Até o final do século passado, em 99% das situações, colocava-se, o que não se queria mais no lixo, e fechava-se os olhos, tapava-se os ouvidos, e continha-se a respiração para não correr o risco de ter que tomar conhecimento do estrago provocado.
Uma vergonha. Ignorância. Selvageria. Irresponsabilidade. Éramos absolutamente lamentáveis.
Nos anos 1990, era recorrente nos depararmos com sofás, fogões e geladeiras velejando nas águas detonadas e apodrecidas dos rios que cortam a cidade de São Paulo, por exemplo.
E foi então, início do novo milênio que começaram a se formar as empresas de Logística Reversa. Hoje, e antes de lançarmos ao lixo o que quer que seja, e se temos um mínimo de consciência, corremos atrás de informações para sabermos qual a forma correta do descarte. Assim, a logística reversa vai se adensando, ganhando corpo, e convertendo-se em um business. Quem sabe e mais adiante, num Big Business.
Dentre os Lixos Desejáveis, os eletrônicos são os mais disputados. Pelo valor residual, e pelo porte relativamente pequeno de notebooks, impressoras, eletrônicos de escritórios, eletrônicos domésticos de pequeno porte, câmeras, cabos e carregadores, ferramentas elétricas, e por aí vai.
Dentre as novas empresas desse território, a Green Eletrônica, gestora do programa de logística reversa dos associados da Abinee – Associação Brasileira da Indústria Eletro e Eletrônica.
Foi criada no ano de 2016, e em atendimento à lei 12.305/2010, e que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Embora de iniciativa dos associados da Abinee está aberta a todas as demais empresas que queiram aderir aos seus serviços.
Tudo começou com a necessidade de atender o descarte de pilhas, baterias e eletrônicos. E depois, a lista de produtos resgatáveis foi crescendo. Toda essa introdução para comentar sobre seu crescimento… Que dia após dia a logística reversa vai ganhando corpo em nosso país.
Nos 60 dias anteriores a pandemia a Green aumentou em mais de 50% os pontos de coleta. De 104 de dezembro para 172 em fevereiro. Dentre as empresas parceiras da Green, a Kalunga, Makro, Pontofrio, Senac, Sesc, Tenda, ViaVarejo, Carrefour, Bahia, Extra, Pão de Açúcar…
Assim, e daqui para frente, antes de lançarmos qualquer coisa onde quer que seja, antes de acusarmos políticos e gestores, e culpar outras pessoas e instituições, sempre recomendável uma pequena pergunta. Pergunta que cada um de nós sabe qual é, e que a maioria de nós recusa-se a enfrentar e muito menos responder.
Temos feito a nossa parte?