Categoria: Negócio

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A segunda maior corrida ao pote de ouro depois do Viagra…

Quase todas as farmacêuticas de peso intensificando seus preparativos para ingressarem com tudo no novo business do emagrecimento. As tais das “injeções mágicas”. Mais conhecidas como Ozempic, um gol de placa do laboratório dinamarquês Novo Nordisk, criado originalmente para o tratamento de diabetes, e mais que beneficiada pelo Serendipty, Serendipismo. Atirou no que viu, e acertou no que não viu, fenômeno semelhante ocorrido com o Viagra. Agora uma repetição do mesmo acontecimento, quando a patente do Viagra chegou ao fim em 2010, e dezenas de novos concorrentes invadiram uma praia/mercado durante anos exclusiva da Pfizer. A patente do Ozempic termina em 2026, e em preparativos de guerra, neste momento, e pelo que vem vazando, uma EMS construiu uma nova fábrica em Hortolândia para seu genérico do Ozempic, com o princípio ativo semaglutide. A Hypera acelerou sua contagem regressiva. E, em declarações a imprensa, João Adibe da Cimed, falou sobre uma tal de Caneta Amarela chegando ao mercado em 2026… Lembrando, meses antes do Viagra/Pfizer perder a patente, a farmacêutica decidiu reduzir significativamente o preço do Viagra – 50%! – obrigando todas as farmacêuticas que replicaram o produto, a praticar aqui no Brasil preços, no mínimo, 35% abaixo do remédio de referência… Em Tempo, no ano passado, o medicamento mais vendido no Brasil foi o Ozempic – R$3,1 bi. O segundo colocado foi o Glifage XR, com R$809 milhões… Dá pra entender a corrida…
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Mais problemas para produtos de consumo importados

No ano retrasado, próximo da Páscoa, eclodiu na Itália a informação de que produtos produzidos e assinados pela Ferrero, a dona do best-seller Kinder Ovo, fabricados na Europa, registravam a presença de Salmonella. Rapidamente a empresa mobilizou-se, garantiu que os ovos de páscoa vendidos no Brasil eram seguros, mas perdas significativas nas vendas foram inevitáveis. Mais recentemente quem enfrentou o mesmo desafio foi o campeoníssimo sorvete Haagen-Dazs. E mais que imediatamente a General Mills do Brasil correu atrás e recolheu lotes do sorvete de baunilha que registravam a presença de substância cancerígena. Esses sorvetes são importados da França e o reconhecimento da contaminação, além do Brasil, também aconteceu no Canadá, China, Cingapura, Hong Kong e Israel, além da França. Quando um evento como esse ocorre não há tempo a perder nem se para discutir ou averiguar se a ameaça a saúde pública é real. Primeiro recolhe-se, depois verifica-se, e finalmente, a empresa volta a público para todas as explicações mais que necessárias. Caso contrário, o sorvete de baunilha da Haagen-Dazs, por mais e comprovadamente inofensivo que seja, sempre será olhado com indisfarçável e constrangedora desconfiança. Assim é a realidade, por mais que nos incomode. Assim somos nós.
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O megassanduíche de mortadela do mercadão

Além do Pastel de Bacalhau, o Mercadão da cidade de São Paulo notabilizou-se pelo megassanduíche de mortadela. Pão francês crocante, com 300/400 gramas de mortadela no recheio. Claro, Ceratti. E aí saem os resultados de uma pesquisa que vem sendo realizada há anos na França, pelo CIRC – Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer e aponta: “Para diminuir o risco de câncer colorretal é necessário diminuir a exposição a nitratos e nitritos, um dos principais componentes dos embutidos”. Segundo as conclusões da pesquisa, a recomendação é consumir no máximo 150g de embutido por semana. O sanduíche de mortadela do Mercadão, mesmo consumido devagar, significa mais de 300 gramas de embutidos em 10 a 15 minutos… Sem contar os que repetem e pedem bis… Na França e outros países da Europa produtores de embutidos correndo atrás de componentes alternativos. Aguarda-se semelhante atitude das indústrias no Brasil. Evitando, não apenas o câncer, como e também, o fim de um dos grandes hits do Mercadão, o antológico e monumental sanduíche de mortadela. Deu água na boca?…
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Healthtechs, a homeopatia da nova medicina

