BUT – BUSINESS TRENDS – 05/2022 – JUNHO/2022
Síntese
mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de
negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados,
análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing ― a única
empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da
Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior
dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER.
1 – PORTEIROS
E PORTEIROS
Dentre
os filmes de sucesso de crítica dos anos 1970, o dirigido pela cineasta LILIANA
CAVANI, “O PORTEIRO DA NOITE”. Marca o reencontro de uma sobrevivente de um
campo de concentração e seu torturador, agora trabalhando como porteiro de um
hotel na cidade de Viena. Encabeçando o elenco, CHARLOTTE RAMPLING e DIRK
BOGARDE.
Nas
principais cidades do mundo, naquele momento, crescia de forma avassaladora a
quantidade de pessoas mudando-se para prédios de apartamentos, e, em todos
eles, e na medida em que aumentavam de tamanhos, com dezenas de apartamentos,
passou a ser necessária a figura do porteiro.
Assim,
e nas últimas três décadas, vimos crescer a quantidade de prédios, de
porteiros, e
trabalhando em três turnos.
As
despesas de condomínio foram escapando do controle. Nas locações, situações
patéticas onde o rateio das despesas de condomínio significavam desembolso
maior que o próprio aluguel, e aí, condôminos reunidos decidiram dar um basta a
essa situação, recorrendo aos avanços e recursos da tecnologia, e começou a
desgraça da então próspera profissão de porteiro.
Pesquisa
divulgada em matéria da VEJA SÃO PAULO, da plataforma SINDICONET, revela que quase
20% dos síndicos entrevistados relataram que as assembleias de condôminos
decidiram demitir porteiros e substituí-los por um sistema eletrônico. Em 3
anos, essa tendência mais que dobrou.
Ou
seja, e gradativamente, mais uma atividade ou profissão caminhando em direção
ao desaparecimento.
Na
matéria da VEJINHA sobre o assunto, um dos entrevistados, o síndico
profissional ALEXANDRE PRANDINI, que cuida de 16 condomínios, e na metade dos
quais não existe mais o porteiro, trouxe uma segunda e importante razão. Disse:
“Não estamos mais conversando se o prédio vai ou não colocar portaria digital,
mas, quando. Só quem conhece uma portaria entende quão insalubre é o
ambiente… O porteiro passa o dia tendo de atender presencialmente, receber
entregas, olhar através de câmeras, abrir o portão da garagem, tudo isso por
horas e dentro de um cubículo…”.
Assim,
e como mais que previsto, determinadas profissões perderam a razão de ser
diante dos recursos e possibilidades decorrentes dos avanços e conquistas das
novas tecnologias. Tudo o que o mundo e a sociedade tem que fazer é reconhecer
que acontecimentos como esses são inevitáveis e inadiáveis, e, cuidar da
requalificação dos profissionais tipo porteiros de prédios…
2
– AS INFINITAS DIMENSÕES DA CHAMADA MULTICANALIDADE
Mais que multicanais, a multicanalidade, em
todas as dimensões e sentidos vai tomando conta dos negócios.
Dentre os exemplos que melhor revelam essa
tendência crescente e irreversível, as mudanças contidas na estratégia do BOB’S
para os próximos anos.
Claro, tudo tem a ver, começa, e ganha o
empurrão necessário e suficiente com a pandemia.
Mas, e como nos ensinam a física e a natureza,
depois que mudamos alguma coisa de lugar e assim permanece por um determinado
tempo, começa a gerar raízes e vai se institucionalizando, num primeiro
estágio, e crescendo, nos estágios seguintes.
Assim, o BOB’S constatou que suas vendas
através de delivery antes da pandemia e que eram de 7%, claro chegaram a 100%
durante a pandemia, na reabertura das lojas não voltou aos 7% mas, estabilizou-se
em 22%, ou seja, cresceu três vezes.
Brigar com a nova realidade definitivamente
não era a melhor solução, e assim, o BOB’S decidiu aderir a essa nova
realidade.
