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Histórias da pandemia: vaquinhas, ou, o apreço não tem preço

Em tudo tem que existir uma perspectiva de um final. E muitos, acreditando que em pouco tempo tudo estaria resolvido, decidiram ajudar. Assim, as tais das VAQUINHAS cresceram e se multiplicaram no correr dos primeiros meses, e até mesmo no primeiro ano da pandemia. Mais adiante, no entanto, as vaquinhas foram minguando, ao mesmo tempo que o apreço e a disposição de ajudar, – que não revelava mais nenhum sinal vital consistente –, foi desaparecendo. Mas, vamos recordar às tais vaquinhas da pandemia… Sentindo que não resistiriam mais dois ou três meses, alguns lugares queridos das pessoas decidiram recorrer às chamadas “vaquinhas” – pedido de ajuda, socorro, pela internet, mediante alguma contrapartida, ou eventual pagamento de futuras compras. As primeiras iniciativas conseguiram algum sucesso. No primeiro e segundo mês. A partir do terceiro, e com a repercussão das iniciativas pioneiras, centenas de bares, restaurantes e casas de show, no desespero, decidiram tentar a mesma solução… Vamos a alguns números e a retrospectiva cronológica. Casa da Francisca, um espaço de shows e restaurantes no centro velho de São Paulo, região da Sé, e que no desespero recorreu às vaquinhas. Precisava arrecadar R$125 mil/mês. No primeiro mês chegou perto… Já a partir do segundo… Outros espaços semelhantes em outros bairros da cidade de São Paulo tentaram a mesma solução. E aconteceu rigorosamente o mesmo. No primeiro mês, apelando para os clientes tradicionais, conseguem um bom resultado. A partir do segundo… Arrecadação cadente, tendendo a zero lá pelo quinto ou sexto mês… Nos números de uma das plataformas especializadas em vaquinhas pelo digital, a Abaca$hi, e nas palavras de sua diretora Nathália Cirne, estimava-se que o número de estabelecimentos que recorreram a vaquinha foi superior a 9 mil – entre março 2020 e abril 2021. Em quase todas as tentativas de vaquinhas, cada vez mais em número maior e com resultados pífios, o processo começa com a notícia de que o bar, restaurante, casa de show vão fechar suas portas. E aí, lamentos e comoção geral. Alguém sugere, “por que vocês não fazem uma vaquinha?…”. E muitos fazem, e constatam, na prática, o mesmo que aconteceu com a Lanchonete Dona Augusta Vegan, na rua Augusta, e um dos lugares mais frequentados por jovens veganos… Quando do anúncio que ia fechar centenas de manifestações de apoio e pedidos que permanecesse aberta pelas redes sociais. Decidiu então recorrer à vaquinha. Precisava arrecadar R$38 mil/mês. No primeiro chegou em quase R$7 mil… No segundo… É isso, amigos. Vale a resistência, o sagrado e mais que digno dever de lutar pela sobrevivência, mas, nada resiste a muito tempo de espera. Muito especialmente quando o incêndio não é só numa empresa, num negócio específico. Quando o fogo queima a quase totalidade da economia… Mais ou menos o que ainda e agora, de forma um pouco mais atenuada, segue acontecendo. As tais das vaquinhas sempre deram pouco leite… E, poucos meses depois, secaram, de vez…
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Histórias da pandemia: abatidos em pleno voo

