Categoria: Negócio

Negócio

Esqueceram–se do colchão

Há anos, quase 30, que o mundo sabia que mergulharia numa crise de dimensões monumentais. O fim dos empregos, e um intervalo entre 10 e 20 anos até reacomodar ou redirecionar milhões de pessoas. Prepará-los para migrarem de empregados para profissionais empreendedores. Com uma perspectiva e futuro muito melhor do que foi até ontem, mas com muita dor e sofrimento no intervalo. Assim, o mundo que já deveria ter se preparado para esse momento, construindo um colchão social para amparar essas pessoas – muito especialmente os jovens saindo da adolescência em direção a um mercado de trabalho que não existe mais. Meses atrás, Ronaldo Lemos, advogado e colunista de tecnologia na Folha, palestrante, com uma das melhores séries de TV sobre o admirável mundo novo em processo de construção – Expresso Futuro – trata do assunto relatando o que vem acontecendo em outros países, muito especialmente na China. Segundo Ronaldo, a geração que chamamos aqui de Geração Nem Nem – nem estuda, nem trabalha – no Brasil o dobro dos demais países desenvolvidos – 36% dos jovens entre 18 e 24 anos, ganham diferentes denominações em outros países. Na China, um contingente gigantesco de jovens entre 18 a 30 anos que integram a chamada geração Tang Ping – “Permanecer Deitado” – não fazer absolutamente nada, e deixar o tempo passar. E a caminho uma nova geração batizada de Bai Lan – “Deixar Apodrecer”. Uma geração que além de jogar a toalha quer que tudo se “ferre” para não dizer “se foda”. Parcela expressiva dessas pessoas passam seus dias mergulhados nas redes sociais. Segundo Ronaldo, em pesquisa recente realizada nos Estados Unidos com pessoas entre 23 e 38 anos, a constatação de que 22% dos entrevistados dizem não ter amigos; Nenhum! Solidão total e absoluta. E ainda, na China, uma outra denominação para essa geração, “Geração Morango” – jovens que pretendem ganhar a vida como influenciadores, mas que, e a semelhança dos morangos, são de uma inconsistência e fragilidade absolutas. É isso, amigos. Há duas décadas no mínimo se sabe que os empregos estavam terminando. Agora, com raríssimas exceções terminaram.  E nós, mundo, não criamos um colchão social para realizar a travessia de forma mais tranquila e segura. Infelizmente, a agressividade e violência deveria subir o tom de forma significativa. Talvez a principal característica da segunda metade desta década. Ninguém pode alegar que não sabia, e muito menos que fomos pegos de surpresa. Uma crise social e monumental anunciada com muitos anos de antecedência…
Negócio

Os dois caminhos

Sempre existe mais de um caminho para se encontrar uma solução para um problema ou um desafio. O caminho direto, o de eliminarmos o problema mediante corte e supressão. E o indireto, encontrando uma forma de solucionarmos o problema de forma natural. Muitas vezes usando muitas de suas propriedades para resolver. Assim, é com muito entusiasmo que registramos os comentários do biólogo Fernando Reinach, em sua coluna semanal no Estadão, de que, e finalmente, encontrou-se uma solução para a reciclagem enzimática de garrafa pet. Segundo Fernando, “O ideal, e, em teoria, seria desenvolver um sistema circular em que o plástico na forma de polímero fosse quebrado e seus monômeros fossem liberados. Uma vez liberados, poderiam ser purificados e usados novamente… E um grupo de cientista acaba de alcançar essa conquista. Enzimas capazes de quebrar as cadeias de Pet, liberando os monômeros, mas, e diferente do que acontecia no passado, 95% dos monômeros presentes nas garrafas foram recuperados possibilitando a reutilização e completando o círculo e refazendo o plástico…”. E tudo isso, hoje, em não mais que cinco dias… Assim, e muito brevemente, 12% do lixo sólido produzido pela humanidade a caminho da redenção. Talvez, uma das mais importantes notícias dos últimos tempos, sobre tema do interesse de todos.
1
Negócio

Revisão de estratégia, ou, um novo modelo que se converterá em benchmark?

