Numa das últimas edições do ano retrasado do Financial Times, um artigo assinado por seu editor financeiro, Robert Armstrong, onde comenta sobre a importância dos homens terem uma certa disciplina ao se vestir. Essa especialização de Armstrong aconteceu acidentalmente.

Morre o cantor Prince, e faltava na redação algum americano que pudesse comentar sobre a vida e a obra do cantor. Na falta de outra pessoa o desafio coube a Armstrong que preferiu registrar suas observações sobre a maneira de se vestir do cantor. No conjunto, disse Armstrong, no conjunto de cabelo, roupas, gestual, Prince tem uma identidade única. De alguma maneira remete muito em termos de estilo e personalidade a um David Bowie. O editor de moda do jornal adorou a crônica de Armstrong que de pronto converteu-se em escritor de estilo.

Voltando ao artigo sobre estilo de dias atrás Armstrong refere-se a algumas personalidades, como o bilionário da moda e de produtos da classe A, Bernard Arnault, o todo poderoso da LVMH que sempre se veste igual. Terno escuro, via de regra azul marinho, camisa branca, gravata escura.

De certa forma semelhante forma de se vestir foi adotada por outros empresários, profissionais, artistas, esportistas de sucesso. Segundo Armstrong, “O fato desses homens que poderiam vestir-se de uma forma diferente a cada dia seguirem um mesmo estilo e disciplina é revelador. De um lado, alocar toda a energia no que interessa e não ficar dispendendo minutos horas todas as manhãs decidindo a roupa a usar.

Preservar a cabeça, tempo e energia para as decisões que verdadeiramente contam.

De certa forma, eu Madia, há quarenta anos tomei uma decisão nesse sentido, mas e por outras razões, também. Na medida em que sentia que as pessoas confiavam nos meus conhecimentos e competência profissional, de um lado conclui que na minha forma de me vestir jamais deveria deixar que, por estranhezas no visual, as pessoas sentissem-se tentadas a reconsiderar minha reputação e imagem. E, claro, também, e na medida em que a moeda tempo dia após dia foi ganhando uma importância maior, quanto menos tempo perde-se em pensar no que vestir, a cada manhã, melhor.

Assim, decidi, repito 40 anos atrás, e depois de uma primeira viagem a New York City, agregar um pouco do espírito e sinalizações que a capital do mundo passa, e decidi só me vestir com camisetas pretas, que sempre se referissem àquela cidade. E para não ficar discutindo ou brigando com outras cores, adotei para a parte de baixo do corpo calças casual pretas, assim como, e também, tênis preto. E dependendo do lugar onde vou, jogo uma camisa de uma única cor por cima da camiseta, e, pronto.

Hoje, 40 anos depois, estou mais que convencido que se algum dia decidir me vestir de forma diferente desse uniforme ou padrão que adotei, as pessoas que me conhecem se sentirão confusas ou inseguras, e assim, e considerando-se sempre todas as demais coisas a discutir e resolver, que sempre é melhor e mais prudentes ter, adotar, e respeitar um Dress Code, uma política para e no se vestir. Sem causar ou provocar dúvidas ou estranhezas, repito…

Um provérbio clássico americano diz que “Não existem segundas chances de se causar primeiras e boas impressões”. Se você conseguir causar, não vale a pena correr riscos e especular. Apenas dar sustentação ao que já conquistou com uma disciplina rígida no se vestir. Na “embalagem” da identidade que você construiu.

Uma das lições básicas do Personal Branding.

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