O negócio de eventos de todos os tipos e dimensões acorda no quase pós-pandemia, literalmente, destroçado. Tudo ou foi cancelado, ou adiado. Os Jogos Olímpicos, por exemplo, há 8 anos preparados pelo Japão, cidade de Tóquio, com a construção/adequação de um bairro específico para o evento, e que deveria ter acontecido no ano de 2020, saltou, diminuído e minimizado, para 23 de julho a 8 de agosto de 2021, com uma série de adaptações, e com a maioria dos japoneses preferindo que a Olimpíada fosse ou adiada novamente, ou cancelada de vez. Começamos este comentário com um evento top, que mexe com todo o mundo, e desse top a crise desce impiedosa e devastadora por todos os tipos de eventos, festas, comemorações. Num final de semana de abril, a Folha publicou um caderno específico falando do negócio de festas. E dentre as festas, a que é parte integrante da vida da maioria das pessoas, o casamento. Atrás de um casamento, por menor e mais simples que seja, existem muitos fornecedores. E a vida das empresas especializadas em festas, mais especificamente em casamentos, virou um inferno. Muitos dos eventos foram ou adiados três ou quatro vezes, começando por uma primeira data em 2020, e hoje, esse mesmo evento, já reprogramado para 2022, quem sabe, 2023… Na matéria da Folha, e no depoimento de diferentes empresários do negócio das festas, cada vez que se adia, e, principalmente, cancela um evento, o estrago econômico e emocional é, simplesmente, brutal. Na contratação são feitos adiantamentos, os preparativos seguem com muita emoção e alegria, e aí vem a pandemia, o cancelamento, e o clima de alegria acaba se convertendo, muitas vezes, em brigas absurdas. Um dos players desse território, disse, “O cancelamento é o nosso bicho-papão. Imaginem se 30 casais cancelam e tenho que restituir uma parte do que foi pago? A empresa, por mais organizada que seja, sucumbe…”. Dentre as entrevistas, selecionamos para compartilhar com vocês um trecho da concedida pelo estilista Sandro Barros, um dos preferidos por noivos e famílias da cidade de São Paulo. Disse Sandro, “Sempre fizemos de três a quatro vestidos por final de semana. Este ano, 2020, não… Completamente atípico. Num primeiro momento todos os casamentos foram adiados para o segundo semestre. A noiva de abril saltou para julho, depois outubro… Muitos eventos agora estão remarcados para 2022…Tento me reinventar o tempo todo, porque na minha atividade não existe nenhuma possibilidade do online. Vestido de noiva tem que ser provado, algumas vezes, e faz parte do ritual… Os poucos casamentos que não foram adiados tiveram sua dimensão totalmente reduzida. De centenas para meia dúzia de convidados, pequeno almoço, modelos simples, e, ponto… No desespero fizemos uma coleção de máscaras de algodão. Somando todas as vendas até agora ainda não alcançaram o valor de um único vestido de noiva…”. Em síntese, amigos, das situações que as empresas de festas de todos os tamanhos viveram, naquele momento, duas mais que complicadas. A primeira e que ainda tentam se recompor até hoje, com todos os clientes que definitivamente desistiram, cancelaram suas festas, e querem de volta o adiantamento… Adiantamento esse que já foi utilizado para a compra de material, por exemplo. E a segunda, que as agendas estão absolutamente lotadas, mesmo que nenhuma festa esteja sendo realizada. Com os sucessivos adiamentos, a maior parte de datas para festas de finais de semana, até o final deste ano e primeiro semestre de 2023, está bloqueada. E assim, e sem saber o que fazer ou para onde correr, as empresas de festas partem para as devoluções, e não têm a mais pálida ideia de quando as festas adiadas sucessivas vezes, finalmente, irão acontecer…
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Histórias da pandemia: Contigo En La distancia só é bom no bolero

No Estadão de um domingo de meses atrás, e assinada pela jornalista Luciana Dyniewicz uma história simplesmente macabra. De um CEO prestes a completar um ano de empresa e até aquele momento permanecia distante fisicamente das pessoas que o contrataram, assim como da maior parte da equipe que comanda. É o pior melhor exemplo da situação patética que vivemos nos meses de pandemia. Então alguns poderão perguntar aos consultores da Madia, qual seria a outra solução? Não existe, é essa mesma, mas isso não impede de preservarmos nosso senso crítico e sensibilidade. A contratação de um novo líder é, seguramente, um dos três maiores desafios por que passa qualquer empresa ou organização. Quais são os outros dois? As opiniões divergem, mas sobre a contratação do líder é uma unanimidade. É um processo que leva meses, passa por duas dúzias de entrevistas, convivências profissionais, pessoais e sociais. Está se escolhendo a pessoa a quem se entregará a chave, o presente e o futuro, tudo. Tudo o que a empresa construiu, realizou e é, no correr de sua trajetória. E fazer-se isso exclusivamente através do vídeo, no tal do “Contigo En La Distancia” … só é bonito na música e no bolero… “Amada Mia, Estoy…” uma aberração. Mas, repetimos, em determinadas circunstâncias e condições da história e da humanidade, em muitos momentos só nos restam aberrações. Pedro Zannoni, conta a matéria, assumiu o comando da Lacoste no Brasil no mês de maio do ano retrasado, 2020. Diz ele, “Fazia parte do processo de integração uma viagem à sede da empresa, Paris, e na sequência, aos principais países da América Latina. Essa era a cartilha ou o combinado. Todas as apresentações foram feitas de forma online com os executivos da França e de países vizinhos, além dos funcionários do Brasil…”. Ainda Pedro, com educação e descomunal vontade, tentando encontrar alguma vantagem no processo. Diz, “O lado bom é que nesse período trabalhando de casa consegui dedicar mais tempo do que o usual para conhecer bem a forma de trabalho e a cultura da empresa…”. Tudo bem, mais que entendemos e valorizamos a tentativa do Pedro de encontrar algum sentido nesse processo. Mas cultura empresarial só se começa a ter um primeiro sentimento, ainda muito distante da compreensão, mergulhando de cabeça, corpo a corpo, num processo de meses, talvez anos… Presencialmente, corpo a corpo, olhos nos olhos, mãos dadas… Lembra, que nem no bolero. Em síntese. Perfeito. Se não tem zé vai com zé, ou, o ótimo é inimigo do bom, mas, acreditar-se minimamente que isso é bom é demais. É uma aberração, um lixo. Repito, não existia e ainda não existe outra alternativa. Mas, quando os tempos voltarem a um mínimo de realidade, determinadas coisas, quase todas, só tem uma única forma de serem realizadas garantindo todas as perspectivas de sucesso: presencialmente. Ao vivo e em cores. Pessoa a pessoa, lembram, como cantavam Tim Maia e Gal Costa. Juntos, presencialmente, “Eu preciso respirar / O mesmo ar que te rodeia / E na pele quero ter / O mesmo sol que te bronzeia / Eu preciso te tocar… / Eu preciso descobrir / A emoção de estar contigo… /E deixar falar a voz do coração… A propósito, e mesmo no bolero Contigo En La Distancia, se denunciava a impossibilidade absoluta de qualquer amor verdadeiro namorando por binóculos, lembram… “Es que te has convertido / En parte de mi alma, / Ya nada me consuela, / Si no estás tú también… Repetindo, “en la distancia”, nem mesmo na canção…
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Diário de um Consultor de Empresas – 14/09/2022