Num reposicionamento de grandes dimensões, ou complementação de rota, talvez inspirado em pequenos varejos que recorreram ao franchise, como o Multicoisas, o fato é que o Leroy Merlin soltou as amarras e decidiu, além das megalojas, partir para lojas de bairro. Em entrevista à Márcia de Chiara do Estadão o diretor de desenvolvimento da empresa Renato Coltro abriu o jogo. A Leroy vai investir R$1 bi até 2024 para abrir 150 lojas para compras rápidas. Leroy Express. As Express serão extensões das megalojas que hoje existem nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Ao anunciar a revisão na estratégia Coltro disse “Ter 150 lojas express até 2024 é uma meta factível, mas no Brasil cabem muito mais lojas desse formato…”. De alguma forma, a Leroy segue em maiores dimensões o que fez a Telhanorte a partir de 2019. Hoje só na cidade de São Paulo são oito lojas, e com uma segunda marca começa a invadir o Rio Grande do Sul. Segundo a Leroy, as lojas express destinam-se a todos os clientes – muitos – que nem, querem ir às megalojas, e também não gostam de compras pela internet. Uma espécie de Nem, Nem… Nem megas, nem digi… Quem sabe, um novo modelo de varejo para determinados produtos que as pessoas consideram comprar a distância, mas se sentem mais segura dando uma olhadinha, presencialmente…
Negócio

Desertificação, e, prosperidade

Para quem ainda tem alguma dúvida, em que direção caminha o futuro, ou pra onde bate o vento, é suficiente olhar e ver o que acontece com o comércio de ruas, e como andam os negócios dos armazéns logísticos. O comércio de rua, mergulhou num processo irreversível de abandono e desertificação. Algumas das principais ruas das maiores cidades do Brasil, e do mundo, também, com o maior vendaval de Aluga-se, ou Vende-se, ou Passa-se o Ponto da história. Enquanto isso os chamados Armazéns Logísticos multiplicam-se numa velocidade maior que a dos coelhos. Uma das grandes empresas desse território, a GLP – multinacional que tem sua sede em Cingapura, investirá, entre 2024 e 2026 no Brasil para a construção de novos armazéns logísticos, a quantia de R$2,1 bilhões. Armazéns esses que já estão encomendados e serão locados, mais de 80% deles, às empresas do comércio eletrônico. Hoje, a GLP já é a maior empresa desse território. Possui 13 parques logísticos com mais de 30 galpões. Dos atuais 3 milhões de m², de hoje, para 4 milhões de m² em 3 anos. E cada vez mais, e para atender a necessidade de competitividade de seus locatários na moeda tempo, procura reduzir esses armazéns para uma distância 50% menor – de 30 para 15 quilômetros dos grandes centros de consumo… É isso, amigos. Só as pessoas absolutamente alienadas e desprovidas de um mínimo de juízo e sensibilidade revelam-se incapazes de definir para onde caminha o comportamento da humanidade, especialmente nós, brasileiros, em nossos hábitos de compra, e a dimensão dos desafios a serem enfrentados pela desertificação das chamadas ruas de comércio, e, em paralelo, pelo abandono das torres de escritórios. A encrenca para o final do século não é pequena para os “Zs” e seus filhos e netos…
1
Negócio

Estratégia de ocupar espaço do Grupo “Nós” segue avançando

No mês de agosto de 2020 o varejo brasileiro conheceu um novo player. O Grupo Nós, uma joint-venture entre a Raízen (leia-se licenciada da marca Shell), e a Femsa Comércio, empresa que lidera o comércio de conveniência e proximidade na América Latina. Hoje, quatro anos, segue em sua estratégia de ocupar espaço. Quando o negócio foi concretizado, a expectativa era de crescer rápido, mas não tão rápido dada a dificuldade de encontrar os melhores pontos pequenos pelos principais bairros e ruas das melhores cidades. Precisava do fator sorte. E esse fator manifestou-se, pandemia, liberando e tornando acessível milhares de muitos dos melhores pontos dessas cidades. E assim, o Nós cresceu, prosperou, e acelera mais do que o previsto no início. A senha do sucesso é ocupar espaço. Em seu manifesto de decolagem o “Nós” deixava mais que claras as suas intenções, “O Grupo Nós nasce com a responsabilidade de liderar o mercado brasileiro de conveniência e proximidade e ser reconhecido como a rede mais confiável do mercado, se tornando uma forte marca empregadora com potencial de gerar milhares de empregos. Vamos entregar conveniência, agilidade e rapidez, qualidades que resultam em um item valioso: o tempo”. Além de ser competente e eficaz, todos os negócios não podem abrir mão da sorte, ou, ventos a favor. Enquanto o “Nós” cresce, prospera, avança, o grupo varejista espanhol, Dia, deixa o Brasil depois de amargar centenas de milhões de dólares de prejuízo. Elegeu um modelo errado – que quando chegou poucos se deram conta disso – midi supermercados apostando em acessibilidade pelo preço, localização, abrindo mão de marcas e variedades –, ignorando o crescimento brutal do delivery, e outras manifestações semelhantes de fracasso, como um Barateiro, comprado pelo Pão de Açúcar, convertido em Compre Bem, e que também naufragou. Todo o grupo foi colocado à venda pelo valor simbólico de 100 Euros, mais dívidas. É isso, amigos, o Grupo Nós segue acelerando. O alvo deste semestre é o Vale do Paraíba onde sua marca de rua, Oxxo, pretende abrir 30 lojas. Essa nova rede começou por Campinas em dezembro de 2020, hoje já são mais de 500 lojas, em 17 cidades no Estado de São Paulo. Neste momento do mundo e das grandes e principais cidades, em que o fator tempo é mais que decisivo, o Nós, através de suas lojas nos postos Shell, e Oxxo, nas ruas, posiciona-se para conquistar parcela significativa do mercado de proximidade em nosso país. O planejamento e a execução até agora têm sido irretocáveis, mas, um pouco de sorte sempre facilita, ajuda e acelera. Se Deus ajuda quem cedo madruga, a sorte está do lado dos que planejam com sensibilidade e precisão.
1
Negócio

