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O ápice da estupidez

De repente, milhares de pessoas passaram a detestar o nariz. Culpado, o Zoom, o aplicativo rei das reuniões a distância, que decolou e passou a prevalecer a partir da pandemia. Muitas pessoas viram pela primeira vez como eram seus narizes na telinha e decidiram dar um jeito, ou, como se diz no vulgar porque é vulgar, mesmo, decidiram dar um tapa no nariz. Conclusão, explodem as rinoplastias pelo País. Explicando a maluquice à Folha, Mário Ferraz, presidente da Academia Brasileia de Cirurgia Plástica da Face, disse, “A câmera do celular provoca uma distorção da imagem que pode chegar a 40%. O nariz parece maior. Isso deixa muitas pessoas desesperadas…”. E, na mesma matéria, uma das operadas, a nutróloga Luciane Américo Mangullo, fala, “Quando eu dizia que queria operar todo mundo dizia que não era necessário. Agora todos exclamam, ‘Meu Deus!’, como seu nariz era realmente muito feio…”. Será que para essas pessoas, e definitivamente, o mundo jamais deixará de ser a telinha do celular?
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Automóveis é como se tudo fosse começar de novo

Depois de mais de 100 anos a indústria e o negócio de automóveis reinventam-se. Quase 100%. Radicalmente. Do lado dos clientes, uma nova visão e entendimento do que é e para que serve o automóvel. Do lado dos fabricantes, e respeitando essa nova leitura e entendimento dos clientes, uma reinvenção do negócio. Em todos os sentidos e direções, e ainda acrescidas das manifestações da sociedade em busca de um mundo mais limpo e saudável. Assim, e gradativamente, vamos deixando de comprar, e passando a assinar um carro por dias, semanas, meses, ano; assim muitos de nós diante das novas alternativas tipo Uber desistiram de vez de ter carros. Assim, outros têm carro mais só para finais de semana e viagens. Em alguns bairros das grandes cidades, as garagens que sempre faltaram, sobram! E assim, os chamados carros autônomos, mesmo seguindo nas pranchetas e experiências e testes, a caminho e no aguardo da universalização do 5G. Assim, o etanol, muito lentamente, vai e seguirá perdendo terreno para os movidos a energia elétrica. E enquanto isso não acontece, nos 10 a 20 anos da transição, toda uma nova geração intermediária dos chamados carros híbridos: gasolina e ou etanol e mais eletricidade… Pablo Di Si, todo poderoso da Volks, no Brasil, e em entrevista à Daniele Madureira e Eduardo Sodré da Folha vai iluminando e esclarecendo as próximas manifestações: ‒ Maior mudança ‒ “A maior dentre todas as mudanças aconteceu com o consumidor. Tornou-se muito mais digital. Cada vez mais irá menos a uma concessionária, e cada vez mais efetivará sua compra pelo computador. Hoje, nós, a Volks, temos uma única loja no digital, a VW e-store conectada e em parceria com toda a rede de concessionárias. Toda a compra é feita pela loja online. Mais ainda, lançamos a DDX – Digital Dealer Experience – o cliente permanece em sua casa e recebe a visita de um vendedor com tablete e óculos 3D. ‘Visita’ todos os modelos, escolhe e fecha a compra…”. ‒ Mais mudanças ‒ Carro por assinatura. Diz ele, “demoramos mais finalmente conseguimos chegar a um modelo onde a conta fecha para todos: montadora, concessionária, clientes. E o cliente resolve tudo online, carro, modelo, cor, tempo de contrato, cadastro, envio de documentos, recebe o contrato por e-mail, faz e usa a assinatura digital. E escolhe onde quer retirar o carro… Em princípio, e depois de alguns anos, a assinatura digital deverá responder entre 20% a 30% do comércio de carros…”. ‒ Encarecimento dos carros ‒ “Os carros, em decorrência da prática e da legislação, vêm se tornando cada vez mais seguros, com mais tecnologia, e isso tem um custo. Por outro lado, uma queda substancial no volume de vendas, o que obriga a um realinhamento dos custos. Por outro lado, a hierarquia dos fatores que determinam a escolha pelos consumidores brasileiros mudou, e isso impactou no preço. Hoje, e pela ordem, os brasileiros valorizam em primeiro lugar na escolha do carro o design, depois a conectividade, e, em terceiro lugar, a segurança. Antes o preço estava na primeira colocação…”. ‒ Carro elétrico ‒ Antes do elétrico, o elétrico híbrido, que também roda com etanol. Não existe outra alternativa para um país continental como o Brasil. As pessoas definitivamente não vão investir num carro elétrico, que, por falta de estrutura, só roda e é confiável nas grandes cidades… É isso, amigos. Assim, segue a reinvenção do business dos automóveis e que passa por jovens tirando carta mais velhos, pessoas não querendo mais comprar, e sim, assinar; montadoras fazendo a travessia do combustível fóssil para o elétrico, longa e demorada travessia; montadoras passando a criar mecanismos para apoiar suas concessionárias nas vendas pelo digital; E todos, correndo atrás, para a longa jornada na “eletrificação” dos até então e prosaicos, postos de gasolina… Mudou tudo, ponto, e não se fala mais nisso. A menos que seja pra jogar conversa fora, ou para a hora da saudade, se é que alguém em pouco tempo ainda terá saudade dos tempos das kombis e fusquinhas.
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Diário de um Consultor de Empresas – 01 e 02/11/2022

