Categoria: Negócio

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Tortura

Gradativamente, vai se disseminando a prática de algumas empresas, muito especialmente com a chegada das centenas de Fintechs, de concederem empréstimos às pessoas, e recebendo como garantia o aparelho celular. Algumas plataformas e aplicativos possibilitam essa modalidade absurda de garantia, na medida em que para parcela expressiva das pessoas o celular é a voz, o transporte, o dinheiro, a vida. Se não tudo… quase! Além de e absurda, essa prática, atenta contra o Marco Civil da Internet, na medida em que ao impedir as pessoas de se comunicarem, confiscam a liberdade de expressão, e ainda, o direito à propriedade. Ou seja, amigos, e depois de décadas, voltamos a viver numa selva. Onde no desespero de tomar uma parcela qualquer de mercado, comércio e fintechs ultrapassam todos os limites. O que, além de uma estupidez, é de uma burrice monumental. Para boa parte das pessoas a quem concederam crédito, o celular é a única esperança e meio de conseguirem alguma receita, algum dinheiro, alguma grana, para depois poderem colocarem em dia suas contas. Tipo, pagar o empréstimo…
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Enel, e, nano locação

Finalmente chegou a hora dos clientes da Enel acertarem as contas com a Enel. Não pelo que aconteceu há duas semanas, e que sempre poderá acontecer com empresas de energia. Um evento meteorológico de proporções maiores, com os ventos, pode determinar interrupções no sistema por dias. Mas não é por essa razão que a Enel está sendo crucificada. E sim, por sua arrogância, incompetência, descaso e irresponsabilidade. Não pelo comportamento dos últimos dias. Mas pela forma como tem tratado seus milhões de clientes da cidade de São Paulo no correr dos anos. Pendurou em sua porta, em seu atendimento, na cabeça dos que lá trabalham, um F Monumental. Todos, com raríssimas exceções, que tiveram algum problema com a Enel sentiram o gosto de sua arrogância e indiferença. Um F gigantesco, de literalmente, foda-se. Ou fodam-se. Aconteceu com algumas pessoas da Madia. Até hoje, dois anos depois, seguem esperando… Assim, o que aconteceu agora, teria sido melhor compreendido e, talvez, aceitável, se a Enel tivesse revelado um comportamento amigo e responsável a seus clientes compulsórios, nós. Mas não foi o que fez. Semeou ventos, os ventos vieram, as árvores caíram, os fios romperam-se, e a energia cessou, e milhões de famílias e pessoas, cobertas de razão, agora, e finalmente, colocam pra fora todas as pedras e indiferença que a Enel enfiou goela abaixo de todos nós… Quem semeia ventos colhe tempestade. Acho que quando alguém criou esse provérbio teve uma premonição que agora, e finalmente, e desgraçadamente, confirma-se. Pena que a vítima sejamos nós todos… Assim como os patinetes, nano locação de carros um negócio pífio e irrelevante, mas… Mas tem quem acredite e aloque tempo, energia e dinheiro. Vai passar o resto dos dias, meses e anos, em busca de algum resultado e não vai encontrar absolutamente nada. As histórias são emblemáticas e carregadas de aventura e emoção. Mas, pequenas, deliciosas, e irrelevantes histórias. Em matéria no Estadão, assinada pela Juliana Causin, o texto diz, tentando motivar, “Em um fim de tarde de véspera de feriado, o custo para sair do Centro de São Paulo e ir até a Vila Olímpia, na Zona Sul da cidade era ao menos R$35 em um aplicativo de transporte. Para alugar um carro, durante uma hora, tempo suficiente para chegar ao bairro, seria possível pagar metade do preço, cerca de R$17, com um serviço de locação… Nos últimos anos ao menos quatro plataformas lançaram o serviço no país, a maior parte em São Paulo…”. Um dos players desse novo, absurdo, inviável e impossível território é a Awto, que decolou no mês de dezembro de 2022, portanto completando 1 ano, e conta com 500 veículos entre motos e carros. E pretende chegar até 2025 a 1.700 carros… Descreve o processo, Juliana, “Os carros para locação ficam na rua, assim com ficavam os patinetes. Para localizá-los, o usuário usa um mapa do aplicativo que mostra onde estão as unidades disponíveis. O desbloqueio é feito pelo app. As chaves ficam guardadas no porta-luvas… O usuário depois de rodar, pode deixar o carro em qualquer ponto do raio definido pela Awto, o que inclui vagas na rua e estacionamentos parceiros…”. Socorro! Maluquice, insanidade, devaneio. Vai acontecer rigorosamente o mesmo que aconteceu com os tais patinetes elétricos, lembram… Revista Exame, 29 de julho de 2020, 15h56: “Fim da moda e prejuízo: Como Grow, ex-Yellow, foi do boom à lona…”. “A Grow, fusão da brasileira Yellow com a mexicana Grin no início de 2019, acaba de pedir recuperação judicial… Nas justificativas, a pandemia… de verdade, o negócio jamais fez o menor sentido…”. Como agora acontece com o patético e irrelevante e complicado e inacessível negócio de Nano Locação de Autos… Aliás, e a começar pela denominação Nano… Dando uma exata não dimensão da não oportunidade…
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Não se trata apenas do ho – home office. Trata-se, principalmente, do ao – Anywhere office