Alguns médicos são céticos e definitivos em relação a homeopatia. Segundo eles, placebo na veia e não serve para nada. Serve, até placebo serve. Desqualificar e ignorar significa subestimar o não ter o menor apreço pela força do pensamento, da crença, da busca permanente pela cura, solução, resultados. E aí os planos de saúde passaram a não caber mais nos bolsos. De todos, inclusive dos grandes hospitais Sírio e Einstein que lutavam com dificuldades para seguirem pagando os Planos de Saúde de seus funcionários. E criaram o Médico de Família, que triava todos os funcionários antes de encaminhar para os planos e descobriram e constataram perplexos que 90% deles não precisavam recorrer aos serviços de Prontos Atendimentos e Exames, e Internações, e assim, e literalmente, o chamado custo da saúde pelos exageros e excessos, e medos e inseguranças despencou. E aí, e em paralelo, diante dessa oportunidade, e como todos os novos recursos decorrentes das conquistas da tecnologia, nasceram as Healthtechs. Agora vejo alguns especialistas dizerem que as Healthtechs não param em pé. Param e param muito bem sim e prósperas. Descobriram que entre o que se fazia no passado e o que se passou a fazer hoje existia uma mega oportunidade, o maior dentre todos os mercados, e hoje prosperam nesse território. O que fica entre as sensações e os medos, e as doenças de verdade. O que o mundo vem descobrindo hoje é que existia uma demanda exagerada pelos serviços médicos tradicionais, decorrentes do medo, e da guerra que se estabeleceu entre hospitais e médicos e laboratórios e os planos de saúde. Hoje, com a poeira e a ignorância controlada, a saúde vai encontrando seu verdadeiro preço e valor. As Healthtechs cumprem a importante missão de controlar o meio de campo. Resolver e debelar sintomas, e só encaminhar para as soluções convencionais de saúde os casos verdadeiramente necessários. Com a ajuda espetacular da, e finalmente, telemedicina. Sintetizando. Tínhamos nós, apavorados, medrosos, hipocondríacos de um lado, e instituições clássicas de saúde do outro, na outra ponta. Aí vieram os planos de saúde e tudo isso virou um big business, nós pacientes e clientes viramos bucha de canhão enquanto hospitais e planos se matavam. Agora temos um agente pacificador, que faz o meio do campo, e ajuda a acalmar a todos e colocar a saúde, finalmente, em seu devido lugar. Claro, só possível e viável diante de todas as conquistas tecnológicas a partir de 1971, com o advento do microchip…
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Uma entrevista corajosa sobre a nova realidade do ensino no Brasil