E as academias de ginástica, a partir da líder, SMART FIT, acelerando na recuperação.
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Diário de um Consultor de Empresas – 13/09/2022

SENSÍVEL QUEDA NOS LANÇAMENTOS DE IMÓVEIS. Mais que nunca, e o mais rápido possível, e usando um código a que está mais que familiarizado, o MERCADO IMOBILIÁRIO carece de uma reforma radical.
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Diário de um Consultor de Empresas – 10, 11 e 12/09/2022

Sem a Inclusão Digital de todos os brasileiros impossível construirmos um novo e moderno Brasil.
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Diário de um Consultor de Empresas – 09/09/2022

O negócio do sexo, hoje rebatizado de “SEXTECH”, decolando a toda velocidade.
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Discriminação e preconceitos nunca mais

Qualquer manifestação, por menor que seja, de discriminação, preconceito, racismo, e todas as demais manifestações carregadas de ódio, estupidez, burrice e/ou ignorância são inaceitáveis. Nas empresas esse tipo de comportamento precisa ser denunciado e eliminado no ato. Muitos dirão, não é fácil… E não é. Outros, mas até ontem era permitido… Sim, até ontem. Agora não e nunca mais. Fim. Já deveria ter terminado séculos atrás. Nem mesmo deveria ter existido ou acontecido. Portanto, fim e que todos nós, e finalmente, aprendamos a respeitar todos os demais seres humanos como queremos e gostaríamos de ser respeitados. Nenhuma empresa não pode nem ignorar nem conviver com uma situação que fragilize, ofenda e constranja algum de seus colaboradores. Se a empresa não deixar bem claro que não concorda, mais que isso, que renega, condena e pune todos os que discriminam, por e eventualmente melhores funcionários que sejam, vai perder, merecidamente, na sociedade, no mercado, e, claro e também, na Justiça; Todos os dias, em dezenas de julgamentos na Justiça do Trabalho, por exemplo, de cada 10 ações, em 9 as empresas são condenadas a pagarem indenizações por omissão inaceitável. Ilustramos com algumas situações concretas. Diretor administrativo de uma empresa de autopeças, “brincando”, fazia saudações nazistas a um funcionário judeu da empresa. Empresa condenada a indenizar o funcionário em R$65 mil.Mulher negra sofreu injúria racial na cidade de Porto Alegre. O dentista da empresa, no consultório, brincava com a mulher dizendo coisas do tipo, “quem tem perfil para juntar lixo agora encontra-se sentada em minha cadeira…”. Mulher negra indenizada simbolicamente em R$5 mil.Multinacional de tecnologia condenada a pagar uma indenização de R$18 mil a profissional transgênero. Recusava-se a adotar o nome social do funcionário no crachá.Frigorífico do triângulo mineiro condenado a indenizar uma funcionária transexual, e que foi abusada por seu gerente dizendo que ele merecia mesmo era ocupar uma posição no abate pela força de seus músculos… E todos os dias, em todo o Brasil, decisões semelhantes são tomadas pela Justiça. Assim, e durante toda a transição para uma nova cultura, repito, a empresa não pode deixar a menor dúvida que se recusou, de forma afirmativa e escancarada, a conviver com qualquer tipo de discriminação. Não existe alternativa. É isso ou é isso. E que ninguém venha dizer que estão exagerando. Exagero e crueldade infinita era o que acontecia até ontem, e eventualmente ainda acontece em muitos lugares e momentos. Mas… não tem mais… Fim! Ouvimos com frequência as pessoas dizerem a nossos consultores, como o mundo está chato. Nós também já dissemos isso anos atrás. Chato, vergonhoso, lamentável e inaceitável é continuarmos procedendo, preconceituosamente, como fizemos a vida toda. Fim!
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Dossier Prioux

