Categoria: Negócio

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Inovar é preciso e sempre

Muitos dizem, “mas… não tem mais o que inovar?!” Sim, sempre tem… A possibilidade de inovação é infinita. Sempre é possível inovar-se. O mundo não é estático, a vida muda, as circunstâncias mergulham em transformações, e assim, se todo o entorno muda, não é possível aceitar a lenga-lenga que “não há mais nada a fazer ou inovar”. Sempre há! Se você e sua empresa não conseguem é outra coisa, mas que sempre é possível inovar, sim, é. No ano de 1968, emblemático ano em que sucedem os acontecimentos mais importantes e revolucionários que moldariam o Admirável Mundo Novo em processo de construção, nascia, na cidade de Marselha, França, a “5 à sec”. Mais adiante uma rede de lavanderias pelo mundo, especializada, e com cinco alternativas de serviços e preços, e onde prevalece a lavagem a seco. 5àsec! Mais ainda. Recordista no tempo de prestação dos serviços. 1 hora! Em pouco tempo a empresa, mediante franquia, cobria toda a França e dava início a sua expansão internacional. Começando pelos países vizinhos a França, os de língua francesa, muito rapidamente invadiu a América. Chegou no Brasil no ano de 1994. Em 2020, a 5àsec passa a ter no Brasil uma de suas principais operações. Mais de 500 lojas em nosso país. Em todo o mundo são 1.730 lojas. Mas, e não obstante, e até por isso e como condição de manutenção e crescimento segue inovando. No final de 2021 lançou um plano por assinaturas, que já responde por 10% do faturamento das lojas. Garantindo um preço melhor para os clientes que se dispuserem a contratar esse serviço por um determinado período. Está instalando Lockers em edifícios comerciais e condomínios residenciais. Onde os clientes deixam e retiram as roupas sem precisar ir a uma loja ou pagar pela entrega. E, para se tornar acessível a um público muito maior, criou a Lavpop, mais voltada para jovens e profissionais em início de carreira. “Mas não tem mais no que inovar”, costumam dizer preguiçosos e pessoas sem imaginação. Tem, sempre tem, sempre é possível, mais que possível, vital. Inovar, ou, morrer.
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Por que os applemaniacs amam a Apple?

Direto à resposta. A Apple, até hoje, tem sido a única empresa que se dispôs a pegar todos nós, seres humanos e ignorantes em tecnologia pelas mãos, e introduzir-nos, com educação, cuidados e beleza, na digisfera. Apenas, ou, tudo isso. A Apple é o melhor exemplo de marketing de excepcional qualidade dentre as empresas de tecnologia. Nasceu com os olhos, sentidos, coração, totalmente conectados com nossa ignorância, necessidades, desejos, e monumental insegurança e medo. E, assim, e se hoje convivemos com razoável tranquilidade diante de um mar de incontáveis e infinitas novidades, devemos muito à sensibilidade e inteligência social – embora fosse meio tosco – de Steve Jobs. Em marketing era um campeão. Já que esse novo mundo da tecnologia era inóspito para todos os demais mortais com exceção da galera de tecnologia, Jobs decidiu criar um mundo, produtos, e acima de tudo com e a partir da molécula “friendly”. E, fez! Dias atrás comemoramos os primeiros 25 anos de uma nova realidade. Essa realidade que hoje está totalmente integrada as nossas vidas, ou, ao contrário, nova realidade em que mergulhamos com prazer e de onde jamais sairemos. Ao contrário, cada vez e mais mergulhando mais fundo. Há 25 anos, e finalmente, fez-se a justiça. Devolveu-se ao comando de seu criador, Jobs, a empresa que criou e converteu, por uma cultura única, em empresa legendária. A Apple. Um dia, equivocamente de forma truculenta, mandaram Jobs embora. E em seu lugar, colocaram uma espécie de Salieri de Mozart, que o próprio Jobs tinha ajudado na contratação, John Sculley, que se notabilizou por algumas proezas na Pepsi. Para convencê-lo a vir para a Apple, e além do cargo de CEO que lhe foi oferecido e mais um monte de dinheiro, o argumento usado, foi, “Sculley, você pretende passar o resto de sua vida