Quase todos os líderes do território do ensino dispõem-se a conceder entrevistas. Poucos, ou nenhum outro tem o desassombro e a coragem do Eduardo Parente, presidente do YDUQS. Eduardo é graduado em produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, fez a Nyu Stern School Of Business. Fez carreira em logística, foi CEO da CSP – Companhia Siderúrgica do Pecém, Fortaleza, Diretor de Projetos Especiais da Vale, professor e presidente da Estácio, e desde dezembro de 2018 comanda o YDUQS. Toda a entrevista de Eduardo é de excepcional qualidade, mas, separei os momentos que julgamos mais importante para compartilhar com vocês. Os Antecedentes “Vínhamos de cinco crises seguidas e concomitantes: A econômica que não acaba, o fim do Fies, o Covid, a alta dos juros, e, a inflação. Conclusão: tivemos que fazer um esforço alucinado para continuar cabendo no bolso do aluno. Muita coisa deu errado. Tipo, financiamento próprio, cursos de ensino médio na Estácio, abertura de muitas e novas unidades. Duas coisas funcionaram: EaD – ensino a distância e a medicina. Mesmo hoje 94% das pessoas dizendo que preferem o ensino presencial foi o EaD que continuou trazendo alunos para a faculdade…”. Dimensão e importância econômica do EaD hoje “O EaD veio substituir o Fies. O processo de migração foi inevitável com seu tíquete médio de R$200. No ano de 2017 o Fies representou uma receita de R$1,3 bi. No ano passado o EaD alcançou R$1,4 bi.” E a pandemia atrapalhou… “Se não tivesse ocorrido a pandemia o crescimento teria sido muito maior porque o que inibe e restringe hoje é o bolso das pessoas.” E o presencial “Alguns concorrentes chegaram a decretar o fim do presencial; nós dobramos a aposta. A pandemia reforçou a consciência de como o presencial é indispensável, e reforçou nossa visão de negócio…”. Quando volta o presencial “Haverá uma retomada muito forte quando a economia permitir. Mas, não é automático. A pessoa tem que ter um horizonte que conseguirá estudar por quatro anos. É enorme a quantidade de famílias que não conseguem pagar ensino presencial com tíquete médio de R$670…”. Uma nova realidade nas aquisições A alta dos juros deu uma freada muito grande. Difícil alavancar-se para comprar alguém e a Bolsa caiu. Em se tratando de fusões você soma duas instituições com ações deprimidas e aí fica mais fácil. Em síntese, as empresas abertas estão valendo muito menos do que as empresas fechadas acham que valem…
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FAD – Franqueado de Alto Desempenho

Hoje o assunto é Franquias, mas com aprendizados que valem para todas as demais empresas. Na última edição da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, edição anual sobre Franquias, uma mais que preciosa síntese das 10 melhores práticas dos melhores franqueados. Vamos a essas 10 Melhores Práticas, com os comentários dos consultores da Madia… 1 – Vestir a camisa – Para que um franqueado alcance os melhores resultados para as franquias, e para suas unidades específicas de negócios, é condição essencial vestir a camisa, mergulhar fundo, viver a marca. E para tanto precisa revelar-se preparado e atualizado permanentemente. 2 – Seguir as regras e as diretrizes – Se os franqueados não seguirem ipsis literis, ao pé da letra, o que dizem os manuais das franquias, e decidirem ou começar a improvisar, ou mesmo sem se darem conta, negligenciar, fraquejar, não vai dar certo. 3 – Pertencimento – o franqueado, por suas manifestações, gestos, atitudes, ações, comportamentos, precisa transparecer permanentemente uma relação de pertencimento mútuo. Dele em relação a franquia/marca, e passar a todos a sensação que é o dono da marca num território específico, tais são seus zelos e cuidados. 4 – Empenho – Definitivamente, no exercício e na prática do Franchise não existe almoço grátis. Tem que ralar. Franquias em shopping não têm nem sábado, nem domingo, nem carnaval, nem Natal, nem férias… 5 – Liderança – Ser líder é adotar, mediante doses consistentes de empatia e cordialidade, um comando natural de todas as situações envolvendo os três “Ps” da franquia, People, equipe interna, Providers, fornecedores, e Partners, parceiros. 6 – Objetivos – Sem saber onde se pretende chegar e o que e como fazer qualquer lugar é qualquer lugar ou nada. Sem referências, paradigmas, targets, os comandados desorientam-se pelo caminho e perdem a eficácia por completo. 7 – Dados – nenhuma decisão e estratégia nasce do nada. Muito menos todas as táticas decorrentes. Os franqueados de sucesso conhecem seus mercados de atuação de trás para frente e na ponta da língua. E se preservam rigorosamente atualizados. No mínimo reservam um dia da semana para bisbilhotar toda a concorrência vizinha. E nos finais de semana atualizam-se sobre o ambiente político, econômico, social e tecnológico. 8 – Resiliência – existirão dias de glórias e dias de terríveis e graves lições. Dias de glórias são para qualquer um. Os verdadeiros líderes revelam-se nas crises. 9 – Aprendizado Intermitente – O franqueado de excepcional qualidade desenvolve um terceiro olhar. Que aplica em tudo o que vê, observa, testemunha. O olhar do aprendizado. Enquanto uma parte de seu cérebro age em funções a tomar, a outra, a do aprendizado, separa o joio do trigo, converte em conhecimento e armazena. 10 – Família – Ser ótimo e irretocável nas nove primeiras práticas é essencial, mas não suficiente. Sem a 10ª mais cedo ou mais tarde o leite coalha, a pipoca vira piruá, a maionese desanda. Sem o equilíbrio e suporte da família toda a conquista está sob permanente e total risco. É isso, amigos. Essas regras ou práticas valem para as empresas franqueadas, e, também, para todas as demais. Como se encontra você dentro das 10?
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Amazon segue correndo atrás do Mercado Livre

