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Riachuelo paga para ver e dobra a aposta

A Riachuelo acelerou seus planos e faz dois movimentos significativos e promissores. O primeiro, o fortalecimento de seu relacionamento com a Carter’s. Durante anos, talvez a mais tradicional rede de varejo de roupas para bebês e crianças dos Estados Unidos, a Carter’s ensaiou vir para o Brasil várias vezes. Nos últimos anos era possível encontrarem-se algumas roupas com sua etiqueta nas Lojas Riachuelo, mediante um acordo ainda prevalecente de comercialização. Agora a parceria é pra valer. Por um prazo inicial de 10 anos, Riachuelo e Carter’s somam-se num sharing business, e que permite à Riachuelo evoluir da simples venda de roupas, como já vinha fazendo, para a abertura de lojas. Ao anunciar a parceria, a Riachuelo divulgou seus planos: a abertura de 60 lojas Carter’s no Brasil, sendo as primeiras 10 no ano passado, 2020, as três primeiras Carter’s em shopping centers: Eldorado e Ibirapuera em São Paulo, e Botafogo no Rio de Janeiro. A RI/Carter’s vem disputar um mercado estimado em R$ 60 bilhões por ano, absolutamente carente de novidades, e onde as marcas nacionais que prevalecem nesse território há muito permanecem paradas, com a componente inovação próxima de zero. Ou seja, a parceria RI/Carter’s certamente provocará reações e produzirá uma espécie de despertar nesse território. A Carter’s é da pré-história da revolução industrial nos Estados Unidos. Nasceu décadas antes da Coca-Cola, Avon, Sears, e quase 30 anos depois da Procter. É do ano de 1865, fundada por William Carter, na cidade de Needham, no Massachusetts. William, emigrante inglês de Alfreton, Derbyshire, chegou aos Estados Unidos no ano de 1857. Casado com Martha Lee, com quem teve quatro filhos. A família Carter desfez-se da empresa no ano de 1890, quatro anos depois da chegada da Sears. E mais recentemente, em 2005, a Carter’s comprou seu principal concorrente, a OshKosh, pela quantia de US$ 312 milhões. Nos Estados Unidos, a Carter’s possui algumas parcerias exclusivas. Cria e fabrica produtos únicos para o Walmart e para a Amazon. Assim, e finalmente, Carter’s chega ao Brasil pra valer. E, em paralelo, segundo movimento, a Riachuelo, “Pareia” com a Renner. Isso mesmo, repete e cola na Renner… Em paralelo ao negócio com a Carter’s, a Riachuelo pareando-se na Renner, que anos atrás comprou a Camicado e expandiu de forma consistente a rede, anuncia agora seu braço para casa. A Casa Riachuelo. Já abriu uma primeira loja no Shopping Ibirapuera. As Lojas da rede Casa Riachuelo terão em média entre 400 a 500 metros quadrados para exposição de produtos, e trabalharão com um mix envolvendo eletroportáteis, panelas e acessórios para cozinha, assim com enfeites e outros utensílios para a decoração das casas. Ou seja, a Renner que estava meio que sozinha nesse território, agora começa a ganhar concorrentes de peso. E outros importantes concorrentes do varejo começam a demonstrar interesse no território casa. E daí? Daí que ninguém quer permanecer parado e os movimentos sucedem-se em diferentes direções. E nesse meio tempo a Tok&Stock se reinventou e ficou muito parecida com a Camicado da Renner… Numa espécie de dança das cadeiras, ninguém quer ficar sem ter onde sentar… Não agora, mais adiante, e quando finalmente as coisas tiverem um mínimo de sossego, quando a música, finalmente parar, ou diminuir de ritmo. Todas as empresas maduras sabem que a única alternativa que não existe em momentos como o que estamos vivendo é permanecer parados. E assim, crescem e aceleram-se as movimentações. Todas, e de todos!