BUT PRESS 018 – NOV/DEZ 2022
Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing ― a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, Peter Ferdinand Drucker.
1 – REVISTA ELA E BRUNO ASTUTO
Dentre as leituras de final de semana, a de uma das raras revistas – ELA – do jornal O GLOBO – sobrevivente.
No passado quase todos os grandes jornais tinham ou um suplemento ou uma revista aos domingos. Hoje…
Pela qualidade, superficialidade, mas atualidade de seu editorial, e pela presença de um trio de colunistas, hoje dois, e sabe-se lá por quanto mais tempo os atuais dois resistirão.
A colunista que partiu foi DANUZA LEÃO, que nos seus 80 anos altos, um dia e apenas disse, “encaretamos” e depôs o lápis, caneta, laptop…
Resistem a MARTHA MEDEIROS, gaúcha de Porto Alegre, ingressando nos 60, fala do cotidiano e suas mazelas, já vendeu mais de 1 milhão de exemplares de seus livros, mas, e em suas últimas crônicas, revela um cansaço compreensível, mas, precoce.
E o terceiro, em pleno brilho, BRUNO ASTUTO, até 3 anos atrás contratado da GLOBO e participante do programa de ANA MARIA BRAGA, casado com o estilista SANDRO BARROS desde 2014, da cidade de ITAPETININGA, no interior de São Paulo, formado em direito, fala seis idiomas e ainda escreveu muitos livros.
Numa de suas últimas colunas na revista ELA, de O GLOBO, comenta sobre a “SISSIMANIA” que ameaça invadir o Brasil e o mundo, com sucessivas manifestações nas plataformas de streaming daquela que foi, além da princesa bávara ELISABETH WITTELSBACH, imperatriz da ÁUSTRIA, nos 1800, e campeã absoluta das sessões da tarde no Brasil.
Diz que nas atuais releituras, devidamente climatizadas e contextualizadas, tem de tudo e muito mais.
E finaliza sua crônica com reflexão da maior importância e que agora compartilhamos e refletimos com vocês, em nosso território de negócios e business.
Diz BRUNO, e falando especificamente sobre a SÉRIE de seis episódios, alemã, SISSI: “A série é entretenimento dos bons e tem seus recursos naturais de dramaturgia.
Mas, à moda das telebiografias contemporâneas do streaming, é mais uma obra que contraria a máxima do escritor francês MAURICE DRUON, que recomendava NÃO JULGAR A HISTÓRIA COM OS OLHOS INSTRUÍDOS DE HOJE, MAS COM OS CEGOS DE ONTEM…”.
E conclui BRUNO, “NÃO SERÁ REINVENTANDO O PASSADO QUE CORRIGIREMOS A ROTA DO FUTURO. ATÉ MESMO PARA SABERMOS ONDE FOI QUE ERRAMOS, E NÃO REPETIRMOS AS TRAGÉDIAS QUE NOS TROUXERAM ATÉ AQUI…”.
Perfeito, mas não suficiente.
Mas que importante seguirmos aprendendo com os erros, mas, e desta vez, o passado chegou ao fim e o presente está próximo de terminar também.
Todos precisamos acelerar nossos passos para um grande e consistente salto em direção a um futuro absolutamente novo e desconhecido, mas, mais que fascinante e irresistível.
O conhecimento que coletamos em nossas trajetórias pela vida seguirá conosco e formam nosso raciocínio, discernimento e sensibilidade.
Mas, o futuro, novo como jamais qualquer outro futuro foi, precisa ser escrito a partir de agora, já, e do começo.
Do zero!
2 – TENTANDO FAZER CABER EM BOLSO CURTO
Se nas condições anteriores as pessoas não conseguem comprar, e dentre outras soluções, uma delas é reduzir o tamanho. É o que vem acontecendo com produtos, com as indústrias reduzindo o tamanho das embalagens, e agora com as viagens de turismo.
Outros destinos, ao invés de 15 dias, 1 semana, 4 dias, fim de semana, para que os negócios se sustentem e continuem.