Passou a oferecer a solução “CLIQUE E RETIRE”.
O cliente faz seu pedido através do app, CHAMA
O BOB´S e retira o pedido num LOCKER instalado nas lojas – armários individuais
e trancados, abertos mediante a aplicação do QRCODE que o cliente recebe via
celular.
Esse mesmo sistema passou a funcionar para os
entregadores, dentro do processo de eliminar ao máximo todos os contatos
físicos possíveis ― novos hábitos de tempos de pandemia ―, e, também e
principalmente, ganhar tempo.
E, para tangibilizar e sintetizar todas essas
inovações, está abrindo uma LOJA CONCEITO na cidade de campinas, OMNICHANNEL,
batizada de BOB´S CONECTA.
Em paralelo, e considerando outra mudança no
comportamento das pessoas, criou o KIT BOB’S FAÇA EM CASA. Já disponível em algumas
redes supermercadistas desde meados de 2021. Uma caixa composta de seis unidades
de hambúrgueres 100% de carne bovina, seis conjuntos de pães, fatias de queijo,
e 200g do molho BIG BOB…
É isso, amigos. Se nas batalhas, os vencedores
e conquistadores acabam assimilando alguns hábitos dos derrotados e
conquistados, em momentos de excepcionalidade em que as circunstâncias
determinam mudanças extremas de hábitos e comportamentos, alguns permanecerão
para sempre.
Assim caminha a humanidade, hábitos, costumes,
e a isso se rende o marketing de excepcional qualidade.
3 –
PREVISÕES E PREVISÕES
Durante
anos, dezenas de supostos videntes viviam da previsão sobre eventos futuros que
faziam para seus clientes.
Até
hoje, um número grande de pessoas tem por hábito consultar seus videntes nos
finais de ano.
E
dentre essas pessoas, alguns empresários e profissionais. Em diferentes lugares
do planeta.
A
galera da tecnologia é adepta de consultar videntes, e um dos mais demandados
pelos habitantes do VALE DO SILÍCIO, é o palestrante, autor, empreendedor e
professor da Escola de Negócios STERN, da Universidade de Nova York, SCOTT
GALLOWAY, 57 anos.
De
suas previsões para o ano passado, 2021, acertou em cheio ao prever que o
BITCOIN em algum momento superaria o valor de US$ 50 mil ― no momento em que
fez a previsão o valor era de US$ 25 mil.
Mas errou ao afirmar, com convicção, que em algum momento do ano passado, a APPLE compraria uma das empresas que decolaram com a pandemia, a PELOTON, uma das novidades em fitness que virou mania nos Estados Unidos. Já em suas previsões para este ano de 2022, talvez a de maior impacto é a que prognostica para a META, do METAVERSO, FACEBOOK, MARK ZUCKERBERG, um fracasso igual ou maior do que aconteceu com o SECOND LIFE.
Em
contrapartida, e num raciocínio que faz todo o sentido, tal a adesão dos
APPLEMANIACOS, acredita
que, se existe uma empresa no mundo capaz de construir um universo paralelo, essa
empresa é a APPLE, com o que também concordamos, nós consultores da MADIA.
No
Brasil, e dos últimos videntes, o mais famoso foi a MÃE DINÁH.
BENEDICTA
FINAZZA, nascida em São Paulo, no bairro do Paraíso, em 1930, onde também
morreu no ano de 2014.
Antes
de morrer, passou a vender suas previsões em massa, por um valor mais que
acessível, mas que de verdade eram produzidas pelo computador.
De
cada 1000 previsões que fez garantindo que os consulentes teriam longa vida,
sempre dois ou três morriam antes mesmo de receberem a previsão.
4 – A CACAU SHOW É UM SHOW
PÁSCOA
de 1988. ALEXANDRE TADEU DA COSTA, 17 anos, decide produzir e vender chocolates,
e, numa das primeiras tentativas, recebe uma encomenda de 2 mil ovos. Como não
produzia, procurou alguém para. Bateu na porta da fábrica que disse não ter
condição de atender ao pedido. Comprou matéria-prima, contratou uma senhora que
produzia chocolate na sua casa. Aceitou e atendeu ao pedido.
