Categoria: Negócio

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192 países numa longa fila na porta do Google

Trata-se, apenas, do começo. O Google e as demais big techs, e como temos comentado com vocês, em todos os próximos anos tentando curar e cicatrizar os supostos rombos que provocaram em cadeias de valor, e em plataformas analógicas e convencionais. Na semana passada uma decisão e um acordo, simplesmente catastróficos para o Google, com fortes e definitivas repercussões sobre as demais big techs, claro, em diferentes proporções. O Google fechou um acordo com o governo do Canadá, comprometendo-se a pagar, por ano, o equivalente a R$362 milhões para a chamada indústria de comunicação – leia-se, plataformas de mídia – pelo suposto uso de conteúdo… Mais que claro que no dia seguinte, e nos demais 192 países, rapidamente as associações das diferentes plataformas analógicas reuniram-se e exigem agora do todo poderoso Google, isonomia. Tratamento semelhante ao acordo celebrado no Canadá. Conclusão, todas as big techs, sem exceção, em maiores ou menores proporções iniciando um longo período de acordos e tentativas de atenuar os supostos estragos provocados nas demais plataformas de comunicação. Diferente do Google, e para não criar precedentes e ter que proceder da mesma maneira em outros países, a Meta deixou bem claro que não concorda com o Google, e assim não fará qualquer tipo de acordo… Isso posto, e enquanto as demais empresas na tentativa de resgatar um mínimo de competitividade tentam se desvencilhar das cargas de um passado que não faz mais o menor sentido, as big techs começam a se defrontar com os estragos de um passado recente, que acabará determinando uma mudança sensível de ritmo em suas avançadas, e, eventualmente, em algumas delas, levar a conviverem com números e desempenhos bem menos robustos que os alcançados nas últimas duas décadas…
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Haja Merthiolate, Band-Aid e Penicilina para o setor da saúde

Não obstante a espetacular evolução dos últimos anos, não obstante a multiplicação da concorrência, não obstante a modernização radical do território, o negócio da saúde continua sendo o recordista em fraudes e contravenções. Estudo realizado pela Ernest Young para o IESS – Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, registra, no total, uma perda no conjunto das empresas de plano de saúde, da ordem de R$12,70 para cada R$100 reais. Ou seja, um vazamento, uma perda de sangue permanente da ordem de 12,7%. Muito acima do que acontece com outros setores de atividades, onde as quebras quase nunca excedem a 3%. Considerando o tamanho do mercado, e traduzindo em reais, estamos falando de um sangramento por ano de R$ 34 bilhões, para um faturamento total em 2022 de R$ 270 bilhões. Esse vazamento ou sangramento pode ser organizado em duas grandes causas: fraudes, e, desperdícios. Dentre as fraudes, os destaques vão para: A – Adulteração de Procedimentos. B – Superutilização. C – Ocultação de Doença Pré-Existente. D – Fornecimento de Dados de Acesso a Terceiros. E – Reembolso Sem Desembolso. F – Falsificação de Laudos de Exame. G – Atendimento Falso. G – Fracionamento de Recibos. H – Reembolso Duplicado. I – Boleto Falso. E nos desperdícios, A – Pagamento de Preço Excessivo. B – Desperdício de Materiais Utilizados. C – Uso Excessivo de Insumos de Elevado Custo. D – Atendimento Ineficaz ou Inapropriado. E – Eventos Adversos que Poderiam ter sido Prevenidos. F – Duplicação de Serviços. Comentando sobre os resultados do estudo, o superintendente executivo do IESS declarou ao Estadão, que, “Os impactos dessas fraudes e desperdícios recaem sobre todos os pagadores dos planos de saúde. Provoca, inexoravelmente, um aumento nas mensalidades. Que poderiam ser significativamente menores caso conseguíssemos diminuir de forma consistente esse tipo de ocorrência…” É isso, amigos. Enquanto não nos convertermos num país sério, com consumidores – nós – conscientes, éticos e responsáveis – e como diz a bíblia, “os inocentes seguirão pagando pelos pecadores”; E que são em grande número… Seguramente, em maior número… ou não?
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A operação padrão de Fernando Diniz