A maior empresa do setor, que praticamente pegou duas gerações de brasileiros pelas mãos, estimulou e ensinou a viajar, a CVC, em recente coletiva de imprensa, de seu presidente, LEONEL ANDRADE, manifestou-se nessa direção.
Segundo a CVC, com a inflação, os juros básicos em alta, com a crise ferrada em decorrência da pandemia em que mergulharam os diferentes elos da cadeia de valor, muito especialmente os três principais: empresas de transporte, serviços de hospedagem, e empresas de turismo, vivemos uma espécie de furacão, de tempestade perfeita, debilitando todos os elos da cadeira e tornando os passeios mais caros para clientes com menos dinheiro.
É isso, aconteceu. É arregaçar as mangas e reconstruir um setor de atividades devastado brutalmente por acúmulo e superposição de crises.
3 – A TAL FOTOGRAFIA
Uma primeira fotografia tirada pela ABVE – Associação Brasileira do Veículo Elétrico, mais ANFAVEA, mais FENABRAVE e GREEN, revela a realidade do negócio de veículos elétricos no Brasil.
Essa primeira fotografia refere-se ao ano passado, 2021. Quase uma espécie de primeiro ano de uma nova realidade em processo de construção e crescimento.
Do estudo, divulgado pela FOLHA, no especial TERRA O PLANETA IMPORTA, separamos e comentamos com vocês alguns dados e nuances dessa primeira fotografia.
Vamos começar pelo tamanho da frota que encontrava-se rodando pelo Brasil no dia 31 de dezembro de 2021: 87 mil veículos, entre automóveis, utilitários, SUVs e comerciais leves e eletrificados.
Ou seja, um número ainda muito pequeno, mas mais que suficiente para algumas análises e entendimentos.
Agora, os detalhes:
- Especificamente no ano de 2021 foram vendidos 34,9 mil veículos eletrificados.
- O grande salto aconteceu na frota de caminhões elétricos das empresas. 1.100% em relação ao que era um ano antes e em consonância pelo crescimento e adesão às políticas de ESG de muitas e importantes empresas.
- A tendência neste ano de 2022 segue sendo a de forte crescimento. Em março de 2022, um crescimento nos emplacamentos de 106% em relação a março de 2021. O que significa um total de e 3.851 veículos.
Especificamente no território dos carros:
- A régua, o modelo de entrada e mais barato custa ao redor de R$160 mil. Na outra ponta, um Porsche, por exemplo, ultrapassa os R$1 milhão.
- No capítulo das estimativas, as projeções dizem que 62% da frota dos zero quilômetros no ano de 2035 será de carros elétricos.
- Ainda dois outros dados relevantes da fotografia dizem que hoje já são 1.250 estações de recargas públicas e semipúblicas para veículos elétricos no País.
E que 18 ônibus totalmente elétricos rodam na cidade de São Paulo…
Ou seja, amigos, e a partir desta fotografia, começamos a testemunhar e tangibilizar o nascimento e os primeiros contornos de um NOVO BUSINESS. O dos veículos movidos a eletricidade.
Na música de CAETANO, “TERRA”, ele diz: “Quando eu me encontrava preso na cela de uma cadeia, foi que vi pela primeira vez as tais fotografias…”.
Mais ou menos o que acontece com todos nós.
Depois de mais de 100 anos presos e dependentes da cadeia de veículos movidos a combustíveis fósseis, começamos a ver os primeiros contornos de um novo mundo de veículos movidos a eletricidade.
E na música CAETANO, assinalada: “Porém lá não estavas nua e sim coberta de nuvens…”.
Mais ou menos o que acontece com nossos primeiros sentimentos, cobertos de nuvens e dúvidas, sobre esse novo negócio.
4 – MCDONALD’S, OU, QUANDO PICANHA É UMA MERA CITAÇÃO
No mundo das FAKE NEWS, até mesmo gigantes que jamais precisariam recorrer a esse expediente, fraquejam, caem em tentação, e pisam, mediocremente na bola.