vendendo água com açúcar ou quer ter sua oportunidade de mudar o mundo?” Poucos meses depois Sculley deu o empurrão que faltava para demitirem da empresa seu criador, Steve Jobs, passando para a história da administração e do marketing como um novo Salieri. E aí, e finalmente, anos mais tarde, faz-se a justiça. A Apple reconhece a capacidade inovadora de Jobs, e o traz de volta. E o resto é história. Em sua volta, e como diz a música dos Carlos, Roberto e Erasmo: “Eu voltei, agora pra ficar, por que aqui, aqui é meu lugar”, Jobs lança um mais que amigável computador, em plástico azul e translúcido, o iMac que mudou para melhor, muito melhor, a digisfera, tornando-a mais acessível e amigável, na medida em que criou a mais humanizada dentre todas as ferramentas e gadgets. Melhor ainda, um computador mais que preparado para uma imediata conexão à www, rede mundial de computadores. E, depois e na sequência, foram nascendo os irmãos mais novos, até eclodir o iPhone. E, repetindo uma vez mais, desde então o mundo nunca mais foi o mesmo. Jobs acreditava, de verdade, que se fizesse a melhor ratoeira do mundo, o mundo faria uma fila para comprar. Desta vez de verdade, e não como na velha fábula do marketing da ratoeira Little Champ que era uma espécie de Belo Antonio. Bonita mais ineficaz, impotente. Mais que uma linda ratoeira, criou, para milhões de pessoas, seu novo e melhor amigo, claro, sem tirar o lugar nem desmerecer dos pets do coração. Assim e hoje, nos primeiros 25 anos do iMac, muito a se comemorar, por um lado. E de outro, que as demais Big Techs criem vergonha, agreguem a componente Humanity em todas as suas plataformas e produtos, e parem de fazer gadgets que levam a galera da tecnologia a orgasmos intermináveis, e ao tédio, decepção e tristeza, a maioria de nós, pobres mortais… Nos fazendo sentir, repito, ignorantes e incompetentes.
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Cenas do passado, no presente, olhando para o futuro

Não tem jeito. Leva tempo, e muitas vezes é quase impossível, para empresas e empresários, conviverem e aceitarem uma nova realidade. Ainda é comum assistirmos discussões infindáveis no plano de negócios que estão sendo atacados pelo digital 24X24 nos 12 meses do ano. Como acontecia no passado, onde as pessoas brigavam no corpo a corpo, e, um dia assustaram-se com índios que venciam batalhas disparando flechas a distância. Lemos no Estadão entrevista de Rolf Buddemeyer na seção Primeira Pessoa. Rolf comanda o conselho da tradicional e respeitada fabricante de roupas de cama, mesa e banho Buddemeyer. Rolf fala do desafio que é manter lojas nos shopping centers, muito especialmente em decorrência da devastação provocada pela pandemia. E anuncia os planos de sua empresa de ter mais lojas de rua. Diz Rolf, “Vamos continuar ampliando nossa rede de lojas, mas substituindo unidades de shoppings por lojas de rua em função dos custos. A correção do aluguel foi muito forte e, por mais que se negocie, é difícil para os shoppings abrirem mão do que se encontra nos contratos. Hoje temos 14 lojas sendo 8 em shoppings. Das 8, vamos levar duas para as ruas.” E Rolf justifica: “Ainda que o custo da operação na rua seja maior – tem de ter mais segurança, por exemplo –, corresponde a 35% do total de uma loja de shopping. É claro que a loja de rua demora mais tempo para fixar ponto. Em shopping, em dois anos você está estabelecido. Na rua, são três ou quatro. O difícil da rua é achar o ponto, mas ainda vale a pena”. Com total respeito, nós, consultores da Madia, discordamos. Em primeiro lugar, e na entrevista, Rolf esqueceu-se dos chamados “índios”, o tal do comércio eletrônico, as vendas pela internet, que mereceriam alguma consideração e atenção maior pela empresa. E, em segundo lugar, existem shoppings e shoppings e ruas e ruas, e o desafio é rigorosamente o mesmo. A qualidade da escolha do ponto – em shoppings ou em ruas. O que importa não é o percentual de custo de uma loja em shopping ou na rua. É o resultado que deixa, independente do custo.
