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Quando o ser humano é detalhe

Leio no Estadão a cobertura da Futurecom, que, segundo o jornal, “um dos principais encontros de tecnologia da América Latina, que ocorreu no Expo São Paulo”, e que teve a participação de pelo menos 33 mil pessoas… Um sucesso de patrocinadores. 8 Premium, 4 Diamond, 36 Masters, e mais de 100 Standards. Sintetizando, sucesso de público e de venda. Pena que tenham se esquecido do Ser Humano. A síntese da matéria traduz a miopia cruel que tomou conta dos entusiasmados: “Na Futurecom, executivos dizem que empresas têm de orientar trabalhadores para conseguir mais benefícios de ferramentas”. E concluem, “Sozinha, inteligência artificial não faz milagre…”. Sem a menor dúvida a IA é uma conquista monumental. Que vai mudar para melhor a história da civilização. Mas antes, irá, ou melhor, já está provocando a maior sangria de todos os tempos nos empregos. Tudo o que os iludidos e insensíveis ou tolos fazem até agora, é celebrar a fantástica conquista, esquecendo-se dos milhões de empregos que estão sendo destruídos, e onde brevemente, muito brevemente, irá, também, e inexoravelmente, destruir os empregos dos iludidos… Olhando a distância, e me atento aos comentários em diferentes publicações e plataformas, e à matéria do Estadão, todos mais que eufóricos, com milhões de cadáveres potenciais do lado. Não me lembro de ter lido ou ouvido uma única manifestação das providências sociais urgentes para – já que não dá mais para evitar –, atenuar a tragédia. Todos mais que eufóricos na festa, sem se darem conta que a cada novo dia o salão vai ficando mais vazio… E a matéria começa de forma deplorável, pra não dizer ingênua, “A inteligência artificial talvez tire o emprego de alguns profissionais…”. Repetindo, amigos, considerando a obviedade da situação que só insensíveis e idiotas de todo o gênero não registram. Não se trata de alguns, de milhões… Em síntese, a inteligência artificial é uma conquista monumental da humanidade. Mas que, e como todas as conquistas dessa dimensão, tem que ser ministrada com sensibilidade e parcimônia. Para não matar de vez os maiores beneficiados, nós, habitantes da terra. Mas, neste momento de euforia, todos só querem se divertir, ignorando os milhares, hoje, e milhões, amanhã, tombando dia após dia ao seu lado. A tecnologia em si é fria, gelada, insensível. E nós?