Thomaz Srougi, é fundador e executive chairman de uma das empresas que iniciou, anos atrás, uma revolução na prestação de serviços de saúde em nosso país. A Dr. Consulta. Mestre em políticas públicas pela Universidade de Chicago, assina um mais que emblemático e referencial artigo na Revista Época Negócios do mês de fevereiro de 2022. Para a perplexidade de todos nós, mais que perplexidade, desconforto e incomodo, revela que um pequeno país, aqui do lado, quilômetros abaixo do Rio Grande do Sul, em termos de condições econômicas e receptividade a empresas e empresários e investidores, vem dando de 7 a 1 no Brasil… Triste mais verdadeiro. Thomaz traz alguns números para comprovar esse momento constrangedor porque passa nosso país, e onde o Uruguai nos aplica uma sonora e monumental goleada. Repasso e compartilho com vocês alguns dos números e estatísticas coletados pelo Thomaz Srougi: ‒ IDH – Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas. Uruguai na posição 55, BRASIL, 84. ‒ PIB Per Capta. Uruguai US$22,5 mil, Brasil, 14,1 mil. ‒ Expectativa de Vida, Uruguai 77,9, Brasil 75,8. ‒ Em meio a pandemia o Uruguai flexibilizou as regras para investimentos no país: De um investimento mínimo para instalação no país de US$1,8 milhão para 380 mil. De 183 dias de permanência física por ano para 60 dias. Isenção fiscal de 5 anos para todos os estrangeiros que tornem o país seu domicílio fiscal. Conclusão, entre 2018 e 2020 a quantidade de brasileiros que se mudou para o Uruguai mais que dobrou. De 19.345 para 43.412. No final de seu artigo Thomaz lembra que a pandemia acelerou determinadas mudanças de comportamento de empresas e profissionais. Assim, produtividade e escritório não necessariamente caminham mais juntos. Mais que o Home Office, o Anywhere Office é uma das principais tendências da atualidade, segundo o relatório Business Bets 2022 elaborado pela consultoria americana Sparks & Honey. É isso, amigos, a escolha é nossa. Que país queremos ser daqui para frente. O de sempre, ou, e finalmente, e tirando proveito da monumental oportunidade decorrente do tsunami tecnológico, darmos o mais que aguardado salto, e nos convertermos, em todos os sentidos, num país relevante e MODERNO. Um Novo e Moderno Brasil.
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W, o microchip 4004 da Propaganda Brasileira. As MBAs…

