente no Brasil, o Sanduíche Bauru. Vende muito mais que um Big Mac, presente em dezenas de países e milhares de cidades. Mais adiante, uma iguaria mineira, o pão de queijo foi descoberto pelo saudoso Belarmino Fernandez, passando a fazer parte do couvert de seu restaurante Rubaiyat, e imediatamente adotado pelas demais churrascarias, mais adiante restaurantes, depois industrializado, e reinou e reina de forma absoluta até hoje. E agora, e potencialmente, a criação da chef Kátia Barbosa, do restaurante Aconchego Carioca, o bolinho de feijoada, em versão industrial pela Haru´s tem potencial para invadir o Brasil, e depois, o mundo. É, isso. Exemplos espetaculares de inovação que mudaram hábitos, costumes, e institucionalizaram na memória afetiva e degustativa das pessoas três novas e espetaculares delícias. Inovar é preciso, Viver não é preciso, como talvez dissesse o maior poeta da língua portuguesa, Fernando Pessoa. Bolinho de feijoada, você já experimentou? Os que o fizeram dizem que mais que vale a pena…
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Um nome, e, basta!

No Estadão de um domingo de 2022, página C3 do Caderno de Cultura e Comportamento, mais que um anúncio de página inteira, um pequeno, discreto e sutil lembrete. Que a Brioni tem uma loja no piso térreo do Shopping Cidade Jardim. No anúncio lembrete, o ator David Jude Heyworth Law – Jude Law – ator coadjuvante cujo ponto alto em sua carreira foi no filme “The Talented Mr. Ripley. Que agora virou série e com grande sucesso na Netflix… Vestindo Brioni, e, nada mais. Não era preciso. Uma maneira sutil e eficaz de lembrar a alguns homens elegantes que existe uma loja Brioni na cidade de São Paulo, Brasil. A Brioni nasce na cidade de Roma, no ano de 1945, pela sociedade de Nazareno Fonticoli e Gaetano Savini. Foi a primeira empresa do território fashion a realizar um primeiro desfile de moda exclusivamente com roupas masculinas, no ano de 1952. Em 1985 a marca converte-se numa escola de moda – Scuola di Alta Sartoria na cidade de Penne, Itália. E no ano de 2011 foi comprada pelo Grupo Kering (leia-se Bottega Veneta, Boucheron, Yves Saint Laurent, Stella McCartney, Balenciaga, Magasins Du Printemps, FNAC, entre outras propriedades). Muitos até hoje têm curiosidade de saber de onde os dois sócios fundadores tiraram a marca Brioni. E a resposta, é, uma referência as Ilhas Brioni, hoje parte da Croácia, e que era um dos pontos de encontros preferidos dos frequentadores do que se chamava na época de Jet Setters, e, mais recentemente, Socialites… Para esses poucos, elegantes e milionários homens, é suficiente lembrá-los numa única página de jornal que a Brioni segue viva e presente com sua loja no Shopping Cidade Jardim. Grandes marcas comportam-se apenas e tão somente assim.
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Porto não é nada…

Simplificação tem limite. Não necessariamente uma marca constituída de duas palavras resiste quando se elimina uma delas. E assim, numa decisão patética e estapafúrdia, sem o menor sentido, a Porto Seguro decidiu se rebatizar de Porto. Virou um nada. Porto Seguro é uma esperança e passa tranquilidade. Porto é uma palavra solta no horizonte… Porto Seguro foi, coloco no passado porque foi absurdamente descartada, uma marca construída por uma família no correr de 77 anos, fundada que foi em 1945. Notabilizou-se pela qualidade dos serviços que prestou no correr de todos esses anos, merecendo um reconhecimento de uma empresa de seguros referência, como todas as demais deveriam ser. E isso levou a empresa a uma associação com o Itaú. Hoje, e crescendo por afinidades, a Porto Seguro oferece mais de 50 produtos e serviços e que passam por Consórcios, Serviços financeiros, Proteção, Monitoramento e, Saúde ocupacional, dentre outros. 