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Fake News, manchete do caderno imóveis de Valor

Nem todas as pessoas, por maiores cuidados e advertências, sabem que matérias produzidas por equipes do estúdio comercial das plataformas de comunicação, são publicidade. Que essas aparentes e supostas matérias não fazem parte do editorial. Lembram da música, cantada pelo Quatro Ases e um Coringa, “Eu Vi Um Leão”? A história é a seguinte. No ano de 1930 chega à cidade de Fortaleza um novo funcionário da Alfândega, Ponce de Leon, transferido de Manaus. Grande folião carnavalesco. Em 1936 é eleito, por aclamação, Rei Momo do Ceará. E para o carnaval de cinco anos depois, 1941, é homenageado com uma canção composta por Lauro Maia, cujo título era Eu Vi Um Leão… Na letra: “Hoje eu vi um leão / Leão, leão / Mas não era um leão / Não era um leão / E o que era então? / Não digo, não / Tinha corpo de leão / Tinha juba / Juba de leão / Tinha cara / Cara de leão / Tinha boca de leão / Tinha pata / Pata de leão / Tinha unha / Unha de leão / Tinha cheiro / Cheiro de leão / Tinha ronco / Ronco de leão/ Rooooooommmm!!! / Então era um leão / Não, não era não, / Mas então o que era, / Não digo não / Diga, diga, diga, diga, / Pois era o Ponce de Leão, / Ai, era o Ponce de Leão”. A parte final da música foi mudada e gravada e se tornado em grande sucesso pelo conjunto Quatro Ases e um Coringa. E, na gravação, ficou, “O que era, então, Era a mulher do leão”. A música fez sucesso não apenas no Brasil como em outros países. Voltando ao Valor e seu caderno Imóveis de Valor. A maior parte das pessoas imaginam que seja editorial de verdade, e assim, a manchete, supostamente verdadeira, converte-se em grave Fake News. Diz a manchete: “Em condomínio é o novo objeto de desejo do paulistano…”. E o texto completa, “A busca por condomínios horizontais em São Paulo cresceu 102% entre os 10 primeiros meses de 2021 e o ano inteiro de 2020. Imóveis acima de 300 metros quadrados foram os mais procurados por 59% dos paulistanos… É o que aponta levantamento exclusivo da Datazap+, indicando a preferência dos paulistanos por mais espaço e conforto no pós-pandemia…”, perceberam, 59% dos paulistanos, segundo a aparente matéria editorial, procurando por imóveis acima de 300 metros… Socorro. Valor, em seu publieditorial ou caderno de Branded Content, fez da população de São Paulo, claro, apenas por algumas páginas e minutos, a população mais rica e com maior poder aquisitivo do mundo… Essa falta de cuidado, mesmo em se tratando de caderno publicitário, é inaceitável.