Janeiro
de 2022. ALEXANDRE e a CACAU SHOW converteram-se em referências mundiais.
ALEXANDRE integra a Academia Brasileira de Marketing pelo marketing de
excepcional qualidade que injetou em seu negócio, uma empresa que fechou 2021,
33 anos depois da primeira encomenda, com um faturamento de R$ 2,9 bilhões, 40%
maior que o do ano anterior.
Assimilado
o baque inicial da pandemia, que determinou pisar no breque da expansão da rede
de lojas, no ano de 2020; já em 2021, voltou a acelerar encerrando o ano com
2.828 unidades.
Hoje
ALEXANDRE finaliza os últimos detalhes de sua invasão ao mundo, abertura de
capital, e aponta, “No médio e longo prazo teremos mais de 5 mil lojas em todo
o Brasil”.
Em
paralelo, a CACAU SHOW de anos para cá ingressou no território das VENDAS
DIRETAS, e hoje já conta com um pequeno exército de 100 mil vendedores.
Durante
décadas, o Brasil conviveu com uma única marca de chocolate de ótima qualidade,
mas inacessível pelo preço ― KOPENHAGEN ― e duas dúzias de produtos individuais
fabricados pela indústria de alimentos, tipo, BIS, SONHO DE VALSA, PRESTÍGIO, DIAMANTE
NEGRO.
ALEXANDRE,
em seus sonhos, decidiu democratizar o acesso ao chocolate.
Entre KOPENHAGEN e as demais marcas existia a maior oportunidade de mercado, em
todos os sentidos, direções e tamanhos desse território.
ALEXANDRE
decidiu ocupar esse território ignorado pelos demais fabricantes.
E
o fez de maneira primorosa adotando um MARKETING POR INTEIRO. Trabalhando de
forma irretocável os 13 Ps da MADIA MARKETING MATRIX, a MATRIX do MARKETING dos
NOVOS TEMPOS.
Sem
esquecer-se de um único detalhe.
Identificou,
dimensionou a oportunidade, PERCOGNITIOM; analisou todas as condições do
ambiente político, econômico, social e tecnológico, PEST; definiu seu PHOCUS;
posicionou sua empresa, POSITIONING; elegeu o mix de produtos, PRODUCT;
estabeleceu a estratégia de distribuição e vendas, PLACE; jamais se descuidou
do pós-venda e relacionamento, POST-PLACE; foi impecável na comunicação,
PROMOTION; sensível e criterioso no estabelecimento do preço, PRICE; cuidou de
todas as componentes legais do negócio, PROTECTION, e foi primoroso no trato
com os três públicos que hoje constituem o CAPITAL HUMANO das empresas
verdadeiramente modernas: PEOPLE, os que trabalham dentro da empresa,
PROVIDERS, todos os fornecedores diretos e indiretos, e, por último, mas não em
último lugar, os PARTNERS ― parceiros de toda ordem/horas, e especializações.
Não
podia dar errado.
Ele,
ALEXANDRE TADEU DA COSTA, e sua CACAU SHOW.
Um
unicórnio analógico, em tempos de centenas de unicórnios digitais.
5 – WHERE IS THE BEEF?
Segue
a vida, covid vai convertendo-se, depois da devastação, numa gripe mais forte
que deverá marcar presença de tempos em tempos, e as empresas, sobreviventes,
retomando suas atividades.
E
dentre essas, os tais de UNICÓRNIOS.
A
quase totalidade deles, com uma ou duas exceções, e até agora, não conseguiu
responder a uma espécie de pergunta clássica que se traduz no bordão da rede de
lanchonetes WENDY’S, dos EUA, WHERE IS THE BEEF? Onde “beef” vira “lucro”. Onde
está o lucro.
