Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 01, 02 e 03/10/2022

VOO DE GALINHA. Era uma vez uma espécie de galinha fugaz. Que sobreviveu, precariamente, duas semanas. E, depois, nunca mais. ITA – ITAPEMIRIM TRANSPORTES AÉREOS. Taxiou, decolou, fim. Sob a irresponsabilidade e olhares incompetentes de uma suposta agência reguladora que se denomina ANAC.
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Diário de um Consultor de Empresas – 30/09/2022

QUEM SABE CRIA, E QUEM NÃO SABE, FARMACÊUTICAS BRASILEIRAS, COPIAM. Até quando?
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Diário de um Consultor de Empresas – 29/09/2022

VOLTZ, Exemplo Inspirador de Inovação.
butnews

Setembro 2022

BUT PRESS 016 – SETEMBRO 2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing — a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – NOVIDADES NO CONSUMO DOS DESTILADOS, DEPOIS DA PANDEMIA No comando da DIAGEO, presidente da divisão PUB – Paraguai, Uruguai, Brasil – Paula Lindenberg, sintetiza as mudanças de comportamento das pessoas em decorrência da pandemia. PAULA fez administração na FGV, MBA na AMBEV. Trabalhou por dois anos na UNILEVER, mais dois na PHILIP MORRIS, e 17 anos na AMBEV, na área de GLOBAL INSIGHTS, e, nos últimos anos, como vice-presidente de marketing. Terminou sua carreira na empresa comandando a operação no Reino Unido, Irlanda, Espanha e Ilhas Canárias, e hoje pilota a divisão PUB da DIAGEO. Depois de analisar todos os dados de sua empresa líder em algum dos territórios dos destilados, Paula conclui e se sente segura para afirmar não ver nenhum risco maior das pessoas que mudaram seu novo comportamento decorrente da pandemia. E que se traduz em BEBER MENOS, MAS, BEBER MELHOR. Assim, e segundo Paula, os consumidores das marcas da DIAGEO reduziram a quantidade de noitadas e passaram a beber de forma mais seletiva em suas casas e com os amigos. Sua síntese traduz-se na seguinte manifestação: “Não temos nenhum sinal de que as pessoas vão voltar atrás e deixar essa indulgência do consumo em casa”. É isso, amigos. No pós-pandemia, novos hábitos, novos comportamentos. 2 – MRV&CO – UMA EMPRESA ÚNICA Sob a luz dos números pode se afirmar sem nenhum risco de erro que a MRV&CO é uma empresa única no mercado habitacional brasileiro, e, gradativamente, começando a converter-se em referência, também, nos Estados Unidos. Fechado os números referentes ao ano passado, 2021, o programa básico de habitação e que deu origem a MRV, o PROGRAMA CASA VERDE E AMARELA, foi responsável pela quase metade do total de vendas. Na soma de todos os negócios o número contabilizado é da ordem de R$8,1 bilhões. E desses, 46% exclusivamente do CASA VERDE AMARELA. Porém, as novas linhas de negócios do grupo vêm apresentando resultados surpreendentes, considerando-se o pouco tempo de existência. Na leitura e análise dos números de 2021, conclui-se que, do lucro líquido de R$914 milhões, houve crescimentos significativos em diversas áreas, como 49% nos novos negócios, 44% nos lançamentos e 40% no banco de terrenos. Hoje, o braço americano da MRV, a AHS RESIDENCIAL, comprada no início de 2020, encontra-se presente em três estados americanos e 19 cidades. E seu land bank – banco de terrenos – tem uma receita potencial da ordem de R$11,4 bilhões. O excepcional desempenho da MRV, muito especialmente se confrontado com a performance de seus principais concorrentes, tem tudo a ver com o desenvolvimento permanente de seu sistema construtivo, e a busca obstinada pela inovação. Todos os concorrentes seguem com os olhos grudados nos movimentos da MRV&CO. 3 – OS EFEITOS DA DISCRIMINAÇÃO Discriminadas no correr da história da humanidade, e não obstante os tímidos avanços das últimas décadas, é recorrente em parcela expressiva das mulheres a incidência da SÍNDROME DA IMPOSTORA. Em algum momento começa a duvidar da própria capacidade que