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Esmola, bacia das almas, cala boca…

Sem pompas e muito menos circunstâncias, 20 organizações da imprensa brasileira fecharam, meses atrás, parceria com o Facebook. Briga que vinha de longe termina num troco de R$13,7 milhões a serem divididos entre as 20 organizações, e o que resulta num valor pífio para cada uma delas. Dentre outras organizações, no acordo onde “literalmente entregam a alma ao demo”, figuram, Estadão, Folha, Abril, Bandeirantes, RBS e UOL. Três explicações para: A primeira é que com acordo ou sem acordo o “Feice” continuaria a se apropriar do conteúdo editorial dessas empresas, e assim, melhor um mau acordo que uma interminável e péssima contenda. A segunda é que em tempos de seca, qualquer dinheiro ajuda. E a terceira é que se trata de uma trégua provisória, enquanto se aguarda por um maior e melhor acordo. Seja como for, é simplesmente patético testemunharmos organizações centenárias acordarem com redes sociais que nasceram anos atrás, e pela simples razão que foram míopes, em todas as dimensões, possibilitando que as novas plataformas de comunicação chegassem à importância e relevância que têm hoje. Especificamente em relação ao valor acertado, e diante dos números de um Facebook, por exemplo, repetimos, uma singela e patética esmola. Dinheiro de pinga… Quem acreditava que um dia testemunharíamos tamanha decadência?
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Radiografia do gigante

Se vocês nos perguntassem, tendo em vista uma dura regulação que vem pela frente, e ainda os riscos de spin-offs – desmembramentos – das chamadas Big Techs, qual dentre todas é a mais blindada. Sem a menor dúvida, respondemos, nós, consultores da Madia, a Microsoft. Seu lastro de propriedades antecede o tsunami tecnológico e assim suas propriedades são mais sustentáveis. Diferentes do Google, Facebook, Amazon e Apple. Ou, em outras palavras, a sustentação legal dessas propriedades está mais consolidada e madura. Os números da Microsoft são exuberantes em todos os sentidos, e trabalham com índices de riscos menores que as demais big techs. Em termos de valor, não será surpresa se a Microsoft encerrar este ano próxima de US$2,5 trilhões de valor de mercado. Para vocês terem uma ideia do tamanho do valor da Microsoft, no início de setembro de 2022, era apenas 55% maior que o PIB do Brasil, na casa dos US$1,4 trilhão. E se fosse um país, em termos econômicos, seria menor apenas que Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido, Índia e França, ou seja, em termos econômicos seria 9º país do mundo. Os grandes números da Microsoft, são, US$460 milhões de faturamento por dia, US$19 milhões por hora e US$320 mil por minuto. Do total de seu faturamento, US$84 bilhões são dos Estados Unidos e os outros US$84 bilhões nos demais países. O grosso da receita da Microsoft hoje vem de produtos de servidor e serviços em nuvem, assim como de produtos para escritórios. No total, US$94 bilhões, dois terços de todo o faturamento da empresa. A Microsoft tem em seu comando no Brasil, desde janeiro de 2019, Tânia Cosentino, paulistana do bairro de Santana, filha de comerciante e dona de casa, parou de trabalhar aos 24 anos para cuidar da casa e dos filhos e voltou aos 50 como gerente de recursos humanos da última empresa onde tinha trabalhado. Foi contratada para o comando da Microsoft através de uma mensagem no LinkedIn, plataforma corporativa hoje da própria Microsoft. Assim, e no comando da Microsoft desde 2019, e dentre as coisas que mais gosta, sair com amigos e viajar, gosta de dança de salão, faz ioga e pilates, leitura, gosta do conceito de “CEO ativista”, e no comando de quase 900 pessoas diz ser extremamente flexível, adaptável, mas tolerância zero no que tocante a desrespeito às regras de compliance, a qualquer tipo de assédio, e às normas de segurança. Essa, a Microsoft, e sua presidente, Tânia Cosentino.
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Leitura obrigatória