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A Reinvenção da Leroy Merlin

Enquanto muitos de seus concorrentes jogam a toalha e até mesmo colocam-se à venda, a Leroy Merlin dobra a aposta e revoluciona-se. Em direção e sentido, cada vez mais, da prestação de serviços. Matéria de capa da revista IstoÉ Dinheiro de 11/08/2023, com a assinatura de excepcional qualidade do Hugo Cilo, a Leroy Merlin é um ótimo exemplo de quem não só se decidiu por não desistir, como, e principalmente, em reinventar-se e dobrar a aposta. Na matéria do Hugo Cilo, uma entrevista com o CEO da empresa Ignacio Sánchez Villares. Hoje a Leroy Merlin Brasil é uma referência para as demais empresas, em gestão, diversidade, sensibilidade. Com resultados, claro. São 45 lojas grandes, 2 Express, 1 L’Espace, em 14 estados, e 15 novas lojas físicas a caminho, depois de 25 anos de Brasil. E previsão de R$ 9 bilhões de vendas neste ano de 2023. E que time! 44% de mulheres, 43,5% da liderança com mulheres, 45% de pretos ou pardos, 28% dos líderes pretos. Na estratégia, a gradativa e consistente migração de produtos para serviços, também e principalmente. Nas palavras de Villares, “O aumento das margens está em serviços, e não apenas na venda de itens para construção… Com a pandemia e as pessoas ficando em casa cresceu a necessidade por “home improvement”… A proposta é oferecer uma solução completa…”. E, completa, “Quem procurar um novo revestimento para a cozinha, ou uma nova torneira para o banheiro, ou qualquer melhora no imóvel, pode escolher tudo na loja e já sair de lá com um projeto nas mãos… Criamos lojas compactas – Leroy Express para atender a clientela de vizinhança e ainda oferecemos a nossos clientes a possibilidade de realizar as compras pelo digital. As grandes lojas estão se convertendo, também, em centros de distribuição…”. Em um dos momentos mais inspiradores da matéria, introduz o Leroy Merlin Instala. “A Leroy passa a oferecer mais de 130 serviços com 2,5 mil funcionários, e que incluem reformas completas de banheiro e cozinha até a instalação de móveis…”. Assim, e enquanto outras organizações desistem do business de “material para construção”, a Leroy ouviu e inspirou-se em Charles Darwin, “não necessariamente são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as supostamente mais inteligentes, mas as que respondem com lucidez, discernimento e inovação às mudanças…”. Ou, e como ensinou nosso adorado mestre e mentor, Peter Drucker, “quando começa a chover eu corro atrás de bacias”, ou ainda como o Acadêmico Nizan Guanaes intitulou seu livro, onde conta sobre seus erros e acertos, e escrito por João Wady Cury, com o velho jargão dos melhores, sábios e experientes vendedores, “Enquanto eles choram, eu vendo lenços…”. Finalmente, mais uma empresa revela, na prática, ter entendido e seguir o que Theodore Levitt, em artigo antológico e monumental, escreveu na edição de julho/agosto de 1960 da Harvard Business Review, sob o título Marketing Myopia: “As pessoas não compram produtos; compram os serviços que os produtos prestam…”. Ou simplesmente, adotou o positioning statement da Nike na prática: “Just Did It!” A escolha é sua. Lenços, bacias, guarda-chuvas, esconder-se, vender-se, desistir, antes que seus velhos e novos concorrentes decidam-se. Ou, “Just Do It”. “A melhor forma de prever o futuro é construí-lo”, lembram? Peter Drucker…
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Histórias inspiradoras, ou, coxinhas, por amor…