sabe ter, e reconhece-se impostora. Imaginava-se que nos negócios novos a presença da mulher seria mais expressiva, ou menos irrelevante. Os números dizem ao contrário. Continuam minoria absoluta. Dentre os novos negócios dos últimos 10 anos que mais se multiplicou e onde esperava-se encontrar no comando uma quantidade maior de mulheres, as FINTECHS, os números agora divulgados não revelam qualquer evolução. Em dois estudos que acabam de ser divulgados, e realizados com diferentes metodologias, chegou-se a semelhante conclusão. Mulheres no comando muito próximo de zero. No primeiro estudo – FINTECH DIVERSITY RADAR – apenas 1,5% das fintechs em todo o mundo têm mulheres como fundadoras. Já o segundo estudo, realizado no Brasil, o FEMALE FOUNDERS REPORT, constatou que menos de 5% das fintechs são iniciativas exclusivas de mulheres, e em outros 5%, participam do comando. Ou seja, de cada 10, em nove nenhum traço de mulheres no comando. Já nas estatísticas oficiais da ABFINTECHS – Associação Brasileira de Fintechs – a situação é crítica. Das 500 empresas associadas, apenas 5% têm mulheres fundadoras e em posições de comando. 4 – EM BUSCA DE UMA LUZ Todos os acontecimentos recentes, de certa forma, tontearam parcela expressiva das empresas. E assim, neste momento, quase todas, em busca de uma luz. Outras, como uma ETNA, jogando a toalha e desistindo. Dentre as que buscam uma luz, RI HAPPY. Que durante décadas converteu-se numa referência de lojas de brinquedos. Mas, o tempo que as crianças alocavam para os brinquedos convencionais foi diminuindo, e, a especialização começou a perder o sentido. Num final de semana, uma matéria em VALOR, assinada por Cibelle Bouças, com o presidente da RI HAPPY, Ronaldo Pereira. Que antes da RI HAPPY passou pelo CITIBANK, Banco Mercantil e Bic Banco. E, depois, presidiu por um curto período de tempo as ÓTICAS CAROL. A missão de Ronaldo, é atenuar e diminuir, de forma consistente, a dependência da RI HAPPY do negócio de brinquedos. E, neste momento, procura sociedades, parcerias e aquisições nos territórios do entretenimento, saúde e educação. O primeiro passo já definido e em processo de execução é a abertura de rede de casas de festas, voltadas para crianças, DIVERTUDO, o BUFFET INFANTIL DA RI HAPPY. O objetivo inicial é chegar a uma rede de 100 casas de festas em até 3 anos, e neste momento 17 já estão contratadas. Essas casas funcionarão no formato de franquia, e as primeiras estão sendo oferecidas a franqueados da própria RI HAPPY, e das ÓTICAS CAROL, que PEREIRA presidiu. Dentre os territórios devastados pela pandemia, seguramente o de eventos foi um dos três mais impactados. Segundo a ABRAPE – Associação Brasileira de Promotores de Eventos – apenas no ano passado, 2021, mais de 500 mil eventos foram cancelados. Uma quebra de mais de R$140 bilhões nas previsões da Associação. Isso posto, analisamos com muita atenção e simpatia o esforço da RI HAPPY para renascer, com outro formato, e novas investidas, mas, sua marca segue com forte conotação como varejo de brinquedos para crianças, um negócio em total e irreversível decadência. Ou seja, o desafio não é pequeno. É monumental. E, por outro lado, sabemos dos desafios que historicamente enfrentam os tais de BUFFETS DE FESTAS. Negócios de famílias, negócios da chamada cauda longa, jamais passíveis de merecerem um tratamento de franquia, como agora a RI HAPPY tenta colocar em pé. Primeiras impressões, não vai dar certo… 5 – UNILEVER LAVA E PASSA Esse é o título de uma nota na seção MOEDA FORTE, assinada pelo HUGO CILO, em ISTOÉ DINHEIRO. Traduz a alucinação que tomou conta da gigante multinacional, e não existe ninguém com um mínimo de sensibilidade para alertar seus executivos em parar com tamanha bobagem. OMO É OMO. A marca mais querida do Brasil, em todas as últimas pesquisas realizadas pelo TOP OF MIND da FOLHA. Depois, vem todas