Não necessariamente da totalidade do livro – claro se você não quiser – nós, consultores da Madia lemos inteiro, fizemos marcas e anotações, e relemos alguns trechos – O Trabalho no século XXI – Fadiga, Ócio e Criatividade na Sociedade Pós-Industrial – de autoria do escritor e sociólogo Domenico De Masi – Editora Sextante ‒ é, em nosso entendimento, o mais importante ‒ não o melhor ‒ livro de 2022. Talvez, a mais completa retrospectiva relevante da evolução do trabalho ‒ e agora o fim ‒ desde que o mundo é mundo. Se você é daqueles que gosta de uma grande panorâmica, mais que recomendamos a leitura de todo o livro, pausada e reflexivamente, de 926 páginas, mais capa e contracapa. Agora, se você está mais interessado em temas específicos dessa longa trajetória de alguns milênios, você pode ir separando capítulos específicos que mais lhe agradem. Nesse sentido, e se você quer ter uma visão mais atual e relevante para sua compreensão dos desafios de hoje, mais que recomendamos o capítulo XI – Atenienses, profissionais da democracia, o capítulo XIX – Os dois pilares teóricos da sociedade industrial – com especial atenção nas páginas em que fala do Iluminismo, e a partir do capítulo XIX, página 385, recomendamos a leitura de todos. Domenico De Masi é sociólogo, dotado de incomum sensibilidade e fôlego, com uma cabeça mais que privilegiada de 926 páginas. Abarrotado de documentações, referências, pesquisas. 84 anos, de fevereiro de 1938, da cidade de Rotello, Itália, e que se notabilizou pela criação e disseminação do conceito do ócio criativo. Segundo De Masi, de negativo o ócio não tem nada. E talvez seja o mais poderoso aditivo na liberação da criatividade que todos temos, em menor ou maiores proporções. Sua produção intelectual começa há 65 anos, e jamais parou de pesquisar e escrever. Mergulha de cabeça, coração e sentimentos escancarados em toda a documentação que colhe e organiza, mas, eu, Madia, discordo de boa parte de suas conclusões. Por exemplo, é profundamente cruel e superficial em relação a alguns dos mestres da administração moderna, muito especialmente, em relação ao mestre dos mestres, Peter Drucker. Mas, respeitamos, mesmo não concordando, com sua opinião. É, isso. Mais que recomendamos. “O Trabalho no século XXI, Domenico De Masi, 926 páginas que valem por 100 mil. Na versão Kindle, na Amazon, por R$ 44,91. E na versão papel, de pessoas que compraram e desistiram da leitura, a partir de R$ 79,90. E que, por sinal, são muitas… E agora, um pequeno “spoiler” com 2 citações curtas de diferentes momentos do livro. Citando Michel Bosquet, e que assinava André Gorz, diz, na página 752: “A esta altura, uma coisa é certa: ninguém fará carreira na profissão que aprendeu: essa profissão será transformada, simplificada, desqualificada ou suprimida pela microeletrônica. Estamos todos, potencialmente, em excesso”. ‒ E na página 724, e falando sobre o conjunto de todos nós, os “Novos Indivíduos Sociais”, De Masi diz: “A Microsoft é de 1975, a web de 1991, o Google de 1997, o Skype de 2003, o Facebook de 2004, o Twitter de 2006. Em 2030, os digitais nascidos com a Microsoft terão 55 anos, os nascidos com a web terão 39, os nascidos com o Google 33, os com o Skype 27, os com o Facebook 26, os com o Twitter 24… Se hoje os analógicos ainda são a maioria e ocupam os vértices de todas as pirâmides – igrejas, exércitos, escolas, bancos, empresas – em 2030 os digitais serão a maioria numérica. E seus modos de pensar, trabalhar, viver, totalmente diferenciados do modo dos analógicos…”. É esse o grande desafio, amigos. Como seguir convivendo pacífica e harmoniosamente com nossos filhos, netos e bisnetos, e eles, quanta paciência terão que ter com seus pais e avós, e bisavós. Dica final, se você quer ir direto para os desafios de hoje salte para a quarta parte do livro, pág. 577. Respire fundo, tome fôlego, e ótima leitura!
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“Não dá mais para segurar, explode coração” … Lembram?