Para
os que não se lembram, uma campanha consagrada de uma pequena rede de lanchonetes,
a Wendy’s, questionando as gigantes MC e BK, a respeito do tamanho dos “bifes”,
que colocavam em seus lanches.
Repetindo,
e por enquanto, duas ou três exceções de UNICÓRNIOS que disseram ao que vieram,
sobre o velho, consagrado e insubstituível critério do lucro.
Caso
contrário, convertem-se em instituições de caridade, e, imagino, não é
exatamente isso que motivam seus investidores.
Buscam
resultados, ainda que a médio e longo prazo, e não converterem-se em doadores
de instituições de benemerência. Para isso existem causas melhores e mais
nobres.
Por
exemplo, lemos na revista DINHEIRO, com atenção e expectativa, uma grande
matéria sobre um dos UNICÓRNIOS brasileiros, a GYMPASS, hoje se expandindo
internacionalmente, e assinada pela jornalista BEATRIZ PACHECO.
Quem
fala pela empresa é PRISCILA SIQUEIRA, CEO da GYMPASS no Brasil.
Segundo
PRISCILA, os planos para este ano, superada a crise da pandemia, é de um
crescimento de 30% apenas no Brasil, de aumentar a presença nos Estados Unidos,
aumentar a equipe em 36%, e ultrapassar a casa do 1,5 mil funcionários até o
final do ano.
Segue
a matéria/entrevista com números exuberantes. GYMPASS contabiliza 3 mil
clientes corporativos ― recusa-se a informar o número de usuários da plataforma
―, mas dentre seus clientes figuram BANCO DO BRASIL, PETROBRAS, SANTANDER,
UNILEVER, que, somados, totalizam quase 200 mil usuários potenciais da GYMPASS,
mas, quantos de verdade o são? Segredo de estado, ou, constrangimento em
revelar o verdadeiro número?
É
isso, amigos.
Ah? WHERE IS THE BEEF? Qual o lucro, ou quando poderá se considerar algum tipo de resultado, ou até mesmo qual o faturamento… zero.
Não
dizem absolutamente nada. Fundada no ano de 2012 e tendo como missão acabar com
o sedentarismo no mundo, a partir das dificuldades de um dos fundadores que
viajava muito a trabalho de encontrar academias com um preço razoável. Hoje, e
após novo investimento do banco dos sonhos das startups, SOFTBANK, e mesmo sem
jamais falar em lucro, já vale, pelos
critérios da moda, mais de US$ 2,2 bilhões.
Independente
dos mistérios e falta de explicações consistentes de alguns dos UNICÓRNIOS
sobre seus desempenhos, existem questões mais graves a respeito de seus futuros
e viabilidades.
No
caso da GYMPASS, será que ser um NÔMADE DE ACADEMIAS é o que executivos,
profissionais e empresários mais sonharam para suas viagens e vidas?
Ou
querem mesmo é continuar usando a academia de suas preferências?
Como
um dia GARRINCHA disse a FEOLA: “Professor, o senhor perguntou aos russos?”.
6 – BRASIL INACEITÁVEL
No
Carnaval de 2020, enquanto a pandemia começava em nosso país, o governador do Estado
de São Paulo, JOÃO DORIA, comandou uma caravana de empresários brasileiros aos
EMIRADOS ÁRABES.
Estavam
presentes representantes de 50 empresas, ocasião em que o Estado de São Paulo
inaugurou um escritório de representação em DUBAI.
Na
volta da caravana, com a pandemia acelerando, o destaque foi a declaração do
empresário SIDNEI PIVA, que comandava a ITAPEMIRIM em processo de recuperação
judicial, ter anunciado um empréstimo de US$ 500 milhões para montar uma
empresa aérea, a ITA.
No
dia 29 de junho de 2021, 16 meses depois da volta, a ITA fez seu primeiro voo.
Anunciando que iria operar com 35 destinos, e que teria 50 aviões integrados à
frota até junho deste ano, 2022.