as demais marcas. OMO, sabão em pó, e derivados. Anos atrás decidiu a UNILEVER, não OMO, comprar uma rede de lavanderias. E nada errado tangibilizar no território profissional as virtudes de seu produto/MARCA. Mas daí a transferir a marca abençoada e canonizada, OMO, para uma rede de lavanderias, um despautério fenomenal, uma espécie de anátema que se abateu sobre a UNILEVER. Depois do melhor processo de construção de marca dos últimos 50 anos, DOVE, numa cochilada geral, um dia a UNILEVER decidiu, absurda e pateticamente, estender a marca para os homens, também. E desde então, uma tremenda interrogação paira sobre a marca e colocou todas as mulheres mais que seguidoras com os dois pés atrás. Agora repete a proeza e comete semelhante desatino. A nota do HUGO CILO, diz, “A grande aposta da UNILEVER, dona da marca OMO, é lavar e passar, literalmente.  Depois de adquirir a rede de lavanderias QUALITY, no ano passado, a rede está convidando os franqueados a mudar o nome para OMO LAVANDERIAS…”. SOCORRO! E, segue, “Com 200 unidades – 150 OMO e 50 QUALITY – a meta é assumir a liderança do mercado brasileiro em cinco anos, com mais de 500 lojas…”. Paramos por aqui. A Unilever não aprende e ponto. Segue matando suas principais marcas. 6 – BOLINHO DE FEIJOADA O que é a inovação. É juntar, somar, dividir, multiplicar, o que já existe, de uma forma nova e inusitada. Não é, definitivamente, criar do zero. Assim, e depois de 4 ou 5 décadas, pode estar nascendo uma revolucionária inovação no território da culinária brasileira, o BOLINHO DE FEIJOADA. Lá atrás, um dia, e ao entrar no PONTO CHIC no Largo Paissandu, na cidade de São Paulo, e pedir o sanduíche que queria, Casimiro Pinto Neto, filho da querida amiga Leonilda Pinto, da cidade de Bauru onde nasceu o Madia, descreveu como queria que o cozinheiro fizesse. O amigo que vinha atrás e perguntado o que queria disse, “ESSE AÍ DO BAURU”, como era chamado o Casimiro. Nascia aí o sanduiche hoje mais vendido em todo o mundo, embora vendido exclusivamente no Brasil, o SANDUÍCHE BAURU. Vende muito mais que um BIG MAC, presente em dezenas de países e milhares de cidades. Mais adiante, uma iguaria mineira, o PÃO DE QUEIJO foi descoberto pelo saudoso BELARMINO FERNANDEZ, passou a fazer parte do couvert de seu restaurante RUBAIYAT, imediatamente adotado pelas demais churrascarias, mais adiante restaurantes, depois industrializado, e reinou e reina de forma absoluta até hoje. E agora, e potencialmente, a criação da chef KATIA BARBOSA, do restaurante ACONCHEGO CARIOCA, o BOLINHO DE FEIJOADA, em versão industrial pela HARU´S tem potencial para invadir o Brasil, e depois, o mundo. É isso. Exemplos espetaculares de INOVAÇÃO que mudaram hábitos, costumes, e institucionalizaram na memória afetiva e degustativa das pessoas três novas e espetaculares delícias. INOVAR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO, como talvez dissesse o maior poeta da língua portuguesa, Fernando Pessoa. 7 – GERAÇÃO PANDEMIA Não relacionada a data de nascimento, mas relacionada a todos aqueles que durante os dois anos de pandemia, não puderam frequentar as escolas, e tiveram que se conformar com o A DISTÂNCIA. Isso mesmo, o tal do ENSINO A DISTÂNCIA COMPULSÓRIO E INDESEJADO. Uma primeira amostra das consequências acaba de ser revelada pela Secretaria de Educação de São Paulo. Agora, e com o retorno, detectou que 69% dos alunos relatam sintomas inequívocos relacionados a ansiedade e a depressão. Essa espécie de PRIMEIRA OBSERVAÇÃO foi realizada junto aos 443 mil estudantes de 5º e 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio. Neles, manifestações fortes de dificuldade de concentração, esgotamento, e problemas como o sono. O estudo foi divulgado pela Secretária de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, no momento em que se desincompatibilizava de seu cargo para candidatar-se a uma vaga na Câmara de Deputados. Ao encerrar sua manifestação, Rossieli disse, “As perdas socioemocionais foram muito grandes durante a pandemia.  