Era o que cantava Gonzaguinha em sua canção Explode coração… Milhões de profissionais em todo mundo, por timidez, desconhecimento, tirania dos chamados sindicatos e organizações profissionais que proibiam, milhões de profissionais nasciam e morriam calados, não comunicando suas competências e serviços, e assim, estavam condenados, e se condenavam, ao eterno esquecimento. Pior que esquecimento, ilustres desconhecidos e ignorados. Os mais expertos, minoria absoluta, sempre encontravam uma maneira de realizar algum tipo de comunicação, e assim, com relativa facilidade, dominavam pequenos, médios e grandes territórios da prestação de serviços. E aí o milênio chega ao fim, eclode a digisfera, multiplicam-se as redes sociais e plataformas de comunicação, tudo absolutamente acessível, e com o potencial pleno da autossuficiência. Os prestadores de serviços de comunicação correm para se reinventar, e enquanto não se revelam prontos e acessíveis, milhões de profissionais vão se virando. Tentam ser autossuficientes na comunicação. E assim, e hoje, anos 2020, todos, se comunicando, intensamente, ainda que com pouca ou nenhuma qualidade, e, para todos. De milhares de advogados, que hoje morrem de rir das supostas “proibições da OAB” de que advogado não pode se promover, passando por médicos, arquitetos, engenheiros, cozinheiras, costureiras, psicólogos, escafandristas, numerólogos, cartomantes, cuidadores, sexólogos, prostitutas e prostitutos, religiosos, videntes, bandidos e golpistas, doceiras, verdureiros, massagistas… Nos últimos dois anos milhares de matérias e reportagens sobre as novas formas de se revelarem e fazerem vivos, de infinitos e diferentes profissionais liberais, e ou, autônomos. Meses atrás, no Estadão, matéria assinada por Bianca Zanatta, trazia exemplos e depoimentos. Dentre outros, de uma jovem psiquiatra que defendia as chamadas novas práticas de se realizar a comunicação, mas denunciava os exageros. Dizia, “Temos que aceitar que as mídias sociais dão visibilidade e atingem públicos que não eram atingidos antes. Mas, vejo médicos fazendo tudo da mesma forma e de um jeito muito marqueteiro como vídeos no TikTok”. Com a natural dificuldade das pessoas não verdadeiramente qualificadas no planejamento e execução da comunicação, e em seu depoimento, essa mesma psiquiatra, por exemplo, incidiu em algumas barbaridades, trocando, e ao invés de “acessar públicos”, por “atingir públicos”, seguramente não tendo consciência das barbaridades e atropelos que ela mesmo protagoniza. E, entusiasmada, aponta o dedo: “O marketing médico é permitido, mas há vários profissionais que extrapolam esse limite. Sorteio de produtos, informações sem evidências científicas. É um show de horrores…”. Já outras duas advogadas dão depoimentos na mesma direção. Uma diz que criou as páginas de seu escritório no “Feice” e LinkedIn com a intenção de facilitar o acesso de pessoas a seus serviços, e a outra que as redes sociais permitem a divulgação de serviços pouco conhecidos como alguns que presta: mediadora privada de conflitos, aplicativo para o gerenciamento da guarda compartilhada de filhos… Ou seja, amigos, cada profissional independente, cada prestador de serviços, tem agora, a sua disposição, infinitos microfones as tais redes sociais — e podem falar com o mundo. E enquanto todos não fizerem suas tentativas, seguiremos no caos que hoje vivemos. Todos, sem exceção, e até os tímidos e comedidos, como repetia Gonzaguinha em sua música, “eu quero mais é me abrir, não dá mais para segurar, explode coração…”. Quando todos, milhões, se comunicam, urram, gritam, ao mesmo tempo, ninguém ouve nada. A menos, que alguns se distingam da turba enfurecida, da manada barulhenta, e façam se perceber, diferenciar, e, por decorrência, ouvir. Esse o desafio que neste momento vivem milhões de profissionais e prestadores de serviços em todo o mundo. Encontrar uma única pessoa, dentre milhões, que lhe dê um segundo que seja de atenção… Mas, muito melhor, mais justo, verdadeiro, ter a possibilidade de tentar ainda que sem sucesso, do que permanecer condenado ao anonimato e ignorância, como era o mundo até anos atrás.
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Diário de um Consultor de Empresas – 09/02/2023

