Dentre os pensadores brasileiros mais importantes, um lugar todo especial para o economista e cientista social Eduardo Giannetti da Fonseca. Sua consistente formação no social e na economia tornam seu ponto de vista particularmente relevante para profissionais e empresários. Relevantes, e, únicos. Fala, de uma forma natural e simultânea, sobre o ser humano, e, econômico.
Sua última tese diz respeito ao fato, segundo ele, com o que concordo integralmente, de estarmos vivendo “Um grande retrocesso na formação humana”. Cujas consequências sentiremos de forma mais dramáticas nas próximas décadas.
No recente Festival LED – Luz na Educação – realizado pela Globo e Fundação Roberto Marinho, desenvolveu o tema. Disse, “A formação do capital humano decide a vida de um país. Nenhum local prospera, encontra seu melhor, se não der a cada cidadão a capacidade de desenvolver seu potencial humano. Nesse sentido, o Brasil regrediu muito nos últimos anos. E agora, e com a pandemia, o desafio novo de atenuarmos as perdas irreparáveis nos processos de formação…”.
Mas, lembra Eduardo, existe esperança e não temos que nos desesperar…“Temos grandes oportunidades com a transição demográfica. A Europa demorou 60 anos para o número médio de filhos por mulher passar de três para dois. No Brasil foram só 19 anos. Isso significa que o número de novos alunos está caindo radicalmente e continuará assim… por decorrência, mesmo que o país não invista além do que vem fazendo, o investimento per capta vai crescer…”.
Segundo Eduardo, um dos grandes problemas do Brasil é que gastamos mal… “Países que gastam a mesma proporção do PIB têm resultados superiores ao nosso. Isso é sinal que muito do investimento não resulta em aprendizado, habilidades e competências…
Um dos dramas do Brasil hoje é a tal da inflação de credenciais educacionais sem lastro… pessoas que completaram o ciclo educacional, mas não adquiriram as habilidades e competências daquelas etapas…”.
Eduardo dá um exemplo que decorre dessa deficiência em nosso ensino, “O ensino no Brasil enfatiza a memorização e negligência na formação de competências cognitivas. Identificar problemas e apontar soluções…” comenta, “Fui professor durante 30 anos e não me impressionava muito com a propensão dos alunos reproduzirem as aulas nas provas… A vida não pede o que foi dado em aula… Prefiro uma resposta errada que parta do aluno, do que a cópia de um conteúdo assimilado…”.
Eduardo diz que um sintoma, decorrência, ou característica do ensino em nosso país é que nossos alunos têm uma Postura Credencialista. E explica, “Credencialismo é achar ser suficiente completar o grau. Assim, vivemos num país onde uns fingem que ensinam, outros que aprendem, e tudo termina em diploma…
Mais que na hora de, ouvirmos o Eduardo, e darmos um jeito de vez no ensino em nosso país…