Próximo
do final do ano, com poucos meses de vida, e num exuberante VOO DE GALINHA, a
ITA anunciou a suspensão de todos os voos por falta de caixa para pagar
combustível, aeroportos e funcionários. Deixando milhares de passageiros com o
bilhete na mão.
A
imprensa foi cobrar da agência reguladora do negócio da aviação no Brasil, a
ANAC, porque tinha dado autorização para uma empresa em recuperação judicial,
sem nenhuma experiência, e que deixara de cumprir algumas das exigências mínimas
para se constituir.
E
ouviu perplexa, do presidente da ANAC, JULIANO NOMAN, literalmente, a seguinte
explicação…
“NÓS
FOMOS PEGOS DE SURPRESA. NÃO ESPERÁVAMOS QUE A COMPANHIA FOSSE PARAR”…
Ou
seja, a tragédia é completa. A agência reguladora que deveria regular e que é
responsável por todas as autorizações declarou-se SURPRESA…
Se
faltava um exemplo tétrico de um Brasil que definitivamente não queremos mais,
essa aventura que começa no Carnaval de 2020, no início da pandemia, e que
termina menos de dois anos depois, é mais que reveladora que essa situação é
insuportável e que não pode nunca mais acontecer.
Independente
da imediata troca de comando e enquadramento de uma agência que não se
envergonha de dizer ter sido PEGA DE SURPRESA de alguma coisa que, em tese,
estava debaixo de seu nariz e sob seu suposto comando e controle.
Seis
meses depois do primeiro voo, a falecida que jamais deveria ter nascido, a ITA,
começa a devolver todos os aviões de sua frota, arrendados, e às empresas
proprietárias.
Não
precisávamos de mais um escândalo dessa dimensão. Mas já que ocorreu, que sirva
como último e derradeiro exemplo de um País que não queremos mais. Nunca mais.
7 – INOVAR
É PRECISO E SEMPRE
Mas…
não tem mais o que inovar?! Sim, sempre tem…
Sempre
é possível inovar-se. O mundo não é
estático, a vida muda, as circunstâncias mergulham em transformações, e assim,
se todo o entorno muda, não é possível aceitar o lenga-lenga que “não há mais
nada a fazer ou inovar”.
Sempre
há! Se você e sua empresa não conseguem é outra coisa, mas que sempre é
possível inovar, sim, é.
No ano de 1968, o mais que emblemático ano em que eclodem os acontecimentos decisivos e revolucionários que moldariam o Admirável Mundo Novo agora em processo de construção, nascia, na cidade de MARSELHA, FRANÇA, a “5ÀSEC”.
Mais
adiante uma rede de lavanderias pelo mundo, especializada, e com cinco
alternativas de serviços e preços, e onde prevalece a lavagem a seco. 5ÀSEC!
Mais
ainda. Recordista no tempo de prestação dos serviços. 1 hora!
Em
pouco tempo, a empresa mediante franquia cobria toda a França e começou a sua
expansão internacional. Começando pelos países vizinhos à França, os de língua
francesa, muito rapidamente invadiu a América.
Chegou ao Brasil no ano de 1994.
Corta
para 2020. Hoje a 5ÀSEC tem no Brasil uma de suas principais operações. E
deverá bater em 500 lojas em nosso país ainda neste primeiro semestre.
Em
todo o mundo são 1.730 lojas.
Mas,
e não obstante, e até por isso e como condição de manutenção e crescimento
segue inovando.
No
final de 2021, lançou um plano por assinaturas, que já responde por 10% do
faturamento das lojas. Garantindo um preço melhor para os clientes que se
dispuserem a contratar esse serviço por um determinado período.
Está
instalando LOCKERS em edifícios comerciais e condomínios residenciais. Onde os
clientes deixam e retiram as roupas sem precisar ir a uma loja ou pagar pela
entrega.
E,
para tornar-se acessível a um público muito maior, acaba de criar a LAVPOP, mais
voltada para jovens e profissionais em início de carreira.