Quando uma empresa do sucesso e marketing de excepcional qualidade recorre a utilização de uma palavra consagrada e que tem um único sentido, todos acreditam e, se gostam, compram e repetem.
E aí o MCDONALD’S decidiu apropriar-se do código PICANHA para um de seus sanduíches, e incluiu o Mc antes, nascendo o McPicanha.
Tudo não passava da adição de um molho. De PICANHA, apenas a palavra e apelo a uma suposta olfativa ou degustativa capaz de produzir solenes imaginações.
Porém, no lançamento e campanha, comportou-se como se estivesse usando picanha no McPicanha, generosamente.
Denúncia em cima, e todos os órgãos responsáveis mais que cobrando explicações do Mc. E aí o Mc deu a mais esfarrapada das explicações diante desse comportamento lamentável. Disse: “Os novos McPicanhas têm esse nome justamente para proporcionar uma nova experiência ao consumidor, oferecendo sanduíches inéditos com um sabor mais acentuado de churrasco…”. WHAT? CHURRASCO… Mas chama-se picanha?!
E completava a picaretagem, dizendo: “Os lançamentos trazem a novidade do exclusivo molho sabor picanha – com aroma natural de picanha – uma nova apresentação e um hambúrguer diferente em composição e em tamanho…”.
Aproveitando a picaretagem, talvez o Mc pudesse aproveitar o ensejo, e em caráter de purgação de culpas lançar toda uma linha denominada de McFakes…
5 – O SER HUMANO
Quanto vale uma fraude? Depende, mas jamais alguém conseguirá definir com justeza e precisão seu valor.
COPA DO MUNDO de 1986. Depois de vencer a Coreia do Sul por 3 a 1, empatar por 1 a 1 com a Itália, e vencer a Bulgária por 2 a 0, a seleção da Argentina chega às oitavas de final e tem pela frente a toda poderosa Inglaterra.
Aos 6 minutos do segundo tempo MARADONA é lançado, e entre o goleiro, PETER SHILTON, e o zagueiro, STEVE HODGE, mais baixo que os dois em pelo menos 20cm, decidiu golpear a bola com a mão e fazer o gol. Vendo que o juiz não percebera e corria para o meio campo, conclamou seus companheiros de seleção a abraçá-lo e comemorar o gol.
Para compensar a falcatrua, quatro minutos depois pegou a bola no meio do campo, driblou a defesa inteira da seleção inglesa e fez um dos mais emblemáticos e aclamados gols de todas as copas.
Antes de partir, e no documentário realizado no ano de 2019, sob a direção de ASIF KAPADIA, MARADONA relaciona o uso da mão à GUERRA DAS MALVINAS. Declara:
“Nós, argentinos, não sabíamos o que os militares estavam fazendo. Diziam que estávamos vencendo a guerra quando, em verdade, estávamos sendo goleados por 20 a 0. Não deu para engolir. A partida era como se fossemos retomar a guerra. Não tinha a intenção, mas, instintivamente, recorri a minha mão. A sensação, confirmado o gol, foi de vingança simbólica contra os ingleses. Dias depois a ARGENTINA sagrava-se campeã mundial de futebol na COPA DO MÉXICO, com um gol de mão.
No ano passado, PAOLO SORRENTINO, um dos melhores diretores de cinema da atualidade, resgatou a passagem histórica de MARADONA pelo NAPOLI, num time inesquecível, e ainda com a presença dos brasileiros Alemão e Careca. Contando sobre sua vida, sobre o orgulho que o craque trouxe de volta ao time da cidade, e dando ao filme o título de É STATA LA MANO DE DIO…
GIULIANI, RENICA, FERRARA, CORRADINI (ou BARONI), FRANCINI, ALEMÃO, DE NAPOLI, FUSI ou CRIPPA/ROMANO, MARADONA, CARNEVALE (ou GIORDANO), e, CARECA. Esse o time que fez a cidade resgatar, durante anos, muito do orgulho de seus cidadãos.