O Mercado Livre chegou poucos anos antes – 12 – e que, no mundo de hoje, é uma eternidade –vindo da Argentina, e sob o comando de Marcos Galperin, argentino, e seu sócio brasileiro, Stelleo Tolda. Rápida e competentemente ocupou espaço e segue, relativamente tranquilo, na liderança. Mas sem se descuidar um instante que seja em relação a Amazon, que por aqui chegou em 2012, com o lançamento do Kindle. Assim, o chegar bem antes do Mercado Livre, e claro, a forma competente e sensível como continua sendo tocado, mais que sustentar, dá consistência à liderança. Hoje o comando da Amazon Brasil é de Daniel Mazini, carioca, que em edição de semanas atrás de O Globo, resgata toda a trajetória em nosso país, do segundo do ranking no Brasil, e de olho na liderança. Segundo Daniel, Amazon põe os pés no Brasil em 2012 a propósito do lançamento do Kindle. Em 2014 passa a comercializar livros físicos. Os primeiros passos do marketplace datam de 2017, começando pela venda de eletrônicos para casas. E, finalmente, em 2019, a Amazon decide mergulhar de cabeça no Brasil, e constrói seu primeiro centro de distribuição; até então, só usava centros de distribuição terceirizados. Nesse mesmo ano lança o Amazon Prime, o Alexa – assistente virtual – falando português…”. Assim, e segundo Daniel, a Amazon considera seu ano zero no Brasil 2019, quando se revelou preparada para competir. De lá para cá saltou de um centro de distribuição para dez, de um polo logístico para mais de 100. E 90 estações de entrega – menores – e que permitem entregas no mesmo dia… De duas ou três centenas de funcionários de 2019 para 18 mil em 2024. Assim e hoje, no território dos marketplaces, e na disputa da liderança, apenas dois players, com consistente vantagem para o Mercado Livre. Todos os demais marketplaces, a considerável distância e brigando pela “liderança” do terceiro lugar”. Há quase 100 anos, Gertrude Stein, disse, “Não existe lá mais ali”. É o que podemos dizer em relação ao comércio que por aqui prevalecia, antes da virada do milênio. Até mesmo os antigos players de gênese analógica, e que sobrevivem, com dificuldades, tiveram que se reinventar. O amanhã é ontem Definitivamente, a grande maioria dos especialistas e articulistas não tem consciência ou não se sensibilizaram da devastação que a Inteligência Artificial já provocou. Num dos artigos da semana passada, no Estadão, o articulista diz, “o amanhã é hoje”. Não, não é, o amanhã foi ontem e centenas de milhares de pessoas em todo o mundo já perderam seu emprego para a Inteligência Artificial. Nada, absolutamente nada contra a IA, Inteligência Artificial, repito, que em infinitos territórios já vem se revelando uma dádiva, muito especialmente na saúde, onde, e nos próximos anos, salvará milhões de vida. Mas, e no mundo corporativo, se todos os cuidados não forem tomados, e como já comentei, seu efeito, que já é mais que preocupante, será devastador. De qualquer maneira, faço mais este comentário sobre o tema IA consciente que poucos lerão porque ainda estão embriagados pelas maravilhas da Inteligência Artificial. Mas, sigo fazendo, por absoluto e total dever de consciência. No final do artigo do Estadão o comentarista especializado em tecnologia e educação, pergunta, “Você confiaria a uma Inteligência Artificial o controle de seu computador…?” Não teve resposta… a pessoa já fora demitida… Em tempo, Martin Sorrell, em visita ao Brasil e entrevista ao O Globo, ex- WPP e hoje a frente da S4 Capital, falou sobre o impacto da Inteligência Artificial na publicidade, “As empresas clientes das agências não vão mais depender de um planejador de mídia de 25 anos de idade, mas de um algoritmo mais eficiente para analisar informações e fazer escolhas certeiras. A parte ruim é que você não precisará mais de 10 mil, 15 mil pessoas na rede de planejamento e compra de mídia. Mas, a eficiência, será muito maior…” Socorro! Na mesma página da entrevista de Sorrell, a notícia que uma empresa de Pix Global, a Nium, com um time local aqui no Brasil, de duas pessoas, viabilizou a transferência de US$2,5 bilhões entre o Brasil e o exterior no ano passado… Com sensibilidade, compaixão, e decisões, ainda é possível salvar milhões de humanos…
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Arenas, o boliche da vez

