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O Automarketing

Chegamos só, e só partiremos. Os que recebem cinzas na quaresma, ouvem, “quia pulvis es et in pulverem reverteris” – és pó e ao pó hás de voltar”. Entre o nascimento e a partida, a vida. Apaixonamo-nos pelas pessoas próximas que cuidam de nós, nossos pais, mais adiante construímos amizades, e finalmente encontramos uma companhia, em tese, para toda a vida. E nesse turbilhão que nos arrasta, invariavelmente esquecemo-nos de nós mesmos. Construímos marcas para empresas, para produtos, para pessoas, construímos nossa própria marca para fora, mas nos esquecemos de nos reconciliarmos conosco, de alcançarmos a paz interior, a mais importante entre todas, de fazermos o Automarketing. Você já fez o seu Automarketing? Comece, por uma autoanamnese, referenciando-se nas palavras e exemplo de um ser humano notável, que mergulhava em si mesmo de forma profunda infinitas vezes, e possivelmente chegará à mesma conclusão: “Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É um conceito nosso — em suma, é a nós mesmos — que amamos. Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa. O onanista é abjecto, mas, em exata verdade, o onanista é a perfeita expressão lógica do amoroso. É o único que não disfarça nem se engana”. E conclui, “As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois “amo-te” ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada um quer dizer uma ideia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstrata de impressões que constitui a atividade da alma…”. Quem assina essa reflexão é Bernardo Soares, um dos quase 100 heterônimos de Fernando Pessoa, o sábio que se revelou através dos versos. E conclui, Soares/Pessoa, “Disse mal o escoliaste de Virgílio. É de compreender que sobretudo nos cansamos. Viver é não pensar…”. Em anos recentes perdemos duas celebridades que encantavam as telas em diferentes países do mundo. Anthony Bourdain, e, David Carradine, o Kung Fu. Em tese, tudo leva a crer, que decidiram antecipar a partida. Em sua despedida, Bourdain anotou: “À medida que você avança nesta vida e neste mundo, você muda ligeiramente as coisas, deixa marcas, por pequenas que sejam. E, em troca, a vida e as viagens deixam marcas em você. Na maioria das vezes, essas marcas, no seu corpo ou no seu coração, são bonitas. Mas frequentemente elas doem.” Já David Carradine, ou deu fim à própria vida, ou foi vítima de um “acidente autoerótico”. Segundo um policial tailandês que o encontrou, “cometeu suicídio asfixiado por um problema cardíaco devido a um orgasmo…”. É isso, amigos. Muito especialmente Marketers e Brandbuilders. Se vocês quiserem desempenhar bem suas funções, mais que na hora de mergulharem fundo em vocês mesmos, no “rebranding yourself” e se necessário repactuarem-se, enfim, fazerem o Automarketing. Por último, mas não em último lugar, considerar seus relacionamentos, como nos ensinou o Mestre Shifu em Kung Fu Panda: “Eu não tenho que lhe transformar em mim, eu só tenho que lhe transformar em você mesmo”. Woody Allen, meu diretor de cinema preferido diz, “Jamais despreze a masturbação, é fazer sexo com a pessoa que você mais gosta”. Errou, a frase correta, é, “Jamais despreze a masturbação, é fazer sexo com a pessoa que mais gosta de você”.
Negócio

Tudo tem limite! Tem?

Qual ou quais os limites de utilização da Inteligência Artificial. Todos? Alguns? Nenhum? Nenhum seguramente não. Utilizar-se a inteligência artificial indiscriminadamente para, por exemplo, recriar traços de personalidades e características de pessoas que já partiram é, sobre todos os aspectos, mais que indesejável, condenável. Mas, faltava um exemplo ou um “case” para que o assunto fosse colocado em discussão. E o exemplo foi o que o diretor de cinema Morgan Neville fez com a celebridade Anthony Bourdain. Anthony Michael Bourdain, nascido em New York City no dia 25 de junho de 1956, foi um mais que conhecido chef de cozinha, mas, mais conhecido ainda como escritor e apresentador da televisão americana, e com séries que continuam sendo exibidas no Brasil, muito especialmente e agora na CNN Brasil. Durante anos foi chef de cozinha executivo e de grande sucesso no Brasserie Les Halles, e decidiu dar fim a sua vida no dia 8 de junho de 2018 na cidade de Kaysersberg, e seu corpo encontrado no banheiro do quarto de hotel onde estava hospedado. Kaysersberg, pequeno vilarejo na região francesa da Alsácia. Morgan Neville decidiu fazer um documentário sobre Bourdain recorrendo a milhares de documentação em fotografias, filmes e vídeos existentes sobre o apresentador. Mas tem uma de suas frases, que Bourdain escreveu, mas, nos vídeos existentes, jamais foi encontrada. Como o autor é ele, Morgan Neville, sentiu-se à vontade para recorrer à inteligência artificial. E assim, e em vídeo, fez Bourdain falar o que escreveu, mas jamais disse. E a polêmica passou a ser o exemplo que faltava para se discutir sobre os limites de utilização da inteligência artificial. E é o que assistiremos nos próximos anos, por causa do Bourdain, mas por todos os demais abusos ou descuidos ou desrespeitos que vem sendo cometido com a utilização desse recurso. Especificamente no caso do documentário. Os poucos segundos de utilização da inteligência artificial em nada contribuíram para que o documentário seja melhor ou pior. Absolutamente irrelevante. Mas, e se tem algum mérito, foi oferecer o exemplo que faltava para uma ampla discussão sobre o tema: Quais os limites para a utilização da inteligência artificial?
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 09/11/2021

OS LIMITES DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL Se faltava um exemplo para que o assunto fosse discutido a exaustão agora não falta mais. O vídeo “fake-verdadeiro” de ANTHONY BOURDAIN.