Se a oportunidade bater em sua porta, mesmo que você não saiba e desconfie do que e de quem possa ser, abra. Se não bater – e não tem batido ultimamente –, construa uma porta, como nos ensinou o humorista Milton Berle. José Ortega Y Gasset, jornalista e filósofo espanhol repetiu à exaustão e pela vida, “Eu Sou Eu Mais As Minhas Circunstâncias”. E hoje, todos os experientes e sensatos, e sensíveis, também, param de se vangloriar e comemoram as graças e conquistas decorrentes das circunstâncias. Em algumas situações, a circunstância, se chama… amor! Semanas atrás, a emblemática história de um profissional de tecnologia que, por amor, trocou computadores por coxinhas. Quem diria, em tempos em que profissionais mergulham e dão tudo para prosperar na tecnologia, uma exceção. De quem trocou, feliz, a tecnologia, por… coxinhas. Pernambucano, Lívio Teobaldo, 42 anos, em 2005 deixou o Recife para trabalhar em São Paulo no território de sua formação – ciência da computação. Casou, sua esposa passou em um concurso em Pernambuco, e decidiu seguir junto. Poucas oportunidades em seu território, aceitou um emprego por 50% a menos do que ganhava – o que foi uma sorte – porque não desgrudou seus olhos para outras e eventuais oportunidades. Em 2013 decidiu arriscar. Comprou uma franquia de sorvetes, a Mr. Mix. Aprendeu a arte e ciência de escalar mediante a modalidade franquia de se construir negócios. Observando o comportamento nosso, brasileiros, e não obstante o calor, descobriu como adoramos salgadinhos. Comemos muito mais empadinhas e coxinhas do que tomamos sorvetes. Decidiu, depois de muita pesquisa e maiores reflexões, começar um business de… isso mesmo… coxinhas! E nasce a Coxinha no Pote. Abre uma primeira unidade em 2014. E, no primeiro dia de funcionamento, precisou fechar a loja antes das 16h por falta de coxinha… Em 2018 são cinco lojas, hoje 39 – 21 abertas, 12 em implantação e 6 com contrato fechado e em busca de local. Por enquanto, as lojas da Coxinha no Pote estão apenas em Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, além de Pernambuco… Nos últimos 12 meses, um faturamento de R$13 milhões… Provavelmente, e dos que lerem este artigo, alguns irão se candidatar a franqueados… A canção tema do fantástico musical Chorus Line, começa dizendo, What I Did For Love… Foi o que aconteceu com Teobaldo. Por amor, voltou pra Pernambuco, e descobriu, na volta, uma mina de ouro chamada Coxinha no Pote, independentemente de sua formação como tecnólogo… No caso de Teobaldo, e por uma questão de amor, e mesmo a oportunidade não tendo batido em suas portas, ao intuir que acompanhar sua mulher poderia ser colocar-se numa situação em que a oportunidade o encontraria, seguiu em frente. Intuitivamente fez o que o comediante americano Milton Berle sempre recomendou, “Se a oportunidade não bater, construa uma porta…”. Seguir seu amor e deixando sempre a intuição ligada foi a porta que Teobaldo construiu… Até ouvir o canto não do galo, das galinhas… E espero, do mais fundo do meu coração, que sejam felizes para sempre… “Kiss today goodbye / The sweetness and the sorrow / We did what we had to do/ And I can’t regret what I did for love What I did for love…”. Coxinhas!
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O pai da Barbie, a ignorância do Nobel, e a inteligência natural

ATENDENDO A PEDIDOS, o artigo do MADIA publicado no PROPMARK, na edição com data de capa de 30 de janeiro de 2018. Como muitas coisas na vida, um artigo escrito 5 anos antes do tempo certo. Richard Thaler, 72 anos, professor da escola de negócios da Universidade de Chicago, recebeu o Prêmio Nobel de Economia, por seus estudos sobre a economia comportamental. Segundo as agências noticiosas, à Academia Real Sueca de Ciências de Estocolmo, Thaler destacou a importância dos traços de personalidade dos indivíduos, em seus comportamentos de consumo: “Thaler incorporou hipóteses psicologicamente realistas na análise das tomadas de decisões”. Ou seja, fez em anos recentes, guardadas as devidas proporções e a infinidade de recursos hoje existentes, muito menos do que o verdadeiro precursor do behaviorismo aplicado à economia, aos negócios, ao marketing, ao branding e à comunicação, Ernest Dichter, fez e anunciou ao mundo nos anos 1950. E por que Dichter não mereceu a distinção, perguntarão alguns? Por dois motivos. O primeiro, absolutamente impossível, uma vez que o Nobel para Ciências Econômicas só passou a existir em 1968. E o segundo é que suas descobertas e conquistas mereceram críticas truculentas e improcedentes