Operação Crossroads, era uma vez…

Com a aquisição da DP Brasil, empresa franqueada da Domino’s Pizza, e aprovação do Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica – a Burger King capacitou-se para a maior Operação Crossroad do negócio de alimentos em nosso país.

Faltava apenas a aprovação dos acionistas minoritários da Domino’s em assembleia que se realizaria até o final de 2021.

Assim, e devidamente alinhadas e em torno de um mesmo objetivo, Burger King, Popeyes e Domino’s.

A estratégia por trás dessa movimentação, nas palavras de Iuri Miranda, CEO do Burger King Brasil na oportunidade, a Roseani Rocha, de Meio & Mensagem, era, “A Burger King Brasil já está presente em dois dos três territórios mais importantes do QSR – Quick Service Restaurant. O maior deles, o do hambúrguer, e o que mais cresce, o de frango. E agora e também presentes no território da pizza, o maior em faturamento dos três, R$4 bilhões por ano. Por outro lado, avançamos muito no digital. E a Domino’s é reconhecida no mundo inteiro como um dos expoentes do Foodtech. Praticamente desde sua origem, e parte integrante de seu DNA.

No ano de 2010 o Burger King possuía 47 restaurantes, hoje, quase 900. A Domino’s já tem 300 e um potencial de crescimento enorme. O consumo de pizza vem crescendo numa proporção de 10% ao mês, e nós já somos os maiores operadores de restaurantes do Brasil, em operação própria.

Assim, e combinado, estava falando de mais de 1.200 restaurantes, com novos pelo caminho, e em 2020, e finalmente, lançamos a primeira Ghost Kitchen de todo o mundo, e integrando num mesmo lugar Burger King, Domino’s e Popeyes – hambúrguer, pizza e frango. Numa mesma Ghost Kitchen! Assim, e cada vez mais próximos dos apaixonados pelas três alternativas de alimentação.”

De certa forma, e sem usar especificamente essa denominação, a BK iria completando sua Crossroad Operation, sintetizada na multiplicação de Ghost Kitchens com as três marcas, nos pontos estratégicos mais relevantes dos grandes centros urbanos do País.

Ou seja, amigos, o business de alimentação dos brasileiros, a cada novo dia convivendo com o acirramento da concorrência, e com o fortalecimento dos players procurando uma performance melhor em cada um dos elos da cadeia.

As facilidades são tão grandes, a concorrência mais que exacerbada, que não é fora de propósito acreditar-se que, em algum momento, a maioria das pessoas, deixarão de cozinhar em suas casas…

Porém, como dizia Paulinho da Viola, “ai porém”, a ducha fria veio em 1º de novembro de 2021… Nas principais plataformas de negócios do País, a notícia que, Exame, “A BK Brasil, operadora do Burger King no Brasil, anunciou neste domingo, 31, ter desistido de assumir o controle da DP Brasil, dona da Domino’s Pizza no País. O negócio, anunciado em julho, criaria uma rede com 1.200 restaurantes — incluindo as unidades da Popeyes, também geridas pela BK Brasil. E a Vinci Partners, que é dona da DP Brasil, receberia 16,4% do capital da BK, voltando a ser a maior acionista da companhia. Em fato relevante, a companhia informou que o negócio foi desfeito “após reavaliação das partes sobre as atuais condições de mercado”. O distrato da aquisição, no entanto, preserva o direito de preferência da BK Brasil na compra do controle da DP Brasil por 12 meses. O negócio já havia recebido o parecer favorável à transação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 13 de agosto…” ou seja, e ao menos provisoriamente, o sonho do maior Crossroad do Brasil, desvaneceu-se…

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