Simplificação tem limite.

Não necessariamente uma marca constituída de duas palavras resiste quando se elimina uma delas.

E assim, numa decisão patética e estapafúrdia, sem o menor sentido, a Porto Seguro decidiu se rebatizar de Porto. Virou um nada.

Porto Seguro é uma esperança e passa tranquilidade. Porto é uma palavra solta no horizonte…

Porto Seguro foi, coloco no passado porque foi absurdamente descartada, uma marca construída por uma família no correr de 77 anos, fundada que foi em 1945.

Notabilizou-se pela qualidade dos serviços que prestou no correr de todos esses anos, merecendo um reconhecimento de uma empresa de seguros referência, como todas as demais deveriam ser. E isso levou a empresa a uma associação com o Itaú.

Hoje, e crescendo por afinidades, a Porto Seguro oferece mais de 50 produtos e serviços e que passam por Consórcios, Serviços financeiros, Proteção, Monitoramento e, Saúde ocupacional, dentre outros. 13 mil funcionários, 10 mil prestadores de serviços, 36 mil corretores parceiros, e mais de 10 milhões de clientes atendidos através de 101 sucursais e escritórios regionais.

Não obstante tudo isso, deixou-se cair em tentação, imagino que tenha sido convencida por profissionais incompetentes, e decidiu se mutilar, arrancar na força e a frio a palavra Seguro de sua marca, e converteu-se num Porto qualquer.

Brandicídio tosco e grosseiro, e dentro da moda que algumas empresas de design vêm colocando, pateticamente, na cabeça de seus clientes.

Qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade que leia a missão a que a velha e boa Porto Seguro se propôs e vem cumprindo
– “Nossa missão é assumir riscos e prestar serviços por meio de um atendimento familiar que supere expectativas, garantindo agilidade a custos competitivos com responsabilidade social e ambiental” não entendeu a decisão débil de mutilar a marca e convertê-la num Porto qualquer.

Pior fica quando se confronta com a Filosofia Empresarial da Porto Seguro, e que é, “Do que vale construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles”.

Ao ceifar Seguro, a Porto converteu-se numa arranha-céus medíocre, e abriu mão de sua alma.

A sucessão de barbaridades no território do branding parece não ter fim. A fantástica Bovespa que virou a insípida, inodora e irrelevante B3. A legendária Beneficência Portuguesa que virou criminosamente BP (British Petroleum). A espetacular e quase duo centenária Procter & Gamble que virou PG…

E agora a Porto Seguro que abriu mão de sua essência e contrariando sua natureza e origem – quem renega aos seus degenera – e vira uma marca pífia qualquer.

Um Porto a mais…

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