Saúde, o maior canteiro de obras do Brasil

Poucos consideraram a possibilidade de testemunhar a reinvenção ou recriação do território da saúde no Brasil. E é o que vem acontecendo gradativamente, no início, e acelerado desde a década passada.

À semelhança de um Rip Van Winkle que decidiu dar uma cochilada num passeio de montanha e só acordou 20 anos depois. E só então, retornando a sua base, deu-se conta do quanto permaneceu dormindo, e o quanto sua aldeia tinha mudado. Até mesmo sua mulher e família cansaram-se de esperar, e constituíram uma nova família, com um novo pai.

Semanas atrás o jornal Valor publicou um caderno especial da maior qualidade, com um editorial de abertura assinado pela jornalista Marlene Jaggi, e onde anuncia que e finalmente, chegou a hora da integração. Tipo, tudo está montado e instalado, e agora, só falta conectar os fios e virar a chave. É, simplesmente, inacreditável tudo o que aconteceu nos últimos anos. Se no mundo inteiro, por exemplo, a participação do business da saúde nos processos de fusões e aquisições, foi responsável por 10,2% do total, no Brasil foi quase o dobro, 17,3%.

Já em volume de investimentos, os saltos são de arrepiar. Dos R$96 bi de negócios de 2019, para R$218 bi em 2020, e em 2021, R$378 bi. Em 2021, último dado disponível, o grupo que realizou o maior número de aquisições, com 7, foi a Rede D´Or. Seguido pelo Viveo com 6, Dasa e Kora Saúde com 5, e Fleury, Elfa e NotreDame com 4.

Em termos de futuro, e lastreado nos dados de uma pesquisa realizada pelo Capgemini Research Institute nos meses de outubro e novembro de 2021 com 523 executivos de 166 biofarmacêuticas em sete países – América do Norte, Europa e Ásia, mapeou-se as 10 principais tendências do business da saúde, e que são,
A – Avanço através do território da Saúde Digital garantindo aos pacientes um atendimento perfeito.
B – Foco total no paciente, cuidado personalizado, e experiência de qualidade, em busca de seu engajamento total.
C – Priorizando sempre a saúde total do paciente.
D – Acelerando e encurtando os prazos de atendimento via digital.
E – Capacitação dos players analógicos para as práticas no digital.
F – Dados e informações nas nuvens.
G – Precificação absolutamente transparente.
H – Segurança e privacidade do paciente sempre.
I – Preços mais competitivos com a redução das margens.
J – Integração dos sistemas em benefício dos pacientes.

Na conclusão do especial Saúde de Valor, assinado pela Marlene Jaggi, a seguinte manifestação: “A pressão da pandemia por novas formas de atender o paciente, o descompasso tecnológico em relação aos demais setores da economia e as facilidades de capitalização criaram o ambiente perfeito para uma movimentação sem precedentes no mercado brasileiro de saúde. Respaldadas na necessidade crônica do país de ampliar, melhorar e baratear o custo da saúde, as empresas vêm mudando o perfil do setor, com apostas altas em transformação digital, integração e consolidação.

Tendências que permeiam todos os elos da cadeia, de redes hospitalares a operadoras de planos de saúde e clínicas de análises diagnósticas e que devem se manter ao longo deste ano…”.

É isso, amigos.

As mudanças seguirão no correr dos próximos anos, mas as consequências sentiremos com igual ou maior intensidade no correr de toda a década.

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One thought

  • Espero que o ser humano acorde e não dependa de nenhum tipo de saúde pública ou particular pois o que eles querem é manter o ser humano doente para cada vez mais ganhar dinheiro e o ser humano fica iludido não entende que a doença é produzida por esse ele mesmo e ele mesmo pode se curar enquanto que a saúde pública ou privada é um paliativo que só deve ser recorrido em casos extremos

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