Futebol não é a vida e nem o ambiente de negócios, mas, possibilita ótimas reflexões sobre a importância da sorte e das circunstâncias em nossas vidas. José Ortega y Gasset, filósofo e jornalista espanhol, foi definitivo e irretocável quando disse, “Eu sou eu mais as minhas circunstâncias”.

E é isso mesmo. Nós somos nós, mas nada somos sem as nossas circunstâncias. As circunstâncias que arredondam, dão sentido, somam e exponenciam nosso conhecimento, talento, virtude e métodos. E assim, mesmo em situação de evidente inferioridade, cumpre-nos fazer a nossa parte e contar, sempre, com o sopro, vento, empurrão, apoio de nossas circunstâncias.

Em menos de dois anos, um time de futebol, que circunstancialmente é o que a maioria torce, aqui na Madia, o Palmeiras, carregado de merecimentos, tem sido agraciado por ventanias monumentais das circunstâncias. Ganha quando precisa ganhar e perde quando pode perder.

Na principal decisão do continente, saiu-se vencedor com um gol de um jogador improvável que entrou no meio do jogo, marcou o gol, o gol do campeonato, e nunca mais teve qualquer outra atuação referencial. Meses atrás, numa mesma decisão, depois de ter vencido um adversário sob todos os ângulos melhor e favorito, foi para uma final sem grandes possibilidades, mas carregado de esperança, e apostando uma vez mais na força das circunstâncias.

E não deu outra. Numa única falha de um jogador adversário, o jogador mais criticado pela própria torcida do Palmeiras nos últimos três anos, de novo, um jogador improvável, fez o gol do campeonato.

E provavelmente, nunca mais fará nada de relevante. Assim é a vida. Ortega y Gasset mais que carregado de razões, e isso é rigorosamente válido para nossos negócios.

Dar e fazer o melhor sempre, mas contar com o ventinho, assopram ou ventania da sorte, que por hábito, privilegia e favorece os que cumprem os deveres e seguem os fundamentos.

A, e como o técnico português do Palmeiras, uma pessoa quase que insuportável de tão chato que é, mas que jamais joga a toalha por menores que sejam as possibilidades.

E aí o segundo aprendizado. Primeiro, sorte não é tudo, mas ou é quase tudo, ou é muito importante, as vezes decisivo.

E, segundo, desde que você não desista antes e siga até o final.

Repetindo, sorte não é tudo, mas é quase tudo.

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