Não é verdade que empatia e responsabilidade não se ensinam na escola. Se ensinam, sim…”. Geração pandemia, marcas para sempre… 8 – CHEGAMOS LÁ, DEVERÍAMOS? Matéria na VEJA de semanas atrás, e decorrente das monumentais conquistas dos últimos 20 anos, e com a construção do GENOMA HUMANO e o de quase todas as demais espécies, anunciam a possibilidade de aqueles que viram partir, mais que emocionados, seus animais de estimação, os terem de volta mediante réplica, em tese, perfeita. Dentre as empresas que nasceram e prosperam a partir das conquistas da genética, só possíveis pela criação do microchip e da disrupção tecnológica de onde decorrem a capacidade quase que infinita de se fazer pesquisas e processar dados e informações, pontua a ViaGen. E, como os consumidores de droga costumam dizer, é o que sua denominação diz, uma VIAGEM… O que faz a ViaGen e outras empresas que oferecem semelhante serviço? Os cientistas dessas empresas coletam amostras do pet em vida, depois cultivam as células em laboratórios por meio de processos artificiais até que evoluem e convertem-se num embrião. Depois de algum tempo de gestação nasce uma cópia supostamente 100% igual ao pet que partiu. Para clonar um cachorro a ViaGen pede 8 meses. Já gatos precisam de 12 meses… Em tese, são mais inteligentes, e por isso, demoram mais para serem clonados… Ainda no início, e assim, tendo que suportar todos os custos das pesquisas, um pet clonado sai em torno de R$200 mil. Mais adiante, em 10 anos, menos de 10 mil… Isso posto, encaminhamo-nos para uma quase imortalidade do ser humano, e das demais espécies. Dentre os dois caminhos possíveis, este agora revelado que é o da clonagem, e o da MEDICINA CORRETIVA, que corrige os eventuais erros que a natureza comete, tornando as espécies imortais, nos agrada muito mais a segunda alternativa. Em meu sentimento, uma alternativa natural. A que acaba de ser anunciada, a clonagem, uma alternativa que, no mínimo, constrange e causa insuportáveis desconfortos éticos e emocionais. 9 – C&A RETORNANDO AO AZUL Depois de permanecer a venda por alguns anos, a C&A reconsiderou e retomou sua trajetória em direção ao sucesso. Empresa mais que centenária e a caminho dos 200 anos, fundada que foi em 1841 pelos irmãos holandeses Clemens e August Brenninkmeijer – daí o C&A – começou no Brasil com uma primeira loja na cidade de São Paulo no Shopping Ibirapuera, e inaugurada no dia 31 de agosto de 1976. Nesses 45 anos foi, voltou, subiu, desceu, aumentou, encolheu, e, mais recentemente, desistiu de ser vendida, repito. E agora, e aparentemente, reencontra o caminho e se volta para o futuro. Hoje, com mais de 300 lojas no Brasil, avançou em seu sistema de distribuição, e vem conseguindo entregar todas as compras a distância com uma pontualidade superior a 98%. Segundo Marcel Modesto, gerente sênior de logística da C&A, “Nosso sistema anterior não integrava com novas tecnologias de automação e nossos centros de distribuição do comércio eletrônico; com a plataforma MANHATTAN ACTIVE WM hoje temos escalabilidade, integração, produtividade e suporte necessários para cumprir o previsto no planejamento estratégico e o crescente volume de vendas no digital…”. Já e diante de uma nova realidade os resultados vão aparecendo. Encerrou 2021 com uma receita de R$5,15 bilhões – quase 30% superior ao ano anterior – e um lucro líquido de mais de R$320 milhões. Em 2020 tinha dado prejuízo. Aos poucos, C&A parando de olhar para trás e para os lados, na expectativa de um possível comprador, e acelerando em direção ao futuro. Mais que na hora. 10 – QUEM SABE CRIA, QUEM NÃO SABE E NÃO PODE, COPIA Infelizmente os investimentos em pesquisa no Brasil, independente de sermos um país abarrotado de princípios