Como sempre acontece, em momentos de transição, e durante um bom tempo, muitas pessoas revelam-se e encontram-se perdidas no meio do caminho. Desta vez é muito mais forte. É, simplesmente, brutal!
Não se trata de uma mera transição, trata-se de uma disrupção ampla, geral e irrestrita, e do nascimento de uma nova sociedade. Um mundo velho que se despede, e um novo que começa a despertar.
Assim, e literalmente, algumas profissões desapareceram, milhões de postos de trabalho evaporaram e assim seguem, e até que a transição do velho para o novo termine – uma década – milhões de profissionais diplomados perdidos pelo mundo, e vivendo de bicos enquanto aguardam melhores notícias, ou decidem-se por reinventar-se, e buscam uma nova profissão, já na condição de empreendedores.
Sem falar no monstro devastador, de dois anos para cá, que ceifa empregos aos milhões e em questão de meses conhecido como IA, Inteligência Artificial.
Uma primeira matéria sobre o tema foi publicada há dois anos no jornal Valor de um dos últimos finais de semana, e assinada pela Marsílea Gombata. Na matéria meia dúzia de histórias e situações de pessoas que, do dia para a noite, perderam seus empregos, não conseguiram encontrar um novo, e passaram a viver de bico. Na matéria a história de Augusto Barros, por exemplo, 40 anos, formado em editoração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Com o encolhimento do mercado editorial sentiu-se solto no espaço e sem ter o que fazer e onde empregar-se. Decidiu rever sua atividade, e disse, “Com o tempo as vagas foram escasseando e fui atrás de outras possibilidades para meu sustento. Hoje trabalho num Call Center de uma distribuidora de energia, e onde recebo um salário mínimo…”.
De certa forma, e como lembra Marsílea, Augusto Barros é mais um de um contingente de 4,9 milhões de brasileiros que se inserem no território dos com Excesso de Formação, ou, em inglês, Overeducated… Apenas no primeiro semestre de 2023 o contingente dos chamados Overeducateds, cresceu o impressionante número de 478 mil brasileiros, totalizando 4,9 milhões de profissionais.
Muitas as razões para que esse fenômeno se manifeste de forma tão forte em nosso país, mas, a maior de todas, a chamada Década Perdida, a passada, onde o número de brasileiros com formação universitária continuou crescendo, enquanto a economia do país voltava para trás. E a década passada, a da gênio Dilma, foi a pior dos últimos 200 anos.
Ou seja, amigos. Além do fim dos empregos como temos comentado com vocês que segue acelerando, e com o prevalecimento de profissionais empreendedores, na sociedade onde o capital é o conhecimento e se trabalha no formato de parceria, a crise recente da pandemia, e a guerra da Rússia e Ucrânia, a crise no oriente que bagunçaram de vez a economia mundial, tornam o problema que tinha data marcada para acontecer mais desafiador, e, maior, ainda. E de dois anos para cá, o monstro ceifador de empregos mais conhecido como IA…
Mais que na hora da ONU eleger como seu tema principal para os últimos cinco anos desta década o que Rifkin, premonitoriamente, anunciou, em um de seus best-sellers, lançado pela Amazon no dia 11 de maio de 2004, The End of Work…
As lideranças mundiais não leram. E se leram, irresponsável e criminosamente, ignoraram…