13 mil funcionários, 10 mil prestadores de serviços, 36 mil corretores parceiros, e mais de 10 milhões de clientes atendidos através de 101 sucursais e escritórios regionais. Não obstante tudo isso, deixou-se cair em tentação, imagino que tenha sido convencida por profissionais incompetentes, e decidiu se mutilar, arrancar na força e a frio a palavra Seguro de sua marca, e converteu-se num Porto qualquer. Brandicídio tosco e grosseiro, e dentro da moda que algumas empresas de design vêm colocando, pateticamente, na cabeça de seus clientes. Qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade que leia a missão a que a velha e boa Porto Seguro se propôs e vem cumprindo – “Nossa missão é assumir riscos e prestar serviços por meio de um atendimento familiar que supere expectativas, garantindo agilidade a custos competitivos com responsabilidade social e ambiental” não entendeu a decisão débil de mutilar a marca e convertê-la num Porto qualquer. Pior fica quando se confronta com a Filosofia Empresarial da Porto Seguro, e que é, “Do que vale construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles”. Ao ceifar Seguro, a Porto converteu-se numa arranha-céus medíocre, e abriu mão de sua alma. A sucessão de barbaridades no território do branding parece não ter fim. A fantástica Bovespa que virou a insípida, inodora e irrelevante B3. A legendária Beneficência Portuguesa que virou criminosamente BP (British Petroleum). A espetacular e quase duo centenária Procter & Gamble que virou PG… E agora a Porto Seguro que abriu mão de sua essência e contrariando sua natureza e origem – quem renega aos seus degenera – e vira uma marca pífia qualquer. Um Porto a mais…
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Quando o líder se reposiciona, formalmente, indica o caminho para os concorrentes, e assume uma nova denominação

Num trabalho simplesmente brilhante, que vem sendo realizado com graus de consistência elevadíssimos, a RaiaDrogasil fecha uma longa etapa de mudanças, assume publicamente o que é daqui para frente, e obriga, no mínimo, toda a concorrência a repensar como será daqui para frente. Sem desrespeitar normas, regulamentos, costumes, a RaiaDrogasil foi preparando a virada, o bote, procedendo às mudanças de forma silenciosa e responsável, e agora, finalmente, revela-se RD Saúde. Segue sendo a rede de farmácias líder, de forma destacada, em nosso país, mas deixa bastante claro que vender remédios e ser farmácia é apenas a estrada que percorre para cuidar de uma forma mais completa e abrangente, da Saúde primária de todos os seus clientes, e que são milhões em todo o Brasil… E apenas seguindo o que a ex-Raia Drogasil até ontem, e RD Saúde, agora vem realizando muito especialmente depois que Marcilio Pousada assumiu o comando, mais que na cara e evidente que a ambição é muito maior, e mais novidades, todas, pelo caminho. Em algum momento, mais adiante, quem sabe, RD Saúde, a menor distância entre as pessoas e mais e melhores anos de vida. Confiram agora, o impacto da novíssima RD Saúde, sucessora da queridíssima RaiaDrogasil. Segundo Marcilio, em entrevista a Allan Ravagnani da Revista Dinheiro, “Os serviços de atenção básica nas farmácias têm potencial para reduzir em até 80% os atendimentos em Prontos Socorros das redes públicas e privadas…”. Ou seja, a novíssima e revolucionária RD Saúde mexe com toda a cadeia de valor da cidade. Dos consultórios médicos, passando pelos laboratórios de exames, culminando com os hospitais e prontos socorros e atendimentos, e… Atenção, Planos de Saúde! Marcilio revela alguns números. Somente no ano passado, 2023, os chamados serviços de atenção básica e primária, que a RD Saúde ofereceu, foram responsáveis por mais de 3,5 milhões de atendimentos. Segundo Marcilio, e na RD Saúde, a partir de agora a porta de entrada de milhões de brasileiros nos cuidados com a saúde, esses atendimentos iniciais contemplam quatro pilares, ou vertentes, “Promoção da Saúde, Proteção, Prevenção e Primeiro Atendimento…”. E, na entrevista, Marcilio anuncia a todos os planos de saúde que pretende visitá-los, e propor parcerias… “Pretendemos entrar em contato com os planos de saúde para que possamos aprimorar essa relação, onde nós fazemos o atendimento básico e eles nos repassariam um valor por vida, assim o paciente não pagaria nada na farmácia e ajudaria a desafogar os hospitais da rede…”. Curto e grosso. O Uber reinventou o negócio de transporte; o iFOOD, o de alimentação. O Airbnb de hospedagens. O Nubank o de bancos. A Amazon e o Mercado Livre, o do comércio. A RaiaDrogasil, agora RD Saúde, mesmo sendo uma empresa de gênese e cultura analógicas, diferente das demais que mencionei antes e que são digitais de nascença, está reinventando o negócio e a cadeia da saúde no Brasil. 10 com respeito, louvor e admiração. RD Saúde faz no negócio da saúde, o que outras e grandes organizações do varejo não conseguiram… e provavelmente, não conseguirão…
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Nem, Nem, NEM, Thanks, God!