Mas
não tem mais no que inovar, costumam dizer preguiçosos e pessoas sem
imaginação.
Tem,
sempre tem, sempre é possível, mais que possível, vital.
Inovar,
ou, morrer.
8 – 25 DE
SETEMBRO DE 2008. O DIA EM QUE A SADIA MERGULHOU EM CRISE IRREVERSÍVEL.
Nas
colunas mais bem informadas do País, no final de janeiro, a informação de que a
MARFRIG encontrava-se a um passo de assumir o controle da BRF ― SADIA +
PERDIGÃO. E que acabou acontecendo.
No
fatídico ano de 2008, algumas empresas, ou por desespero, incompetência,
ganância,
imprudência,
decidiram apostar alto.
Apostaram
no REAL contra o DÓLAR.
“Hedgiaram”,
fizeram um hedge, como se diz, e se deram mal.
Apostaram
na ponta errada.
Assim,
no dia 25 de setembro de 2008, e reconhecendo a tragédia, a SADIA anunciou ter
decidido liquidar operações no mercado financeiro, e realizar um prejuízo de R$
760 milhões.
Como
acontece nessas situações, e para livrar a cara de todos que foram coniventes
de uma decisão temerária ao realizar o hedge, culpou-se o gestor financeiro
que, e assim, foi despedido com humilhação.
Foi
a tal da gota d´água.
A
empresa que já vinha padecendo de uma gestão débil, nunca mais conseguiu sair
da crise com as próprias pernas, teve que se submeter a uma compra por sua
principal concorrente, mas sempre segunda colocada, a PERDIGÃO, dando origem à
BRF, que nasceu da pior forma possível. Como curativo para duas empresas com
problemas de gestão, e a partir de uma decisão irresponsável.
Anunciada
em 2009, a BRF, soma das duas empresas, foi aprovada pelo CADE em 12 de junho
de 2013.
Nesse
período algumas tentativas foram realizadas, muito especialmente por ABILIO
DINIZ que chegou a comprar um bloco representativo de ações da BRF através de
sua holding, PENÍNSULA, conseguiu o comando executivo da empresa, mas, sem
perspectivas de melhores resultados, preferiu assumir o erro da decisão e do
investimento, e assim, vendeu sua posição de ações constituída entre 2012/2013,
pagando por ação um valor médio de R$ 40,00, e vendendo para a MARFRIG, poucos
anos depois, por R$ 28,75, contabilizando um forte prejuízo.
Abilio
foi durante 2013 e 2018 presidente do conselho da BRF.
E
agora, com os 3,8% que comprou de ABILIO, somada à posição que já detinha
totalizando 31,66% do controle, mais o que comprou no meio do caminho, a
MARFRIG tornou-se a sócia majoritária da BRF.
Poucos
anos antes do injustificável escorregão de especular com hedge, SADIA e
PERDIGÃO jamais imaginavam que entregariam seu controle a MARCOS MOLINA DOS
SANTOS, um “sem-faculdade”, empreendedor intuitivo, que trabalha 21h por dia,
casado com MARCIA SANTOS.
Em
depoimento à ÉPOCA NEGÓCIOS, MARCIA descreve seu sócio e marido MARCOS MOLINA:
“As
coisas acontecem muito rapidamente na cabeça dele. Pensa sempre antes, e na
frente. A MARFRIG era focada quase que exclusivamente em CARNE BOVINA. E aí o
MARCOS decidiu comprar o PATAGONIA, frigorifico especializado em cordeiros, na
TERRA DO FOGO, extremo sul do CHILE. Orgulhoso me convidou para conhecer o
local. Chegamos lá num dia gelado, abaixo de zero.
Marcos, eu disse, o que tem neste fim de mundo? E ouvi como resposta, 250 MIL CORDEIROS POR ANO… Cordeiros especiais, considerados orgânicos porque pastam. Têm mercado garantido…”.
Enquanto
a SADIA especulava com moedas, um pequeno e ousado distribuidor de carnes
comprava um frigorífico na TERRA DO FOGO.