Para que as ideias de Fernando Diniz dessem certo e trouxessem os resultados desejados, seria preciso que os jogadores fossem perfeitos, irretocáveis em suas movimentações e passes. Mas não são, são humanos, e assim, mais cedo ou mais tarde o naufrágio é inevitável. O mundo levou séculos para descobrir, conforme nos ensinou nosso mestre e mentor Peter Drucker, que o caminho mais rápido e seguro em direção ao sucesso é Ser Eficaz. Jamais, Ser Eficiente. Diniz cultua a eficiência e está condenado ao malogro considerando-se as componentes essenciais de seus jogadores: seres humanos. Se máquinas, talvez, e com a inteligência artificial, conseguissem ser perfeitos e irretocáveis praticando a Eficiência, mas são humanos, falíveis, e, portanto, mais cedo ou mais tarde, falharão… Ser Eficiente, o mantra de Fernando Diniz, é Fazer Certo Todas as Coisas. Já Ser Eficaz, o mantra, conselho, recomendação, advertência, sabedoria de Peter Ferdinand Drucker, é Fazer Certo Exclusivamente as Coisas Certas. Assim, em muitas circunstâncias, Fazer Certo a Coisa Certa é dar um lançamento a distância, considerar as características e competência dos velocistas e dribladores, e não e apenas, e sempre, precisar de 40 passes para sair da defesa e tentar chegar ao ataque… Fazer Certo Exclusivamente as Coisas Certas, é o que a experiência e intuição recomenda a nossos melhores jogadores. Hoje aprisionados a teimosia e burocracia, ao Culto a Eficiência de Fernando Diniz. Se todos os que colocam os milhares de aviões no ar todos os dias, seguissem o estilo Fernando Diniz de jogar, mais conhecido na linguagem da aviação de Operação Padrão, nenhum avião, eu disse, nenhum avião, decolaria. Desgraçadamente é o que acontece hoje com a Seleção do Brasil, e com todas as empresas que insistem na trágica e deletéria eficiência…
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O céu de brigadeiro era apenas aparente mesmo tendo durado mais de 20 anos

Depois de duas décadas de céu de brigadeiro, a maior parte do tempo, mesmo porque suas presenças jamais foram imaginadas por quem quer que fosse, ou seja, o fato é que as big techs vieram, dominaram, reinaram, defenestraram, disruptaram, e em muitos até então prósperos negócios não sobrou pedra sobre pedra. Absolutamente imprevisíveis, porque recorriam a outros meios e recursos jamais imaginados pelos legisladores, suas práticas passavam a margem da legislação existente, e, sem resistência, invadiram, dominavam, e sentiram-se totalmente à vontade para fazer o que bem entendessem. Esses primeiros 20 anos terminaram. Agora chegou uma espécie de acerto de contas com as empresas da velha economia submetidas a todas regras e legislações, assim como a sociedade dado as barbaridades que cometiam. É o que assistiremos daqui até o final desta década. Cobranças, acusações, multas, punições, às chamadas big techs, em maiores ou menores proporções, pelos abusos que cometeram, e pelas omissões deliberadas que sob um olhar mais crítico de hoje, e passado o deslumbramento e entusiasmo iniciais, a sociedade começa a constatar, incomodar-se, revoltar-se, e querer ir à forra. Isso posto, e daqui para frente, semana sim outra também, as big techs e outras empresas da nova economia tendo que prestar contas e se defender na Justiça de todos os países, em menores ou maiores proporções e intensidade. Neste momento, as big techs, todas, investem mais tempo e dinheiro em prepararem-se para uma longa rodada de acusações e processos, fortalecendo suas já gigantescas equipes jurídicas, contendas que avançarão por esta e a próxima década. Todas, em maiores ou menores proporções são acusadas e processadas nos Estados Unidos pelos processos viciantes que adotaram em suas plataformas e algoritmos, causando dependência e danos à saúde mental de parcela expressiva da população jovem. Nos primeiros processos alegavam que não tinham nenhuma responsabilidade, lastreando-se na Primeira Emenda da Constituição Americana, que, em tese, atribuía toda a responsabilidade sobre a educação e permissões para os filhos de seus pais. No início até que essa tese da defesa deu certo, mas, de tempos para cá vem se revelando insustentável. Nos últimos julgamentos as big techs vêm sucumbindo por e independentemente do que diz a Constituição, terem se revelado e comportado de forma irresponsável, pela não implementação de controles eficazes para que os pais pudessem agir, assim como pela utilização de recursos para agregar atratividade e dependência as suas plataformas. É isso. Com total tranquilidade e calma, utilizaram de recursos de tecnologia poderosíssimos, diante da realidade até então vigente, e induziram novos comportamentos e culturas, diante de pais, famílias e sociedade entorpecidos pelas novidades. Quando todos se deram conta, tinham em suas casas e ao seu redor duas ou três gerações de pessoas, no mínimo, diferentes. E que agora, reconhecem, não só não têm recursos, como muito mais, ainda, não sabem como proceder. É isso, amigos. Todos, agora, enfrentando 20 anos de fantasia, delírio, encantamento, e vício da pesada, em novidades e atrações simplesmente irresistíveis, viciantes, e geradoras de radical e absoluta dependência. Sem entrar no mérito de outros danos para a saúde… Antes de 2040 não existirá a menor possibilidade de paz. Passada a bebedeira, porre, embriaguez, estamos agora iniciando longos anos de ressaca profunda e dolorosa
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O Fim dos Empregos

