A
grosso modo, de mais de três dúzias de importantes jornais impresso, do Brasil,
sobraram quatro. Estadão, Folha, e O Globo. E no território específico dos
negócios e do dinheiro, Valor.
Há
40 anos, quando nasceu o MadiaMundoMarketing, todos os dias de manhã sobre a
mesa de nossos consultores uns 10 jornais dos estados mais do Centro e Sul do
Brasil. E no início da tarde, chegavam os do Norte e Nordeste, que nosso
motoboy na época, o Vanir, ia retirar numa banca na Praça da República.
Tínhamos na Madia, naquele momento, uma área de clipping com três pessoas lendo
e recortando jornais o tempo todo. E no Brasil, 1980, e seguramente, mais de 30
jornais de peso e qualidade.
Todos
os do Diários Associados. Mais o
Estadão, Folha e O Globo. O Estadão tinha um irmão mais novo e moderno, o
Jornal da Tarde, a Folha dois ou três, idem O Globo, mais Zero Hora, Correio do
Povo, Diário Catarinense, A Tarde, Diário de Pernambuco, O Povo, Gazeta do
Povo, Estado de Minas… Os maiores
estados e suas capitais tinham, no mínimo, três jornais. E minha cidade, Bauru,
três!
A
grosso modo sobraram, de verdade, entre seis e 10. E, dentre os 10, a briga
para ver quem derrete mais lentamente dentre os três principais: O Globo, Folha
ou Estadão. Longe dos consultores da Madia torcer pelo desaparecimento dos três.
Se acontecer, quando acontecer, para nós, uma perda irreparável.
Continuamos
assinando os três mais Valor, e todas as principais revistas que sobreviveram.
No
meio do ano passado, o Estadão, comemorou ter assumido a liderança entre os três
principais jornais do país: Estadão, Folha e O Globo. Segundo dados divulgados
pelo IVC, Instituto Verificador de Circulação, o Estadão apresentou uma
circulação média de 89,2 mil exemplares em maio, contra 88,2 mil de O Globo, e
70,1 mil da Folha. Assim, tinha fundadas razões para comemorar. Mesmo tendo
naquele momento uma circulação 30% do que teve um dia, reconquistara a
liderança. Claro no impresso, onde são, os jornais e em papel, de verdade.
Mas,
e mesmo assim, a plataforma de informação e comunicação, jornais impressos, a
situação é, simplesmente, desesperadora. Todos os dias perdem milhares de reais
a cada nova edição que mandam para a casa dos assinantes, e para as bancas…
Onde permanecem, aos montes, encalhados, e não compensando nem mesmo serem
recolhidos de volta. Hoje são vendidos para uma triste utilização para uso de
alguns dos melhores amigos dos homens e das famílias, pequenos animais
domésticos, muito especialmente, os cães.
Apenas
lembrando, o Estadão comemorava naquele momento seus quase 90 mil exemplares de
circulação.
Vamos
apenas recordar os números de dezembro de 2014.
Estadão:
163.314 exemplares;
O
Globo: 204.780 exemplares;
Folha:
211.933 exemplares.
O
Globo e a Folha viram suas circulações caírem em mais de 60% em seis anos. O
Estadão, em quase 50%.
Mas,
e de qualquer maneira, o Estadão saiu da terceira para a primeira posição. Merecidos
parabéns, mais que pela recuperação da liderança, pela resiliência.
O
Estadão, pela tradição, marca e relação consistente com seus assinantes e
leitores, é, sem a menor dúvida, quem resiste mais à derrocada, dentre os
impressos. De qualquer maneira, a situação de todos, é, simplesmente,
desesperadora… A velocidade da queda vem sendo a seguinte:
O
Globo, de dezembro 2014 para maio 2020: 284 mil, 220 mil, 201 mil, 156 mil, 138
mil, 140 mil, e agora, 88 mil.
Folha,
211 mil, 175 mil, 145 mil, 121 mil, 103 mil, 86 mil, e agora, 70 mil.
E,
Estadão, 163 mil, 149 mil, 126 mil, 114 mil, 107 mil, 97 mil, e agora, 89 mil.
Os
leitores do Estadão, pela velocidade da queda, de longe, são os mais leais ao
jornal. E a grande derrocada é a da Folha. Viu sua circulação reduzir-se a 1/3
do que era seis anos atrás. Assim, e a partir de agora a Folha só revela sua
circulação no digital. E todos sabem o
que é a tal de circulação no digital…
É
isso amigos. Infelizmente, estamos nos despedindo dos jornais impressos. Assim
como um dia começamos a nos despedir das revistas. De uma editora Abril que nos
tempos de esplendor e sucesso chegou a ter 300 revistas, e foi vendida por
dinheiro de pinga – considerando-se o que um dia chegou a valer – com meia
dúzia de revistas agonizantes…
Nada é para sempre.