Os mais novos não se lembram, mas, e de uma única casa onde se praticava o boliche, na cidade de São Paulo, do dia para noite, entre 1963 e 1969, abriram mais de 100. Menos de 10 anos depois dois terços tinham fechado as portas, e o terço sobrevivente tinha dificuldades de parar em pé. Não e apenas os pinos, as casas de boliche… Depois vieram as iogurterias, paleterias, e outros modismos que foram ficando pelo caminho. Agora, a bola da vez, ou a onda são, as Arenas! De uma única ARENA de megassucesso, a do Palmeiras, a Allianz, o Morumbi acabou convertendo-se em arena, também, com algumas adaptações, o mesmo acontecendo com o estádio do Corinthians, mais alguns meses com o Pacaembu, e agora acaba de ser anunciado que o Canindé, também, se converterá numa Arena. São Paulo comporta, em menos de 20 anos, cinco arenas? Certamente não, por maior que seja a população da cidade, e por mais que parte de seus moradores, até agora, tenham revelado grande apreço pelos shows de suas bandas e cantores preferidos, e outros derivativos. Mas, e assim, e uma vez mais, o perigo das coisas não darem certo no Brasil e muitos correrem atrás e descobrirem que o suposto pote de ouro não tinha tanto ouro assim… É como as coisas funcionam, como a cabeça das pessoas “raciocinam” e, daqui a 10 anos, dessas cinco arenas, três, de forma alternada, permanecerão vazias… Não obstante todas as lições recentes, empresários e profissionais repetem os mesmos erros, e ingressaremos na próxima década com notícias sobre uma mais que certa “Crise nas arenas…” Como ensinou o filósofo George Santayana, “aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”, ou, na versão do filósofo Edmund Burke, “Um povo que não conhece sua história está fadado a repeti-la.”
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Quando o ser humano é detalhe

