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Negócio

Com a cabeça nas nuvens. Sempre

Numa manhã do ano de 1981, o presidente da Varig, Helio Smidt na época, agendou uma reunião com o Madia no hangar da empresa, em Congonhas, às 7h da manhã. Queria contratar a Madia para criar uma nova empresa para a Varig. Uma agência de propaganda. Depois das conversas iniciais, o Madia perguntou ao sr. Helio o porquê dessa decisão e ele respondeu, “Madia, em poucos anos, o número de executivos viajando de avião cairá substancialmente. Está chegando uma novidade no mercado que vai devastar a aviação comercial. Hoje, nos aviões da Varig, de cada 100 lugares, 70 são ocupados por profissionais a trabalho e 30 por turistas. Vou perder, com a chegada dessa novidade, no mínimo a metade dos profissionais. A Varig precisa diversificar”. Madia ouviu, permaneceu calado e morrendo de curiosidade. A Madia foi contratada e, 120 dias depois nascia a Expressão Brasileira de Propaganda, sob o comando do saudoso Carlos Ivan Siqueira. Em menos de 10 anos era uma das maiores agências do Brasil e foi comprada pela Young & Rubicam. A Varig vendeu porque o temor que o “seo” Helio tinha não se confirmou. No dia em que o trabalho foi concluído e entregue, o Madia não resistiu e perguntou ao sr. Helio, “que novidade é essa que causa tanto medo às empresas aéreas?” E, falando baixinho, quase sussurrando, o sr. Helio respondeu… “o fax”! Desde então a aviação comercial passou e superou por diversas crises, incluindo a derrubada das torres de Nova York, que provocou medo nas pessoas, e os aviões decolaram meio vazios durante dois ou três meses. Mas, nenhuma crise se compara à atual e decorrente da pandemia. Todas as empresas aéreas precisarão, de, no mínimo, cinco anos, para eventuais sinais de recuperação. De qualquer maneira, voar é meio que uma obsessão para alguns seres humanos. Três dos mais importantes empresários da atualidade, Jeff Bezos, Elon Musk, e Richard Branson, mais que bem-sucedidos em seus negócios, querem mesmo é voar e conquistar outros planetas, começando pela lua… Os maluquinhos brasileiros, loucos por avião não ficam atrás. Tanto que, e considerando a quantidade relativamente desproporcional de empresários que pretende ter um avião, mas não consegue ainda bancar sozinho com a manutenção, a Anac regulamentou as empresas de compartilhamento de aeronaves, tentando dar uma organizada nos sonhos desses queridos maluquinhos… A regulamentação entrou em vigor no mês de agosto de 2022, e criou a figura da empresa responsável ou administradora. Que se responsabiliza pela manutenção do avião, e garante que os parceiros nas aeronaves tenham seus interesses de voar contemplados. Se o sr. Helio Smidt, há 40 anos, preocupava-se com a chegada do fax, o que dizer-se hoje quando tudo está na palma de nossas mãos ou nas telas de nossos computadores e smart TVs. Mas, e mesmo assim, a paixão ou o fascínio, ou o desafio de voar continua motivando boa parcela de seres humanos… No final de 2020, a frota de aeronaves em nosso país totalizava o número de 16.032. Sendo 642 aviões de carreira, das empresas aéreas, e o restante dos apaixonados por aviões… Repetimos, nós, consultores da Madia, o que temos dito com insistência. Aviação como negócio, de qualquer porte ou dimensão é, em termos econômicos, uma temeridade. Os riscos são absurdamente desproporcionais às perspectivas de resultados. Apenas 10% do sucesso, exagerando, depende da gestão de seus administradores. 90% dos chamados fatores externos… Você iniciaria um negócio que tem 9 em 10 situações chance de dar errado? Muitos empresários brasileiros, mais que entrar, mergulham de cabeça, coração e alma … Vai entender!
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Negócio

Luxo ou maluquice Varig

Numa manhã do ano de 1981, o presidente da Varig, Helio Smidt na época, agendou uma reunião com a Madia no hangar da empresa, em Congonhas, às 7h00 da manhã. Queria contratar os serviços de consultoria da Madia para criarmos uma nova empresa para a Varig. Uma agência de propaganda. O Madia perguntou ao sr. Helio o porquê dessa decisão e ele respondeu, “Madia, em poucos anos, o número de executivos viajando por avião cairá substancialmente. Está chegando uma novidade no mercado que vai devastar com a aviação comercial. Hoje em cada avião da Varig, e de cada 100 lugares, 70 são ocupados por profissionais a trabalho e 30 por turistas. Vamos perder, com a chegada dessa novidade, no mínimo a metade dos profissionais. A Varig precisa diversificar!”. Ouvi e fiquei calado. A Madia foi contratada e, 120 dias depois nascia a Expressão Brasileira de Propaganda, sob o comando do saudoso Carlos Ivan Siqueira. Em menos de 10 anos era uma das maiores agências do Brasil e foi comprada pela Young & Rubicam. A Varig vendeu porque o temor que o “seo” Helio tinha não se confirmou. No dia em que entregamos o trabalho perguntei a ele, senhor Helio, que novidade era aquela que causava tanto medo às empresas aéreas. E ele me disse, falando baixinho… “O fax”… Desde então a aviação comercial passou e superou por diversas crises, incluindo a derrubada das torres de Nova York, que provocou medo nas pessoas, e os aviões decolaram meio vazios durante dois ou três meses. Mas, nenhuma crise se compara a atual e decorrente da pandemia. Todas as empresas aéreas precisarão, de, no mínimo, cinco anos, para eventuais sinais de recuperação. De qualquer maneira, voar é meio que uma obsessão para alguns seres humanos. Três dos mais importantes empresários da atualidade, Jeff Bezos, Elon Musk, e Richard Branson, mais que bem-sucedidos em seus negócios, querem mesmo é voar e conquistar outros planetas, começando pela lua… Os maluquinhos brasileiros, loucos por avião não ficam atrás. Tanto que, considerando a quantidade relativamente desproporcional de empresários que pretendem ter um avião, mas não conseguem ainda bancá-los sozinhos com a manutenção, a ANAC acaba de regulamentar as empresas de compartilhamento de aeronaves, tentando dar uma organizada nos sonhos desses queridos maluquinhos… A nova regulamentação entra em vigor no mês de agosto de 2022, e cria a figura da empresa responsável ou administradora. Que vai se responsabilizar pela manutenção do avião, e garantir que os parceiros nas aeronaves tenham seus interesses de voar contemplados. Se o senhor Helio Smidt há 40 anos preocupava-se com a chegada do fax, o que dizer-se hoje quando tudo está na palma de nossas mãos ou nas telas de nossos computadores e Smart TVs. Mas, e mesmo assim, a paixão ou o fascínio, ou o desafio de voar continua motivando boa parcela de seres humanos… No final do ano passado, 2020, a frota de aeronaves em nosso país totalizava o número de 16.032.642 aviões de carreira, das empresas aéreas, e o restante dos apaixonados por aviões… Repito o que temos dito para vocês com insistência. Aviação como negócio, de qualquer porte ou dimensão é, em termos econômicos, uma temeridade. Os riscos são absurdamente desproporcionais às perspectivas de resultados. Apenas 10% do sucesso dependem da gestão de seus administradores. 90%, dos chamados fatores externos… Mas, e mesmo assim…