No desespero pela sobrevivência as grandes e convencionais plataformas de comunicação impressas em todo o mundo – jornais e revistas – excedem e em muito na chamada “flexibilização comercial”. E aceleram o fim.
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Histórias da pandemia: abatidos em pleno voo

O negócio de eventos de todos os tipos e dimensões acorda no quase pós-pandemia, literalmente, destroçado. Tudo ou foi cancelado, ou adiado. Os Jogos Olímpicos, por exemplo, há 8 anos preparados pelo Japão, cidade de Tóquio, com a construção/adequação de um bairro específico para o evento, e que deveria ter acontecido no ano de 2020, saltou, diminuído e minimizado, para 23 de julho a 8 de agosto de 2021, com uma série de adaptações, e com a maioria dos japoneses preferindo que a Olimpíada fosse ou adiada novamente, ou cancelada de vez. Começamos este comentário com um evento top, que mexe com todo o mundo, e desse top a crise desce impiedosa e devastadora por todos os tipos de eventos, festas, comemorações. Num final de semana de abril, a Folha publicou um caderno específico falando do negócio de festas. E dentre as festas, a que é parte integrante da vida da maioria das pessoas, o casamento. Atrás de um casamento, por menor e mais simples que seja, existem muitos fornecedores. E a vida das empresas especializadas em festas, mais especificamente em casamentos, virou um inferno. Muitos dos eventos foram ou adiados três ou quatro vezes, começando por uma primeira data em 2020, e hoje, esse mesmo evento, já reprogramado para 2022, quem sabe, 2023… Na matéria da Folha, e no depoimento de diferentes empresários do negócio das festas, cada vez que se adia, e, principalmente, cancela um evento, o estrago econômico e emocional é, simplesmente, brutal. Na contratação são feitos adiantamentos, os preparativos seguem com muita emoção e alegria, e aí vem a pandemia, o cancelamento, e o clima de alegria acaba se convertendo, muitas vezes, em brigas absurdas. Um dos players desse território, disse, “O cancelamento é o nosso bicho-papão. Imaginem se 30 casais cancelam e tenho que restituir uma parte do que foi pago? A empresa, por mais organizada que seja, sucumbe…”. Dentre as entrevistas, selecionamos para compartilhar com vocês um trecho da concedida pelo estilista Sandro Barros, um dos preferidos por noivos e famílias da cidade de São Paulo. Disse Sandro, “Sempre fizemos de três a quatro vestidos por final de semana. Este ano, 2020, não… Completamente atípico. Num primeiro momento todos os casamentos foram adiados para o segundo semestre. A noiva de abril saltou para julho, depois outubro… Muitos eventos agora estão remarcados para 2022…Tento me reinventar o tempo todo, porque na minha atividade não existe nenhuma possibilidade do online. Vestido de noiva tem que ser provado, algumas vezes, e faz parte do ritual… Os poucos casamentos que não foram adiados tiveram sua dimensão totalmente reduzida. De centenas para meia dúzia de convidados, pequeno almoço, modelos simples, e, ponto… No desespero fizemos uma coleção de máscaras de algodão. Somando todas as vendas até agora ainda não alcançaram o valor de um único vestido de noiva…”. Em síntese, amigos, das situações que as empresas de festas de todos os tamanhos viveram, naquele momento, duas mais que complicadas. A primeira e que ainda tentam se recompor até hoje, com todos os clientes que definitivamente desistiram, cancelaram suas festas, e querem de volta o adiantamento… Adiantamento esse que já foi utilizado para a compra de material, por exemplo. E a segunda, que as agendas estão absolutamente lotadas, mesmo que nenhuma festa esteja sendo realizada. Com os sucessivos adiamentos, a maior parte de datas para festas de finais de semana, até o final deste ano e primeiro semestre de 2023, está bloqueada. E assim, e sem saber o que fazer ou para onde correr, as empresas de festas partem para as devoluções, e não têm a mais pálida ideia de quando as festas adiadas sucessivas vezes, finalmente, irão acontecer…
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Brasil, “o país de futuro duvidoso e passado incerto”