Na Copa seguinte, a de 1990, na ITÁLIA, e em plena campanha de FAIR PLAY promovida pela FIFA e em decorrência do GOL DE MÃO DE MARADONA, o astro voltou a recorrer a MÃO DE DEUS. Impediu que sua seleção sofresse um gol contra a RÚSSIA. O juiz sueco ERIK FREDRIKSSON não viu, e, “segue o jogo”.
Talvez, e para os juízes, MARADONA, além de craque espetacular, tivesse uma mão invisível.
Toda essa história se conclui, por enquanto, no valuation de tudo o que aconteceu.
A camiseta que MARADONA usava quando marcou o GOL COM A MÃO, contra a INGLATERRA, usando, segundo ele, A MÃO DE DEUS, foi leiloada pela casa de leilões de Londres, a SOTHEBY´S, leilão concluído numa quarta-feira, 4 de maio de 2022. Superando todas as estimativas iniciais foi arrematada por £7.142 milhões, o equivalente a aproximadamente R$45 milhões no dia.
Em todas as pesquisas realizadas a respeito do lance histórico, MARADONA foi totalmente perdoado. A quase totalidade dos respondentes colocou a culpa no juiz…
“Sem querer, instintivamente, MARADONA, viu sua mão deslocar-se em direção a bola e não teve como evitar…”.
PS – Em entrevista, e explicando sua decisão de filmar “É STATA LA MANO DE DIO”, talvez PAULO SORRENTINO tenha antecipado a razão de nosso comportamento complacente em relação a falcatruas.
Disse, “Há uma clara conexão entre a morte de meus pais e minha decisão de me tornar um cineasta. A única coisa que me ocorreu para suportar o que aconteceu foi criar realidades paralelas que me permitissem fugir da realidade.”
“Realidades paralelas…”.
Assim somos nós?
6 – CONSERTANDO-SE É QUE SE PIORA
Muitas vezes, na vida, e por melhores que sejam as intenções, por mais óbvias que pareçam ser as soluções, na tentativa de se corrigir é que se exacerba a dimensão do problema.
Não é comum acontecer – mas não é raro – se não existe um mínimo de sensibilidade e raciocínio para embasar decisões, e acaba se agindo sem dimensionar as verdadeiras e reais consequências.
Não tão comum nas decisões que envolvem a coletividade, mas relativamente comum nas empresas onde decisões são movidas, além de critérios profissionais e técnicos, por brigas internas, paixões, vinganças, perseguições, e muito mais.
O exemplo que acaba de ser dado ao mundo aconteceu nos Estados Unidos, e na apuração dos verdadeiros resultados de uma campanha que tentava diminuir o número de acidentes nas estradas. Conforme compilação e relato do biólogo FERNANDO REINACH em sua coluna semanal no ESTADÃO.
A campanha – que também acontece em algumas estradas do Brasil – recorre a colocação de luminosos, preferencialmente nos primeiros quilômetros das estradas – informando aos motoristas o número dos acidentes e mortes do último mês.
Um dos estados americanos, o TEXAS, decidiu mostrar essa informação nas 900 placas espalhadas por suas estradas, apenas em uma semana por mês, e deixar o luminoso apagado nas outras três.
Aí, cientistas e pesquisadores confrontaram todos os acidentes ocorridos desde a existência desses luminosos, a partir do ano de 2010 até 2017. E a distância em que ocorreram os acidentes.
E aí, surpresa! Quando os luminosos estavam ligados, e assim os motoristas informados e alertados sobre o número de acidentes e mortes, o número de acidentes crescia em 4,5 vezes…
Conclusão, as placas ou luminosos, ao invés de diminuírem, aumentaram os acidentes no TEXAS para 2.600 acidentes por ano, 16 mortes decorrentes, e um prejuízo de US$377 milhões.
Semelhantes estudos e reflexões deveriam ser feitas de maneira recorrente nas empresas, e muito provavelmente se chegaria a semelhantes ou piores conclusões.
Por melhor que sejam as intenções – e se verdadeiramente forem –, e como diziam, nossos avós, é o que mais se encontra no inferno. Lembram dos pitos que levávamos: “O inferno está cheio de boas intenções”.