A morte por violência inaceitável e criminosa de um negro, e a morte de uma cadelinha, deram fim, ao menos no Brasil, a uma das mais brilhantes carreiras de gestores do varejo em nosso país. Noël Prioux, Carrefour, foi, literalmente, recolhido, e, retornou à França. É o protagonista de uma das mais que emblemáticas lições do ambiente corporativo de todos os tempos em nosso país. De nada adianta tomar as melhores decisões, realizar aquisições monumentais e emblemáticas, apresentar crescimento e lucro fabulosos, se não conseguir prevenir danos insuportáveis à imagem da marca. E assim, com seu Carrefour coberto de glórias e sucessos, mas sua marca sangrando, Noël Prioux, 62, arrumou as malas e voltou para a França, Paris, a tempo de passar o Réveillon de 2021 na cidade luz. Em seu lugar, Stéphane Maquaire, 47, ex-presidente do grupo na Argentina. Hoje, e depois de Prioux, o Carrefour consolida sua liderança em nosso país, no varejo alimentar. Muito especialmente e devido as aquisições de peso como as do Makro e BIG. Assim, Prioux despediu-se deixando a Carrefour Brasil como a unidade de maior importância de todo o grupo e em todo o mundo, e apenas atrás da França. Mas não foi e jamais será suficiente. Por decorrência, recolhido à matriz. Prioux chegou ao Carrefour anos atrás e para cuidar dos serviços financeiros do Grupo em Paris, e depois foi cumprir missões de comando na Turquia, Colômbia, Espanha, Sul da Ásia. Em 2017 foi nomeado presidente do Carrefour Brasil, e diretor-executivo do grupo para toda a América Latina. No momento em que se preparava para a despedida do Brasil, ou, retorno à França, concedeu entrevista à Folha, a Daniele Madureira, e onde fizemos as seguintes anotações: O que aconteceu com a clientela do Carrefour no Brasil durante a pandemia – “Menos visitas às lojas, e mais compras. As saídas passaram a ser mais planejadas, para comprar o máximo de cada vez. Foi uma responsabilidade e tanto implantar e manter regras de distanciamento, contar o número de clientes dentro da loja, e seguir todos os protocolos de segurança. Também mudamos nossas promoções. Antes concentravam-se nos finais de semana, agora são distribuídas por todos os dias. Não existe mais o dia certo, ou, o melhor dia. Nos tornamos mais presentes nas redes sociais para anunciar nossas promoções, e na medida em que tínhamos menos público nas lojas para receberem panfletos. Tivemos que melhorar nosso desempenho no online. Em 15 dias estávamos mais que preparados para responder as novas demandas dos clientes. Para toda a lista de compras, inclusive e principalmente comida. E fizemos parcerias com os aplicativos de entrega para abreviar o tempo das compras. O fenômeno Atacadão, criado para abastecer o pequeno varejo, e hoje, tomado pelas pessoas – “Hoje, diz Prioux, temos dois movimentos diferentes e orientados a preço. No primeiro, a busca pelo Atacarejo, as pessoas buscando maior quantidade pelo menor preço. E o outro a valorização da marca própria. Sintetizando, os clientes estão mais sensíveis ao preço”. Heranças ou mudanças institucionalizadas em decorrência da pandemia – “Os clientes passaram a ficar em casa duas ou três vezes por semana. Assim, e mesmo num cenário de pandemia sobre controle, as pessoas vão cozinhar mais vezes. Outra e nova componente é a busca crescente por produtos naturais, associando produtos mais baratos e mais saudáveis. Com bares e restaurantes fechados o consumo de bebida aumentou, muito especialmente o de vinho, 30%, e parte disso deve permanecer. Por outro lado, as pessoas preferem, no caso dos hortifrutis, tudo o que conte com produtores locais ou próximos. Nas lojas onde isso acontece, mais de 30% vêm dos produtores locais. Digital x Analógico – Direto aos números. Hoje, no Carrefour, nos produtos não alimentares, as compras pela internet já representam 34% do total. Já os alimentos, e por enquanto e apenas, 6%. E também falou sobre a tragédia de 2020. Disse Prioux, “Realmente foi uma tragédia um homem negro ter sido morto por seguranças contratados em uma das lojas do Carrefour de Porto Alegre. Assumimos nossa responsabilidade. Não podemos mais aceitar situações desse tipo. A primeira providência foi ajudar as famílias, fazer tudo o que fosse possível. Decidimos mudar por completo nosso sistema de segurança. Não queremos mais segurança, queremos pessoas ajudando e orientando pessoas. Assim, encerramos com a terceirização, e já a partir de setembro a segurança do Carrefour passou a ser feita pelo Carrefour, com equipe própria, com exceção dos estacionamentos, onde somos proibidos por lei de cuidar da segurança. Na medida em que a função muda, o perfil muda. Estamos recrutando pessoas para nossa segurança que sejam capazes de dialogar com o cliente, que não se estressem diante de qualquer situação, e que haja com tranquilidade, agressividade zero, mesmo diante de um furto… E sobre o Brasil e os brasileiros – “A cultura brasileira é espetacular: as pessoas, a música, a comida. É um tesouro nacional, temos que preservar…”. Assim, fez e foi, em sua permanência vitoriosa como negócio em nosso país, e trágica por dois acidentes de percurso, Noël Prioux. Alguns erros, ou, acidentes de percurso, são inaceitáveis.
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Vendedores ao infinito

