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Aviação: o desafio é externo, e não interno, às companhias

Chegou a ser comovente a matéria do VP de Finanças da Azul a Angelo Verotti da revista Dinheiro, meses após a pandemia. Conta de como vem contando tostões na tentativa de trazer a empresa sob controle em algum momento do futuro, mesmo porque o rombo provocado pela pandemia vai precisar de muitos anos, caso tudo der certo, para cicatrizar. Mas, essa possibilidade é, ainda assim, menor do que a de dar errado… Como conta Alexandre Malfitani, VP de Finanças da Azul, nenhum esforço tem sido preterido no desafio de recuperar a empresa. Dentre outras medidas, um grupo mais voltado para internalização dos serviços de manutenção, outro para a renovação da frota, e um terceiro para um aumento significativo na produtividade dos colaboradores. Possibilidade de dar certo mínima, diante dos tradicionais e seculares desafios externos que caracterizam a gestão das empresas aéreas, mas, não existem outras alternativas. No tocante a internalização da manutenção hoje a empresa possui uma equipe de 360 pessoas trabalhando direto num hangar em Campinas. Segundo ele, só o fato de não precisar levar o avião para manutenção no exterior, já significa uma grande economia, sem contar os dias parados. E os brasileiros do hangar ganham em reais, não em dólar. Outra medida da maior importância é a substituição na frota dos modelos E1 pelos E2 da Embraer. Segundo ele, essa troca significa uma economia no consumo de combustível de 20%, uma economia de R$800 milhões. Ao invés de 4,0 bi, 3,2 bi. Idem em investimentos no aprimoramento do sistema de gestão com mais outro tanto de economia e ganhos de produtividade. Assim, e se tudo der certo, e se as circunstâncias não conspirarem contra, a Azul, como todas as demais empresas aéreas do mundo, em maiores ou menores proporções, não consegue definir com precisão em que momento conseguirá tapar os descomunais prejuízos e furos decorrentes da pandemia. Não acreditamos no resgate de uma sustentabilidade mínima antes de 2025. E, total, se conseguirem, não antes de 2028…
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O desvastador negócio da aviação comercial

Neste preciso momento assistimos, perplexos, uma queda de braço entre o governo brasileiro e as aéreas. O governo fazendo todos os malabarismos e dando todas as desculpas para não socorrer as aéreas. E as aéreas repetindo que se encaminham para uma quebradeira geral. E, desgraçadamente, a realidade é essa. Se em tempos de céu de brigadeiro e tudo dando certo na vida as aéreas já não é fácil, na medida em que 80% de suas vidas depende das chamadas variáveis exógenas, sobre as quais não tem nenhum controle – tempo, chuvas, preço do combustível, judicialização especificamente no Brasil – e muitos outros complicadores a mais. Depois de uma pandemia que condenou todos os aviões a permanecerem estacionados por meses, não há milagre capaz de resgatar o mínimo da saúde econômica dessas empresas. Assim, e mesmo reconhecendo que governos jamais deveriam intervir e ajudar empresas privadas, sem a menor dúvida, o negócio da aviação, em momentos de calamidade como é o caso, não existe outra alternativa. Ou o governo apoia, ajuda, assume sua responsabilidade, ou ficaremos literalmente a ver navios, na medida em que as aéreas encerrarão suas atividades. Isso mesmo, no popular, quebrarão. Não existe milagre natural capaz de salvar Latam, Gol, Azul. E isso é tudo. Para os de curta memória, e para lembrar das fragilidades do setor, é suficiente resgatar o ranking das aéreas em nosso país no mês de junho de 2001, 23 anos atrás. A líder tranquila era a Varig com 39,1% do mercado, vindo a TAM na segunda colocação com 27,7%, seguida pela Vasp com 13,8%, Transbrasil, 9,1%, Gol na quinta posição com 5,2%, e outras 5,2%. Como é do conhecimento de todos, Varig, Vasp, Transbrasil despediram-se para sempre, TAM virou Latam para sobreviver, e Gol engatinhava e agora definha. A novidade é uma Azul, hoje, completamente desbotada. Sem ironias. Essa é a realidade. Aviação, como business, é para desequilibrados. Atenção, 2001, o ano das duas torres. Os aviões ficaram parados por duas semanas. Imaginem agora, pandemia, onde ficaram parados por meses… A Transbrasil quebrou em 2002, a Vasp em 2005, e a Varig ingressou em recuperação judicial em 2005, e. nunca mais se recuperou… No mês de abril de 2020, dois meses depois do início da pandemia, Gol, Latam e Azul praticamente jogaram a zero seus voos. Sendo mais preciso, a Gol cortou em 92,6% sua capacidade de transporte, a Latam em 91%, e a Azul em 89%. Considerando-se que qualquer perspectiva de resultados positivos começa em 80% de ocupação, claro, com aviões no céu… E até hoje não se recuperaram, mesmo porque, e também por causa da pandemia e o trabalho a distância institucionalizando-se, perderam – para sempre – parcela expressiva de seus melhores passageiros – profissionais e executivos em viagem de trabalho. É isso, amigos. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Ajudar ou não ajudar as aéreas? Um país como o Brasil, de dimensões continentais, pode se dar ao luxo e a irresponsabilidade de abrir mão de suas aéreas, por mais debilitadas que se encontrem?
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Os mistérios da Azul