Todo cuidado, calma, sensibilidade, e acima de tudo procurar-se entender além dos riscos aparentes os subjacentes, também, é pouco.
7 – UM NOVO CICLO?
Aparentemente, as novas empresas de sucesso têm um ciclo de vida bem mais curto. Se não conseguir inovar se reinventando a cada 10 anos, terá imensas dificuldades em completar os 20.
Uma das melhores empresas das últimas décadas, uma lição espetacular de inovação, competência, capacidade de realização, a NETFLIX, encontra-se neste momento numa encruzilhada, ou encerrando seu primeiro ciclo. Depois de 23 anos de existência, chegou no mês de outubro de 2020 a ser a 23ª maior empresa do mundo.
Lá atrás apostou numa possibilidade decorrente das conquistas da tecnologia, o STREAMING, o que nenhum dos BIG PLAYERS ousara fazer, e para chegar lá financiou-se recorrendo a locação convencional de DVDs, entregues casa a casa nos ESTADOS UNIDOS.
Deu certo, decolou, criou um novo mercado, gol de placa daqueles verdadeiramente espetaculares.
Como mais que previsto, todos vieram atrás, e ingressou na nova década cercada por todos os lados. E ainda, coisa que poucos vem comentando, pela revanche dos piratas. Mais adiante nesta análise falo sobre isso.
O fato é que pela primeira vez e no primeiro trimestre de 2022, a NETFLIX confessou que sua base de clientes começa a derreter. Pela primeira vez em sua história, embora permaneça na liderança destacada com mais de 200 milhões de assinantes, agora já vê a AMAZON PRIME encostando em seu calcanhar, com os demais concorrentes em seguida.
E assim, e confessando publicamente que o modelo precisa ser revisto, que não consegue mais sustentar a liderança só com assinaturas face a ação de mais de uma dezena de concorrentes – sem falar das revanches dos piratas – decide ter uma opção de assinatura grátis com venda de publicidade.
Ao comentar a primeira queda no número de assinantes,
o criador e líder da NETFLIX, REED HASTINGS, declarou, já antecipando novidades e mudanças: “Pense em nós como bastante abertos a oferecer preços ainda mais baixos com publicidade…”.
De verdade, mesmo, o grande desafio da NETFLIX e de todas as demais plataformas de streaming é a REVANCHE DOS PIRATAS.
Antes da NETFLIX e demais plataformas de streaming, os piratas deitavam e rolavam vendendo cópias piratas dos filmes, shows e demais espetáculos, por todas as principais esquinas do mundo.
Aí chegou o streaming, e as pessoas gradativamente foram abandonando as cópias piratas.
Com o mesmo dinheiro de duas ou três cópias piratas faziam uma assinatura da NETFLIX e recebiam em suas casas conteúdos de ótima qualidade, numa quantidade mais que suficiente para ocupar as horas disponíveis para o lazer.
E assim em poucos anos, os piratas viram seu ex-próspero negócio cair a níveis insignificantes.
Mas, não descansaram. E voltaram com uma espécie de versão streaming da pirataria.
Por menos de US$ 10,00 por mês, ou R$ 50,00, oferecem milhares de filmes, documentários, o conteúdo das principais plataformas de streaming, filmes em lançamento nos cinemas, novelas e séries de TV, canais de pay-per-view, e muito mais.
E o número de piratas da geração streaming cresce numa velocidade maior do que os piratas da geração DVD.
É isso, amigos.
Não apenas a NETFLIX encontra-se numa encruzilhada. Todas as demais plataformas, também. E assim e a partir de agora, começaremos a assistir uma nova caça aos piratas que, caso não sejam contidos, poderão inviabilizar não apenas a líder NETFLIX, como todas as demais.
8 – UMA LIDERANÇA DE MAIS DE 250 ANOS
LUDWIG VAN BEETHOVEN nasceu o dia 17 de dezembro de 1770, na cidade de BONN, e despediu-se aos 56 anos, na cidade de Viena.
