No ano retrasado, próximo da Páscoa, eclodiu na Itália a informação de que produtos produzidos e assinados pela Ferrero, a dona do best-seller Kinder Ovo, fabricados na Europa, registravam a presença de Salmonella. Rapidamente a empresa mobilizou-se, garantiu que os ovos de páscoa vendidos no Brasil eram seguros, mas perdas significativas nas vendas foram inevitáveis.
Mais recentemente quem enfrentou o mesmo desafio foi o campeoníssimo sorvete Haagen-Dazs. E mais que imediatamente a General Mills do Brasil correu atrás e recolheu lotes do sorvete de baunilha que registravam a presença de substância cancerígena.
Esses sorvetes são importados da França e o reconhecimento da contaminação, além do Brasil, também aconteceu no Canadá, China, Cingapura, Hong Kong e Israel, além da França.
Quando um evento como esse ocorre não há tempo a perder nem se para discutir ou averiguar se a ameaça a saúde pública é real.
Primeiro recolhe-se, depois verifica-se, e finalmente, a empresa volta a público para todas as explicações mais que necessárias.
Caso contrário, o sorvete de baunilha da Haagen-Dazs, por mais e comprovadamente inofensivo que seja, sempre será olhado com indisfarçável e constrangedora desconfiança. Assim é a realidade, por mais que nos incomode. Assim somos nós.