Finalmente, mais que na hora, antes tarde do que nunca, o Nem, o Novo Ensino Médio. De verdade, essa mudança ganha corpo no governo de Michel Temer, e que tinha como ministro da educação, Mendonça Filho, hoje deputado federal, e relator do projeto, e que recebeu oportunas e consistentes contribuições do senador Pedro Chaves, educador de grande e notória experiência. Nas razões e motivos que Mendonça e Pedro elencam, todas de caráter conjuntural, e referem-se sempre – e faz todo o sentido – a frustração, decepção dos alunos diante da quase inutilidade prática do que aprendem, da qual decorre a absurda e monumental evasão escolar. De verdade, mesmo, embora essa dor seja muito forte, o tsunami tecnológico que vem implodindo a quase totalidade das instituições consagradas do velho mundo, não poderia e felizmente, não poupou, o ensino. Assim, e brevemente, muito brevemente, as grandes instituições de ensino que prevaleceram em todo o mundo nos últimos 500 anos, e decorrência mais que natural da epifania de Gutenberg e sua mágica prensa, despedem-se. Essas grandes instituições de 200, 300, 400, anos, todas, sem exceção, irão se converter em museus, bibliotecas, centros artísticos e outras manifestações. Mas, fim. Acabou, Se, conjunturalmente, faz todo o sentido a criação de um Nem – Novo Ensino Médio –, estruturalmente já deveríamos ter feito isso desde o início deste século. E se não fosse a pandemia, que apontou em direção a um ensino híbrido, presencial e a distância, ainda estaríamos postergando a mais que necessária e urgente reforma. No projeto da reforma de 2017, relatada por Mendonça Filho, a afirmação, “A reforma do ensino médio perpetrado pela Lei no. 13.415 de 2017 oferece aos estudantes a chance de refletirem sobre seus sonhos, acerca de quem são e o que desejam para suas vidas. O modelo foi construído para uma juventude criativa, participativa e atuante. A proposta foi concebida para promover uma educação contemporânea, que prepare os jovens para o mundo do trabalho e para uma vida significativa em sociedade…”. Finalmente, a primeira das mais que essenciais reformas prestes a ser aprovada e implementada. E seu poder sobre o futuro do país é revolucionário em todos os sentidos. Muito especialmente num mundo aonde os empregos vão chegando ao fim, e nasce a figura do Profissional Empreendedor. Exatamente todos aqueles que em poucos anos estarão recebendo seus diplomas do Novíssimo e Revolucionário NEM – Novo Ensino Médio. Até dias atrás comentávamos sobre a geração dos Nem, Nem, dos que nem estudam e nem trabalham. Perfeito. Só que agora ganha um terceiro NEM. Nem, Nem, Nem. Nem estudam, nem trabalham, mas, agora sim, farão o Novo Ensino Médio, e brevemente se apresentarão ao mercado como os novíssimos e mais que aguardados Profissionais Empreendedores. O capital humano essencial na SEKS – Knowledge Society, e Sharing Economy, A sociedade que estamos construindo, onde despendem-se os empregos, onde o principal capital das empresas, na Knowledge Society, é o Conhecimento, e a forma de empreender e produzir, na Sharing Economy, é por parcerias. Se tudo seguir como está caminhando, teremos muito a comemorar com os Nem, Nem, Nem… Nascendo um Brasil, finalmente, olhando para o futuro, e dando fim, para sempre ao vício e fascínio por retrovisores…
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Saudades de Abilio

Mesmo tendo partido há poucos dias, a imensa saudade permanece viva e tomando conta de todo o ambiente. Um empresário único, espetacular, referência obrigatória para todos que considerem empreender. O que, em verdade, considerando-se o Fim dos Empregos, e todos convertendo-se em Profissionais Empreendedores, referência para todos. Dentre as manifestações pelo seu falecimento, centenas ou milhares, um anúncio assinado pelo GPA – Grupo Pão de Açúcar. Fica a curiosidade, quem teria tomado a iniciativa de fazer o anúncio, quem teria pago, considerando-se o rompimento dramático que Abilio teve com o Grupo Casino. Diz o anúncio, publicado no Estadão do dia 20 de fevereiro, “Obrigado Abilio! Sua liderança genuína persistência e pioneirismo, somados às suas qualidades humanas e paixão pelo trabalho, farão parte para sempre de nossa história. Levaremos com respeito seu legado, que contribuiu significativamente para a formação e desenvolvimento dessa empresa, e a