Tag: #Arthur Lundgren

Negócio

Pernambucanas, 112 anos depois

Poucas empresas do varejo brasileiro são tão longevas e mantêm-se sadias e vivas como a Pernambucanas. Fundada no dia 25 de setembro de 1908, na cidade de Recife, pelo empresário sueco Herman Theodor Lundgren. Precisava dar vazão aos tecidos que fabricava em sua tecelagem, a Companhia de Tecidos Paulista. Em 1910, abre uma primeira loja na cidade de São Paulo, no marco zero da cidade, Praça da Sé. Décadas depois um de seus comerciais tomou conta do Brasil referindo-se ao inverno… lembram?… “Quem bate? É o frio? Não adianta bater que eu não deixo você entrar… As Casas Pernambucanas é que vão aquecer o seu lar… Eu vou comprar flanelas, lãs e cobertores, eu vou comprar nas Casas Pernambucanas, e nem vou sentir o inverno passar…”. Hoje, e desde 1980, a mais tradicional loja do varejo brasileiro, e mesmo chamando-se Pernambucanas, não possui mais nenhuma loja naquele estado. Brigas de família e de herdeiros determinaram uma sucessão de crises na empresa, alguns dos braços faliram, e a que mais resiste é a Arthur Lundgren Tecidos, que tem sua base em São Paulo, e com presença em outros nove estados. E veio a pandemia, e pelas características de sua clientela, precisou correr atrás. Não só investindo fortemente em sua presença no digital, mas pegando parte expressiva de sua clientela pelas mãos no processo e em caráter de emergência de migração. Dentre outras novidades, passou a vender pelo WhatsApp, passou a oferecer frete grátis, adotou o modelo de entregas drive-thru, também, e instalou totens do lado de fora de suas lojas para pagamentos de boletos e faturas do cartão. E ainda, e em seu canal no YouTube, também replicou o tutorial. Em sucessivas entrevistas à imprensa o presidente da Pernambucanas, Sergio Borriello, reitera a disposição da empresa seguir investindo, e que a pandemia não mudou os planos. Para se capitalizar vendeu 66 das propriedades de 66 imóveis onde possui lojas para o Credit Suisse, o que lhe garantiu uma injeção de capital da ordem de R$ 450 milhões, encerrou o ano com 412 lojas, e pretende fechar 2021 com 450 lojas. Nos planos da Pernambucanas a ideia de seguir como empresa familiar, e não considerando a possibilidade de abertura de capital. A vovó das redes de varejo do País sobrevivendo com dignidade na terrível pandemia. Mas, e em algum momento, inexoravelmente, terá que reconsiderar, se reinventar, reposicionar, sob pena de… Não chegar aos 200 anos…