Para quem ainda tem alguma dúvida, em que direção caminha o futuro, ou pra onde bate o vento, é suficiente olhar e ver o que acontece com o comércio de ruas, e como andam os negócios dos armazéns logísticos.

O comércio de rua, mergulhou num processo irreversível de abandono e desertificação. Algumas das principais ruas das maiores cidades do Brasil, e do mundo, também, com o maior vendaval de Aluga-se, ou Vende-se, ou Passa-se o Ponto da história.

Enquanto isso os chamados Armazéns Logísticos multiplicam-se numa velocidade maior que a dos coelhos. Uma das grandes empresas desse território, a GLP – multinacional que tem sua sede em Cingapura, investirá, entre 2024 e 2026 no Brasil para a construção de novos armazéns logísticos, a quantia de R$2,1 bilhões. Armazéns esses que já estão encomendados e serão locados, mais de 80% deles, às empresas do comércio eletrônico.

Hoje, a GLP já é a maior empresa desse território. Possui 13 parques logísticos com mais de 30 galpões. Dos atuais 3 milhões de m², de hoje, para 4 milhões de m² em 3 anos. E cada vez mais, e para atender a necessidade de competitividade de seus locatários na moeda tempo, procura reduzir esses armazéns para uma distância 50% menor – de 30 para 15 quilômetros dos grandes centros de consumo…

É isso, amigos. Só as pessoas absolutamente alienadas e desprovidas de um mínimo de juízo e sensibilidade revelam-se incapazes de definir para onde caminha o comportamento da humanidade, especialmente nós, brasileiros, em nossos hábitos de compra, e a dimensão dos desafios a serem enfrentados pela desertificação das chamadas ruas de comércio, e, em paralelo, pelo abandono das torres de escritórios.

A encrenca para o final do século não é pequena para os “Zs” e seus filhos e netos…

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One thought

  • Madia, interessante isto! Mas quem está envolvido com logística e transporte precisa observar que há um plano macrologistico sendo estudado para dinamizar a logística na região metropolitana de São Paulo. Iniciativa da Secretaria de Logística e Transportes do Estado de São Paulo, o Plano de Ação de Transporte e Logística para a Macrometrópole Paulista (PAM-TL) foi desenvolvido pela necessidade da elaboração de uma solução multidisciplinar e integrada para as questões críticas de transporte e logística de passageiros e de carga na Macrometrópole Paulista (MMP), delimitada pela Região Metropolitana de São Paulo e as quatro outras regiões metropolitanas que a circundam: Campinas, Sorocaba, Baixada Santista e São José dos Campos. Um dos objetivos principais do PAM-TL, conforme já declarado em seu Termo de Referência, é “propiciar aumento da eficiência socioeconômica e ambiental da ação governamental nos campos afins do transporte de passageiros e da logística de cargas na MMP e a racionalização do uso dos recursos públicos correspondentes”. Esse objetivo, somado à impossibilidade de ampliação da infraestrutura rodoviária indefinidamente, leva à convicção de que caberá a outros modos de transporte a missão de gerar capacidade suficiente para atender ao adicional da demanda futura. Estas empresas que ficam apostando na construção de galpões logísticos espalhados pelo estado deveriam considerar o PAM-TL nas suas decisões!

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