Quando seremos um país sério?
E aí decidiu-se criar um fundo para o financiamento do ensino superior. E o Ministério da Educação criou em 1999 o FIES – Fundo de Financiamento do Ensino Superior.
Diante dessa possibilidade, o mercado para as faculdades privadas viu seu tamanho mais que dobrar, e o negócio do ensino no Brasil ganhou uma dimensão espetacular. Corta para 2021, setembro. Nos jornais, “Mais de 1 milhão de formandos estão há mais de 3 meses sem pagar o financiamento do governo federal…”.
A taxa de inadimplência do FIES voltou a subir no Brasil. Em junho de 2020, de 1.996.082 contratos já na fase de pagamento da dívida, 1.040.484 (52,1%) tinham atraso de mais de 90 dias…
Enquanto isso, e no correr dos anos, grandes grupos de ensino ostentavam uma exuberância economia excepcional, alavancada pelo FIES.
E um novo corte, dezembro de 2021, e com a perspectiva das eleições, e vendo suas possibilidades de reeleição diminuírem de forma significativa, o governo preparou uma anistia de até 92% aos devedores do FIES…
Assim, e como é da história do país, de tantos refinanciamentos, de tantos perdões de dívida, e de tantos programas de anistia, parcela expressiva dos brasileiros que se endividam tem certeza que em algum momento receberão benefícios semelhantes, e que empréstimos e financiamentos, não necessariamente precisam ser pagos…
E enquanto não mudarmos essa mentalidade, o Brasil seguirá condenado a ser um país de segunda classe, onde tudo que é e existe, a qualquer momento pode ser revisto e mudar.
O “veja bem” e o “não é bem assim” continuam prevalecendo…