Um dia Pedro Malan disse a frase acima, consagrou-se como frasista e tudo ficaria assim mesmo se algumas pessoas não tivessem ouvido a mesma frase de autoria de Gustavo Loyola. Como essa dúvida persistirá para sempre, e em artigo na Folha, Sérgio Dávila repetiu essa história e concluiu, “No Brasil, até a autoria da frase de que o ‘Brasil é o país do futuro duvidoso e passado incerto’ é incerta…”. O Brasil, sobre todos os aspectos, sobre os piores, principalmente, surpreende. Conseguiu julgar um político mais que comprovadamente ladrão infinitas vezes e condenado em todas as instâncias, e mais, e mesmo assim, por obras de um supremo que é um ínfimo, um inseto desprezível e lamentável, acabou sendo absolvido e periga ainda ganhar muitas indenizações. Agora fato semelhante acaba de acontecer no território das fusões e aquisições. Depois de 20 anos, onde e finalmente tudo caminhava para uma decisão, a compra da Garoto pela Nestlé no ano de 2002 que se encontrava em final de julgamento no Cade — Conselho Administrativo de Defesa Econômica — tem tudo reaberto por decisão do presidente da instituição, Alexandre Barreto. Dentre os fatores que mais atrasam nosso país, que espantam investidores, que afugentam grandes corporações, e que só traz para cá os piores tipos de aventureiros, de longe, a insegurança jurídica é o maior de todos. O Brasil é o país do “veja bem”. E “veja bem”, o certo de ontem pode ser o incerto de anteontem, ou o certo de amanhã que se revelará incerto depois de amanhã, ou seja, como nos ensinou em sua música Caetano Veloso: “É preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte… tudo é perigoso, tudo é divino maravilhoso, é preciso ter olhos firmes para este sol, para esta escuridão…”. Rapidinho, 2002 – Nestlé anuncia ter comprado a Garoto. 2004 – Cade barra o negócio e manda que seja desfeito. 2007 – Nestlé entra com recurso na Justiça e vence. 2009 – Em segunda instância decisão que beneficiava Nestlé é anulada. 2016 – Nestlé e Cade celebram um acordo e a empresa compromete-se a vender dez de suas marcas… 2018 – Nestlé recusa-se a cumprir algumas das exigências do Cade. 2021 – Justiça nega recursos da Nestlé contra a decisão de 2009 e que determinava um novo julgamento. 2021 – Cade não apresenta recursos e tudo volta ao começo… Brasil parece aquele joguinho de tabuleiro em que se joga os dados e a ordem é, voltar tudo para o início… Complementaria a frase, “Brasil, o país do futuro duvidoso, passado incerto e presente… ‘veja bem’…”. Assim, e definitivamente, não daremos certo. Permaneceremos sendo, para sempre, como a personagem de Scott Fitzgerald no The Great Gatsby, “Barcos contra a corrente, arrastados incessantemente para o passado…”.
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Diário de um Consultor de Empresas – 21/01/2022

ESMOLA, TROCO, BACIA DAS ALMAS, CALA BOCA… Simplesmente patético e pífio o valor pago pelo FACEBOOK para aquietar as principais plataformas de comunicação impressa do país. Quase dinheiro de pinga.
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Idosos na fila