Infelizmente, e em todas as conversas que temos com profissionais, empresários e pessoas comuns, com raríssimas exceções, registro e constato, perplexo e preocupado, que ainda não se deram conta que o emprego, tal como conhecemos anos atrás, chegou ao fim. Acabou! Mas, se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre O Fim dos Empregos, conforme anunciado por Jeremy Rifkin em livro que tem exatamente esse nome, e no ano de 1995, agora o desafio é ainda maior. Profissionais brasileiros, muito especialmente no território da tecnologia, disputam serviços com extrema dificuldade com os Nômades Digitais de todo o mundo. E mais ainda, e conforme comentamos em análise anterior, muitos estados brasileiros tentam atrair esses nômades digitais para escolherem uma de suas cidades para morar e consumir. Conclusão, a única e mínima vantagem que os nômades digitais brasileiros tinham em relação aos que moravam fora, agora vai desaparecendo. Morando por aqui, e sempre que necessário, poderão realizar reuniões presenciais com suas empresas clientes. Hoje, todos os países, de olho nos nômades digitais. E cada um procura oferecer um atrativo maior. O Brasil acaba de aprovar uma legislação específica que dá a eles um visto de 1 ano com possibilidade de renovação infinita, cobra uma taxa de ingresso entre R$2 a R$3 mil, e exige uma comprovação de renda mensal de US$1,5 mil, ou US$18 mil depositada em conta bancária. Hoje, quase todos os países tem planos para os nômades digitais. Dentre outros, e assim como o Brasil, Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Cabo Verde, Costa Rica, Croácia, Curaçao, Dominica, Estônia, Emirados Árabes Unidos, Geórgia, Grécia, Hungria Ilhas Cayman, Ilhas Maurício, Islândia, Malta, Montserrat, Panamá, Romênia, Seychelles, e outros 100 países neste momento preparando-se para lançar seus programas para os nômades digitais. Será que as pessoas, finalmente, entenderão que o Emprego acabou? Que daqui para frente, e na sharing economy, todos seremos Profissionais Empreendedores?
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Carro fácil