consolidação do varejo brasileiro. Que sua memória seja honrada e seus ensinamentos continuem nos inspirando. Assinado pelo GPA – Alimentando Sonhos e Vida…”. No mínimo curioso e intrigante. Abilio parte no exato momento em que o Grupo Casino, dono do GPA, vive sua maior crise, e colocou o GPA à venda. Imagino que o anúncio tenha sido uma iniciativa da direção local, e em nome dos milhares de profissionais que seguem trabalhando na empresa. Enquanto isso, o Carrefour que caminhava tão bem… Leio, perplexo, matéria no Estadão, falando sobre os planos de diversificação do Carrefour. Quer aproveitar alguns terrenos grandes que possui – 50 – para interessar outras empresas a implantar complexos multiuso em torno de suas lojas. Por enquanto, e segundo a matéria, são 50 projetos multiusos… A sensação que fica é que, para as pessoas que desenvolveram esse planejamento, o futuro é uma linha que começa no passado, atravessa o presente, e encaminha-se, naturalmente para o futuro. Foi, não é mais. E, portanto, a consistência desses planos é semelhante a uma pétala de uma rosa, cravo, margarida, ou uma folha de um trevo de quatro folhas… O subtítulo da matéria é revelador do desvario: “Varejista tem 50 projetos de complexos multiusos, com moradias, salas comerciais, hotéis e parques, para serem desenvolvidos nos próximos dez anos em seus terrenos…”. Dois dos muitos terrenos já foram vendidos para a incorporadora Riva, do Grupo Direcional, e que pretende erguer prédios residenciais ao lado dos supermercados da rede… Durante todo o século passado, com algumas interrupções em virtude das duas Grandes Guerras e outros movimentos sociais de porte, planejar-se o futuro era quase que projetar o passado e a probabilidade de fracasso era mínimo. Hoje, repetir-se essa receita, é, com raríssimas exceções, certeza de fracasso na certa. E aí vocês nos perguntam, porque as empresas insistem…? Porque e ainda leva tempo, para a maior parte de seus dirigentes entenderem a dimensão da disrupção que segue acontecendo em nossos tempos. Ainda, e desgraçadamente, os planos de novos negócios e empreendimento seguem sendo feito em pequenos cubículos mal iluminados, diante de uma nova realidade. Na maioria das organizações ainda, seus dirigentes não conseguem adotar o procedimento que nosso mais que adorado mestre e mentor Peter Drucker recomendou, advertindo, “Antes de colocar todos os novos gadgets, inovações, descobertas e conquistas na velha moldura que temos em nossas cabeças, primeiro jogar a velha moldura fora”. E não é fácil e exige muita coragem, desprendimento e sensibilidade proceder-se a essa recomendação. Por essa razão, e ainda hoje, 2024, mesmo o tsunami tenha começado entre os anos 1950 e 1960, na maioria das decisões, a velha moldura continua prevalecendo. E assim testemunhamos, patéticos, a recorrência de erros monumentais das empresas que, inconsciente e naturalmente, continuam planejando seus futuros com os olhos grudados no retrovisor.
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Os novos pobres

A dor da morte, e perdas emocionais, afetivas, são únicas. De repente, de um dia para o outro deixamos de conviver com pessoas com quem convivíamos a vida inteira. Esse o quadro e a situação de muitas famílias brasileiras. Quando o que parte não tinha uma participação decisiva e essencial na renda da família, segue-se chorando, com saudade, e gradativamente, ainda que com a sensação permanente e definitiva que está faltando alguém, retoma-se a caminhada. Mas nem sempre é assim. Em decorrência da pandemia temos hoje e no Brasil – e no mundo e demais países certamente, também, os chamados novos pobres. Nas famílias onde os que morreram respondiam por parcela importante da renda. Semanas atrás o Estadão publicou um estudo dimensionando o dinheiro que deixou de ser ganho e foi subtraído da renda de suas famílias. O valor total é da ordem de R$16,5 bilhões. É isso, amigos. Nessas famílias, passa a faltar tudo, além da perda do pai, irmão, filho, sobrinho, tio que partiu, porque carregaram consigo, a possibilidade de uma renda que integrava os ganhos da família. Famílias definitivamente marcadas e passando a integrar o grupo expressivo dos chamados novos pobres. COVID-19, o  vírus que determinou o empobrecimento de milhares de famílias.
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