Uma entrevista corajosa sobre a nova realidade do ensino no Brasil
Quase todos os líderes do território do ensino dispõem-se a conceder entrevistas. Poucos, ou nenhum outro tem o desassombro e a coragem do Eduardo Parente, presidente do YDUQS.
Eduardo é graduado em produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, fez a Nyu Stern School Of Business. Fez carreira em logística, foi CEO da CSP – Companhia Siderúrgica do Pecém, Fortaleza, Diretor de Projetos Especiais da Vale, professor e presidente da Estácio, e desde dezembro de 2018 comanda o YDUQS. Toda a entrevista de Eduardo é de excepcional qualidade, mas, separei os momentos que julgamos mais importante para compartilhar com vocês.
Os Antecedentes
“Vínhamos de cinco crises seguidas e concomitantes: A econômica que não acaba, o fim do Fies, o Covid, a alta dos juros, e, a inflação. Conclusão: tivemos que fazer um esforço alucinado para continuar cabendo no bolso do aluno. Muita coisa deu errado. Tipo, financiamento próprio, cursos de ensino médio na Estácio, abertura de muitas e novas unidades. Duas coisas funcionaram: EaD – ensino a distância e a medicina. Mesmo hoje 94% das pessoas dizendo que preferem o ensino presencial foi o EaD que continuou trazendo alunos para a faculdade…”.
Dimensão e importância econômica do EaD hoje
“O EaD veio substituir o Fies. O processo de migração foi inevitável com seu tíquete médio de R$200. No ano de 2017 o Fies representou uma receita de R$1,3 bi. No ano passado o EaD alcançou R$1,4 bi.”
E a pandemia atrapalhou…
“Se não tivesse ocorrido a pandemia o crescimento teria sido muito maior porque o que inibe e restringe hoje é o bolso das pessoas.”
E o presencial
“Alguns concorrentes chegaram a decretar o fim do presencial; nós dobramos a aposta. A pandemia reforçou a consciência de como o presencial é indispensável, e reforçou nossa visão de negócio…”.
Quando volta o presencial
“Haverá uma retomada muito forte quando a economia permitir. Mas, não é automático. A pessoa tem que ter um horizonte que conseguirá estudar por quatro anos. É enorme a quantidade de famílias que não conseguem pagar ensino presencial com tíquete médio de R$670…”.
Uma nova realidade nas aquisições
A alta dos juros deu uma freada muito grande. Difícil alavancar-se para comprar alguém e a Bolsa caiu. Em se tratando de fusões você soma duas instituições com ações deprimidas e aí fica mais fácil. Em síntese, as empresas abertas estão valendo muito menos do que as empresas fechadas acham que valem…