de supostos intelectuais da época. Ernest Dichter foi contemporâneo de Peter Drucker, também nasceu em Viena, no dia 14 de agosto de 1907. Graduado em psicologia, aluno e companheiro de Paul Lazarsfeld, um dos fundadores do behaviorismo. Morreu no ano de 1991, em Peekskill, Nova York. É considerado o criador e pai da Pesquisa Motivacional, que, dentre outras conquistas e consequências, mudou radicalmente a publicidade, o marketing, o branding, os negócios e a comunicação em todo o mundo. De família pobre, judeu, para custear seus estudos foi trabalhar com seu tio como vendedor de uma loja de departamentos, e decorador de vitrines nas horas vagas. De 1924 a 1927. Seu pai era caixeiro viajante, vendendo tecidos e armarinhos. No início da Segunda Guerra, decide sair da Europa, por questões de sobrevivência, e muda-se com sua mulher, Hedy Langfelder, pianista clássica, para New York City. Durante os anos 1940 e 1950, passou parte do tempo tentando convencer as grandes organizações de que faziam publicidade de forma equivocada. Que jogavam dinheiro fora. Até que um dia, de tanto insistir, a Procter lhe concedeu uma oportunidade com Ivory… Mais adiante o casal dono da Mattel contratou seus serviços para definir como deveriam ser as novas bonecas… Entrevistou 191 meninas e 45 mães… E concluiu: “suas mães querem as bonecas tradicionais, de antigamente; as meninas querem bonecas que traduzam o que gostarão de ser quando crescerem; “Long Legs, Big Breasts, Glamorous… Barbie, um dos dez melhores cases de todos os tempos”. O sucesso das descobertas sobre Ivory, para Procter, lhe garantiu um segundo job. Para Ariel… Mais adiante decodificou para a Chrysler como os homens relacionavam-se com automóveis. E criou a plataforma de comunicação perfeita para diferentes modelos de automóveis. Para a Esso, recomendou o statement: Put a tiger in your tank… Para Betty Crocker, identificou o truque que daria vida às massas para bolos que esbarravam no sentimento de culpa das mulheres. Descobriu que os praticantes de golfe voavam com as bolinhas; que os praticantes de boliche colocavam suas vidas ao arremessar as bolonas em direção aos pinos, às frustrações, aos desafios e aos inimigos… Muito antes, e infinitamente mais importante, do que o vencedor do Nobel de 2017, Richard Thaler. Mas, a vida é assim. Certamente a Academia Real Sueca de Estocolmo desconhece as contribuições de Dichter. Deixo aqui, portanto, esse reparo essencial. Questão ou dever de consciência. Sobre ele, Ernest Dichter, o pai da Pesquisa Motivacional. Em tempos de inteligência artificial, nada como reverenciar quem resgatou e enalteceu a verdadeira inteligência. A humana.
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O fator tempo

Qual a diferença de uma crise em tempos de normalidade, e as de agora, tempos de brutal anormalidade, tempos de tsunami que devasta bases e assentamentos e que coloca o mundo agonizante e em acelerada despedida. O fator tempo. Não existe tempo para recuperação. Apenas isso. Os tempos protocolares seguem os mesmos. Que mais que possibilitavam que empresas se recuperassem e voltassem para o jogo. Hoje não existe esse tempo. Como estamos diante da maior crise estrutural de todos os tempos, e por falar em tempo, e pela fragilidade e derretimentos dos alicerces da velha economia, empresas que mergulham em crise, dia após dia, enfrentarão uma dificuldade maior de retornar, de conseguirem o tempo necessário para a mais que aguardada, desejada recuperação. Em termos normais, o desafio era apenas da empresa reposicionar-se, reorganizar-se, recuperar-se finalmente, e voltar a engatar nos ritmos como tudo funcionava. Hoje essa possibilidade não existe. Pode se reposicionar, reorganizar, e tentar recuperar-se, mas, quando acredita estar pronta, tenta voltar, e descobre que o trem da vida já se encontra muitas estações adiante. Neste momento, no mundo inteiro, quem melhor tipifica essa epidemia de organizações em processo de falência, são as grandes e tradicionais organizações