Depois de tentar e ameaçar, mediante sucessivas entrevistas e declarações a imprensa de que iria comprar a unidade brasileira da Latam, em processo de recuperação judicial, agora a Azul colocando muitas de suas fichas num novo business – em relação ao que caracterizou sua atuação até agora –, e que é a Azul Cargo. Uma empresa especializada no transporte de carga, originalmente no porão e espaços ociosos de seus aviões de passageiros, e agora, convertendo, também, aviões de passageiros em aviões exclusivamente de carga, e indo ao mercado na tentativa de comprar uma empresa de transporte rodoviário. Quer dominar e cobrir toda a cadeia? Definitivamente, um outro business, de uma empresa que desde a chegada da pandemia ameaça e atira em diferentes direções. A Azul pretende provar, o improvável, que transporte aéreo não é caro. Genericamente é, mas, para determinados tipos de produtos e mercadorias, independente de caro ou barato, talvez seja o mais adequado. Mas caminhões e ônibus seguem imbatíveis. E até por isso, tenta comprar uma empresa de transporte rodoviário. Em declarações ao Estadão, Izabel Reis, diretora da Azul Cargo, declarou, “Temos agilidade, menos manuseio e propensão reduzida de sinistro”. Tudo bem, mas, insuficiente. A Azul vai se meter no território mais disputado da atualidade, com centenas de novos players, com empresas de outros setores de atividade investindo pesado, e ainda comprando uma briga com marketplaces. E segue dependendo de um negócio absurdamente complicado que é a aviação comercial, hoje, Azul, absolutamente debilitada, ou, melhor ainda, devastada pela pandemia que manteve seus aviões vazios na terra e no ar durante meses, e agora declara-se preparada, depois de anunciar que compraria a operação Latam Brasil, a concorrer com o Correios, Amazon, Mercado Livre, Luiza, Americanas, e mais duas dúzias de empresas gigantescas e poderosas, competentes e especializadas… Definitivamente, uma temeridade. Mais que certo que não vai dar certo. Ou o novo estilo da Azul é apenas anunciar novidades que jamais colocará em pé?
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Diário de um Consultor de Empresas – 10, 11 e 12/06/2023

O HOMEM DE CONFIANÇA: “JOHN é um de nossos fundadores e um líder extremamente qualificado para assumir essa posição…” DAVID NEELEMAN
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Diário de um Consultor de Empresas – 10/02/2023

A MISSÃO “QUASE IMPOSSÍVEL” das Empresas Aéreas de todo o mundo no pós-pandemia.
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Diário de um Consultor de Empresas – 20, 21 e 22/08/2022

98,5% DE TODOS OS PROCESSOS CONTRA EMPRESAS AÉREAS EM TODO O MUNDO ACONTECEM NO BRASIL. E a culpa não é da AZUL, LATAM, GOL. É que tem muito advogado… O Brasil tem mais faculdades de direito que todos os demais países somados…
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Carros voadores

No segundo semestre de 2021 veio a informação de que a Azul pretende mergulhar de cabeça, coração e alma no novíssimo business dos “carros voadores”. Segundo seu presidente, John Rodgerson, na época, e no total, serão investidos US$1 bi nesse novo negócio. E firmou uma carta de intenção de compra de 220 carros voadores elétricos da fabricante alemã Lilium. Os carros voadores da Lilium têm uma autonomia de 240 km, e configuração para seis passageiros mais o piloto. A ideia da Azul é utilizar os carros voadores nas ligações entre Santos e Campinas, Campinas e Campos do Jordão, São Paulo e São José dos Campos, Rio de Janeiro e Búzios. A previsão inicial é que os carros voadores da Lilium serão certificados em 2024, e começarão a voar comercialmente no ano de 2025. Os carros voadores têm 36 motores recarregáveis em até 30 minutos. E, dentre outras declarações, Rodgerson, anunciou, “Vamos montar uma estrutura de abastecimento em alguns heliportos e pequenos aeroportos que deveremos operar…”. Muitas e mais notícias e a partir de agora em todos os próximos meses e anos sob esse novo negócio, em formato compacto e de baixa altitude do negócio da aviação comercial em todo o mundo. Assim, e muito brevemente, novos pássaros no céu, e a baixa altitude. Acima de pássaros e drones, mas abaixo dos aviões… Será que a Azul segue com os planos?…
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Diário de um Consultor de Empresas – 22/06/2022