JOHANN SEBASTIAN BACH é da cidade de EISENACH, 31 de março de 1685 e despediu-se em LEIPZIG, 28 de julho de 1750.
Já WOLFGANG AMADEUS MOZART é de SALZBURGO, 27 de janeiro de 1756, despedindo-se em Viena no dia 5 de dezembro de 1791.
E FRÉDERIC FRANÇOIS CHOPIN, o último dos quatro grandes compositores clássicos, sem desmerecer os demais, foi o que chegou depois. Da Polônia, cidade de ŻELAZOWA WOLA, 22 de fevereiro de 1810, despedindo-se em Paris, 17 de outubro de 1849.
Assim, os quatro viveram num período que vai de 1685 a 1849, aproximadamente 150 anos.
E o sucesso alcançado por todos, tem muito a ver com aquele momento do mundo, o clímax de alguns reinados e monarquias, as cortes, e a invenção do piano, documentada no ano de 1711, no GIORNALE DEI LITTERATI D´ITALIA, quando apresentado ao mundo na cidade de FLORENÇA por seu inventor BARTOLOMEO CRISTOFORI.
O piano teve para música um impacto e uma disrupção comparável ao que o computador vem tendo para pessoas e empresas. Sem o piano não conseguiríamos fazer este comentário, mesmo porque não sei se conheceríamos a genialidade dos quatro grandes compositores.
Mas, e além da referência à disrupção provocada pelo piano na história da música, meu comentário refere-se, também, a pesquisa realizada pela BBC, com 151 dos principais maestros do mundo, procurando conhecer qual composição gostavam mais de reger.
E deu BEETHOVEN na primeira colocação com a SINFONIA de número 3 e mais conhecida como EROICA, vindo na segunda posição, também BEETHOVEN, com a 9ª em ré menor, empatado com MOZART, com a 41ª em ré maior, mais conhecida como JÚPITER e do ano de 1788.
Ou seja, e na preferência dos maestros, BEETHOVEN ocupa a primeira colocação.
Na relação completa da BBC, nas escolhas das 20 preferidas de 151 dos principais maestros do mundo, BEETHOVEN aparece 5 vezes com 5 composições diferentes. Na sequência BRAHMS com 4. MAHLER com 3. MOZART e BRUCKNER com 2. E com 1 BERLIOZ, TCHAIKOVSKY, SIBELIUS, SHOSTAKOVICH.
Talvez, e a essas alturas do nosso comentário muitos de vocês devam estar se perguntando porque estamos falando tanto, e volta e meia referimo-nos a música clássica e principalmente a orquestra sinfônica e aos concertos.
Porque aprendemos com nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER ser a orquestra sinfônica o melhor BENCHMARK para todas as empresas e sempre.
A referência em que todas e sempre deveriam se inspirar.
Sem uma partitura de qualidade – um planejamento –, nenhuma empresa chega a canto algum. Apenas produz ruídos e barulhos…
9 – QUERIDA, APEQUENEI A CASA
E assim, e na constatação que já não precisamos de discos, revistas, jornais, livros, panelas, fogões de 4 e 6 bocas, geladeiras grandes, de garagem, e tudo o mais, podemos morar na metade do espaço em que sempre moramos. Isso de um lado.
De outro, e já que o Brasil se encontra parado há quase duas décadas, e o dinheiro encurtando pela inflação, agravada por um estado que não para de crescer e avançar, decidimos não ter filhos – um no máximo – compensando com um pet – de preferência um cão, e morar estrategicamente na melhor localização.
Decidimos morar em minis ou microrresidências. Mais ou menos esse o manifesto de uma geração não necessariamente agrupada pela idade, mas pelo pensamento e ação.
E assim, 250 mil lançamentos de pequenos, minis e microimóveis pontuaram o mercado imobiliário do Brasil nos últimos anos. E onde a grande referência em termos de incorporadora, destacada e a perder de vista de todos os demais competidores, é a MRV.
E aí aconteceu a pandemia.
E muitos dos milhares e vendidos e embora prontos, seguiam desocupados, e agora começa uma grande marcha na chegada das famílias.