ativos a serem descobertos e revelados na imensidão da flora, e, também, da fauna de/em nosso país, são insignificantes. Em entrevista ao MEIO & MENSAGEM, João Adibe Marques, que comanda a empresa de sua família e uma das maiores farmacêuticas do País, traduziu com incomum propriedade e coragem a situação de nossa indústria farmacêutica, e que de certa forma valida o ditado: QUEM SABE FAZ, QUEM NÃO SABE COPIA. Disse, “O Brasil não tem uma lei de patente, então, a indústria farmacêutica brasileira não trabalha com novos produtos. Espera a quebra da patente para poder desenvolver. Depois, pode optar por marca ou genérico. Os dois passam pelo mesmo processo de pesquisa. Nosso foco, CIMED, é no genérico e nos que vão quebrar a patente. Tivemos agora a quebra do XARELTO – anticoagulante da BAYER – em que tínhamos o produto pronto, mas não podíamos lançar enquanto não quebrasse a patente. É uma corrida. A CIMED tem 150 novos produtos em pipeline. Produtos que já existem e vão quebrar a patente. Aí depende se renovam, quando descobrem uma nova indicação ao produto, ou expira a patente. ESSE É O JOGO DO BRASIL…”. Quem sabe cria, quem não sabe copia. VELHO BRASIL. Mas que na hora de mudar em direção a um NOVO E MODERNO BRASIL, que terá a capacidade de criar e tirar proveito da natureza abençoada que temos. DRUCKER´S MONTHLY Na lição e ensinamento deste mês, de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER, a importância vital das empresas jamais se esquecerem que, por maiores que sejam, sempre são manifestações especializadas. Cada empresa tem que ter, se quiser sobreviver, uma especialização. Diversificações só cabem em empresas holdings, e que nascem com esse objetivo específico, ou seja, também têm uma especialização. São especialistas em montar, supervisionar e controlar diferentes empresas e negócios. Diz DRUCKER, “Diferentemente da comunidade, da sociedade, ou da família, as organizações são formadas com um propósito e sempre serão especializadas. A comunidade e a sociedade são definidas pelos vínculos que unem todos os seus integrantes, como, idioma, cultura, história, localidade. Uma organização é definida por sua missão. A orquestra sinfônica não tenta curar doentes; toca música. O hospital é quem cuida de doentes, mas não se arrisca a tocar Beethoven”.
Negócio

Angu de caroço, ou, dupla transição

A expressão angu de caroço tem dois entendimentos. O primeiro original, e que era um pedaço de carne que no tempo da escravidão costumava-se esconder para consumo posterior, ou reservar-se para uma pessoa querida e ausente. Daí decorreu um segundo sentido que, e como era difícil de se encontrar, acabou virando sinônimo de desafio, dificuldade, e até mesmo rolo e confusão. Hoje a indústria automobilística mundial vive um duplo angu de caroço. Horizontal e vertical. No vertical, a troca quase que compulsória mediante a quase totalidade de manifestação das pessoas contra os combustíveis poluentes, e em defesa do carro elétrico. Neste momento, todas as montadoras, em todo o mundo, cuidam da migração para a chamada energia limpa. E no Horizontal, a migração de uma sociedade de propriedades, para uma sociedade de usos, chegando o CAAS – o “carro” as a service. Quase ninguém mais comprando, fazendo assinatura e pagando por um dia, uma semana, um mês, um ano. E nesse angu de caroço as montadoras se reposicionam. A primeira consequência dessas duas mudanças radicais é um repensar e o realocar de suas fábricas pelo mundo. E com isso, e nos últimos dois anos, quase 10 fábricas ou fecharam ou mudaram-se do Brasil. Especificamente no caso da montadora que praticamente iniciou a chamada indústria automobilística em nosso país, a Volkswagen, encontramos ótimas referências das decisões que decorrem, obrigatoriamente, desse duplo angu de caroço. Falando ao Estadão, e ao jornalista Eduardo Laguna, Pablo Di Si, que comanda a Volks