Um dia os japoneses da Busicom, 1968, entraram na Intel. Precisavam de uma pecinha para aposentar lápis, papel e borracha. Dois anos depois a Intel entregou a primeira das memórias. O microchip 4004. Gordon More emocionado, ao entregar, disse, “Este microchip vai dobrar de capacidade a cada 18 meses e ter seu preço reduzido pela metade”. No mínimo ingênuo, a multiplicação da capacidade é quase infinita e os preços bateram no chão. Fevereiro de 1984. Vou almoçar no Rodeio, na porta cruzo com o Washington Olivetto. Conheci o Washington em 1971, na Lince Publicidade, do Berco Udler, estagiava com o Sergio Graciotti, Ele e o saudoso Clóvis Calia. Os dois usavam batas e cabelos cumpridos, e tamancos. Tempos de Woodstock. “Madia, tudo bem…?” Aperto de mão, abraço, e ele pergunta, uma vez mais, “quando você vai me ajudar a montar minha agência?”. Conversa vai e conversa vem, me conta de um comercial que acabara de criar a procura de um anunciante. Câmera aberta, praia, um homem correndo e um lindo cão correndo atrás, música. Aproxima-se, e, nhac… dá uma mordida no homem… Finalmente, início de 1986 Washington diz, Madia, se você não montar minha agência vou procurar outro consultor. De janeiro a maio daquele ano, no apartamento do Washington, na Haddock Lobo, uma vez por semana, nos reuníamos para um café e desenho de uma agência inusitada. Que ia ter em seu comando um profissional de criação. Modelo pronto visitei os principais grupos de comunicação, brasileiros e internacionais no Brasil. Todos foram unânimes: “enlouqueceu, uma agência sob o comando de um criativo”. A última da lista era a GGK. E onde trabalhava o Javier Llussa. Final de junho de 1986. Washington volta de Cannes, vai a DPZ e pede demissão. O mercado estava num grau de nervosismo absurdo diante dos boatos que circulavam. E a partir das 12 horas, no Manhattan, restaurante do Zé Victor Oliva começam a chegar os convidados para o almoço/coletiva. Abri a coletiva anunciando a novidade: W/GGK. Alguns jornalistas passaram por mim e diziam, Madia, simplesmente ridículo. Vai dar merda. Não deu. Mudou a história da propaganda brasileira, para melhor, para muito melhor. Os Anos de Ouro da Propaganda Brasileira vão de 1980 a 2010. Nesse meio tempo trabalhamos em outros projetos como a Talent, Expressão, AlmapBBDO, Agênciaclick, DM9DDB, Loducca, Full Jazz, Giovanni, Lew’Lara Propeg, Newcommbates, Neogama. Por obra das circunstâncias a Madia foi a empresa de arquitetura e projetos da Nova Propaganda Brasileira. Que chegou ao fim em 2010, depois no naufrágio da Publicis que comprou muitas das novas agências que foram definhando pelo caminho, com a partida de seus líderes. Na década passada tentativas oportunistas e zero consistência como de uma IBM, ou Accenture, e que rapidamente ou emudeceram, ou tiraram o time de campo por absoluta irrelevância. Uma grande safra, mais para pandemia, das chamadas agências digitais que rapidamente perderão o sentido e razão de ser, dando lugar para a inteligência artificial. Não sobrará pedra sobre pedra… Finalmente, e a partir do ano que vem começam a nascer as verdadeiras substitutas das velhas e boas agências de propaganda. Neste momento, na Madia, estamos encubando 5, e muitas outras nascerão em todos os próximos anos. As MBAs – As Agências de Marketing e Branding… As agências que resgatam o melhor da criatividade das agências dos Anos de Ouro da Propaganda Brasileira, e a capacidade de oferecer contribuições estratégicas relevantes e decisivas para seus clientes. Que jamais esperam pelo briefing. Conhecem as empresas em profundidade, os territórios onde atuam, e antecipam-se. Certificadas pela Abramark. E que adotam o mantra de Drucker, “A melhor forma de prever o futuro é construí-lo…”.
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Quem tudo quer tudo perde