Leio no Estadão a cobertura da Futurecom, que, segundo o jornal, “um dos principais encontros de tecnologia da América Latina, que ocorreu no Expo São Paulo”, e que teve a participação de pelo menos 33 mil pessoas… Um sucesso de patrocinadores. 8 Premium, 4 Diamond, 36 Masters, e mais de 100 Standards. Sintetizando, sucesso de público e de venda. Pena que tenham se esquecido do Ser Humano. A síntese da matéria traduz a miopia cruel que tomou conta dos entusiasmados: “Na Futurecom, executivos dizem que empresas têm de orientar trabalhadores para conseguir mais benefícios de ferramentas”. E concluem, “Sozinha, inteligência artificial não faz milagre…”. Sem a menor dúvida a IA é uma conquista monumental. Que vai mudar para melhor a história da civilização. Mas antes, irá, ou melhor, já está provocando a maior sangria de todos os tempos nos empregos. Tudo o que os iludidos e insensíveis ou tolos fazem até agora, é celebrar a fantástica conquista, esquecendo-se dos milhões de empregos que estão sendo destruídos, e onde brevemente, muito brevemente, irá, também, e inexoravelmente, destruir os empregos dos iludidos… Olhando a distância, e me atento aos comentários em diferentes publicações e plataformas, e à matéria do Estadão, todos mais que eufóricos, com milhões de cadáveres potenciais do lado. Não me lembro de ter lido ou ouvido uma única manifestação das providências sociais urgentes para – já que não dá mais para evitar –, atenuar a tragédia. Todos mais que eufóricos na festa, sem se darem conta que a cada novo dia o salão vai ficando mais vazio… E a matéria começa de forma deplorável, pra não dizer ingênua, “A inteligência artificial talvez tire o emprego de alguns profissionais…”. Repetindo, amigos, considerando a obviedade da situação que só insensíveis e idiotas de todo o gênero não registram. Não se trata de alguns, de milhões… Em síntese, a inteligência artificial é uma conquista monumental da humanidade. Mas que, e como todas as conquistas dessa dimensão, tem que ser ministrada com sensibilidade e parcimônia. Para não matar de vez os maiores beneficiados, nós, habitantes da terra. Mas, neste momento de euforia, todos só querem se divertir, ignorando os milhares, hoje, e milhões, amanhã, tombando dia após dia ao seu lado. A tecnologia em si é fria, gelada, insensível. E nós?
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Quem precisa de jatos executivos?

Independente de crises e pandemia, independente da comunicação a distância ser hoje tão natural quanto um grão de arroz ou pedaço de pão, similar a um lenço, a uma chave que se carrega em um bolso e se aciona quando se quiser necessário ou não, algumas pessoas seguem interessadas em ser proprietárias, em possuir, um jatinho executivo. A frota desses jatinhos em nosso país está quase batendo na casa das 10 mil unidades. Portanto, e definitivamente, qualquer tentativa de se compreender o fenômeno pelo viés da sensatez, naturalidade e comedimento, esquece. É a vontade do ter por ter, de dar vazão, a minoria, a um hobby, ou de exibir, riqueza e poder, de manifestar uma monumental vaidade e soberba. Ninguém precisa de um jatinho executivo. Absolutamente ninguém, mas, e mesmo assim, o número de proprietários não para de crescer. E o número dos novos compradores, segundo os últimos dados divulgados, também não para de crescer. Meses atrás mais uma Labace foi realizada no aeroporto de Congonhas, feira que reúne e atrai toda a cadeia de valor dos jatinhos, e potenciais interessados. Foram expostas 45 aeronaves que chegavam a custar, valor unitário, alguma coisa próxima dos US$ 70 milhões. Entrevistado por Luciana Dyniewicz do Estadão, Flávio Pires, diretor executivo da ABAG – Associação Brasileira de Aviação Geral, disse, “Meses atrás, se me perguntassem, diria ser um desequilíbrio decorrente da oferta e da procura. Não parece mais ser o caso”, e complementado pelo diretor de vendas da viação executiva da Embraer, Gustavo Teixeira, “O setor vive um bom momento e hoje 30% dos clientes da Embraer são de primeira compra. Antes eram 10%… Há uma migração da aviação comercial para a executiva… na pandemia as empresas perceberam as vantagens de ser usuária de avião executivo, de ter um jato, e acabaram migrando…”. Nada mais a comentar e muito menos refletir. Não faz o menor sentido. Não existe nenhuma outra razão para empresas continuarem a recorrer a jatos executivos em 2023, e em todo o admirável mundo novo que temos pela frente. Nenhuma, nem mesmo segurança. Mas, e como mantinha atrás de si, em sua sala, meu saudoso amigo e Acadêmico da Academia Brasileira De Marketing, Alex Periscinoto, “Não pergunte porque as pessoas são assim; são assim mesmo”.