Conforme Previsto, SHERYL SANDBERG APOSENTOU-SE. Uma espécie de VOZ DA CONSCIÊNCIA do FACEBOOK.
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Diário de um Consultor de Empresas – 26, 27 e 28/11/2022

LEMBRAM DO ORKUT! Que hoje vaga abandonado e perdido pela DIGISFERA? Será esse o destino do FEICE?
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Diário de um Consultor de Empresas – 06/10/2022

A HORA E A VEZ DAS BIGTECHS. Demorou, mas, chegou. Vem regulação e ordenamentos pela frente – MUITOS! Mas, discussões e aprovações atravessarão toda esta década.
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Diário de um Consultor de Empresas – 09, 10 e 11/07/2022

QUE PAPELÃO, FEICE. “CURTIR” ERA UMA ARMADILHA…
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Diário de um Consultor de Empresas – 11/05/2022

Quase todos gostam de consultar o horóscopo e conferir as previsões. Algumas acertam – poucas. As demais naufragam. A galera da tecnologia adora previsões…
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Insuportável, insustentável, chega, e basta!

Meses atrás a notícia que, depois do vazamento monumental de dados do Facebook, dados de mais de 500 milhões dos 740 milhões de usuários do Linkedin estariam à venda nos mercados do submundo do digital. Onde trafegam e traficam os hackers de todo o gênero. Isso acelera ainda mais a cobrança que todos estão fazendo das big techs que se dizem e são poderosas, mas revelam-se, na prática, absoluta e injustificavelmente incompetentes, em preservarem os dados que lhes foram entregues em total confiança, e que veem vazar medíocre e criminosamente pelas frestas, fendas e buracos de suas plataformas. E se fazem de loucas, como se nada tivessem a ver com isso. Não dá mais para ser assim. Inaceitável, indecoroso, medíocre. As big techs precisam assumir a responsabilidade máxima pela confiança de bilhões de pessoas em todo o mundo. A lei número 1 do Pequeno Príncipe segue mais válida do que nunca. “Você se torna eternamente responsável por tudo e todos que cativa”. Repito, não dá mais para segurar, como cantava Gonzaguinha, explode coração… Mais que na hora das big techs colocarem-se em defesa dos bilhões de pessoas que aderiram as suas plataformas, que foram seduzidas por seus serviços e ofertas, assumirem suas responsabilidades. Repetimos, não existe a menor justificativa para as big techs continuarem convivendo com milhões de golpes que as pessoas continuam sofrendo por terem aderido a suas cláusulas, por terem confiado em suas propostas. Ou vão continuar comportando-se como se nada tivessem a ver com isso… A mesma cobrança todos nós fazemos das empresas de quem somos clientes e que assistem, passivamente, como se não fosse com elas, suas marcas serem usadas diariamente para golpes nesses clientes, nós, e que só sofremos esses golpes porque confiamos nessas empresas e compramos seus serviços. Não é justo, muito especialmente bancos e cartões de crédito, que continuem agindo só depois que os golpes foram consumados. E ainda dizem lamentar-se, mas, que a responsabilidade não é deles… Como assim?!