Ditado dos mais antigos, repetidos à exaustão por nossas mães avós diante da voracidade e gulodice total de nós, enquanto crianças, acabou virando título, em português, de uma deliciosa comédia de Brian de Palma, no original, Wise Guys (Garotos Espertos). Com Danny DeVito e Joe Piscopo. Mais ou menos, e quase sempre, a razão de ser de debacles monumentais. Fundada no ano de 1914, no dia 13 de dezembro, pelo imigrante português Joaquim Inácio da Fonseca Saraiva, de Trás-os-Montes, 94 anos depois, 2008, detinha mais de 20% do total das vendas do país. E foi nesse exato momento, empolgados com o sucesso, que os sucessores de Joaquim Inácio decidiram aceitar as ofertas mirabolantes dos shopping centers, e converterem a vitoriosa rede de livrarias, em megastores. E que além de livros, e como o espaço era descomunal, passaram a vender os condenados a morte CDs, DVDs, e na onda do Jáque – já que vendo isso vendo aquilo – foi convertendo-se também em revenda de eletro-eletrônicos, computadores, celulares, smartphones, e, e, e, começou a fraquejar, bambear as pernas e aproximar-se do abismo. Como a compulsão e ganância eram incontroláveis não se deu conta e mergulhou no abismo. Corta para fevereiro 2022. 4 anos depois de ter pedido recuperação judicial, incapaz de suportar e honrar uma dívida de R$675 milhões. Numa luta desesperada e esperanças próximas de zero, tenta sobreviver, de alguma maneira, seja essa maneira a que for. Em 2022, o que sobrou da Saraiva dos anos de glória, meados da década passada, um prejuízo de R$15,7 milhões. Das 113 lojas de seu melhor momento restavam 37. Devolveu e ou fechou todas as demais. E ainda a pandemia, e vendas caindo para quase a metade do Natal de 2020. Dentre suas maiores dívidas, a maior com o Banco do Brasil, mais de R$120 milhões. Dívidas elevadas com seus tradicionais e queridos editores de livros que forneciam o produto principal da verdadeira e original Saraiva: o Livro. Sem contar os aluguéis em shoppings que não paga há um bom tempo. Assim, e ano após ano, mais prejuízos, menos compromissos honrados, menos lojas, a caminho, de mãos dadas com a Cultura, ao mesmo destino reservado a Laselva, que teve sua falência decretada no ano de 2013. Lembram, nossas mães e avós, “quem tudo quer tudo perde”… mais ou menos por aí a triste e constrangedora história da Saraiva, e de herdeiros que jamais entenderam as verdadeiras razões e motivos do emigrante português Joaquim Inácio da Fonseca Saraiva, de Trás-os-Montes, há mais de 100 anos.
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“Curtir” era uma armadilha

Jamais nos esqueçamos: Toda vez que algum internauta se encantava com algum post no Facebook e “curtia”, a caixa registradora do “Feice” soava fortemente. E assim, no ano de 2012, e na medida em que não pediu licença e nem tinha autorização, o “Feice” começou a ser processado por essa prática deletéria. E agora, e finalmente, o processo chega ao fim e o “Feice” devidamente condenado a pagar US$ 90 milhões de indenizaçóes aos bisbilhotados e que tiveram suas curtidas vendidas. Uma ninharia, mas, finalmente a condenação. As partes acordaram com o valor da multa, mais o compromisso do “Feice” de deletar todas as informações, faltando apenas a aprovação do juiz do processo. Em verdade, camuflado, em baixo do botão Curtir, tinha toda uma programação que rastreava cada usuário depois da curtida. Para onde iam, o que consultavam, como procediam, e se eventualmente e até tomavam alguma decisão. Os primeiros 20 anos do digital foram um vale tudo pornográfico. Onde as big techs de hoje deitaram, rolaram, e entrilhonaram-se em dólares. De 2020 para cá as coisas, finalmente, começaram a mudar. O tempo do descobrimento do digital começa a perder o vigor. E as big techs terão que passar por um rigoroso e radical programa de regulação, de um lado, e de se auto educarem, de outro. Já era tempo. Finalmente descobrimos que de “grátis!” não tinha absolutamente nada. Em verdade, o produto éramos nós…
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O ápice da incompetência, ou o dia em que um cliente entrou nu no banco…

Nem tudo são flores no ambiente corporativo de nosso país. Alguns acontecimentos – patéticos e inaceitáveis ‒ só acontecem pela negligência e incompetência de algumas empresas, obrigando seus clientes a situações vexatórias e degradantes. Jamais nos esqueceremos dos anos das portas eletrônicas e giratórias das agências bancárias, que obrigaram clientes dos bancos a momentos de infinita vergonha e total degradação. Os bancos transferiram suas incompetências para a única solução que encontram – portas giratórias ‒ e deram-se por satisfeitos. Assim fica difícil para quaisquer pessoas acreditarem nas juras de amor que essas instituições volta e meia fazem, pretendendo conquistar mais e novos clientes. Para que? Para passarem vergonha. Durante mais alguns anos alguns processos referentes a esses vexames seguirão transitando pela justiça. Meses atrás a 4ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Pernambuco, por unanimidade, manteve a condenação de um banco que submeteu um de seus clientes a um vexame monumental. Pena, multa de R$15 mil por danos morais – pouco diante da patacoada. As provas da barbaridade foram os vídeos gravados por outros clientes que testemunharam a cena. Depois de sucessivas tentativas de ultrapassar a porta giratória, e o alarme disparar, e ir tirando peça por peça, o cliente ficou finalmente de cueca. Mesmo assim o segurança exigiu a retirada da última peça, e finalmente, o cliente ingressou na agência como veio ao mundo… A porta giratória estava com defeito… Cenas para não mais nos esquecermos que envergonham a todos nós, e revelam como ainda o marketing é uma abstração em determinadas organizações.
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Linchamento

