O que dá para rir, dá para chorar

Um dia, um inventor húngaro e naturalizado argentino, László Biró, 1899/1985, conseguiu patentear uma caneta esferográfica. Tempos depois, Marcel Bich, comprava com seu sócio Édouard Buffard no ano de 1945, na França, uma fábrica de tinta.

Rapidamente comprou os direitos autorais de Biró e, em 27 de dezembro de 1950, lançou sua caneta esferográfica, mudando a história da escrita em todo o mundo, a Bic Cristal.

As primeiras Bics chegam ao Brasil importadas, em 1956, e em 1960 uma primeira fábrica é instalada em nosso país. De lá para cá a Bic foi diversificando, mas e para sempre, Bic seguirá sendo a velha e boa caneta descartável, que milhões de brasileiros orgulhosamente usavam no bolso da camisa, e como a se declararem, finalmente, alfabetizados; que sabiam escrever.

E aí chegou a pandemia, e a Bic vendendo canetas, isqueiros e lâminas de barbear, e que respondem pela quase totalidade de seu faturamento.

Durante a pandemia, com a suspenção das aulas, o faturamento no território específico da escrita despencou 40%. Esse território é responsável por 33% das vendas da empresa no Brasil. Em compensação, os outros 66%, lâminas e isqueiros compensaram.

Pessoas trancadas em casa fumaram e cozinharam mais, e assim, e no total, e segundo declarações do belga Olivier de Bruyn, que há quatro anos comanda a Bic no Brasil, registrou um crescimento de 15% em 2021.

Em alguns momentos, em poucos momentos, a tal da diversificação com consistência faz sentido, e atenua crises.

No caso da Bic, a consistência da diversificação levou em consideração duas componentes essenciais.

Primeira, colocar ao lado das canetas, de compra recorrente e intensa, outros itens com características semelhantes, isqueiros e lâminas; e, segunda, com afinidades de distribuição e pontos de venda.

Essa é e assim é a Bic décadas depois de sua chegada ao Brasil. Um ótimo exemplo de diversificação com sensibilidade e competência.

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