Tudo indicava que o CAAS – Car As A Service prevaleceriam até o final desta década. Mas a totalidade dos players resistia. Até que a Porto Seguro decidiu dar o primeiro passo ainda na década passada. Lançou no ano de 2016 sua versão de CAAS – Car As A Service, o Programa Carro Fácil, circunstancialmente e a partir da sugestão de um de seus profissionais. No final do quinto ano depois do lançamento do Programa Carro Fácil a Porto Seguro tinha em sua carteira de carros por assinatura um total de 9 mil veículos com tendência de crescimento acelerado em todos os próximos anos. Assim, e depois de cinco anos de experiência a Porto tem estatísticas e experiência da melhor qualidade para desenvolver as novas etapas desse produto. De uma ou duas alternativas do início e depois de todo o processo de aprendizado oferece planos de 12, 18 e 24 meses. E sua experiência revela que 2/3 dos assinantes renovam a assinatura no final de cada período. O Heavy User do CAAS prevalecente é: pessoas que buscam praticidade e segurança, e onde prevalecem profissionais liberais, como médicos, arquitetos, dentistas. Quase sempre, profissionais jovens, abaixo dos 40 anos. CAAS, Car As A Service, mês após mês, adensando-se e caminhando na direção de converter-se na nova realidade. Adeus comprar. Bem-vindo, assinar.
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Uma mudança consistente numa suposta tendência irreversível

Brasileiro gosta de cerveja e ponto. Não se discute mais. Era verdade. Desde que nasceu, em todas as esquinas, reuniões de família, festas, batizados, aniversários, dominava a cerveja. Pela simples razão que era absurdamente acessível. Portabilidade, preço, distribuição. E para os não iniciados, absurdamente acessível porque empunhada por seus pais, tios, avós. Até existiam aquelas mais que queridas tias velhas que tomavam uma cervejinha nos finais de tarde. O Madia tinha 3 mais que queridas, Orlinda, Cila e Dó que antes do jantar, às 4 da tarde, tomavam uma Caracu. E enquanto isso, o vinho devagar quase parando, absolutamente ignorado. Pior ainda, maltratado pelos produtores que se recusavam a fazer o essencial. E aí chegaram os Clubes de Vinho. Que, pacientemente, pegaram as pessoas pelas mãos e foram explicando o tim tim – por tim tim da fabricação, do consumo, da história, da elegância, sensibilidade, paladares, cores, do vinho. Mais que isso, convenceram as pessoas a fazer assinaturas de vinho. Mais que comprar, assinar o recebimento mensal de uma cota básica de vinho. Duas, três ou quatro garrafas. O então inovador VAAS – Vinho As A Service… E junto com as garrafas, em embalagens primorosas, sempre um brinde, um folheto, uma revista, pegando os novos consumidores pela mão e alfabetizando todos na arte, ciência, ritual e prazeres do vinho. Da cidade de Itabuna, Bahia, Rogério Salume, 1973, adorava a prática da natação. Participava de competições em Vitória, Espírito Santo, para onde se mudou em 1989. Mais adiante fez jornalismo e MBA na FGV. Começou a vida profissional como vendedor – de bicicleta vendia balas e doces para bares e comércio da Grande Vitória. Um dia foi trabalhar com a empresa do maior dos mestres do Atacado do país, Alair Martins. Cuidava das vendas do Martins na cidade de Vitória. Antes de seu encontro com vinhos, e para permanecer próximo da família e de Vitória, sua primeira filha, abriu uma pequena empresa de distribuição de produtos. Não deu certo. Numa viagem a São Paulo reencontra Anselmo, um velho amigo, de tecnologia, e constroem um primeiro site para a empresa dos dois. Para vender vinhos. O negócio prospera, em 2004 converte-se na Estação do Vinho e recebe seu primeiro aporte. Em 2008, Rogério e Anselmo despendem-se da Estação do Vinho e criam o Wine. No primeiro ano vendem 250 mil garrafas para 14 mil clientes, e, então, nasce o Clube W, o Wine, que mudou para melhor e para sempre a história do vinho em nosso país. Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? No caso do vinho a resposta é única e unânime, quem mudou a história do vinho em nosso país foi o Clube Wine, e, depois, os demais clubes que pegaram carona na nova e poderosa onda. Corta para o início de 2023, e depois de quase 2 anos de pandemia completos. Dados das últimas pesquisas referentes ao ano de 2021 revelam. Enquanto a venda de cervejas caiu 11 pontos percentuais, a de vinho avançou mais de 50 pontos percentuais. É isso, amigos. Uma lição definitiva e magistral de como se muda o comportamento de pessoas, e se dá início a uma revolução. Com paciência, disciplina, gentilezas, carinho, respeito, pegando as pessoas pelas mãos, ensinando, acessibilidade total, e, gradativamente, o aparente milagre acontece. Quem quiser chamar de milagre que o faça, mas, de verdade, trabalho exaustivo, no correr de mais de uma década, e de excepcional qualidade. Quando isso acontece, dá certo. Deu. Rogério Salume, seus sócios, companheiros de Wine, mais que todos os produtores, muitos centenários, mudaram para sempre e para melhor a história do vinho em nosso país.
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Tortura