Por razões que a própria razão desconhece o Estadão, Caderno Paladar, decidiu aferir e eleger a melhor casquinha de sorvete da cidade de São Paulo. Recrutou, supostamente, os maiores entendidos em casquinhas de sorvete da cidade – nunca soubemos de algum MBA em casquinha de sorvete ‒ e foi atrás das casquinhas de 10 sorveterias diferentes. E no final, mais que eleger a melhor, linchou a que no entendimento do seleto júri foi, de longe, a pior (porque é industrial). Comparou 9 casquinhas artesanais com uma industrializada para concluir que a industrializada era um lixo. Exatamente aquela que é utilizada pela sorveteria, ou gelateria, que revolucionou o negócio de sorvete de qualidade no país, em poucos anos, a Bacio di Latte. Ou seja, critério zero, e remetendo a desconfiança de coisa plantada, na medida em que se compara 9 iguais e um desigual. Isso posto, e de acordo com a conclusão da patética e ridícula pesquisa de Paladar/Estadão, se você escolhe sorvete pela casquinha, nunca mais compre os da Bacio di Latte. Agora, se você escolhe pelo sorvete… Nessas horas, prevalece o ensinamento do mais que saudoso Nelson Rodrigues, “Existem situações em que até os idiotas perdem a modéstia…”; ou, “O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota”. E Nelson Rodrigues foi poupado ‒ que bom! – da avalanche de bilhões de idiotas que hoje destilam sabedoria, várias vezes por dia, nas redes sociais…
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Um novo capítulo na reinvenção da saúde

Era uma vez os médicos, os profissionais da saúde, os prontos socorros, os hospitais, os ambulatórios, as ambulâncias, a vida. E aí chegou a tecnologia, começou a disrupção, os planos de saúde rapidamente foram se adequando as novas realidades, as farmácias agregando serviços, e o não pode foi perdendo a razão de ser, e, prevalecendo, o pode tudo, desde que signifique mais serviços e mais vantagens para quem paga a conta ‒ nós, clientes. E aos poucos, hospitais consagrados passaram a ter seus planos de saúde, mais de 100 novos planos nasceram contemplando nichos específicos, as redes de farmácias foram se consolidando e nos grandes centros com uma frequência quase igual a quantidade de bares, e os laboratórios além dos exames passaram a oferecer outros serviços, e a inteligência artificial garantido um acompanhamento em tempo real de cada um de nós e nossas doenças e antecedentes, e a medicina a distância ou telemedicina, e, para não ficar falando por mais duas horas sobre toda a revolução, a segunda maior rede de drogarias do país, a DPSP – Drogarias Pacheco e São Paulo, e respondendo a maior, a Raia Drogasil, convertendo-se em marketplace de saúde. E onde pretende atender 10 milhões de clientes, e oferecer os serviços de 150 mil médicos… Hoje, a DPSP tem em seu comando Jonas Laurindvicius. Formado pela FEI, e com passagens pelo Duty-Free, Riachuelo, C&A, e, Pernambucanas. Sob sua responsabilidade colocar em pé o marketplace, que terá como denominação Viva Saúde, e onde se farão presentes, em um único e mesmo ambiente, médicos, laboratórios, hospitais, planos de saúde, e, muito especialmente, nós, clientes. Em paralelo, as unidades físicas, as farmácias serão fortalecidas. Todas as farmácias da rede terão salas de atendimento farmacêutico. Para medicações, curativos, consultas remotas. Laurindvicius sintetiza toda essa movimentação afirmando, “Queremos sair da guerra do desconto no balcão. Vamos oferecer serviços num formato de omnicanalidade, e não apenas e tão somente seguir vendendo remédios”. Uma vez mais, o exemplo. Pode? A grosso modo, respeitados os hábitos e costumes que prevaleceram até ontem, e ainda as regulamentações caducas mais em vigor, não pode. Mas, em tempos de disrupção e transformação radical, para a maior parte das situações não existem nem mesmo tempo para perguntar se pode…
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Mercado Livre, ainda um oceano de distância