na América Latina, explicou como a empresa vai processando essas duas mudanças: “Nos próximos dois anos o Brasil vai passar por muitas mudanças de legislação, envolvendo uma série de normas prevendo mais segurança e menos emissões. Assim, alguns modelos que hoje existem deixarão de ser fabricados e no máximo em dois anos teremos uma nova safra de produtos da Volks. Muitos investimentos em desenvolvimento e muito pouco em instalações uma vez que possuímos quatro fábricas em ótimas condições…”. Carros Elétricos – “Nos próximos cinco anos teremos seis novos veículos, entre carros elétricos, e carros híbridos. Mais adiante, teremos a eletrificação por completo. Em quanto tempo isso vai acontecer quem determinará é a mudança de comportamento dos consumidores. Já em todo o mundo teremos mais de 140 veículos entre híbridos e elétricos. É isso, amigos. Todas as montadoras correndo para desatar esses dois nós, ou duplo angu de caroço horizontal e vertical. Da velha, boa e poluidora gasolina para os elétricos. Da compra e propriedade para a posse e uso mediante assinatura. Duas crises específicas do setor, além claro, da maior de todas, a estrutural, da migração do velho para um novo mundo, e que afeta todos os negócios e todas as empresas de todos os portes e setores de atividade…
Negócio

Positivo Tecnologia: um retrato mais que revelador para nosso País

Com mais de 30 anos de existência, a Positivo Tecnologia surgiu em 1989, em Curitiba, para fabricar e vender computadores às escolas do Grupo Positivo e às escolas usuárias do sistema de ensino Positivo. Nos anos seguintes, passou a fornecer computadores e soluções de informática para empresas e instituições do poder público, por meio de licitações. A empresa foi crescendo e expandindo seus negócios ao longo dos anos, fruto de um pensamento empreendedor do seu fundador Hélio Rotenberg e da equipe de profissionais que se dedicaram aos negócios da companhia. Corta para 2021, em uma entrevista da maior importância, histórica mesmo, concedida por Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Tecnologia, maior fabricante nacional de computadores pessoais, e uma das maiores empresas do mundo desse território. Embora o objetivo da entrevista, conduzida primorosamente pela jornalista Daniele Madureira, não fosse esse, através das palavras de Hélio vamos tomando conhecimento da triste realidade de um dos braços essenciais de um brasil digital que, em caráter de urgência urgentíssima precisamos construir. Separei aqueles que, em meu entendimento, encerram os melhores e históricos momentos: ‒ Primeira constatação ‒ Logo na abertura da entrevista, e ao falar das transformações decorrentes da pandemia, e aproveitando-se do fato dele falar com o computador aberto, e o mesmo acontecer com Daniele, disse, “A redescoberta dos computadores foi a primeira grande mudança de comportamento. Agora, por exemplo, estamos fazendo esta entrevista de dois notebooks, o seu e o meu. A interface de uma tela maior é muito melhor que a de um smartphone…”. E continua Hélio, “O consumidor redescobriu o ‘personal’ do ‘computer’. Quando a gente percebeu que teria que permanecer mais tempo em casa, trabalhando, estudando e se divertindo, e até fazendo consultas médicas, houve uma grande explosão na demanda por notebooks. E, também por desktops, ainda que em menor número…”. O que a pandemia mudou no comportamento das pessoas em relação aos gadgets ‒ “Na medida em que crescia a venda de smartphones, decrescia a venda de computadores. Isso desde 2011 em nosso país. E assim seguiria não fosse a pandemia. Pessoas todas com um smartphone, e um computador para a família… Mas, e com a pandemia, todos disputando um mesmo e único computador. Conclusão, até notebooks velhos e esquecidos em fundos de gaveta foram ressuscitados. Em paralelo, empresas correram para melhor equipar seus profissionais trabalhando de