Em defesa de Roberto Setubal e Luiz Carlos Trabuco…

Um dia você começa a perceber que as pessoas olham pra você de uma forma diferente. E, intrigado, você se olha, no espelho, e percebe que está mesmo diferente. Cabelo mais ralo, rugas salientes, marcas no rosto, mudanças na expressão, o fator idade… Nunca antes pensou nisso, mas agora, começa a pensar. E sente que muitas pessoas, sem qualquer manifestação explícita, olham pra você não mais com as mesmas e queridas mensagens no olhar. Continuam admirando, respeitando, e gostando de você, mas, e sem perceber, deixam mais que claro que não consideram mais você para determinadas funções, práticas, serviços, missões. E aí você descobre a palavra Etarismo. Vai ao Google, e está lá, “é o nome que se dá ao preconceito contra pessoas com base na sua idade”. De certa forma, o mesmo que aconteceu com você quando um dia olhou para seu pai, ou um tio, ou um amigo, e começou a achar que estavam velhos. Ser velho lá atrás começava no final dos 50, início dos 70. Hoje começa no início dos 70, e escancara a partir dos 80, por mais que você se sinta jovem, a vontade, saltitante, consciente, mesmo com alguns tombos e escorregões, vez por outra. E aí vem a Vejinha Rio e lembra a todos nós, que mesmo depois dos 80, ainda existe muita vida pela frente, claro, se o tal do médico alemão não começou a te sondar, o tal do Alz… Alzheimer… Sob o título O Grande Espetáculo, e assinada pela Kamille Viola, escritora, jornalista e pesquisadora musical, na edição de julho de 2024 de Vejinha Rio, escancara, “Uma série de peças em cartaz na cidade trata do envelhecimento sob um novo olhar e ainda põe em cena veteranos cuja atuação já vale o ingresso…”. Kamille abre sua matéria repassando dados com os quais estamos nos acostumando: o envelhecimento da população brasileira. Em 10 anos o contingente dos 60 e mais, saltou de 11,3% da população para 14,7%, e em números, mais 9 milhões de brasileiros adicionados ao grupo. Mas vamos a galeria de “queridos velhos” que encantam a noite e os teatros do Rio. Desde de uma Lilia Cabral, 66, na peça A Lista, com uma visão absolutamente nova e repaginada e feliz da velhice. Com direito a novos amores. Já Suely Franco, 84, divide outro palco da cidade com Deborah Evelyn e Fernanda Nobre, em Três Mulheres Altas. Mais adiante, Othon Bastos, 91 anos, em Não Me Entrego Não, monólogo, no Teatro Vannucci. Viajando pelo Brasil, Fernanda Montenegro, 94 anos, em Fernanda Montenegro Lê Simone de Beauvoir. Suzana Vieira, 81, retornando aos palcos em setembro com monólogos sobre a vida e a solidão… É isso, amigos. Mais que na hora de reconsiderarmos nosso entendimento, compreensão e relação ao que até outro dia ainda tratávamos como velhice… No mercado corporativo, então, é simplesmente patético como se dispensa ouro puro da melhor qualidade na melhor fase de suas vidas, a da sabedoria. Simplesmente um absurdo, pessoas com a competência, experiência e conhecimento, de um Roberto Setubal, Itaú, ou como aconteceu com o Luiz Carlos Trabuco, no Bradesco, dependerem da alteração nos estatutos para permanecerem na ativa de suas organizações. Emprestando contribuições únicas e inestimáveis, exatamente por se preservarem lúcidos e saudáveis. No melhor de seus desempenhos e performances. Já terminara de escrever este comentário quando recebo o Estadão de segunda-feira, 22 de julho, com a entrevista do novo octogenário, Ronnie Von, e onde conta a lição que recebeu do pai dele. “Meu pai, com 87,88 anos resolveu podar uma primavera. Subiu em uma escada, caiu e se arrebentou todo. No caminho do hospital, eu dando lição de moral nele e ele me disse, “Meu filho, quero que você aprenda uma frase que vai te servir como um mantra: a mente humana nunca vai passar dos 25 anos”. Na festa que fiz.
Negócio