de varejo. Nos Estados Unidos, das 30 maiores, 25 delas, que as pessoas jamais acreditavam passam por qualquer tipo de crise, deverão fechar suas portas nos próximos dois anos. No Brasil idêntico comportamento deve prevalecer. Assim e talvez o “melhor” pior exemplo, na medida em que causa constrangimento e tristeza em todos aqueles que como eu amam os livros, o melhor pior exemplo, são as 4 grandes redes de livrarias que vão se despedindo. Uma que chegou a ganhar fama e fortuna, e estabeleceu-se como referência e paradigma introduzindo o conceito de Megastores, a FNAC, despediu-se há alguns, anos, e ainda pagou R$150 milhões para Cultura assumir a responsabilidade pelos custos do encerramento. Recebeu os tais R$150 milhões, que rapidamente evaporaram, e em seguida, 2018 pediu recuperação judicial. E semanas atrás fechou a mais que emblemática loja do conjunto nacional. Uma espécie de concerto final e de despedida de uma época que chegou ao fim. Em síntese, e em menos de 10 anos despediram-se Laselva, Cultura, Saraiva e FNAC. Nos velhos tempos, se uma Cultura ingressasse em crise, teria enormes chances de se recuperar, concorrendo com empresas semelhantes. Hoje existem novos e melhores prestadores de serviços na venda de livros, e assim, quando um gigante cai, fica quase impossível se levantar. Como um dia mais que profetizou Gertrude Stein, os velhos tempos, de um mundo exclusivamente analógico, de cimento, tinta, cal e madeira, “Existia Um Lá Ali”. Hoje não existe Lá Mais Ali. O que existe lá é um mundo absolutamente novo que dá um valor pífio aos serviços que as organizações tradicionais, do modorrento e incompetente mundo velho, ainda prestam… Repetindo pela enésima vez. Esqueça crises conjunturais. O tamanho da crise estrutural é de tal ordem que, quem não se der conta, corre o risco de morrer acreditando que tudo o que tinha era um simples resfriado.
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A batalha final, Carrefour X Casino. Carrefour pule de 10!

Aproveitando-se do excepcional e espetacular momento em que sobram pontos comerciais nas principais ruas e avenidas do Brasil, e seu inimigo Casino – leia-se Pão de Açúcar é colocado à venda – Carrefour revela sua estratégia de abrir uma vantagem abissal sobre todos os seus demais concorrentes. Multiplicando aos milhares as Carrefour Express, e colocando um Sam’s Club ao lado de todas as novas lojas de hipermercado. Atraindo clientes, e os tornado sócios do Sam’s. Venda e Loyalty literalmente lado a lado. Carrefour na sua Esquina. Agora a guerra é pra valer e a cada quarteirão. Sentindo a invasão tímida, há décadas, de empresas como a rede espanhola Dia Supermercados – hoje com mais de 1.000 lojas entre São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul e Bahia, e mais recente e acelerada com a mexicana Oxxo – em menos de dois anos com 325 lojas no Brasil e um total de 21 mil na América Latina, o Carrefour decidiu mergulhar de vez na sharing economy, onde se cresce com e por parcerias – crescer exclusivamente com recursos próprios e organicamente leva tempo e depois será tarde demais – decidiu ir para as cabeças, partindo de forma fulminante para migrar mercadinhos independentes para sua franquia. Não para aí. Em paralelo e simultaneamente, decidiu, também, levar sua mais nova propriedade, o Sam’s Club, a todas as novas lojas de sua rede de hipermercados. E, por outro lado, aproveitando-se sabiamente de um momento de fraqueza infinita do Casino, leia-se Grupo Pão de Açúcar, a ordem no também grupo francês do Carrefour, é ocupar de forma acelerada, consistente e eficaz o mercado. A maior parte possível. Se possível, todo o mercado! Diz João Gravata, diretor de proximidades do Carrefour, “O plano é abrir lojas franqueadas com área de vendas de 15 a 200 metros quadrados, em ruas, condomínios residenciais e escritórios com investimentos de R$150 mil…”. Não será criada uma nova marca. Todos os novos parceiros do Carrefour serão sinalizados, protegidos e abençoados, com a marca de