casa. Conclusão, e em decorrência da pandemia, o computador voltou a ser pessoal.” O que aconteceu com as vendas ‒ “O mercado mundial de computadores, que envolve notebooks e desktops, registrou um pico em 2011, de 365 milhões de unidades. E a partir daí começou a cair até 260 milhões de unidades em 2015. Em 2021 voltou ao patamar de 370 milhões de unidades. Já no Brasil, o pico foi de 16 milhões de unidades em 2011. Batemos no fundo do poço em 2015, com 4,5 milhões de unidades, uma queda de 72%. Tudo indica que chegaremos próximos dos 7 milhões. Mesmo com a pandemia, ainda muito distante do pico em decorrência da crise econômica dos últimos anos que feriu gravemente a classe média brasileira…”. ‒ A POSITIVO e suas três marcas: Positivo, Vaio e, Compaq ‒ “Tínhamos a marca Positivo como marca de entrada. Preços mais acessíveis. Mas constatamos a resistência à marca Positivo para produtos com maiores valores agregados. Assim, no mês de abril, incorporamos a marca Compaq no Brasil. É uma marca da HP, mas licenciada no Brasil para nós. Simultaneamente licenciamos a marca Vaio da Sony para o Brasil. Assim e hoje segue Positivo como marca de entrada, Compaq como marca intermediária, e Vaio, marca premium… Traduzindo no valor do ticket, Positivo entre R$2 e R$3 mil, Compaq entre R$2,8 e R$3,5 mil, e Vaio a partir de R$3,5/4 mil… Futuro e perspectivas ‒ “Todas as principais instituições de pesquisa são unânimes em afirmar que não haverá uma queda. O computador ascendeu a um novo patamar de consumo. O trabalho será híbrido na sua grande maioria. O que torna o notebook um elemento fundamental. Por outro lado, aprendeu-se que o ensino online é mais econômico e mais fácil para a maioria dos estudantes, especialmente os universitários. E por outro lado, ainda, as consultas médicas agora podem e são, cada vez mais, feitas online. Isso posto, o nível que alcançamos agora tende a prevalecer daqui para frente…”. Hoje, a Positivo Tecnologia desenvolve, fabrica e comercializa computadores, celulares, tablets, dispositivos para ambientes conectados, servidores e demais produtos de infraestrutura de TI, além de acessórios, terminais inteligentes de pagamento e soluções integradas de tecnologia educacional. É isso, amigos. Poucas vezes em nossas vidas de consultores vimos uma entrevista revelar uma foto tão precisa dos caminhos em direção a uma nova realidade como essa. E, por outro lado, a maneira burra e inconsequente como o Brasil lidou com a tecnologia até hoje. Mais que na hora de construirmos, pra valer, o BRASIL DIGITAL. Ontem.
Negócio

Carlos Brito

Hoje, vamos comentar sobre um profissional exemplar, Carlos Brito. Ouvimos falar sobre o Brito pela primeira vez na agência de publicidade da Margot Soliani, a Bridge. Uma agência que nasceu para atender a Ambev, e que contratou os serviços de consultoria da Madia. Margot falava com emoção e esperanças sobre um jovem e talentoso estagiário da Ambev, Carlos Brito, que passou uns dias trabalhando na agência. Semanas atrás Brito pendurou as chuteiras, aposentou-se. Depois de 15 anos na presidência da AbInbev, despediu-se da empresa no dia 30 de junho de 2021. Na saída concedeu longa entrevista à revista EXAME, ao Diretor de Redação, Lucas Amorim, e fez uma síntese de seus 32 anos na empresa. Nessa síntese lições fantásticas de alguém que vestiu a camisa, mergulhou de cabeça, e só voltou a superfície de comprometimento, empenho e dedicação, 32 anos depois. Vamos tentar organizar e sintetizar, com a licença do Lucas e do Brito, algumas das respostas em formato de lições. Vamos lá: 1 – Olhar para fora ‒ “Nós sempre montamos nossa empresa olhando para fora. Há muita gente lá fora e assim e quase sempre as melhores ideias encontram-se fora. Há 8 bilhões de pessoas tentando resolver problemas semelhantes aos nossos. Sempre visitamos muitas empresas e sempre tentamos comparar os talentos que estamos desenvolvendo com o que vemos lá fora. Essa sempre foi parte de nossa cultura. Somos muito modestos e sabemos que lá fora existem ideias muito boas… Certamente melhores que as nossas…”. 