Investimento? Ou, quando o risco não é o de ganhar pouco. É o de ainda ter que, e todo mês, pagar o rateio das despesas
A expectativa não era de ganhos espetaculares, como se pode ter, por exemplo, quando se especula com commodities ou ações, mas nem também de ganhos mínimos como na Poupança. A ideia ou perspectiva era de ganhos razoáveis com pouco risco.
Mas veio a pandemia, e o mínimo de risco virou risco total na medida em que não existe rendimento, e sim, despesas mensais rateadas.
Essa a situação de momento da maioria dos empreendimentos mais conhecidos como condo-hotéis. Onde as pessoas são donas de uma unidade ou quarto para hóspedes dos hotéis, e confiam o hotel todo a gestão de uma administradora. No Brasil, e dentre as maiores, o Grupo Accor, e a Atlântica.
Sintetizando a situação. Esses condo-hotéis, para começar a dar algum resultado a serem divididos entre os proprietários das unidades, precisam ter, no mínimo, uma ocupação de 40%. Durante alguns meses da pandemia a ocupação foi zero, e nos últimos meses, 20%. Agora, e finalmente, começa a melhorar um pouco…
Ou seja, chega no fim do mês as receitas são insuficientes para cobrir as despesas, e assim, os proprietários das unidades são convocados para cobrirem o rombo. Ao invés de uma renda mensal, passaram a ter mais uma despesa mensal.
Os mais machucados e sem ter de onde tirar dinheiro na medida em que investir em condo-hotéis era o único investimento que possuíam, saiam no desespero colocando à venda suas unidades.
E assim, com uma avalanche de ofertas, o preço de uma unidade que dois anos atrás rondava entre R$ 300 e R$ 400 mil, chegou a bater na faixa dos R$ 30 a R$ 40 mil no final de 2021…
Uma redução mínima ou prejuízo de 50% e máxima de 80% a 90%!
Em entrevista para Juliana Schincariol, do jornal Valor, um investidor declarou, “Estou há quatro anos sem nenhum rendimento. Não consigo trocar o quarto que comprei por um carrinho de pipoca…”.
Para quem sofre ou é claustrófobo, definitivamente, não se recomenda investir em condo-hotel.
Vai morrer de angústia e no desespero…