Mais que tempestade perfeita, tempestade com tsunami

A maioria das empresas ainda não se deu conta dos desafios que todos vivemos no presente. Além de uma tempestade perfeita, que tem na pandemia seu melhor pior exemplo e tempero fortíssimo, as bases da sociedade e da economia vão se desfazendo no tsunami tecnológico. Ou seja, as estruturas e alicerces liquidificam-se, e enquanto isso chovem tempestades nas superfícies. Todos os dias, notícias e mais notícias de empresas que não suportam o peso do duplo ataque – conjuntural e estrutural – sucumbem e recorrem a recuperação judicial como derradeira tentativa de sobrevivência. Semanas atrás, a vítima da vez, foi a tradicional e querida Casa do Pão de Queijo. Criada em 1967 por Mário Carneiro, filho da legendária Dona Arthêmia Chaves Carneiro, criadora das receitas e emblema da marca, hoje é comandada por seu neto, Alberto Carneiro Neto. Em sua trajetória de expansão e crescimento recebeu investimentos do Banco Pátria, que vendeu sua participação mais adiante para o Standard Bank Private Equity, que em poucos anos reviu sua estratégia de investimentos e devolveu o negócio a família. Numa sexta-feira, ingressou com pedido de recuperação judicial, diante de dívidas de quase R$ 60 milhões. Seu pedido de recuperação é mais que emblemático e traduz a dupla mortal – tempestade e tsunami perfeitos – crise conjuntural e estrutural. Diz, “Impactada pela pandemia de covid-19, pela alta dos juros e pelo clima, que dentre outras providências obrigou a empresa a suspender suas atividades por razões sanitárias com a consequente perda de produtos… mais juros altos, mais as enchentes do sul que determinaram perdas de receitas relevantes… e por aí vai”. Sem mencionar o desafio estrutural decorrente do tsunami tecnológico, que mudou de forma radical o comportamento de compras das famílias brasileiras. Inclusive, do querido, tradicional, e indispensável Pão de Queijo. Nenhuma empresa, neste preciso momento, está livre de passar pela mesma situação que a Casa do Pão de Queijo vive e enfrenta hoje. A mesma devastação decorrente deste momento único da história da humanidade, e que vitima a Casa do Pão de Queijo, está ao lado de todos os negócios, em maior ou menor intensidade. Tempestade conjunta com tsunami tecnológico mais que perfeitos…
Negócio

O preço de uma estupidez

A mais que necessária Reforma Tributária, pela adoção de uma metodologia patética e burra, vai se convertendo num monstro disforme que consegue a proeza de desagradar a quase todos e causar o caos. Repetindo o que já disse. O maior objetivo dessa mais que necessária reforma, é trazer para o sistema tributário brasileiro, todos os ganhos decorrentes das conquistas tecnológicas, e alcançar, finalmente, a mais que necessária simplificação. Facilitar a vida de todas as pessoas – físicas e jurídicas – repito, pela simplificação do processo. Nessa primeira etapa nada de mexer-se em alíquotas e tributos. Apenas, simplificar, e fazer com que todos passassem a ver os chamados impostos com mais ou alguma simpatia e familiaridade. Mas não, os gênios da reforma decidiram fazer as duas coisas simultaneamente, misturando forma e processo conteúdo e mérito, e o caos está estabelecido. Ainda dá tempo para corrigir, mas a essas alturas, o monstro revelado é de tal complexidade e dimensão que já mobilizou todos os setores alcançados pelo descalabro. Na semana passada, por exemplo, quem se manifestou em tons mais que jocosos, foi a Abrasel – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, em anúncio nos jornais. Disse, “O governo em sua busca insaciável por recursos, nos apresenta um paradoxo açucarado. O açúcar, aquele que adoça nossos cafés e bolos, é tratado como um inofensivo alimento da cesta básica, isento de imposto”. Mas espere, quando esse mesmo açúcar se dissolve em uma bebida, magicamente se revela um supervilão: um produto prejudicial à saúde, digno de impostos extras, o tal do imposto do pecado… E conclui o manifesto em forma de anúncio, denunciando e reclamando, “Então, da próxima vez que você adoçar seu café, lembre-se, o açúcar é o mestre da transformação. E o governo? Bem, ele parece estar mais interessado em arrecadar do que em resolver o enigma da obesidade…”. Cá entre nós, o anúncio em si é tosco e grosseiro, mas, todos os que vêm protagonizando essa tentativa tóxica de uma reforma administrativa metodologicamente caótica e equivocada – não apenas o atual mas, alguns governos – são mais que merecedores de todas as críticas e indignação. Mais uma vez, e como parece ser o anátema que paira sobre o Brasil, estamos perdendo uma ótima oportunidade de avançar, progredir e darmos um salto na modernidade. Continuamos ancorados na burrice e na mediocridade… Roberto Campos mais que certo, “O Brasil não perde oportunidades de perder oportunidades…”.
2
Negócio