Permanecer a distância, só em situações excepcionais, tipo, guerras, pandemias, caos… Em condições normais, e sempre, ao vivo, presencial, lado a lado. E aí, a Folha escalou seu repórter Alfredo Henrique para entrevistar os idosos na fila da vacinação, assim que as primeiras vacinas começaram a ser aplicadas. Saber o que pretendiam fazer depois que tudo tivesse passado e pudessem retomar a vida. José Pinheiro de Andrade, 86, aposentado: “Não vejo a hora de voltar à rotina… A primeira coisa que pretendo fazer é ir à missa. Assisto pela televisão, mas não é a mesma coisa”… E o filho de José, ao lado, comentou, “Meu pai é um trator. A pandemia jogou ele pra baixo. Sempre que posso levo ele para a chácara onde carpe o terreno e não para um segundo…”. José Freire de Carvalho, 85 anos, “Faço caminhada na esteira ou na vila onde moro… Assim que tudo passar, a primeira coisa que pretendo fazer é um churrasco para aglomerar toda a família…”. Manoel Afonso Araújo, 85 anos… “Sinto falta de sentar na mesa de um bar e curtir um dia preguiçoso regado a cerveja, caipirinha, e muito especialmente, um bom papo… Assim que tomar a segunda dose da vacina saio direto para um bar para, e finalmente, uma cervejinha sem preocupação…”. Live, amigos, sempre Live! E você fez planos para o Day After? Se fez, está chegando a hora… Fazer planos atenua a angústia, renova as esperanças, fortalece o espírito, acolhe a alma e ajuda a viver… Como na música cantada pela Marisa Monte, composição dela e do Carlinhos Brown, com declamação de Arnaldo Antunes de um trecho do livro Primo Basílio, de Eça de Queiroz… “Deixa eu dizer que te amo Deixa eu pensar em você Isso me acalma, Me acolhe a alma Isso me ajuda a viver…”. Que sufoco… E pensar que em janeiro de 2000 olhávamos para frente e só víamos céu de brigadeiro… Tomara que e desta vez tenhamos um Feliz Ano Novo de verdade…
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Brandicídio Unilever 2

A Unilever é uma das empresas campeãs na construção de marcas líderes. Mas, sabe-se lá por quais razões, depois de algum tempo negligencia, cochila, encanta-se com uma bobagem, e joga décadas de investimento e competência literalmente no lixo. E tem uma habilidade ainda especial em construir marcas voltadas para as mulheres. A melhor das marcas construídas no território feminino das últimas décadas foi Dove. Exclusivamente para as mulheres, mulheres de verdade, de todos os tipos, tamanhos, cores, alegrias, felicidades, emoções. E aí um dia, um estagiário, apiedou-se de um homem na gôndola do supermercado querendo comprar um desodorante Dove, mas envergonhado pela tampa cor de rosa, e sugeriu uma linha masculina para Dove. 40 anos e centenas de milhões de dólares jogados no lixo diante de uma estultice de monumental dimensão. Mas, não para por aí. Em 1909, na Inglaterra, e aproveitando-se de uma iniciativa do ano anterior, a UNILEVER lança um alvejante em pó com a marca OMO, abreviatura de Old Mother Owl – Velha Mamãe Coruja. Na embalagem uma coruja. Nos olhos, os dois Os, e no bico, o M. Em 1954 decide lançar a versão de OMO como detergente. Três anos depois a Unilever decide lançar OMO sabão em pó e na cor azul no Brasil, 1957. Pela extraordinária competência e qualidade do lançamento, e durante mais de 50 anos de marketing irretocável, a OMO converteu-se, segundo o Top Of Mind da Folha e Datafolha, na marca mais consagrada do Brasil. Em sua categoria, e em todas as demais. Mais, até, que Coca-Cola. Mas, como existe uma espécie de anatema sobre aquela empresa, sempre alguém resolve melhorar o que já é ótimo e reina de forma absoluta, numa tentativa maluca de deixar sua marca, a marca daquele profissional, pega a empresa desprevenida, a proposta evolui, e a tragédia consuma-se. Anos atrás, sabe-se lá por quais razões e motivos, decidiu deixar de apenas produzir, aprimorar, e manter a liderança espetacular de OMO, e converter-se, também, em prestadora de serviços. Passando a concorrer com milhares de lavanderias em todo o País que possivelmente utilizavam seus produtos, ao invés de fortalecer ainda e mais essa parceria. Lançou o projeto OMO Express, pessimamente comunicado o que provocou uma tempestade de reclamações agregando pequenas manchas de descontentamento e indignação daquelas mulheres que adoram a marca, na marca de sua adoração, OMO. No ano passado, e ao invés de dar marcha à ré e reconhecer a bobagem, decide avançar mais e lança, convertendo o OMO Express, em OMO Lavanderia… Socorro!!! Para começar com um lote significativo de OMO Lavanderia, decidiu comprar uma rede já em funcionamento, com mais de 120 unidades, do Grupo Acerte… O Grupo Acerte… A decisão, erro monumental. Não da compra, de se meter em território que não tem absolutamente nada a ver com seu DNA. Se der certo, se for um megassucesso, não muda em nada a última linha do balanço da empresa. Mas se der errado, coloca em risco, a marca mais querida do Brasil… A iniciativa é tão absurda que dispensa quaisquer e outros comentários adicionais.
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Diário de um Consultor de Empresas – 08/10/2021