Nos próximos anos todos aprendendo a morar em prédios de corredores gigantescos, muitas portas lado a lado, barulho vazando pelo drywall, e filas nos elevadores nos horários de pico. Uma espécie de novos infernos nas torres. As pessoas terão que se acostumar com essa nova realidade…
Conseguirão?
10 – A SOLUÇÃO SERIA AUMENTAR O DESAFIO? POUCO PROVÁVEL!
Até hoje, dentro de critérios tradicionais e consagrados, o QUINTO ANDAR é uma empresa que ainda não se provou. Segue distante de qualquer vestígio de lucro.
Embora um de seus fundadores, em entrevista a DINHEIRO tenha dito, quando perguntado se a empresa é rentável… Depende…
“Depende do ponto de vista. Temos uma métrica para avaliar se cada transação que fazemos está contribuindo com o faturamento. Queremos captar esses benefícios hoje, ou podemos esperar pelos mesmos mais no futuro? Vamos crescer, temos benefícios de escala, os negócios são lucrativos e usamos isso para financiar coisas novas…”.
Ou seja, não respondeu e a resposta é NÃO!
O que conta é a última linha e a última linha segue num vermelho vivo quase roxo…
E já que o modelo original não consegue trazer resultados, dar lucro, revisão no modelo e um primeiro enxugamento de pessoal.
Agora e depois do reposicionamento a ideia é fazer do QUINTO ANDAR um grande MARKETPLACE nacional de imóveis, ou seja, outro business.
Segundo GABRIEL BRAGA, o fundador que concedeu a entrevista,
“Sozinhos não conseguiremos agregar todos os imóveis em cada canto do Brasil. Os sites gigantes de comércio eletrônico, para serem lojas que têm tudo precisam de parcerias com lojas off-line para disponibilizar os mais diversos produtos. Da mesma maneira, os imóveis não precisam estar só com a gente…”.
GABRIEL esqueceu-se que IMÓVEL não tem nada a ver com os demais produtos que os marketplaces comercializam. E assim, o usar-se o mesmo raciocínio é no mínimo superficial e inconsistente.
Segue o UNICÓRNIO QUINTO ANDAR em busca de uma solução… A pergunta que todos se fazem é se existirá o tempo necessário para encontrá-la… Se é que existe?!
DRUCKER´S MONTHLY
Na lição e ensinamento deste mês, de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER, o resgate do conceito de “AUTÊNTICA ALEGRIA” introduzido por BERNARD SHAW.
“No correr de minha trajetória, criei e acrescentei algumas palavras ao ambiente corporativo: descentralização, trabalhador do conhecimento, gestão por objetivos, privatização…
Esses termos deverão continuar sendo usados por muitos anos, como disseram quando me foi concedida a Medalha Presidencial da Liberdade.
Mas a fama não é a única medida de uma vida. Assim, pretendo seguir fazendo o que fiz até agora e muito mais.”
Um dos textos que mais me motivou, do Prêmio Nobel de Literatura, George Bernard Shaw, tratava disso.
É o em que fala sobre a AUTÊNTICA ALEGRIA.
Diz BERNARD SHAW: “Exaurir-se a um propósito que você reconhece como poderoso, essa é a autêntica alegria da vida. Ser uma força da natureza e não um torrãozinho febril e egoísta de aflições e queixumes, reclamando que o mundo não conspira para a sua felicidade. Acredito que minha vida pertença ao mundo e enquanto eu viver é meu dever fazer pela minha vida tudo o que puder. Pretendo exaurir-me por completo até morrer, pois quanto mais trabalho, mais vivo.
A vida não é uma vela curta e fugaz. É uma tocha maravilhosa da qual me apoderei por instantes, e pretendo fazê-la brilhar intensamente e pelo maior tempo possível, para depois entregá-la às futuras gerações.”
Esse nosso adorado mestre, citando BERNARD SHAW, e falando do sentido da vida.
Todos nós o tempo todo preocupados e cuidando do legado para todas as gerações que vierem depois.