2 – Orgulho de ser Ambev ‒ “Orgulho-me de trabalhar numa companhia que vê as pessoas como única vantagem competitiva permanente. Orgulho-me de ter montado, junto com meus colegas, uma empresa em que nós resolvemos os problemas, nós corremos atrás das oportunidades, nós contratamos os talentos que vão ser melhores do que nós no futuro. Orgulho-me muito de ter princípios e não pegar atalhos… Queremos continuar a empresa para sempre. Assim, não tem jeito, temos que fazer as coisas do jeito certo, e do jeito difícil… Orgulho-me também de ser uma empresa eficaz na utilização dos recursos naturais… Arrependo-me de não ter ingressado na empresa cinco anos antes. Trabalhei em outras empresas muito bacanas, mas não eram tão espetaculares como a nossa…”. 3 – Inovação e Mudança ‒ “Chega um momento que a empresa fica tão grande que começa a resistir às mudanças. Construímos a empresa vendo nas mudanças oportunidades, e não ameaças. Como não somos perfeitos, em alguns mercados tentamos ir contra as tendências, contra algumas mudanças. Até que acordamos, abraçamos a tendência, e se revelou uma mega oportunidade de crescimento. Como a máquina é muito grande, criamos uma unidade específica, a ZX Ventures para as novas iniciativas. Uma equipe separada que só cuida de inovação. Quando os projetos são aprovados, voltam para a máquina e escalam. Foi lá que nasceu, por exemplo, o Zé Delivery…”. 4 – Futuro ‒ “Depois que sair quero dar uma desligada. Vou tentar ter um pouco mais de tempo para meus quatro filhos e uma esposa com quem estou casado há 30 anos… A única certeza é que qualquer decisão que eu venha a tomar tem que cumprir três requisitos. Quero continuar trabalhando com pessoas que eu admire, respeite e aprenda. Quero trabalhar com um grupo de pessoas que tenham valores iguais aos meus. E quero trabalhar num lugar onde eu seja sócio… Meu pai é médico, 89 anos, e só fechou o consultório dele quando completou 86. Assim tenho mais 25 anos pela frente…”. 5 – Admirável Mundo Novo ‒ “O principal continuará valendo. O consumo nunca vai ter a vida baseada ou na loja da esquina ou na marca grande. As ocasiões se fragmentam cada vez mais. Tem hora que você olha preço, e hora que você não olha. Tem hora que você quer qualidade, e hora que só quer quebrar um galho. Hora que quer online, hora que não quer. A Amazon comprou o Whole Foods porque viu que em nenhum momento o consumidor resolveria 100% das coisas online; tem hora que ele quer pegar, testar… O que mudou é que há mais tecnologia e que permite fazer coisas que não conseguíamos. A vida está muito mais prática, mas as necessidades seguem as mesmas. Por outro lado, a tecnologia faz com que você, se bobear, perca muito tempo com besteiras. Cria produtividade, mas produz distração. E os consumidores mais informados esperam das empresas não apenas produtos espetaculares, mas, e também, opinião…”. Carlos Brito, uma marca para sempre na espetacular história da Ambev. Uma entrevista e matéria histórica, com ensinamentos espetaculares. Parabéns Exame, parabéns Lucas, parabéns Brito.
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Diário de um Consultor de Empresas – 28/09/2022

Do dia para noite, e com a morte de sua principal fonte de renda, em decorrência da pandemia, multiplicam-se os pobres pelo mundo.
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Diário de um Consultor de Empresas – 27/09/2022

New York State Of Mind é inovar-se permanentemente.
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Diário de um Consultor de Empresas – 24, 25 e 26/09/2022

Depois de 50 anos, sem jamais revelar consistência e vitalidade, de forma medíocre e irrelevante, o MAKRO despede-se do Brasil.