AZUL, AVERMELHANDO… Mais que na hora da AZUL cuidar de suas competências e parar de desviar a atenção da imprensa, de acionistas e opinião pública. A crise é, monumental. Da AZUL e de todas as demais empresas aéreas em todo o mundo.
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Relações tensas

As relações entre clientes das empresas aéreas, mais conhecidos como passageiros, com essas empresas, são sempre impregnadas de total e absoluta tensão. O medo sempre está presente. O medo de se atrasar e perder o avião, o medo do avião não decolar no horário, o medo de perder a mala, e até mesmo o medo do avião despencar. E na chegada, nos voos internacionais, ficar retido(a) na imigração… E muito mais… Ninguém, nem o mais calmo dos seres humanos, viaja de avião com total e absoluta tranquilidade. No mínimo, tensos. Por maior número de aviões que uma empresa aérea possua, seu desempenho está condicionado às condições climáticas, aos aviões não apresentarem qualquer defeito, a algum problema com sua tripulação, muito especialmente com os pilotos, e por aí vai. São infinitas as condicionantes. E quando tudo acaba bem, o avião saiu e chegou no horário, as malas em perfeita ordem, e finalmente o passageiro entra no táxi, a sensação de felicidade, de dever cumprido, e até revela alguma simpatia pela empresa aérea e pela felicidade do voo. Em alguns voos, com alguma turbulência e tensão, é comum a tripulação e especialmente o comandante serem aplaudidos no momento em que, e finalmente, o avião para. Mas, qualquer coisa fora do previsto, parcela expressiva dos passageiros, devidamente estimulados pelos advogados de aeroportos, processam a empresa aérea. Por tudo, mesmo conhecendo os riscos que se compra quando se compra uma passagem aérea. Se isso é uma rotina no mundo inteiro, no Brasil a judicialização dos voos por passageiros cobrando recompensas e indenizações das empresas aéreas é, no mínimo, 10 vezes maior do que em qualquer outro país. No ano passado, a Azul, por exemplo, foi condenada a indenizar duas crianças que tiveram que esperar 10 horas pelo embarque. Imagine duas crianças viajando sozinhas, vindas de Porto Seguro para Belo Horizonte, e com os pais monitorando e esperando esse tempo todo, e com os nervos indo bater no céu, claro, e com muitas orações. Aconteceu com a Azul o que sempre poderá acontecer com qualquer empresa. A aeronave apresentou problemas, não pôde decolar, e o voo seguinte era 10 horas depois. Coisas da aviação e de quem escolhe essa alternativa de transporte. Totalmente diferente do que acontece com os serviços de transporte em terra, nos táxis, por exemplo, onde você perdeu o primeiro, pega o segundo que muitas vezes não demora mais que alguns segundos. Claro, os pais das crianças processaram a Azul que assim, e segundo decisão do juiz João Luiz Nascimento de Oliveira da 27ª Vara Cível de Belo Horizonte condenou a empresa, mesmo com os argumentos da Azul de que cuidou das crianças com todo o carinho e respeito, que forneceu vouchers para alimentação, que embarcou as duas no primeiro voo possível, que cuidou das duas o tempo todo no aeroporto, o juiz condenou a Azul a indenizar a família sob o argumento de que “o fornecedor responde pela reparação dos danos causados aos consumidores independente de culpa…”. Por essas e infinitas outras razões que por mais azul que esteja o céu, sempre será negro para as empresas aéreas, e que as passagens seguirão custando muito caro… É isso, amigos, e como temos comentado com vocês, e em nossa opinião e decorrente de nossa experiência de mais de 40 anos como consultores de empresas, os dois piores negócios do mundo seguem sendo companhia aérea e restaurante. Em algum momento algum acidente de percurso acontecerá e não vai ser fácil sustentar a marca, a empresa, o negócio… A vida útil das empresas aéreas consagradas, em média, assim como dos restaurantes consagrados, jamais excede os 30 anos. Na média, entre 10 e 20 anos…
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Diário de um Consultor de Empresas – 29/12/2021

ROTOS E ESFARRAPADOS. 50% as empresas aéreas, em todo o mundo, e em decorrência da pandemia, tecnicamente, quebradas. E no Brasil, um dos players tenta convencer as autoridades do setor que, mesmo definhando, pode comprar a maior empresa do território. Mais ou menos como acontecia com os bancos décadas atrás…