“Eu não tenho nada com isso… Sou apenas a ponte…”

Não era exatamente essa, mas, na prática, sim, essa é a resposta por omissão que os principais marketplaces em atuação no Brasil davam. Vendiam produtos roubados ou contrabandeados e na hora do vamos ver saltavam fora… Semanas atrás, e uma vez mais, dois dos principais marketplaces foram notificados e advertidos pela Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça para pararem de servir, simulando inocência, de “mulas”. De possibilitarem, pelo anúncio, transporte e entrega, de produtos roubados ou contrabandeados. Amazon e Mercado Livre seguiam vendendo produtos em condições irregulares, e tiveram, e comprometeram-se a tirar do ar, parar de vender, todos os anúncios dos principais vendedores dos chamados “bagulhos”. O MEQ – Marketing de Excepcional Qualidade – repudia, condena e denuncia esse tipo de prática. Particularmente mais grave, porque cometidas por organizações gigantescas com todas as possibilidades tecnológicas capazes de evitar que essas práticas prosperassem. Segundo dados divulgados recentemente pela ABINEE – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica – a venda de celulares contrabandeados não para de crescer. No ano passado, um crescimento de 77% totalizando o número de 6,2 milhões de aparelhos. Simplesmente lamentável e inaceitável que empresas gigantescas e prósperas fechem os olhos ao que se passa, de forma intensa e recorrente, por suas plataformas.
Negócio

Boticário, empresa ESG do ano, segundo Exame

Se ainda não chegou ao fim, a longa corrida entre uma tartaruga Boticário e um coelho Natura parece estar próxima de. Enquanto a Natura segue amargurando as consequências de sua ganância absurda e aquisições patéticas, e das quais se arrependerá para sempre, O Boticário, colocando um pé de cada vez e caminhando para frente com sensibilidade e segurança, foi tomando conta do market e do mind em seu território de atuação. Assim, e com total justiça e maior merecimento, O Boticário acaba de ser eleito como a Empresa do Ano, da premiação da revista Exame, “Melhores do ESG de 2024”. Ao justificar a escolha, Exame diz, “A consistência da estratégia de negócios que alia o crescimento à sustentabilidade fez do Grupo Boticário a empresa do ano em Melhores da ESG de 2024. É o reconhecimento a uma companhia que não trata sustentabilidade como perfumaria. Coloca as práticas ambientais, sociais e de governança no centro de uma estratégia de negócios das mais ambiciosas.” E os números mais que falam por si. De 2013 a 2023 o Grupo Boticário multiplicou seu faturamento por 4, fechando 2023 com receitas superiores a R$30 bilhões… Em seu agradecimento, os sócios Miguel Krigsner e Artur Grynbaum, disseram, “Nossa essência continua a mesma. Nascemos para fazer negócios do jeito certo. Reverenciamos o passado, mas temos um olhar para o futuro…”. A corrida ainda não chegou ao fim, e talvez até não faça tanto sentido estabelecer-se uma comparação. Mas o Brasil testemunhou com muita alegria e admiração as duas empresas nascerem num mesmo momento, crescerem, desenvolverem-se prosperarem, e, de certa forma, torcia para as duas. Até o dia em que a Natura decidiu atalhar, cortar caminho, e saltar na frente. E hoje, como todos sabem, deu no que deu. Patina sobre uma crise descomunal. Placar atualizado. Em 10 anos – 2013/2023, o Boticário multiplicou seu faturamento por 4, fechando o balanço do ano passado com uma receita superior a R$30 bi, um crescimento de 30,5% em relação a 2022. Enquanto a Natura, R$26,7 bi.