O
resto é história, e aula magna do que se deve, e do que jamais se deve fazer.
9 – O
BRASIL INVENTA O CONTRABANDO REVERSO
Anos
atrás, o mercado de cigarros do Brasil ― o tóxico e criminoso mercado de
cigarros ― era dominado pela SOUZA CRUZ, com 70%, e demais empresas, 30%. Veio
a Philip Morris, comprou todas as demais empresas e passou a deter os quase 30%
restantes. E assim seguia a vida.
E
aí o PARAGUAI decidiu fabricar cigarros, e “exportar” ― contrabandear ― para o
Brasil. Por aqui, o imposto ultrapassa os 90%, por lá, 18%.
Conclusão,
SOUZA CRUZ e PHILIP MORRIS hoje somadas, que detinham a quase totalidade do
mercado, hoje detêm apenas 51%. 49% já é dos contrabandeados do Paraguai.
O
Governo Paraguaio, feliz que os brasileiros se matassem cada vez mais pelo
vício do cigarro, e
não fazendo absolutamente nada para impedir a fabricação de uma fraude em seu
território.
E
assim seguia a vida.
Porém,
outros e mais espertos contraventores, inventaram o CONTRABANDO REVERSO.
Fabricam
no Brasil o cigarro paraguaio até então contrabandeado daquele país. E escapam
do imposto de mais de 90% do Brasil, dos 18% do PARAGUAI, e isso mais que
compensa os riscos envolvidos.
Nos
últimos meses algumas sofisticadas fábricas de cigarros paraguaios fabricados
no Brasil foram “estouradas”, revelando o CONTRABANDO REVERSO.
Desse
jeito nosso velho e carcomido País não chegará a canto algum. PEDRO MALAN
disse, tempos atrás, que “No Brasil até o passado é incerto”.
Hoje
a frase decorrente da prática é que “No Brasil, até os verdadeiros e bravos contrabandistas
são passados para trás”.
Ou,
um País onde o crime não compensa. Não em decorrência da lei.
Em
decorrência de criminosos mais espertos…
10 – CADA
UM VÊ E ENXERGA O QUE QUER
O
Brasil, através de seus governantes, vê o advento dos NÔMADES DIGITAIS como uma
excepcional oportunidade para atrair para o País, milhares ou milhões de jovens
que trabalham pelo mundo, de qualquer lugar do mundo, com mochila, celular,
laptop e cérebro.
A
tal da mobilidade.
No
passado, na Revolução Industrial, todos sob um mesmo galpão trabalhando na
linha de montagem e esmerando-se em tempos e movimentos.
Mais
adiante, e com a revolução dos serviços, pessoas trabalhando em escritórios, de
forma mais confortável, melhores vestidas, e com algum tempo para confraternização.
E
aí veio a disrupção tecnológica, e o emprego como o conhecemos, tanto na
indústria como nos serviços, começou a arrumar as malas para partir e nunca
mais voltar.
Corta
para a virada do milênio. No país mais desenvolvido do mundo, ESTADOS UNIDOS, e
olhando pela janela, e advertindo o mundo pelo que vinha pela frente, JEREMY
RIFKIN em um de seus livros emblemáticos sentencia, O FIM DOS EMPREGOS, ano de
1995, e, dois anos depois, em artigo premonitório que em seguida converte-se em
livro, DANIEL PINK anuncia o nascimento da FREE AGENT NATION, constituída pela
quase totalidade dos novos profissionais, profissionais empreendedores que dão
início à SHARING ECONOMY ― economia por compartilhamento, e onde o capital é o
CONHECIMENTO MOBILE, que carregam consigo para todos os lugares, devidamente
guardados e protegidos em suas cabeças.
Enquanto
Isso, chefes de família americanos contratavam contadores indianos, na Índia,
aproveitando-se também da vantagem do fuso horário, do domínio do inglês pelos
indianos, e por sua competência contábil, para prepararem suas declarações de
rendas.