Não obstante o ensandecimento de parcela expressiva de empresas que entram na reflexão tosca do Já Que: “já que faço isso, faço aquilo e aquilo outro também”, e decidem ser marketplaces genéricos e universais, vendem de tudo para todos, hoje, o ranking dos marketplaces de verdade e consistência em nosso país, envolve sete players. Líder absoluto, destacado, a quilômetros de de distância, com muitas vezes mais sellers na região da América Latina, mais que a soma de seus seis outros concorrentes, o Mercado Livre. E, depois, e não necessariamente pela ordem, vem, Luiza, Americanas, Via, e as asiáticas AliExpress e Shopee, e ainda a Amazon. Todas mais que se movimentando na tentativa de diminuir a descomunal distância e vantagem que o Mercado Livre tem hoje, na expectativa de que a partir da segunda metade desta década consigam aproximar-se mais do marketplace líder. Neste momento, por exemplo, e tentando recuperar o tempo perdido por não ter vindo rapidamente para o Brasil, a Amazon inicia o oferecimento de uma série de serviços e vantagens financeiras para os sellers que preferirem ou utilizarem, não necessariamente, em condição de exclusividade, sua plataforma. Como temos comentado com vocês, o fator decisivo de sucesso nas compras a distância, no e-commerce, é o “QE” – Qualidade da Entrega. E no indicador “QE”, o Fator Tempo, tem peso 5. E os restantes cinco divididos entre tudo o que aconteceu entre a compra e a entrega, passando pela embalagem, pelo “unboxing”, pelos maiores graus de correspondências entre o que foi comprado e o que foi recebido em termos de expectativas. E as chances de um “QE” 10 aumentam exponencialmente quando todo o processo é confiado a um único e mesmo player, não obstante quem seja o seller, o vendedor. Assim, os principais marketplaces, e como sempre procurou fazer o Mercado Livre a partir do momento que ganhou consistência, procurando sensibilizar seus sellers a se preocuparem especificamente com o produto e delegarem todas as demais funções ao próprio marketplace. E é o que neste momento, e em sua campanha de crescimento no Brasil, a Amazon vem procurando fazer. Conseguir mais sellers, mas sellers que confiem a guarda, entrega, e até mesmo eventual devolução do produto a seus cuidados. O grande desafio da Amazon, e de todos os marketplaces, é o de convencer seus sellers que nunca mais farão o que era comum nos primeiros anos dos marketplaces. Boa parte dos marketplaces copiavam, descaradamente, os produtos de maior sucesso de seus sellers, e passavam a concorrer com os mesmos. É esse, amigos, o momento dos marketplaces no Brasil. Em tempo, dentre as métricas que vem ganhando espaço e posição no comércio eletrônico, vai prevalecendo a NPS – Net Promoter Score, criada por Fred Reichheld, – pela sua simplicidade, facilidade de aplicação, e qualidade dos resultados. A primeira vez que Reichheld anunciou a NPS foi num artigo publicado na revista da Universidade de Harvard, no ano de 2003, “The One Number You Need to Grow”. A NPS consiste em uma única pergunta, ou na pergunta final de todo um processo de avaliação de compra e que é: “de 0 a 10 o quanto você indicaria nossa empresa a seus amigos?” Soma-se os CPs, clientes promotores, os que deram notas 9 e 10, e soma-se os CDs, clientes detratores, de 0 a 6, ignorando para efeito da nota os indiferentes, passivos e neutros, notas 7 e 8. O NPS é o resultado da conta de diminuir dos CPs, clientes promotores, dos CDs, clientes detratores. Reichheld é de Cleveland, 1952, escritor e palestrante de sucesso, e notabilizou-se por seu artigo de 2003, e que se transformou no livro “Ultimate Question”, e que é a que leva a obtenção do NPS – Net Promoter Score.