Gradativamente, vai se disseminando a prática de algumas empresas, muito especialmente com a chegada das centenas de Fintechs, de concederem empréstimos às pessoas, e recebendo como garantia o aparelho celular. Algumas plataformas e aplicativos possibilitam essa modalidade absurda de garantia, na medida em que para parcela expressiva das pessoas o celular é a voz, o transporte, o dinheiro, a vida. Se não tudo… quase! Além de e absurda, essa prática, atenta contra o Marco Civil da Internet, na medida em que ao impedir as pessoas de se comunicarem, confiscam a liberdade de expressão, e ainda, o direito à propriedade. Ou seja, amigos, e depois de décadas, voltamos a viver numa selva. Onde no desespero de tomar uma parcela qualquer de mercado, comércio e fintechs ultrapassam todos os limites. O que, além de uma estupidez, é de uma burrice monumental. Para boa parte das pessoas a quem concederam crédito, o celular é a única esperança e meio de conseguirem alguma receita, algum dinheiro, alguma grana, para depois poderem colocarem em dia suas contas. Tipo, pagar o empréstimo…
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Enel, e, nano locação

Finalmente chegou a hora dos clientes da Enel acertarem as contas com a Enel. Não pelo que aconteceu há duas semanas, e que sempre poderá acontecer com empresas de energia. Um evento meteorológico de proporções maiores, com os ventos, pode determinar interrupções no sistema por dias. Mas não é por essa razão que a Enel está sendo crucificada. E sim, por sua arrogância, incompetência, descaso e irresponsabilidade. Não pelo comportamento dos últimos dias. Mas pela forma como tem tratado seus milhões de clientes da cidade de São Paulo no correr dos anos. Pendurou em sua porta, em seu atendimento, na cabeça dos que lá trabalham, um F Monumental. Todos, com raríssimas exceções, que tiveram algum problema com a Enel sentiram o gosto de sua arrogância e indiferença. Um F gigantesco, de literalmente, foda-se. Ou fodam-se. Aconteceu com algumas pessoas da Madia. Até hoje, dois anos depois, seguem esperando… Assim, o que aconteceu agora, teria sido melhor compreendido e, talvez, aceitável, se a Enel tivesse revelado um comportamento amigo e responsável a seus clientes compulsórios, nós. Mas não foi o que fez. Semeou ventos, os ventos vieram, as árvores caíram, os fios romperam-se, e a energia cessou, e milhões de famílias e pessoas, cobertas de razão, agora, e finalmente, colocam pra fora todas as pedras e indiferença que a Enel enfiou goela abaixo de todos nós… Quem semeia ventos colhe tempestade. Acho que quando alguém criou esse provérbio teve uma premonição que agora, e finalmente, e desgraçadamente, confirma-se. Pena que a vítima sejamos nós todos… Assim como os patinetes, nano locação de carros um negócio pífio e irrelevante, mas… Mas tem quem acredite e aloque tempo, energia e dinheiro. Vai passar o resto dos dias, meses e anos, em busca de algum resultado e não vai encontrar absolutamente nada. As histórias são emblemáticas e carregadas de aventura e emoção. Mas, pequenas, deliciosas, e irrelevantes histórias. Em matéria no Estadão, assinada pela Juliana Causin, o texto diz, tentando motivar, “Em um fim de tarde de véspera de feriado, o custo para sair do Centro de São Paulo e ir até a Vila Olímpia, na Zona Sul da cidade era ao menos R$35 em um aplicativo de transporte. Para alugar um carro, durante uma hora, tempo suficiente para chegar ao bairro, seria possível pagar metade do preço, cerca de R$17, com um serviço de locação… Nos últimos anos ao menos quatro plataformas lançaram o serviço no país, a maior parte em São Paulo…”. Um dos players desse novo, absurdo, inviável e impossível território é a Awto, que decolou no mês de dezembro de 2022, portanto completando 1 ano, e conta com 500 veículos entre motos e carros. E pretende chegar até 2025 a 1.700 carros… Descreve o processo, Juliana, “Os carros para locação ficam na rua, assim com ficavam os patinetes. Para localizá-los, o usuário usa um mapa do aplicativo que mostra onde estão as unidades disponíveis. O desbloqueio é feito pelo app. As chaves ficam guardadas no porta-luvas… O usuário depois de rodar, pode deixar o carro em qualquer ponto do raio definido pela Awto, o que inclui vagas na rua e estacionamentos parceiros…”. Socorro! Maluquice, insanidade, devaneio. Vai acontecer rigorosamente o mesmo que aconteceu com os tais patinetes elétricos, lembram… Revista Exame, 29 de julho de 2020, 15h56: “Fim da moda e prejuízo: Como Grow, ex-Yellow, foi do boom à lona…”. “A Grow, fusão da brasileira Yellow com a mexicana Grin no início de 2019, acaba de pedir recuperação judicial… Nas justificativas, a pandemia… de verdade, o negócio jamais fez o menor sentido…”. Como agora acontece com o patético e irrelevante e complicado e inacessível negócio de Nano Locação de Autos… Aliás, e a começar pela denominação Nano… Dando uma exata não dimensão da não oportunidade…
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Não se trata apenas do ho – home office. Trata-se, principalmente, do ao – Anywhere office