Contadores
indianos fazendo a declaração de renda dos americanos para posterior entrega ao
fisco. E simultaneamente, esses mesmos chefes de família americanos contratavam
professores indianos para dar aulas particulares de matemática a seus filhos.
Melhores professores, e pela metade do preço.
Corta
para 2022 e a presença dos NÔMADES DIGITAIS ― se bobearmos, toda uma nova
geração ―, mais que disputados por países e cidades. Todos querem merecer suas
preferências e que escolham essas cidades e países como base para os serviços
que prestarão em todas as partes do mundo, e, a distância.
E
aí, países começam a criar condições especiais para conseguir suas
preferências.
E o Brasil, não fica atrás, e está certo. Essa é a nova realidade. O Conselho Nacional de Imigração do Ministério da Justiça acaba de criar uma regulação para um visto especial de permanência por um ano, prorrogável por mais um ano, sem a necessidade de vinculação de trabalho com empresas no País. Podem e devem trabalhar para empresas de fora. Quantas mais, mais valorizados serão…
Faltou
apenas enxergar o outro lado de toda essa linda e deliciosa história é que NÔMADES
DIGITAIS de todo o mundo e em todo o mundo estão acelerando o fim dos empregos
que fatalmente aconteceria, em decorrência da nova forma de trabalhar e
organizar das empresas.
Mas
não vejo uma única linha na imprensa, muito menos nas declarações de
autoridades e políticos sobre o outro lado dos NÔMADES DIGITAIS.
A
confirmação, a aceleração, a certeza, de que os empregos tal como conhecemos um
dia chegaram ao fim, e todos os governos de todos os países, em maiores ou menores
proporções não se prepararam para esse momento.
Detalhe,
hoje o Brasil já contabiliza um total de quase 10 mil nômades digitais
brasileiros reversos.
Que
moram em outros países – Portugal, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, China,
Coreia do Sul, França, e que prestam serviços para as empresas brasileiras,
acelerando o fim dos empregos para os que aqui moram…
DRUCKER’S MONTHLY
Hoje,
recordamos uma das lições mais importantes de nosso adorado mestre PETER
DRUCKER, e todos os que se referem as mesmas falam da lição dos CUMES E VALES.
Nosso
adorado mestre lembra da impossibilidade de se encontrar pessoas fortes em
tudo.
Que
pessoas fortes também têm fraquezas.
Vamos
ao ensinamento do mestre,
“Escolher
pessoas sempre envolve riscos. Escolher pessoas certas e eficazes impacta
positivamente em todas as forças da empresa. Mas pessoas fortes também têm
fraquezas. E
quase sempre, fraquezas também fortes. Onde há cumes, há vales. Por outro lado,
não existe a pessoa ‘boa’. Boa pra quê? Dentre as fraquezas, a de integridade e
caráter é inaceitável. Mesmo
que a integridade e o caráter não realizem tarefas, sua inexistência faz com
que tudo, mais cedo ou mais tarde, falhe. Nesse sentido, a falta de caráter e
integridade é uma fraqueza absoluta.”
Recordando,
e no que assinamos com ênfase e emoção a lição do mestre, dentre todas as fraquezas,
a pior de todas, é a de CARÁTER.
Lembro-me
de um trabalho que fizemos para uma das maiores agências globais de propaganda,
que nos pediu para encontrarmos um sócio brasileiro para sua operação em nosso
país.
Fizemos
uma primeira lista dos principais nomes, devolveram, recomendando seguir com
todos menos um.
E
nas palavras deles, e pelas informações que tinham, aquele profissional era
completamente desprovido de caráter.
Ao
riscar seu nome, lembraram de uma frase do fundador da agência. BILL BERNABACH:
“Uma
empresa consegue até mesmo sobreviver a incompetentes, mas, jamais suportará e
sobreviverá a um… desculpe pela palavra, FILHO DA PUTA…”.
Sem
caráter, por mais gênio que seja, nada a fazer.