sua rede de pequenos supermercados, a Carrefour Express. Isso posto, e repetindo pela enésima vez, já vivemos na plenitude a SEKS, Sharing Economy, e Knowledge Society. A sociedade onde o capital é o Conhecimento, em seu maior, amplo, e completo entendimento, e a forma de fazer negócios, crescer e prosperar, é mediante Sharing, parcerias. O Carrefour é reconhecidamente competente – Tem o Capital Conhecimento – e adota o formato Sharing como alavanca maior para seu vigoroso e acelerado crescimento. Como tenho comentado com vocês, empregos desaparecem quase que por completo, e daqui para frente a maioria dos negócios, será constituída e realizada mediante Parcerias. Por outro lado, e falando o mesmo francês… Depois de judiar, fazer sangrar, ferir mortalmente sua “joia da coroa” no Brasil, o Pão de Açúcar, depois de jogar terra, fumaça, mediocridade, no melhor programa de fidelidade do Brasil, o Pão de Açúcar Mais, finalmente o Grupo Casino joga a toalha e coloca à venda o próprio Pão de Açúcar. Ainda presente na memória de todos a batalha absurda entre Jean Charles Naouri, o todo poderoso do Casino, e Abilio Diniz, naquele momento profundamente arrependido da venda da empresa de sua família aos franceses. No mesmo momento que o Casino anunciava ter colocado à venda o Pão de Açúcar no Brasil, o GPA fez um comunicado ao mercado confirmando essa decisão… ”GPA – Grupo Pão de Açúcar é um ativo que poderá ser vendido como parte do plano de três anos de venda de ativos do Grupo Casino…”. Jean Charles Naouri confirma o que os conhecem e sempre diziam: ótimo pra comprar empresas, pra fazer negócios, péssimo em manter esses negócios vivos e saudáveis. Como dizia o professor Costinha, nas aulas de medicina legal, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, não é impotente coeundi, mas segue impotente generandi… Enquanto isso o Carrefour dispara na liderança… Mais que merece!
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A medicina corretiva acelera

Está acontecendo no mundo inteiro, mas, temos um ótimo e emblemático exemplo no Brasil. Muitas e novas empresas surgindo de tempos em tempos, dentro das diferentes especializações que a nova medicina oferece. Como, e por exemplo, empresas especializadas em exames genéticos. No final de 2017, o Grupo Dasa mergulhou de cabeça no território dos testes genéticos com uma nova empresa, a GeneOne. Hoje, 5 anos depois, a GeneOne tem mais de 800 unidades em todo o Brasil, e já recebeu investimentos de mais de uma centena de milhões de reais na compra de aparelhos e montagem de instalações. O comando da empresa é de Gustavo Riedel, que lembra da inestimável e decisiva contribuição que esse tipo de testes genéticos traz para a saúde das pessoas. Diz ele: “Ao antecipar o diagnóstico de possíveis doenças que podem manifestar-se no futuro, a partir dos exames de genética dos pacientes, há uma efetividade maior tanto no tratamento como na cura…”. Hoje, a cobertura potencial da GeneOne é de um público de 20 milhões de pessoas, atendendo todo o sistema Dasa, e uma rede de 2 mil laboratórios parceiros. A empresa hoje atua no Brasil, a partir de São Paulo, na Argentina, Uruguai, Colômbia e Chile. Lembrando, no início, tínhamos exclusivamente a medicina curativa, isso mesmo, a dos remédios. Depois veio a medicina preventiva, a das vacinas, saneamento básico dentre outros, e que nos garantiu vivermos 40 anos a mais nos últimos 100 anos. E desde a conquista do genoma humano, passamos a engatinhar e dispor das primeiras soluções da nova medicina, a corretiva. Que permite a todos nós corrigir os eventuais erros que circunstancialmente a natureza comete. E que nos remete, a médio prazo, para uma possível imortalidade, ou, para os que preferirem, morte opcional. Em tempo, com a chegada dos gadgets colocados em nossos corpos, a 4ª medicina, a preditiva. Que avisa nosso plano de saúde ou médico em tempo real de algum problema de saúde que temos, e não tínhamos a mais pálida ideia. E a consulta ou a operação já estão marcadas…