Thomaz Srougi, é fundador e executive chairman de uma das empresas que iniciou, anos atrás, uma revolução na prestação de serviços de saúde em nosso país. A Dr. Consulta. Mestre em políticas públicas pela Universidade de Chicago, assina um mais que emblemático e referencial artigo na Revista Época Negócios do mês de fevereiro de 2022. Para a perplexidade de todos nós, mais que perplexidade, desconforto e incomodo, revela que um pequeno país, aqui do lado, quilômetros abaixo do Rio Grande do Sul, em termos de condições econômicas e receptividade a empresas e empresários e investidores, vem dando de 7 a 1 no Brasil… Triste mais verdadeiro. Thomaz traz alguns números para comprovar esse momento constrangedor porque passa nosso país, e onde o Uruguai nos aplica uma sonora e monumental goleada. Repasso e compartilho com vocês alguns dos números e estatísticas coletados pelo Thomaz Srougi: ‒ IDH – Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas. Uruguai na posição 55, BRASIL, 84. ‒ PIB Per Capta. Uruguai US$22,5 mil, Brasil, 14,1 mil. ‒ Expectativa de Vida, Uruguai 77,9, Brasil 75,8. ‒ Em meio a pandemia o Uruguai flexibilizou as regras para investimentos no país: De um investimento mínimo para instalação no país de US$1,8 milhão para 380 mil. De 183 dias de permanência física por ano para 60 dias. Isenção fiscal de 5 anos para todos os estrangeiros que tornem o país seu domicílio fiscal. Conclusão, entre 2018 e 2020 a quantidade de brasileiros que se mudou para o Uruguai mais que dobrou. De 19.345 para 43.412. No final de seu artigo Thomaz lembra que a pandemia acelerou determinadas mudanças de comportamento de empresas e profissionais. Assim, produtividade e escritório não necessariamente caminham mais juntos. Mais que o Home Office, o Anywhere Office é uma das principais tendências da atualidade, segundo o relatório Business Bets 2022 elaborado pela consultoria americana Sparks & Honey. É isso, amigos, a escolha é nossa. Que país queremos ser daqui para frente. O de sempre, ou, e finalmente, e tirando proveito da monumental oportunidade decorrente do tsunami tecnológico, darmos o mais que aguardado salto, e nos convertermos, em todos os sentidos, num país relevante e MODERNO. Um Novo e Moderno Brasil.