GOLDEN CROSS TENTA DAR A VOLTA POR CIMA. De R$2,5 bi de faturamento, e 7 milhões de clientes de 1977, a valores de hoje, para os atuais 318 mil clientes de agora, a GOLDEN CROSS tenta recuperar o tempo perdido. Possibilidades de sucesso próximas de zero. Mas todos tem o direito e o dever de tentar.
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“Eleitores confiam mais no jornalismo profissional”

No ano passado, a TV Globo e a Folha encomendaram ao Datafolha uma pesquisa patética. Cujos resultados não serviriam para absolutamente nada porque a premissa não existe. TV Globo e Folha queriam saber se os eleitores confiavam mais no jornalismo profissional do que nas redes sociais. Adivinhem o resultado? Claro, quase todos disseram confiar mais no jornalismo profissional. Rigorosamente pior do que perguntar para os macacos se gostam mais de jacas do que de bananas, para as pessoas se querem ter saúde ou ficar doentes, ir para o céu ou para o inferno… Na cidade de São Paulo, 41% dos eleitores confiam nos jornais impressos, 41% nos programas jornalísticos da TV, 29% em sites de notícias, 41% em programas jornalísticos de rádio. E apenas 6% confiam no Whatsapp, e 7% no Facebook. Na cidade do Rio de Janeiro, os números são próximos, semelhantes. Viram só! Os eleitores não confiam no “Feice” e no Whatsapp. E foram dormir, TV Globo e Folha, tranquilos. Mas não conseguiram fechar os olhos um único momento. Mesmo não confiando, os eleitores passam a maior parte do tempo no Whatsapp e no “Feice” do que na TV Globo, e raramente leem a Folha. Na hora da verdade e do que é relevante, do ponto de vista prático e da verdade factual e que é a que conta, o importante não é o que as pessoas dizem ou acham, é como se comportam… Numa das perguntas da pesquisa, que claro não mereceu nenhum destaque das empresas que a encomendaram, 55% dos eleitores no Rio e 47% dos eleitores em São Paulo leem notícias sobre as eleições nas duas redes sociais, e, 20% deles disseram repassar ou compartilhar as notícias… Isso posto, e ao publicarem o resultado da pesquisa, no caso O Globo, cometeu, e no mínimo, fake news. Mentiu grosseiramente ao afirmar que “Datafolha confirma, eleitores confiam mais no jornalismo profissional.” Faltou dizer que sim, confiam, mas a grande maioria informa-se nas redes sociais sobre as eleições e compartilha o que vê com seus amigos e parentes… O que é que eu acho? Eu acho lamentável que esse seja o comportamento da grande maioria dos eleitores. Adoraria que não só dissessem confiar mais no jornalismo profissional, em fontes em tese íntegras e fidedignas, mas o que eu adoraria é irrelevante diante de uma trágica realidade. As pessoas, em sua grande maioria, continuam muito mais interessadas em se informar pelo “Feice”, Whatsapp, Instagram, Twitter, do que por Folha, Globo, Estadão, Valor, Veja, Exame. Isso posto, não será distorcendo a verdade, jornal O Globo, e dispondo-se a fazer e assinar uma pesquisa enviesada em sua essência, instituto de pesquisa Datafolha, que conseguiremos mudar a realidade. Como nos ensinou talvez o mais importante empresário da moda, Leslie Wesler, “devo meu sucesso a sempre ouvir com atenção e carinho o que as pessoas dizem, mas tomo todas as minhas decisões pela forma como as pessoas se comportam. Até hoje não cometi nenhum erro…”.
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