Um dia todos seremos vendedores? Ou, melhor, sellers? Parece que sim… Dentre as novidades decorrentes do tsunami tecnológico a partir do microchip, 1971, um mundo onde cresce exponencialmente o número de vendedores. Talvez, um dia, todos sejam vendedores, ou “sellers”, como são tratados pelos marketplaces. Na história do comércio mundial os primeiros ajuntamentos de vendedores ocorreram em ruas. Determinadas ruas das cidades onde gradativamente foi crescendo o número de lojas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, o comércio ganha corpo do lado de lá do Viaduto do Chá, nas ruas Direita e São Bento. Depois atravessa o viaduto e vai para a Barão de Itapetininga. Em paralelo, começam a nascer as ruas de comércio genérico tipo Teodoro Sampaio, em alguns bairros da capital. E mais adiante, ruas de comércio específico, como o alto da Consolação, onde vão se instalando os vendedores de lustres e abajures, enquanto que na Santa Ifigênia prevalecem os vendedores de material elétrico… No início do século passado as primeiras Lojas de Departamento, que, e a partir do final dos anos 1960 vão sendo engolidas pelos shopping centers, a começar pelo Iguatemi de 1966. Hoje, último dado disponibilizado pela Abrasce – Associação Brasileira de Shopping Centers – o Brasil possui 601 shoppings, e mais 13 para inaugurar ainda neste ano. Nesses 601 existem 110.938 lojas. E aí, vão nascendo e institucionalizando-se, com o desenvolvimento do ambiente digital, os marketplaces. E em cada um deles uma quantidade gigantesca de lojas, ou sellers. Lojas de rua que também se fazem presentes nos marketplaces, empresas que decidem ter uma loja, ou pessoas físicas que, na busca de algum dinheiro passam a vender, também. Assim e genericamente, esse universo monumental de vendedores passa a ser denominado de universo dos sellers. E agora os números, segundo a pesquisa Perfil do e-commerce Brasileiro. Em sua 7ª edição, a pesquisa é assinada pelo PayPal e BigDataCorp. Enquanto o Brasil possui 601 shoppings e, arredondando, 11 mil lojas, apenas e nos 20 principais marketplaces, tipo Submarino, Luiza, Amazon, Mercado Livre, são 372 mil sellers. Quase 40 vezes mais, e não para de crescer, na medida em que nos últimos meses são criadas 790 lojas – ou sellers – a cada novo dia… É essa, amigos, a fotografia do varejo brasileiro depois de quase 200 anos. Assim, e diante dessa nova e radical realidade, todas as empresas de todos os setores de atividade precisam, já, se repensarem e recriarem considerando o que um dia disse Gertrude Stein, “Não existe lá mais ali”. Aquele lá, de ruas de lojas, de lojas de departamento, e até mesmo de shopping centers, vai ficando para trás até um dia desaparecer da paisagem. Sobre especificamente os shoppings, dia após dia, como temos comentado com vocês, deixaram de ser shoppings, convertendo-se em livings centers. Onde iremos para nos divertir, comer, encontrar com amigos, e, circunstancial e excepcionalmente, aproveitaremos para comprar alguma coisa…